quarta-feira, 26 de abril de 2017

TOYOTA INICIA TESTES COM CAMINHÃO MOVIDO A HIDROGÊNIO

A revista Quatro Rodas publicou recentemente matéria relatando testes que a Toyota vem realizando em parceria com a Kenworth, fabricante de caminhões pesados. A ideia básica é desenvolver um caminhão movido a hidrogênio.

O hidrogênio é, em tese, o combustível perfeito: não emite poluentes (seu uso gera apenas água), não precisa ser carregado por horas na tomada, seu reabastecimento é como o de um carro a gasolina e trabalha com motores elétricos, que geram bastante torque. O aspecto ambiental é bastante importante, pois nos países mais desenvolvidos o setor de transporte é um dos maiores geradores de gases ligados ao efeito estufa, além de consumir um recurso finito, o petróleo. Apesar dessas vantagens, sua aplicação prática como combustível pouco evoluiu desde que o conceito surgiu, em meados do século passado.

Tentando viabilizar o uso comercial dessa tecnologia, a Toyota criou o Projeto Portal, que pretende estudar a viabilidade de usar hidrogênio como combustível para grandes caminhões - o modelo que vem sendo usado nos estudos é o Kenworth T660No protótipo, a parte da cabine destinada ao leito foi ocupada por quatro tanques de hidrogênio sob alta pressão, de 40 quilos, e duas baterias de íons de lítio de 6 kWh.   São 670 cv e 135,1 mkgf de torque, números equivalentes ao dos motores diesel usado por caminhões deste porte.

Isso é suficiente   para percorrer 240 km com carga de 27,3 toneladas, ou 384 km com 16,3 t, pouco em relação ao um caminhão convencional:   com dois tanques de 120 litros um Kenworth percorre mais de 1.900 km sem reabastecer.  Outro problema, além da falta de qualquer tipo de infra-estrutura para o hidrogênio, o hidrogênio é caro. Embora seja o elemento mais abundante no universo, precisa-se de muita energia  para obtê-lo de forma a que possa ser usado como combustível. Talvez uma frota maior concentrada em determinadas rotas poderia viabilizar uma rede de abastecimento de veículos a hidrogênio.

Os vídeos abaixo mostram como o caminhão em teste acelera mais rapidamente que um caminhão convenciona, o que é importante em veículos desse tipo e também o processo de montagem do veículo. 


Por enquanto, o objetivo é provar que a tecnologia pode ser confiável para uso diário. A questão da autonomia deve ficar para depois.




domingo, 23 de abril de 2017

ALAN TURING: UMA FIGURA TRÁGICA

Alan Turing (1912 - 1954), foi um cientista inglês que se destacou nos campos da matemática, criptoanálise e computação; nessa última área seus trabalhos foram tão importantes que muitos o consideram o pai da ciência da computação e da inteligência artificial, tecnologias que estão dando o tom à nossa vida diária.

Alemães trabalhando com a Enigma
Durante a Segunda Guerra Mundial, Turing chefiou uma equipe que buscava decifrar mensagens codificadas expedidas pela marinha alemã; com esse trabalho, gerou muitas contribuições para o desenvolvimento do computador Colossus, que ajudou os aliados a quebrar os códigos gerados pela máquina  Enigma, que era extensivamente utilizada pelos alemães para criptografar suas mensagens, e que era por estes considerada inviolável. 

Essa quebra foi muito importante para a vitória Aliada naquele conflito, após o qual Turing continuou trabalhando nas áreas de computação e química. O Colussus foi um passo importante para a criação dos atuais computadores.

O Colossus
Turing era um atleta, um maratonista: seu melhor tempo foi apenas onze minutos maior que o do vencedor dessa prova nas Olimpíadas de 1948; nesse mesmo ano venceu uma prova tipo cross-country, chegando à frente do ganhador da medalha de prata naqueles Jogos.

O fim da vida de Turing foi trágico: homossexual, em uma época que isso era crime no Reino Unido, foi processado e condenado em 1952. Como alternativa à prisão, aceitou passar pelo que era chamado “castração clínica”, processo que previa a aplicação de hormonios femininos aos condenados.

Turing parece não ter suportado as pressões que recebeu: em 1954, poucas semanas antes de completar 42 anos, teria se suicidado, comendo uma maçã que envenenara  com cianeto.

Somente em 2009 o governo inglês fez um pedido formal de desculpas pelo tratamento que deu a Turing, reconhecendo sua importância para o esforço de guerra e para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia.


 

quarta-feira, 19 de abril de 2017

O LATIM, A PONTE E OS PRAZOS - COM POUCA TECNOLOGIA

Num passado muito remoto, lá pelos anos sessenta do século passado, as crianças estudavam latim – e vejam bem: naquilo que se chamava primeira série do Ginásio, e que hoje creio seja a quinta série, série a que normalmente se chegava aos onze anos!

Um dos livros mais utilizados para o ensino do latim, era o “C. Ivli Caesaris Commentariorvm De Bello Gallico“, ou “Comentários de Caio Júlio César sobre as Guerras na Gália”, mais conhecido entre nós alunos (sim, eu era um deles), como “De Bello Gallico”; esse Júlio César era o próprio, o imperador Romano.

Imaginem como se sentia um garoto ao abrir a primeira página do livro, e descobrindo logo de saída que “Gallia est omnis divisa in partes tres, quarum unam incolunt Belgae, aliam Aquitani, tertiam qui ipsorum lingua Celtae, nostra Galli appellantur” – em bom português, “A Gália é dividida em três partes, uma habitada pelos Belgas, outra pelos Aquitânios e a terceira por aqueles que em sua língua são chamados Celtas e na nossa Gauleses” – e sabendo que era de muito bom tom decorar pelo menos essa parte.   Até hoje me lembro do sorriso bondoso de meu primeiro professor de latim, o “Frater” André diante do meu pânico ao saber que com ele havia tirado minha primeira “nota vermelha”...

A Gália era dominada pelos Romanos, e cobria uma área hoje constituída por algo como o norte da Itália, partes da Suíça, França, Bélgica, Alemanha, etc. Sua fronteira com as terras dos “bárbaros”, ao leste, era o Rio Reno. No ano 58 A.C., muitos dos povos da área começaram a se revoltar contra os  Romanos, iniciando aquelas que foram chamadas “as Guerras na Gália”  e que são descritas no livro - é nesse contexto que estão ambientadas as aventuras de Asterix.   

Mais do que guerras tratavam-se de revoltas mais ou menos localizadas, ora de alguns povos contra os Romanos, ora entre povos da área, com os Romanos apoiando um dos lados, ora contra os “bárbaros”.

Em um de seus capítulos, o livro narra que alguns bárbaros cruzaram o Reno e atacaram   povoados gauleses aliados dos Romanos, e estes, comandados pessoalmente por César, que estava na região, resolveram retaliar, atravessando o rio e procurando dar um exemplo aos atacantes.

Não há certeza, mas creio que o rio foi cruzado na altura do que hoje é a cidade de Bonn, na Alemanha. Com um detalhe: não se julgou digno que o Imperador atravessasse o rio utilizando um barco – para isso construiu-se uma ponte. Nessa área, a largura do rio é de várias centenas de metros; os Romanos construíram uma ponte de madeira, e paralela a ela uma barreira de troncos, para evitar que barcos em chamas lançados pelo inimigo pudessem descer a correnteza e atingir a ponte. Cruzado o Reno, caçados alguns bárbaros, destruídos alguns rebanhos e aldeias, os Romanos atravessaram novamente o rio e destruíram a ponte.

Mas a ideia não é discutir o latim ou as guerras, mas sim alguma coisa que ao ler o “De Bello Gallico” (desta vez em inglês, pois meu latim nunca foi suficiente para enfrentar o original) me impressionou: alguém consegue dizer em quanto tempo se construiu a dita ponte? Algumas centenas de metros de comprimento, mais a barreira de troncos, num rio profundo, por onde hoje navegam grandes navios e tecnologia de dois mil anos atras. Provavelmente só lendo o livro: do momento em que se decidiu a construção até o cruzamento do rio (houve necessidade de cortar as árvores, preparar as tábuas para o piso, etc.) passaram-se exatamente dez (isso mesmo, dez) dias – dias e não semanas ou meses, e sem serras elétricas, tratores, guindastes, software para gerenciamento de projetos, etc!


Hoje, na vida empresarial, ao tomarmos conhecimento dos prazos que nos são pedidos, especialmente para o desenvolvimento de projetos envolvendo Tecnologia da Informação, frequentemente ficamos chocados.  Obviamente não se pretende construir uma ponte sobre o Reno  em dez dias, mas certamente uma análise mais fria dos cronogramas, eliminando tarefas não essenciais, aperfeiçoando processos, checando os prazos, etc., pode gerar grande economia de tempo e dinheiro, mantendo-nos competitivos e permitindo-nos aproveitar melhor as “janelas de mercado” que se nos oferecem. 

Cabe lembrar o mote: KISS –  “Keep It Simple, Stupid”, ou correr o risco de quando a ponte ficar pronta, já não ser mais necessário cruzar o rio.... 

E a contribuição do Prof. Laércio Cruvinel, lembrando-nos o mote da forma que poderia ter sido colocado pelos romanos: custodiunt illud simplex, stultus.

sábado, 15 de abril de 2017

FORD LANÇA VEÍCULO HÍBRIDO A SER UTILIZADO PELAS FORÇAS POLICIAIS



A Ford acaba de anunciar o lançamento do Police Responder, um carro híbrido destinado ao uso pelas forças policiais. 

O carro é basicamente um Ford Fusion com algumas modificações e dá seguimento a uma tradição: a empresa fornece veículos às polícias desde de que lançou seu Modelo T, em 1908. 

O Responder faz parte de um pacote de 13 veículos híbridos que a montadora vai anunciar até 2020. A empresa está investindo 4,5 bilhões de dólares em um plano de expansão de carros elétricos em seu portfólio. Além de aspectos ambientais, espera-se que em função das características do uso policial, o Rersponder gere grande economia de combustível.

A animação abaixo mostra uma evolução dos modelos fornecidos pela Ford às polícias americanas.    


terça-feira, 11 de abril de 2017

JOHN GLENN - UM HERÓI DA CORRIDA ESPACIAL


Glenn e a Friendship 7

Em 20 de fevereiro completaram-se 55 anos da viagem do astronauta John Glenn (1921-2016), o primeiro americano a voar em torno da Terra. Não foi o primeiro a ir ao espaço – o russo Yuri Gagarin foi o pioneiro, em abril de 1961, quando deu uma volta à Terra. A viagem de Glenn foi um fato marcante da corrida espacial, que atingiu seu ápice com a chegada à Lua em 1969.

Glenn, que era um piloto dos fuzileiros navais, voou em uma capsula chamada Friendship 7, com cerca de 3 metros de altura por 2 de largura, que deu 3 voltas ao redor da terra, atingindo uma altitude de cerca de 260 quilômetros, pousando no Oceano Atlântico depois de cerca de 5 horas de voo. 

Diferentemente dos russos, que só anunciavam suas viagens após a volta dos astronautas, os americanos anunciaram o voo previamente, tendo a TV dado ampla cobertura ao mesmo.

Glenn continuou na NASA até sua aposentadoria, tendo depois sido senador por 25 anos. Em 1998, com 77 anos voltou ao espaço, a bordo do ônibus espacial Discovery; até sua morte, continuou um ardoroso defensor da exploração do espaço com o uso de vôos tripulados. 

Para os apaixonados por computadores: o voo da Friendship foi monitorado por computadores IBM, que forneciam informações aos controladores sobre a localização da nave e determinaram o momento em que deveriam ser acionados os foguetes que fariam a Friendship pousar no Atlântico Norte.   Uma curiosidade: o pouso ocorreu a cerca de 40 milhas do ponto previsto, em função de uma falha de engenharia de software: o aplicativo que determinou o acionamento dos foguetes não levou em conta o peso que a nave perdeu durante a viagem ao ejetar os foguetes e outras partes que prejudicariam a aerodinâmica durante o pouso. Glenn teve que esperar 17 minutos para ser resgatado - o navio que o recolheu viu a nave quando esta estava descendo e foi em sua direção.  

Os computadores utilizados tinham uma capacidade de processamento de cerca de um milésimo (1/1000) daquela de um iPhone atual!  


sexta-feira, 7 de abril de 2017

MAIS ILHAS ARTIFICIAIS

A China construiu algumas pequenas  ilhas artificiais em pleno Oceano Pacífico, na área do arquipélago Spratly, assinalado no mapa acima.

Segundo o  'Asia Maritime Transparency Initiative' (AMTI), do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington, as ilhas abrigam  instalações navais e aéreas (inclusive uma pista de pouso), voltadas à vigilância e defesa, permitindo aos chineses deslocarem aviões e navios  militares para a região a qualquer momento. Imagens de satélites comprovam essas informações.

O governo chinês, por sua parte, nega estar militarizando a região, e afirma que os equipamentos ali instalados servem para manter a liberdade de navegação. 

É mais uma iniciativa de construção de ilhas artificiais, juntando-se às que receberam o Aeroporto Internacional de Kansai (em Osaka, no Japão) e o Aeroporto Internacional de Hong Kong, além de outras situadas em Dubai. Há casos de projetos que pretendem criar cidades fluentes, como relatamos em post anterior










terça-feira, 4 de abril de 2017

A BATERIA DE SEU NOTE DURA MENOS DO QUE DIZ O FABRICANTE

A Which?, organização inglesa que se propõe a realizar testes comparativos entre equipamentos de uso pessoal ou doméstico, apresentou os resultados de testes que mediam a durabilidade real da carga das baterias de notebooks frente à que os fabricantes informam. 

Os resultados foram mais ou menos os esperados: como regra geral, as cargas duram menos do que anunciam os fabricantes - a exceção foi a Apple. A figura abaixo mostra um resumo dos testes (não foram testadas máquinas da Samsung):