sexta-feira, 29 de abril de 2011

Software: cada vez mais presente nos veículos, ruas e estradas

O software vem tendo uma importância cada vez maior na indústria automobilísitica, não apenas em suas funções tradicionais ajudando a controlar os negócios, a cadeia de suprimentos e a produção, mas sim, sendo incorporado ao produto final.
O Chevrolet Volt
 Um bom exemplo disso está no  Chevrolet Volt, um híbrido eletricidade/gasolina cujo software tem  10 milhões de linhas de código, dois milhões a mais que o que se encontra no caça  F-35.
A  crescente importância so software é realçada pelo acordo recentemente assinado entre    a Toyota e a Microsoft (que tem acordo similar com Ford) para desenvolver aplicações automotivas que rodarão na nuvem (cloud computing); outros gigantes da área de informática também pesquisam na área, entre eles   Google, IBM e Cisco.
Em breve, os carros deixarão de ser ilhas isoladas no trânsito – o software vai permitir com que se comuniquem entre si, com  as ruas e estradas, compondo uma gigantesca rede que trará mais segurança e fluidez ao tráfego – alguns estudiosos dizem que em breve  acontecerá com os carros o que já acontece com os  celulares, que não são escolhidos por suas aparências, antenas e telas, mas sim pelo software que rodam.
Alias, carros e smartphones já estão operando em conjunto: o Chevrolet Volt  já permite, entre outras funcionalidades,  que seus proprietários verifiquem através de seus smartphones o quanto resta de carga em suas baterias e comandem o recarregamento das mesmas. O aumento do número de funcionalidades e novidades implica em aumento da complexidade e de preocupações com relação à segurança, não só no que se refere a desastres que podem acontecer por falha de software mas até mesmo a assuntos como os   ataques praticados por hackers: pesquisadores das Universidades da Califórnia e de Washington já descobriram que é possível abrir carros partir da invasão de seus sistemas de som.
Dentre essas funcionalidades e novidades estão
·                os carros (autonomous cars) sem motorista, equipados com  “piloto automático” e capazes de se dirigirem de um ponto a outro sem  comandos dados por um controlador externo, o que os torna diferentes dos carros dirigidos por controle remoto  (a VW alemã já tem um protótipo baseado em um Passat)
·                as previsões personalizadas sobre o trânsito, capazes de dar ao motorista, antes mesmo que ele saia de sua casa, prognósticos acerca do trânsito nas áreas usualmente percorridas por ele – a IBM já está testando tecnologia nessa área,  baseada em smartphones  
·                ruas e estradas que automáticamente captam dados sobre o trânsito e os processem  de forma a gerar informações que permitam que o mesmo flua melhor, redirecionando o tráfego para rotas alternativas e radicalizando o conceito de “semáforos inteligentes”
·                os “road trains”, que já foram objeto de publicação neste blog.
Resta aguardar e esperar que toda essa tecnologia melhore nossa qualidade de vida e não apenas contribua para elevar nossa produtividade. Quanto ao Volt, suas vendas estão superando as expectativas da GM, devendo atingir 16 mil unidades em 2011 e 60 mil em 2012.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

DAS VÁLVULAS AOS SUPERCHIPS

Em  23 de dezembro de 1947 foi feita a primeira demonstração  do uso do transistor, a invenção que abriu as portas para o mundo digital em que hoje vivemos.
Muitos consideram o transistor como a mais importante invenção do século XX; ele foi desenvolvido para substituir as válvulas e relês  em equipamentos como rádios, televisores, radares e outros.
As válvulas e relês eram grandes, pouco confiáveis e consumiam muita energia, o que levou a AT&T, já uma empresa de muito grande porte, a iniciar pesquisas buscando alternativas - essas pesquisas foram conduzidas pelos Laboratórios Bell, o braço técnico-científico da AT&T.
Shockley, Bardeen e Brattain
Desde fins da década de 1930, William Shockley, um físico que trabalhava para os Bell Labs, vinha conduzindo estudos teóricos a respeito, porém não conseguiu produzir um modelo que funcionasse. Visando resolver esse problema, os pesquisadores John Bardeen e Walter Brattain juntaram-se a Shockley, continuando a trabalhar no assunto, tendo finalmente chegado a um protótipo cujo desempenho foi julgado razoável e que foi naquela data apresentado aos dirigentes dos Bell Labs.
O protótipo foi sendo aperfeiçoado até que em 30 de junho de 1948, o transistor foi oficialmente apresentado à imprensa; Shockley, Bardeen e Brattain dividiram o o Premio Nobel de Física de 1956 por seu invento. 
Em 1959,  acontece outro salto tecnológico:  surge o  circuito integrado, associando diferentes componentes: transistores, capacitores, resistores e indutores.  São considerados seus   inventores Jack Kilby e Robert Noyce.
Em 1971 surgia o primeiro chip: era o   Intel 4004,   projetado por uma equipe chefiada pelos cientistas  Federico Faggin, Ted Hoff e Masatoshi Shima - os dois primeiros da Intel e o último da Busicom, depois Zilog. O 4004 foi sucedido em 1974  pelo Intel  8080, que foi utilizado nos primeiros microcomputadores (Sinclair, Apple, Commodore, TRS etc.), calculadoras e dezenas de outros dispositivos e equipamentos eletrônicos.  
O 4004 tinha apenas 2.300 transistores, número absolutamente ridículo diante dos superchips de mais de  5 bilhões de transistores de que se fala atualmente. Dentre esses superchips estão os da geração Core, os  i3, i5 e i7 da Intel, projetados para fazerem   processamento paralelo, e que serão especialmente úteis nesta época em que as pessoas estão utilizando cada vez mais imagens, para o que é necessária maior capacidade de processamento.  Cada vez menores e mais rápidos, esses superchips consomem  menos energia e são os responsáveis pela geração  de imagens  3D  cada vez mais perfeitas, pela beleza e realismo dos novos videogames, pela popularização do  reconhecimento biométrico através de leitura de  impressões digitais, da íris, da voz e da fisionomia  e pelos  novos recursos que vêm sendo incorporados aos smartphones.
Com sua extraordinária capacidade de processamento os novos superchips  oferecem  à indústria recursos cada dia mais poderosos para laptops, desktops, smartphones, televisores e videogames.   
Em artigo publicado recentemente, o jornalista Ethevaldo Siqueira diz ter perguntado a especialistas em microeletrônica como serão os chips do futuro e obtido respostas variadas,  mas com alguns pontos em comum:   o número de transistores poderá chegar a centenas de bilhões,  suas funções se tornarão cada vez mais complexas e seu consumo de energia cada vez menor. Confirmando-se essas previsões, continuaremos a assistir ao surgimento de computadores e outros gadgets cada vez mais poderosos,  velozes e baratos, que por essas razões estarão cada vez mais presentes em nossa vida diária.
E gênio é gênio: Bardeen passou em 1951 a ensinar na University of Illinois e em 1972 divididiu um segundo Prêmio Nobel, desta vez por trabalhos relativos a supercondutividade, é uma característica  de certos materiais, que, quando se esfriam a temperaturas extremamente baixas, podem conduzir  corrente elétrica sem resistência nem perdas.