quinta-feira, 30 de agosto de 2018

MAIS ROBÔS PODEM SER NECESSÁRIOS




ROBÔS E TROLLS RUSSOS SEMEIAM MENTIRAS SOBRE VACINAS NO TWITTER

A análise de 1,8 milhão de tweets publicados entre julho de 2014 e setembro de 2017 revelou que robôs e perfis falsos baseados em território russo usam o Twitter para diminuir a confiança da população em campanhas de imunização em massa, especialmente difundindo inverdades.

Nos Estados Unidos, principal alvo das notícias falsas, 93% do conteúdo disponível sobre o assunto na rede social contém afirmações hostis à vacinação ou links perigosos – tudo produzido sob medida para combater as campanhas de imunização, que são essenciais para a saúde pública.

São produzidos posts que associam a vacinação a questões polêmicas, como preconceito de classe (a elite recebe vacinas mais puras que as pessoas comuns), sociedades secretas (não tome vacinas, os Illuminati estão por trás delas) e religião (eu não acredito em vacinas, eu acredito na vontade de Deus). 

Os tweets não necessariamente se opõem à prática: alguns zombam dos conspiradores, sempre de maneira ofensiva (não dá para consertar estupidez, deixe que eles morram de sarampo. Eu apoio a vacinação!) - a ideia parece ser dar a entender que há debate acerca do assunto.

Pais desinformados geralmente recorrem à internet para sanar dúvidas sobre a vacinação de seus filhos – e acabam sendo expostos a tantas mentiras que podem acabar pensando que não há consenso cientifico sobre a prática. 

Aqui mesmo no Brasil, a fraca adesão a campanhas de vacinação contra a pólio e o sarampo, por exemplo, já está ajudando a volta do sarampo ao nosso país, doença que era dada como erradicada por aqui. Pela primeira vez em 16 anos, todas as vacinas indicadas a menores de um ano no Brasil  ficaram abaixo da meta do Ministério da Saúde, que prevê imunização de 95% deste público. A maioria tem agora índices entre 70,7% e 83,9% —a exceção é a BCG, ofertada nas maternidades, com 91,4%. Os dados são do PNI (Programa Nacional de Imunizações).  

Temos que tomar muito cuidado com tudo isso e buscar esclarecer aqueles que nos cercam a respeito da importância da vacinação. A infectologista Letícia Lastória, da UNESP- Botucatu falou sobre o assunto à Rádio 9 de Julho - vale a pena ouvir. 

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

ESPECIALISTA FALA DE CIBERSEGURANÇA, RANSOMWARE E CIBERTERRORISMO

Segurança cibernética deve ser uma preocupação de todos, como relata Luiz Milagres, executivo dessa área na empresa de consultoria Ernst & Young (E & Y) em entrevista dada à TV Mackenzie. 

De acordo com relatos históricos, os gregos implementaram uma estratégia única para dominar a cidade de Troia, com a qual estavam em guerra. Após cercar a cidade por uma década, visando resgatar Helena (esposa do Rei de Esparta Menelau, sequestrada por Paris de Troia), os gregos construíam um cavalo de madeira gigante, e esconderam uma tropa de elite no seu interior. O restante do exército retirou-se por mar, levando os troianos a acreditarem que a guerra estava ganha e a trazer para o interior da cidade murada o imenso troféu. Durante a noite, o exército grego navegou de volta, enquanto os soldados escondidos no interior do cavalo abriram as portas da cidade, que foi destruída.
De acordo com o Relatório Global de Risco de 2018 (Global Risks Report 2018) publicado pelo Fórum Econômico Mundial, ataques cibernéticos contra negócios praticamente dobraram nos últimos cinco anos, com significativo impacto financeiro. Uma das modalidades mais utilizadas de ataques é o ransomware (“ransom”, em inglês, significa “resgate”) - e os ransomwares utilizam, em geral, uma técnica de invasão chamada “Cavalo de Troia”. O usuário recebe um e-mail, clica em um link falso e seus dados ficam indisponíveis. A liberação destes dados está condicionada ao pagamento de determinada quantia para o invasor, usualmente em criptomoedas para dificultar o rastreamento. Apenas em 2016, ainda segundo o Fórum Econômico Mundial, mais de 350 milhões novos de tipos de malwares (programas com objetivos nocivos aos usuários) foram detectados, e - pior ainda - qualquer um poderia comprar um “cavalo de Troia” por cerca de quinhentos dólares.
Mas a ameaça é ainda mais séria. Em maio de 2017 o mundo conheceu o ransomware “WannaCry” (traduzindo, “quer chorar”), que se propagou velozmente explorando uma vulnerabilidade do sistema Microsoft Windows que havia sido detectada e publicada alguns meses antes por outro grupo de hackers. A Microsoft disponibilizou as correções necessárias antes do surgimento do WannaCry, mas diversas empresas que não estavam com as atualizações em dia ou que estavam utilizando versões do sistema operacional que não estavam mais sendo suportadas foram infectadas. Poucos dias depois, a solução definitiva para o ataque (que foi originado na Coréia do Norte) foi disponibilizada - mas não antes de mais de duzentos mil computadores em cerca de 150 países serem infectados. Os setores impactados incluíram ministérios, rodovias, bancos, provedores de serviços de telecomunicações, de energia, fabricantes de carro e hospitais.
Isso significa que a própria infraestrutura das cidades - água, luz, esgoto, gás, ferrovias, aeroportos, rodovias, ruas - torna-se perigosamente vulnerável a ataques em uma sociedade conectada e supervisionada por sistemas artificiais. Tais ataques podem ter motivações políticas ou simplesmente pessoais, como no episódio protagonizado por Vitek Boden. Insatisfeito por não ter sido contratado pela companhia de esgotos de uma das regiões do estado de Queensland, na Austrália, Vitek invadiu o sistema da empresa no ano 2000 e fez com que oitocentos mil litros de esgoto fossem jogados em parques e rios do condado de Maroochy, a cerca de cem quilômetros de Brisbane.
O ciberterrorismo já é considerado uma ameaça real por governos ao redor do mundo, e muitos acreditam que as guerras do futuro serão travadas nesta arena. Com bilhões de pessoas e objetos conectados através da Internet das Coisas, torna-se imperativo que governos, empresas e indivíduos estejam cientes destas ameaças e capacitados a obter a proteção necessária.  

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

A ROBÓTICA AJUDANDO AS CRIANÇAS COM AUTISMO

O autismo,  a Síndrome de Asperger e alguns outros distúrbios similares são agora chamados em conjunto de  Transtornos do Espectro Autista – TEA.

Os portadores de TEA   se caracterizam pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos, embora com intensidades diferentes.  O TEA pode ser associado com deficiência intelectual, dificuldades de coordenação motora e de atenção e, na adolescência, seus portadores podem desenvolver ansiedade e depressão.

Algumas pessoas com TEA podem ter dificuldades de aprendizagem em diversos estágios da vida, quer no ambiente escolar quer em atividades  da vida diária, como, por exemplo, tomar banho ou preparar a própria refeição. Algumas poderão levar uma vida relativamente “normal”, enquanto outras poderão precisar de apoio especializado ao longo de toda a vida.

A tecnologia traz agora uma ferramenta que pode auxiliar no tratamento de crianças com TEA: trata-se de um robô desenvolvido por cientistas ligados  à Universidade de Luxemburgo, o QTrobot, que promete se conectar com as crianças por meio de expressões faciais (seu “rosto” é uma tela de LCD), movimentos corporais e conversas, gerando uma    interação envolvendo a criança e os profissionais que a atendem (médicos, psicólogos, pedagogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos etc.), tornando o tratamento mais eficaz , aliviando a ansiedade e reduzindo comportamentos típicos de autistas, como bater palmas com frequência. O robozinho vem com diversos programas educativos que incluem jogos, histórias, coreografias e até atividades esportivas; um vídeo sobre ele pode ser visto aqui. 

Em termos tecnológicos, os fabricantes garantem que ele pode ser facilmente programado e que funciona por horas seguidas. Por enquanto, a novidade só está disponível para profissionais das áreas de  saúde e  educação, mas os pesquisadores estão trabalhando em uma versão que possa ser usada em casa por mães e pais. Para mais informações, é preciso se cadastrar no no site da LuxAi.   

   

terça-feira, 14 de agosto de 2018

O ROBÔ QUE PREPARA 12O PIZZAS POR HORA

A robótica é cada vez mais usada no dia a dia das pessoas. Tanto que ela chegou à produção de alimentos. Um dos exemplos mais interessantes é o da empresa francesa Ekim, que apresentou uma máquina que pretende substituir os pizzaiolos de carne e osso.


A máquina é um robô de três braços que é capaz de preparar 120 pizzas por hora. Dessa forma, ele é três vezes mais rápido que um pizzaiolo humano.

Com investimentos da ordem de 2,2 milhões de euros, a máquina que recebe pedidos via internet. Depois, prepara a pizza, deixando-a pronta para entrega ou retirada pelo cliente, devidamente colocada na embalagem e cortada.

Há um cardápio pré-definido, mas os clientes podem pedir alterações na pizza, desde que sejam utilizados os ingredientes disponíveis. A massa é elaborada manualmente, da forma convencional.

A empresa francesa também está criando uma marca, a Pazzi (loucos, em italiano). Por meio de um sistema de franquia, ela pretende desenvolver uma rede de pizzarias robotizadas, que iniciará suas atividades no final deste ano, na França.

A ideia é vender pizzas com preços entre sete e catorze euros, dependendo dos ingredientes, e funcionar 24 horas por dia. O plano ainda é que sejam pizzarias pequenas, instaladas em lugares com grande fluxo de pessoas, como shopping centers e estações rodoferroviárias.

Aqui, você pode assistir a um vídeo (em francês) do robô pizzaiolo em pleno funcionamento.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Andrew Kay, um pioneiro da informática e o Kaypro II

Andrew Kay
Após formar-se em engenharia pelo MIT, Andrew Kay foi trabalhar no grupo Bendix e logo depois no Jet Propulsion Laboratory, da NASA, onde participou do projeto do Redstone, o primeiro grande míssil balístico americano.
Mais tarde, fundou sua própria empresa, a Non-Linear Systems, uma fabricante de instrumentos digitais famosos por sua robustez e por essa razão utilizados em aplicações de missão crítica, como naves espaciais e submarinos – ali, inventou o primeiro voltímetro digital, um grande avanço tecnológico para a época.

Em 1981, participando da West Coast Computer Faire,  conheceu o primeiro computador “portátil”, criado por Adam Osborne (veja o post “O primeiro computador portátil está fazendo 30 anos”); Kay apaixonou-se pelos portáteis.

Na feira do ano seguinte, Kay apresentou na feira sua própria máquina, o Kaypro II (o “II” para aproveitar o sucesso do Apple II). A máquina era vendida por US$ 1.795, valor hoje em torno de US$ 4.500, pesava cerca de 12 quilos e era chamado por muitos “luggable” (algo como “bagajavel”, equivalente a uma mala) ao invés de portátil; como mostra o anúncio abaixo, dizia-se que o software era gratuito - era uma estratégia de comercialização muito comum na época. 


Na medida em que a empresa de Osborne naufragava, o Kaypro tornou-se  o computador portátil mais vendido no mundo; em 1983, vendia 10.000 máquinas por mês - era a 5ª maior fabricante de computadores do mundo. Tinha usuários ilustres, como  Arthur C. Clarke que usando um deles escreveu “2001 – uma odisseia no espaço”. O empreendedor Stephen Case ligou-o a um modem, dando inicio aos trabalhos que levaram à criação da AOL — America Online, uma das maiores companhias de Internet de todo o mundo.

Mas como acontece com frequência no mundo da tecnologia, Kay cometeu um erro estratégico fatal: demorou a perceber que o MS-DOS tornara-se um padrão, o que acabou levando sua empresa à falência em 1990.

Kay, no entanto, continuou apaixonado por computadores – até os 90 anos continuou produzindo máquinas de forma artesanal, vendendo-as em uma pequena loja no sul da Califórnia.

Morreu em 28 de agosto de 2014, aos 95 anos.  

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

A ADOÇÃO DE UM MODELO ÚNICO DE CARREGADOR DE CELULAR

A União Européia vem estudando medidas para tornar obrigatória a utilização de um modelo único de carregador de celular, após observar a falta de progresso dos fabricantes de celulares em relação a esse objetivo - 14 empresas, incluindo Apple, Samsung, Huawei e Nokia haviam se comprometido a adotar o carregador universal a partir de 2011, o que não aconteceu.
Além das queixas dos usuários acerca do uso de diferentes carregadores para seus telefones, a UE lembra que são geradas mais de  51 mil toneladas de lixo eletrônico ao ano, apenas pelo descarte de carregadores. 

terça-feira, 7 de agosto de 2018

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL MAL USADA PODE GERAR PROBLEMAS

O portal Superinteressante publicou matéria dando conta que no final de 2016, a Amazon lançou o Rekognition, um serviço online que usa inteligência artificial para analisar e classificar imagens. 

No ano seguinte, a empresa começou a oferecê-lo para a polícia: várias cidades dos EUA, como Orlando e Washington County (Oregon), se tornaram usuárias do sistema, que consulta bancos de dados com dezenas de milhões de fotos e consegue reconhecer até 100 pessoas numa só imagem.

Isso despertou o receio de que o Rekognition possa ser usado para monitorar a população e gerou polêmica nos Estados Unidos, onde 70 ONGs assinaram uma carta pedindo à Amazon que pare de fornecer essa tecnologia para uso policial

Mas ele tem uma característica que pode ser ainda pior: é impreciso. Uma experiência feita pela American Civil Liberties Union, uma entidade de defesa dos direitos civis, comparou fotos de todos os congressistas (deputados federais) dos EUA com uma base de dados com 25 mil imagens de pessoas que haviam sido presas. O teste custou apenas US$ 12 (pagos à Amazon pelo uso do serviço).

O robô comparou todos os rostos, e afirmou que 28 dos 425 deputados eram criminosos. O engano significa que, na prática, o Rekognition pode levar a polícia a prender as pessoas erradas. Em alguns grupos, como o de deputados afrodescendentes, a margem de erro foi ainda maior – 40% dos parlamentares injustamente acusados eram negros.

A Amazon se defendeu afirmando que a ACLU usou o software de forma errada, e que a polícia não confia cegamente nele (toda identificação feita pelo sistema tem de ser revisada por um humano).

Com tudo que temos visto sobre políticos, será que o software estava mesmo errado?????

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Serviços online de aluguel de imóveis são pressionados

O New York City Council (NYCC), uma espécie de Câmara Municipal daquela cidade, aprovou, unanimemente, proposta de lei que restringe as atividades do Airbnb e de outros serviços online de aluguel de imóveis.

A ideia é dificultar o aluguel de apartamentos a turistas que visitam New York; segundo o NYCC, esse tipo de aluguel agrava a crise habitacional na cidade, pois os proprietários de imóveis podem ganhar mais alugando-os por curtos períodos do que a pessoas que iriam efetivamente morar neles. Segundo um estudo, esses proprietários ganharam em 2016 um adicional de US$ 616 milhões alugando via serviços online.

Se transformada em lei, a proposta colocaria a cidade em pé de igualdade com lugares como San Francisco, New Orleans, Barcelona e Vancouver, que já têm regras similares às que estão sendo propostas: basicamente, um apartamento apenas poderá ser alugado por períodos inferiores a 30 dias se o proprietário residir no local.

New York é o maior mercado para o Airbnb: cerca de 50.000 apartamentos são regularmente alugados por esse meio – em San Francisco, quando a lei entrou em vigor, os aluguéis feitos com auxílio desse serviço caíram pela metade.

O Airbnb reagiu à proposta afirmando que se trata de medida fomentada pelos hotéis, que estão vendo sua taxa de ocupação cair; a empresa inclusive publicou uma lista de doações eleitorais feitas pelos hotéis aos membros do NYCC.

É mais uma briga resultante do crescimento do uso das modernas tecnologias que, para o bem e para o mal, estão se consolidando.