sexta-feira, 17 de novembro de 2017

QUANDO O KINDLE FAZ DEZ ANOS, PARECE QUE O FUTURO DOS E-READERS NÃO SERÁ MUITO BRILHANTE

Em seu célebre artigo intitulado As We May ThinkVannevar Bush propôs o conceito de  e-reader, o Memex (memory + index); em  1968,  Alan Kay previu que, na década de 90, surgiria uma espécie de computador portátil, um livro dinâmico, um aparelho que teria grande capacidade de memória interna e possuiria pequenos cartuchos removíveis que dariam acesso a uma rica biblioteca eletrônica. Essas ideias tornaram-se realidade em 1998, quando foi lançado nos Estados Unidos, pela Nuvomedia,  o    Rocket-ebook.

Mas o conceito realmente decolou quando a Amazon lançou, em Novembro de 2007, seu Kindle. A repercussão foi enorme, o mercado livreiro entrou em pânico: parecia ter surgido um produto que mataria uma tecnologia de 500 anos, o livro em papel.   

Mas o livro tradicional continua, firme e forte e os e-readers ainda não o fazem . Além disso, os e-readers não fazem parte do cotidiano da maioria das pessoas: segundo a consultoria Euromonitor, 131 milhões de aparelhos foram vendidos no mundo desde 2007, e após um pico em 2011, as vendas só caíram (ver gráfico); as projeções também não são brilhantes.

No Brasil, a base instalada é muito pequena: desde 2010 apenas 76,2 mil e-readers foram vendidos aqui, embora muitos usuários comprem o equipamento no exterior.   O ano em que se comprou mais desses aparelhos por aqui foi 2015, com 16,2 mil unidades – em cinco anos, porém, menos de 10 mil dispositivos serão comprados por brasileiros.

Além disso, segundo dados da Câmara Brasileira do Livro (CBL), os e-books – o conteúdo que motiva a compra desses aparelhos – representaram apenas 1,09% da receita das editoras no País em 2016. Ao todo, 2,75 milhões de e-books foram vendidos aqui em 2016, contra 39,4 milhões de livros de papel.

As causas desse desempenho ruim são diversas, principalmente o fato de os leitores vorazes preferirem os livros na forma tradicional, os preços do hardware e do conteúdo ainda serem altos (apesar de existirem inúmeros livros gratuitos), mas principalmente, a falta do hábito de leitura: nos Estados Unidos,   a média de leitura é de 12 livros por ano; no Brasil apenas  4,96 livros.

Outro fator  é o crescimento dos smartphones, não só em quantidade, mas também em tamanho de tela - esses aparelhos permitem a leitura de livros, embora com menos conforto do que com um e-reader. 

Segundo texto de Bruno Capelas e Andre Klojda publicado no Link Estadão, parece existirem dois caminhos para o e-reader: ou segue vivo, como um produto de nicho,  rentável o suficiente para se manter vivo ou  ou será “morto” pelo smartphone. 

Quanto ao livro em papel, em entrevista ao Estado em 2010, o filósofo Umberto Eco disse que o mesmo será um objeto eterno, como a colher, o machado e a tesoura. Na época, foi bastante criticado, mas hoje, sua visão parece  próxima da verdade. Por ironia do destino, quem deveria “matar” o livro de papel pode, na verdade, morrer primeiro que ele...



terça-feira, 14 de novembro de 2017

CHINESES DOMINAM O MUNDO DOS SUPERCOMPUTADORES. JÁ O BRASIL...

Saiu mais uma lista TOP500, que relaciona os 500 mais rápidos supercomputadores do mundo. A China domina a lista, não só com o primeiro colocado mas com 202 entre os 500, seguida pelos Estados Unidos com 143. Esses países obtiveram nesta lista, respectivamente, a melhor e a pior colocação no ranking desde que este foi criado há 25 anos. 

O campeão  é o TaihuLight (foto ao lado), que tem cerca de 41 mil processadores, cada um com 260 núcleos de processamento (totalizando 10,6 milhões de núcleos). Ele também possui 1,3 petabytes (cerca de 1,4 milhões de gigabytes) de RAM, e consome aproximadamente 15,3 megawatts de energia. Com tudo isso,  alcança um desempenho de 93 petaflops (93 quatrilhões de operações por segundo). Algumas de suas aplicações estão nas áreas de defesa, meteorologia, energia atômica, cibersegurança e outras, que os chineses evidentemente não revelam.

Já o Brasil, que  nunca foi uma potência científica,  está ficando ainda mais defasado em relação aos outros. O supercomputador brasileiro Santos Dumont, maior da América Latina, deixou o Top 500.
Não chega a ser surpresa a saída do Santos Dumont do ranking. Em setembro deste ano, o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) que opera a máquina, afirmou que a mesma poderia ser desativada no mês seguinte, devido a um corte de 44% no orçamento da instituição - a foto mostra o prédio onde está instalado o Santos Dumont.
No entanto, ainda que esses problemas não existissem, o Santos Dumont sairia do ranking de qualquer forma. A lista de junho colocava o Santos Dumont na 472ª colocação, alcançando um desempenho de 456,8 teraflops (456,8 trilhões de operações por segundo). Já no último ranking, o 500º colocado, Discover SCU11, operado pela NASA nos EUA, alcança um desempenho de 548,7 teraflops.
Inaugurado em janeiro de 2016, o supercomputador brasileiro custou R$ 60 milhões e atualmente é usado por 350 pesquisadores em cerca de 100 pesquisas científicas, inclusive envolvendo doenças como zika, alzheimer e câncer. Na época em que foi ameaçado de desligamento, seu custo operacional era da ordem de R$ 6 milhões por ano, e o orçamento do LNCC para 2017 é de apenas R$ 9 milhões após os cortes.

Pobre ciência brasileira...

domingo, 12 de novembro de 2017

CANADÁ: INTERNET DAS COISAS (IoT) MELHORANDO OS VINHOS

Embora poucos saibam, o Canadá produz vinhos de muito boa qualidade e está trabalhando para torna-los ainda melhores. 

A Bloomberg relata uma aplicação de IoT em uma fazenda na província de Ontário, onde se procura melhorar a qualidade de uvas Cabernt Sauvignon, a serem utilizadas na produção de Icewine, um vinho de sobremesa com alto teor de açúcar, elaborado a partir da desidratação de uvas que foram congeladas enquanto ainda na videira - é um vinho muito caro.

A matéria diz que sensores instalados no vinhedo são parte de um projeto-piloto da Bell Canada, da gigante chinesa de telecomunicações Huawei Technologies e da empresa de software BeWhere, com sede em Toronto.

Os sensores, um pouco maiores do que um iPhone, são carregados por painéis solares. Podem coletar informações, por exemplo, sobre temperatura, níveis de água e umidade para melhorar os cuidados ao vinhedo e ajudar a prevenir doenças da videira. A tecnologia engloba sensores da BeWhere, chips da Huawei e a nova rede sem fio da Bell, a “LTE-M”, uma rede de amplo alcance.

A fazenda pertence ao grupo Henry of Pelham, e seu presidente disse que "não podemos controlar a natureza, por isso temos que trabalhar com ela" e que ”quanto mais entendemos o que a natureza está fazendo, mais podemos melhorar nossas plantações. Essa tecnologia faz isso, e de forma muito barata”.

Se bem-sucedido, o projeto sairá dos vinhedos e será expandido para outros setores da agricultura.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

VAN SEM MOTORISTA BATE NO PRIMEIRO DIA DE TESTES

A cidade de Las Vegas começou a testar na última quarta-feira, 8,  um serviço de vans autônomas. Os testes, porém, começaram mal: duas horas após começar a rodar na cidade, o veículo colidiu com um caminhão. 
Segundo a polícia local, a colisão foi causada pelo motorista do caminhão, em um acidente de poucas consequências, sem feridos. O motorista do caminhão foi multado. 
"O microônibus fez o que tinha de fazer: quando seus sensores registraram que o caminhão estava vindo, ele parou para tentar evitar o acidente", disseram os policiais. 
O veículo autônomo de Las Vegas pode transportar até 12 passageiros e é patrocinado pela Associação Automobilística Americana (AAA); foi projetado pela companhia francesa Navya, e é operado pelo grupo de transporte Keolis. Hoje, as viagens pelo veículo são gratuitas e percorrem a zona dos cassinos, no centro de Las Vegas. 
Segundo a AAA, o veículo tem operadores a bordo, mas que atuam mais como guias de turismo do que como condutores. A ideia do programa piloto é não só testar a tecnologia, mas também entender a reação das pessoas a um veículo sem motorista. 
De acordo com  executivos da Keolis, a empresa espera uma análise técnica do choque, mas pretende recolocar a van nas ruas assim que os reparos aconteçam

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

FORMANDO PROGRAMADORES NOS ANOS 1960


Em 7 de janeiro de 1968, o jornal Folha de S. Paulo publicava um anúncio de um curso de programação de computadores eletrônicos, ministrado por uma empresa que mais tarde se tornou um "Bureau de Serviços", uma empresa que prestava serviços a outras desenvolvendo e processando sistemas; pouquíssimas empresas dispunham de seu próprios computadores. O treinamento de pessoal era feito geralmente pelos fabricantes de computadores que operavam no Brasil na época: IBM, Burroughs (hoje Unisys), NCR e Univac, já há muito tempo fora do mercado. Cursos de graduação na área simplesmente não existiam.

Mais ou menos à mesma época, a SCHEMA anunciava cursos específicos para profissionais que atuariam em ambientes Burroughs, utilizando a "linguagem universal COBOL". 

Na época, as empresas utilizavam basicamente uma ou duas linguagens de programação e um sistema operacional - a ideia desses cursos era dar aos futuros profissionais conceitos acerca do ambiente em que atuariam e das linguagens e sistemas operacionais que usariam. O resto, se aprendia "na raça"; além disso, praticamente todo o material existente estava em inglês. A a Systems preparava pessoal para atuar nos ambientes 1401 e seu sucessor /360, que foram grandes sucessos comerciais.

De tudo que é mencionado nos anúncios, apenas o COBOL segue firme e forte; as demais ferramentas perderam-se na poeira do tempo:  as linguagens RPG (Report Program Generator, na prática, apenas um gerador de relatórios), Autocoder (talvez a primeira linguagem capaz de suportar macros) e Assembler (ainda utilizada em situações muito especiais). O sistema operacional DOS (Disk Operating System) que teve versões que rodaram nas primeiras versões do Windows e o IOCS (Input/Output Control System), ferramenta que permitia que  desenvolvedores codificassem sem se preocupar com os dispositivos em que se localizavam as entradas e saídas de seus programas  (discos, fitas, cartões, impressoras etc) também já não estão entre nós. 

Nosso mundo muda muito...

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

BRASIL CAMPEÃO: TEMOS O iPHONE MAIS CARO DO MUNDO

iPhone X, smartphone mais avançado da  Apple, vai custar a partir de R$ 7 mil no Brasil e, com isso, voltamos a liderar o ranking do maior preço cobrado pelo aparelho no mundo. 

O ranking, feito pelo site "Quartz" no final de outubro, colocava a Hungria como o país com o iPhone X mais caro, quando o preço local é convertido para dólar. Agora, com a divulgação dos  preços cobrados no Brasil, o país europeu caiu para a segunda posição.

Ao converter o preço do iPhone X no Brasil para dólar, o valor chega a US$ 2.129 ou US$ 1.130 a mais do que o valor cobrado para a versão do aparelho com 64 GB de memória nos Estados Unidos. O iPhone X é vendido na Hungria pelo equivalente a US$ 1.455, o que representa um preço US$ 456 superior ao preço do aparelho nos EUA.

O preço altíssimo no Brasil explica por que a Apple tem uma fatia tão pequena do mercado de smartphones por aqui. De acordo com levantamento da consultoria Gartner,  a empresa responde por somente 5,3% das vendas de smartphones no País. A participação de mercado da companhia caiu quase cinco pontos porcentuais desde 2011, quando a Apple vendia o iPhone 4S.

"Os impostos sobre os produtos da Apple os tornam ainda mais caros do que em outros países desenvolvidos, como os EUA", diz ao jornal O Estado de S. Paulo o analista de pesquisas do Gartner, Tuong Nguyen. "Os produtos da Apple só podem ser oferecidos para as classes A e B no Brasil, portanto, a participação da empresa permanecerá limitada quando comparada a outros fabricantes, como Samsung, que têm um portfólio mais amplo de dispositivos e atendem também o mercado de massa." O aparelho custa  US$ 999 nos Estados Unidos e, curiosamente, tem o preço um pouco mais baixo no Japão: US$ 994,67.

Fica a pergunta: vale tudo isso? Ou como dizem por ai, "compramos o que não precisamos, com dinheiro que não temos, para impressionar pessoas de quem não gostamos... Talvez valha a pena refletir sobre nossas respostas ao teste que a revista "Planeta" sugeriu em 2016.









quinta-feira, 2 de novembro de 2017

WAYFARER: O RAY-BAN MAIS VENDIDO, PRODUTO DO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO

O Wayfarer
Os óculos Wayfarer não foram os primeiros lançados pela Bausch & Lomb, mas são o modelo mais vendido dessa marca.
O primeiro grande sucesso da empresa foi o modelo Aviatoróculos  escuros popularizaram-se na década de 1920, na esteira do rápido crescimento da aviação. Os pilotos sofriam com a intensa claridade acima das nuvens, que ofuscava os olhos e causava  distorções visuais, agravadas pelos raios ultravioleta (UV) e infravermelho (IV); em função disso,    John MacCready, um general da Força Aérea dos Estados Unidos, fez um pedido à Bausch & Lomb, empresa óptica americana fundada em 1849 por J.J. Bausch e H. Lomb: desenvolver tecnologia que protegesse os olhos dos pilotos.
A empresa, depois de dez anos de pesquisas intensas, apresentou  os óculos Anti-Glare Aviator, munidos de lentes verdes de cristal, que bloqueavam um alto percentual da luz visível e também dos raios ultravioleta e infravermelho.
O Aviator
MacArthur
Esses óculos rapidamente passaram a fazer parte dos acessórios básicos dos militares americanos, mas somente em 1937 a novidade ganhou o nome de Ray-Ban e começou a ser comercializada em sua versão civil, batizada de Ray-Ban Aviator, com lentes verde-escuras e armação dourada. Os óculos foram batizados com esse nome pois reduziam a incidência de raios UV e IV, ou seja, baniam os raios (em inglês Ray-Banner, Banidor de Raios) – o formato de suas lentes protege todo o campo de visão dos usuários. O general americano Douglas MacArthur, célebre por sua participação na Segunda Guerra Mundial e na Guerra da Coréia, usava-os constantemente. 

Os Wayfarer foram lançados em 1956 e segundo se diz, o formato de suas lentes, definido pelo designer Raymond Stageman, foi inspirado nas "barbatanas" traseiras dos Cadillacs da época.

Apesar da tecnologia presente em suas lentes, que permitem bloquear 85% da luz solar sem grandes distorções de cor, muito dizem que eles são óculos mais para serem vistos do que para ver. Afinal, entre seus milhões de usuários, estiveram figuras como Jack Nicholson, Muhammad Ali e Marilyn Monroe...

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O CÉREBRO ELETRÔNICO ACERTOU!

Nas eleições americanas de 1952, Dwight Eisenhower (foto ao lado) concorria com Adlai Stevenson, que era tido como franco favorito.

A rede de notícias CBS cobria as eleições, fazendo pesquisas de intenção de voto usando, pela primeira vez na história um computador, um Univac, que era chamado "cérebro eletrônico" - a foto acima nos dá uma ideia do visual da máquina. 

No início da noite da véspera da eleição, o sistema passou a gerar previsões no sentido de que Eisenhower seria o vencedor, por grande margem, segundo a Folha da Manhã de 6 de novembro de 1952. Isso aconteceu, ainda segundo o jornal, com "movimento de rodas e luzir de lâmpadas. 

Essa era uma imagem destinada a tornar a reportagem mais "emocionante" - em realidade, o computador estava na Filadélfia e transmitia os resultados do processamento para uma máquina de teletipo instalada nos estúdios da CBS em Nova Iorque - essa máquina era muito parecida com uma máquina de escrever elétrica: à medida em que os dados chegavam, iam sendo impressos (e as teclas se movimentavam, como se alguém estivesse digitando!). Essa transmissão era algo avançadíssimo para a época. Ao final deste post, fica uma imagem de uma das saídas que sistema gerou. 

As informações geradas pelo sistema levantaram a suspeita de que haveria algum erro, de que "o cérebro eletrônico" havia enlouquecido, o que não se confirmou, tendo o vencedor recebido a maior votação de todos os tempos; o título da nota publicada pelo jornal dizia a respeito: "Lúcida, não louca, a máquina assombrosa...". 

Agora, que os computadores fazem parte de nosso cotidiano, chega a ser engraçado relembrar as imagem que as pessoas comuns tinham dos primeiros computadores - Charles Collingwood, um dos apresentadores naquela noite perguntou, ao vivo, olhando para o teletipo: "Have you got a prediction for us, UNIVAC?" - evidentemente a máquina nada fez, o que levou Collingwood a completar "You're a very impolite machine, I must say" - e vejam que o programa que gerava a mensagem não previa que as chances poderiam ser maiores que 99 - pintou um overflow...








sexta-feira, 27 de outubro de 2017

AMAZON ENTREGARÁ PACOTES DIRETAMENTE NA SALA DO CLIENTE

A Amazon.com começará a entregar pacotes não apenas à porta dos clientes, mas também dentro das residências.

O novo serviço, chamado Amazon Key, consiste na instalação de uma fechadura inteligente na porta do cliente e de uma nova câmera de segurança da Amazon, a Cloud Cam, para registrar os movimentos do entregador, anunciou a empresa. 

A Amazon também venderá a Cloud Cam como um aparelho independente, o primeiro passo da gigante do comércio eletrônico no mercado de segurança doméstica, onde competirá com nomes tradicionais, como Netgear, e com outras recém-chegadas, como a Nest Labs, da Alphabet (Google).


As portas só se abrirão para a entrega se o entregador passar pela verificação do sistema da Amazon, e ele nunca receberá chaves nem códigos para destravar as portas manualmente. O produto está disponível apenas para os usuários do serviço de assinatura Prime e custa a partir de US$ 250. O In-Home Kit inclui a Amazon Cloud Cam e uma das várias fechaduras inteligentes produzidas pela Yale e pela Kwikset.

O serviço Amazon Key será disponibilizado em 37 cidades dos EUA a partir de 8 de novembro. A Amazon oferecerá também a instalação gratuita dos kits. A Cloud Cam, se vendida separadamente, custará US$ 120. A exemplo da concorrente Nest Cam, a câmara possibilita o monitoramento remoto de residências, comunicação bidirecional e gravação de vídeo pela web.

A nova oferta é a mais recente tentativa da Amazon de se inserir no dia a dia das pessoas e facilitar a obtenção de produtos. Embora os aparelhos não sejam o principal negócio da Amazon, eles são um importante meio de acesso ao universo de serviços que a empresa oferece. O alto-falante Echo, compatível com o assistente digital ativado por voz Alexa, oferece aos clientes a possibilidade de fazer compras rapidamente, enquanto Kindles, tablets e aparelhos de TV transmitem conteúdos da Amazon, como músicas e filmes.

O Amazon Key também abre as portas para uma futura integração com fornecedores de serviços domésticos, como faxineiros e cuidadores de animais, nos próximos meses. A empresa pretende oferecer aos proprietários de residências a possibilidade de permitir que terceiros entrem, prestem um serviço e saiam, deixando a casa trancada de forma segura. Durante o serviço, o cliente pode monitorar tudo e dialogar com o contratado usando a Cloud Cam da Amazon.

Entre as empresas que já fecharam acordo para entrar em residências por meio do Amazon Key estão a Merry Maids, da ServiceMaster Global Holdings, e a cuidadora de animais Rover.com.

Amigos e familiares também poderão entrar na casa dos usuários. Usando o aplicativo da Amazon, uma pessoa pode receber permissão para entrar em uma residência, mas o proprietário mantém o controle sobre a frequência de entradas e a duração das estadias.



VOLTA-SE A FALAR EM SMARTPHONES COM TELAS DOBRÁVEIS

Em agosto de 2015 publicamos um post dando conta de que a Samsung pretendia lançar um smartphone com a tela dobrável - o que se dizia na época é que o lançamento deveria ocorrer ainda naquele ano. 

Isso não aconteceu, mas agora o assunto volta à pauta: o site The Verge, informa que  provavelmente o modelo dobrável será comercializado em 2018 e inicialmente apenas na Coreia do Sul, de forma a que a empresa possa sentir o nível de aceitação do produto.

No  início de setembro, Koh Dong-jin, um executivo da Samsung, disse a jornalistas que um modelo dobrável estava sendo estudado pela empresa e que seu lançamento talvez fosse feito em 2018, mas que a data poderia ser mudada, em função da existência de problemas ainda a serem superados. 

Como dissemos em 2015, dentre as vantagens de um smartphone dobrado, estariam o fato de a tela estar mais protegida, a portabilidade, e principalmente o fato de ele não ficar para fora do   bolso, chamando a atenção dos amigos do alheio.  

Vamos aguardar, pois há informes de que a Huawei também trabalha com um produto similar.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

WEARABLES SAINDO DA MODA?

È interessante voltar, depois de algum tempo,  a certos assuntos acerca dos quais se escreveu: descobre-se freqüentemente que se errou totalmente ou que, na melhor das hipóteses,  as coisas evoluíram de forma diferente da que se pensava. Na área tecnológica isso é ainda mais comum, a ponto de Michael Eisner, que presidiu o grupo Disney,  ter dito que em função da velocidade com que a evolução ocorre, tentar prever o futuro na área de tecnologia é caminho certo para a humilhação.

No início de 2001, escrevíamos sobre os "wearable computers",  tecnologia, que poderia ter seu nome traduzido de forma quase literal, como "computadores vestíveis" - essa expressão, no entanto, soa tão mal que duvidávamos que fosse adotada (aqui acertamos). Por falta de algo melhor, propúnhamos (e ainda propomos) continuarmos com "wearable computers", até que alguém produza algo que ao menos soe melhor (e o que é pior, não se pode sequer utilizar apenas as iniciais...). Hoje os wearables não se restringem aos
O Google Glass
computadores propriamente ditos: relógios, óculos, pulseiras e outros estão disponíveis.

O assunto foi se aquecendo, com lançamentos que agitaram o mercado, como o do Google Glass em 2013, por exemplo. 

O Moto 360
Mas agora, nota-se um refluxo: a Lenovo, por exemplo,embora ainda mantenha alguns modelos nas prateleiras, como o relógio Moto 360, informa que não pretende lançar novos produtos na área, ao menos em curto prazo -  “É um mercado que se mostrou muito limitado para todos os fabricantes”, diz o  vice-presidente sênior da Lenovo, Aymar de Lencquesaing. “Se o mercado potencial se materializar, nós poderemos voltar a desenvolver produtos”, disse também o executivo.

Também sobre o Google Glass pouco se fala na atualidade; sua produção foi descontinuada em 2015 e atualmente há pesquisa para seu uso em nichos bastante específicos, na indústria, principalmente. Em meados desse ano, foi aberto na Suécia o "Museu dos Fracassos", e o Google Glass é exposto ali...

Como costumamos dizer, os executivos da área precisam  ao menos monitorar tecnologias e tendências, de forma a poderem definir estratégias eficientes!


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

RALPH BAER,UM PIONEIRO DOS VIDEOGAMES



Ralph Baer (1922-2014) criou, patenteou e lançou o primeiro console para videogames a ser conectado a televisores, lançando assim as bases para a moderna indústria de games.
Em 1966, enquant
Protótipo do Odissey, em exibição no Museu Smithsonian
o trabalhava para a Sanderes Associates, empresa voltada para 
a área de defesa, Baer escreveu um documento de quatro páginas detalhando sua ideia; nos anos seguintes,  liderando um time de profissionais da Sanders,  desenvolveu suas ideias, que foram patenteadas em 1969.
Em 1972, a Sanders licenciou a invenção para a fabricante de TVs Magnavox, que a lançou no mercado com a marca “Odyssey”, o primeiro console doméstico de videogame. O produto não foi um grande sucesso, mas um dos jogos que eram oferecidos, uma espécie de tênis, inspirou a Atari, que lançou o “Pong” naquele mesmo ano — esse sim, um grande sucesso; a Magnavox processou a Atari por pirataria e ganhou uma ação que obrigou essa última a pagar pelo uso da ideia.
Sanders, nascido na Alemanha, fugiu para os Estados Unidos aos 17 anos juntamente com sua família, fugindo do nazismo. Aprendeu a consertar rádios através de um curso por correspondência no início dos anos 1940 e abriu  uma pequena oficina nesse ramo; convocado pelo Exército, nele permaneceu por três anos, cursando em seguida o American Television Institute of Technology em Chicago, onde recebeu em 1947 um diploma em Engenharia de TV.
Trabalhou em diversas empresas até chegar à Sanders, tendo desenvolvido o  videogame a partir de ideias que vinha aplicando a projetos militares.

Depois do Odyssey, Baer desenvolveu vários outros games e brinquedos, sempre registrando cuidadosamente suas ideias e projetos, o que acabou sendo muito útil para a Magnavox em novos processos que a empresa moveu acusando outros concorrentes de plágio, como a Nintendo, por exemplo. Um de seus grandes sucessos foi o Simon, conhecido no Brasil como Genius, lançado no Brasil pela Estrela em 1980.

Em sua autobiografia de 2005,Videogames: In the Beginning, disse que os processos movidos pela Magnavox foram importantes para que seu trabalho fosse reconhecido; em 2006, recebeu do Presidente Bush a   National Medal of Technology.

domingo, 22 de outubro de 2017

GIF COMPLETA 30 ANOS


O GIF, Graphics Interchange Format, foi criado em 1987, e depois de passar por altos e baixos, tornou-se um ícone nesta era da internet móvel. De maneira simples, podem ser definidos como imagens animadas que podem ser incluídas em mensagens, textos e outros arquivos. 

Quando a internet ainda engatinhava, Steve Wilhite, da CompuServe, criou o GIF para ser um formato “universal”. Ele era leve, tinha resolução razoável e funcionava em quase todos os ambientes da época. Consta que o avião que está ao lado foi o primeiro GIF. 

A princípio, porém, não tinha duas características que o fizeram famoso, a animação – que apareceu em 1989, e o “loop infinito” (ficar rodando sempre), que nasceu em 1995, pelas mãos do desenvolvedor Marc Andreessen, na segunda versão do Netscape, um dos navegadores de internet mais populares dos anos 90.

Até o início dos anos 2000, o GIF era onipresente na internet, mas em meados da década foi substituído por outros formatos, como o Flash, que quase o matou, mas o mundo da tecnologia é cíclico: com a chegada dos smartphones ao mercado, em 2007, o Flash virou um problema, pois era muito complexo e pesado – a Apple, por exemplo, recusou-se a adotá-lo no iPhone e o GIF voltou a tornar-se popular. Hoje, o formato está mais vivo do que nunca: mais de 13 bilhões de GIFs foram compartilhados no Facebook Messenger em 2016. No Brasil, a busca por arquivos do tipo no Google está no nível mais alto desde 2007.

Outra característica que mantém os GIFs em alta é seu caráter universal: sendo apenas imagens, sem sons, podem ser entendidos por todos, como os emojis.

Muitos acreditam que o GIF ainda continuará sendo usado por muito tempo: “Ele vai existir até descobrirmos como transferir pensamentos de um cérebro para outro”, diz diz Jason Scott, historiador do Internet Archive, grupo dos EUA sem fins lucrativos dedicado a preservar a história da rede. “Ainda vai demorar para acontecer isso, completa Scott.” 

 

terça-feira, 17 de outubro de 2017

UM MEGA PROJETO UNE MICROSOFT E FACEBOOK

A invenção do telegrafo por Samuel Morse em 1843 levou à ideia de serem lançados cabos atravessando os oceanos para utilizar a nova tecnologia. No ano seguinte foram colocados no fundo do mar 4.630 km de cabo, ligando a Irlanda aos Estados Unidos - no ponto final do cabo, as mensagens seriam lançadas na rede telegráfica terrestre. Problemas impediram que essa ligação tivesse sucesso, após diversas tentativas - apenas em 1866  a ligação tornou-se confiável. 

O serviço foi se expandindo e na atualidade os cabos modernos têm geralmente 69 milímetros de diâmetro e pesam cerca de 10 quilos por metro, embora cabos mais finos e leves sejam usados para trechos em águas profundas.  Em 2010, os cabos submarinos já ligavam todos os continentes, exceto a Antartida - o mapa acima nos dá uma visão  do sistema.

Mais um cabo entrou em operação no mês passado: o Marea, que com 6,6 mil km de extensão é  a mais potente conexão transoceânica já instalada: liga a cidade de Virginia Beach, nos Estados Unidos, a Bilbao, na Espanha, com capacidade para transferir 160 terabits por segundo, o equivalente a mais de 5 mil filmes de alta resolução. Trata-se de propriedade conjunta do Facebook e da Microsoft.

Esse tipo de rede de fibras ultrarrápidas é necessário para dar conta do imenso volume de dados que circula atualmente pelo mundo. Em 2016, segundo a empresa de pesquisas de mercado TeleGeography, o tráfego chegou a 3.544 terabits por segundo, o dobro do volume registrado em 2014. 

Perto da costa, o cabo foi enterrado para evitar choques com peixes e embarcações. Em alto mar, repousa sobre o solo do oceano. Essa verdadeira obra prima da tecnologia e engenharia foi finalizada em menos de dois anos. A expectativa é de que o Marea esteja totalmente operacional logo no início de 2018.

A demanda por largura de banda internacional cresce a um ritmo de 45% ao ano. Boa parte do tráfego atualmente ainda é gerada pelos usuários de internet, mas é grande e crescente a participação das gigantes de internet e computação em nuvem, que precisam manter sincronizados os diversos centros de processamento de dados que têm espalhados pelo mundo.

Essas empresas costumavam alugar toda a largura de banda de que necessitavam junto a operadoras de telecomunicações. Agora, porém, precisam de tanta capacidade de rede que faz mais sentido instalar cabos próprios, em particular nos casos em que a distância entre os centros de processamento é grande. A associação setorial Submarine Telecoms Forum calcula que em 2016 foram instalados 100 mil km de cabos submarinos. Em 2015 tinham sido apenas 16 mil km. Segundo projeções da TeleGeography, entre 2016 e 2018 esses projetos de cabeamento devem consumir um total de US$ 9,2 bilhões, cinco vezes mais que o valor investido nos três anos anteriores.

Para as empresas, ter uma rede submarina de fibra óptica exclusiva oferece algumas vantagens, entre as quais se destacam a maior disponibilidade de largura de banda, os custos mais baixos e um delay (latência), menor. O acesso a diversos cabos, distribuídos por rotas diferentes, também garante segurança em casos de emergência. Se um cabo se rompe, em virtude da ação de redes de pesca, submarinos ou terremotos o tráfego pode ser remanejado para outra rota. 

Ainda mais importante que isso, porém, é o fato de que, com sua própria rede de cabos, as empresas têm maior controle sobre a administração do tráfego de dados e a atualização de equipamentos. Algumas pessoas receiam que, com a propriedade das redes de fibra óptica pelas quais são transportados os dados dos consumidores, as gigantes de tecnologia tenham ainda mais poder do que já possuem. É como se a Amazon fosse dona das rodovias e dos caminhões utilizados nas entregas das encomendas de seus clientes, comparam. 

Os cidadãos comuns podem esperar para ver - as grandes empresas precisam apostar...