segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

MAIS SOBRE MAINFRAMES E COBOL



Cezar Taurion foi um executivo da IBM, veterano na área de Tecnologia da Informação. 

Escreveu um e-book muito interessante, chamado “Bar do Z – um papo informal sobre mainframes”, que está disponível em http://www.smashwords.com/books/download/3245/1/latest/0/0/bar-do-z-um-bate-papo-informal-sobre-mainframes.pdf.

Esse livro traz algumas informações muito interessantes sobre esse tipo de máquina, que já foram dadas como mortas por muitos, mas que seguem firmes e fortes – neste blog já escrevi alguma coisa acerca do tema. Dentre essas informações, selecionei algumas para vocês: 

· Mainframes processam mais de 80% de todas as transações eletrônicas globais

· Mais de 95% de todos os dados do sistema financeiro mundial são processados em mainframes

· Substituir todos os sistemas programados em COBOL (cujo uso normalmente está associado ao uso de mainframes) custaria cerca de US$ 20 trilhões

· Estima-se que existam cerca de 200 bilhões de linhas de código em COBOL rodando pelo mundo afora, e que todo ano pelo menos mais 5 bilhões de novas linhas de código COBOL são colocadas em produção

· Mais de 900.000 profissionais de TI tem como atividade principal o desenvolvimento e a manutenção sistemas em COBOL 

· Os mainframes System Z da IBM tem índice de disponibilidade de 99,999%, downtime (paralisações) de menos de 5,3 minutos por ano, havendo casos de máquinas que operam há mais de 13 anos sem um único downtime

· O consumo de energia dos mainframes vem caindo seguidamente, tendo decrescido 16 vezes desde 1995.

Baixem o livro e divirtam-se!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

E-BOOKS: TRIBUTAÇÃO E MERCADO

Muitas vezes, o que determina o sucesso ou o insucesso de uma tecnologia não são suas qualidades intrínsecas, mas fatores externos à mesma; exemplo típico foi o fato dos videocassetes VHS terem vencido os Betamax: a estratégia da JVC, criadora do VHS, que abriu sua tecnologia foi suficiente para bater a Sony, que pretendia manter Betamax como uma tecnologia fechada.
Agora, com os livros eletrônicos (e-books), parece estar acontecendo a mesma coisa na Europa; desta vez, fatores ligados à tributação parecem estar retardando o crescimento do número de usuários dessa tecnologia.
Em quase toda a Europa, os e-books pagam 25% de impostos, enquanto os livros tradicionais pagam muito menos, sendo em alguns países, como no Reino Unido, totalmente isentos.
Apesar dessa diferença, a venda de e-books deve crescer em 2011 cerca de 20% em relação aos € 350 milhões vendidos em 2010; já os livros tradicionais, que representam 98% de todas as vendas de livros, devem crescer apenas cerca de 2% em relação a 2007!
Nos Estados Unidos, a tributação sobre os e-books é similar à dos livros convencionais, variando de estado para estado, havendo desde isenção total até impostos da ordem de 10%.  Nesse país, as vendas de e-books atingiram US$ 878 milhões em 2010, cerca de 6,4% da venda total de livros; a participação maior dos e-books no mercado americano talvez seja influenciada por essas diferenças tributárias.
Alguns países da Europa vêm estudando a redução das taxas, mas esse processo certamente será dificultado pela crise econômica que a região vem vivendo, que faz com que os governos evitem reduzir impostos. Nesse ponto, outros fatores podem influenciar: o governo britânico já percebeu que muitos de seus cidadãos deixam de comprar e-books de empresas estabelecidas naquele país para comprarem da Amazon Luxemburgo, onde os tributos são menores.
Aqui no Brasil, ainda não há uma posição definitiva sobre o assunto: e-books  ora são considerados isentos, ora tributáveis, dependendo dos tribunais que julgam o assunto;  juristas se perdem em discussões bizantinas, como aqueles que dizem que a Constituição proíbe a tributação sobre livros, mas que e-books não são livros e portanto devem ser  tributados, se opondo aos que tem uma visão mais atualizada.
Tudo isso pode acabar no momento em que uma Amazon da vida se associe a editoras brasileiras e passe a vender e-books em português a partir de sua base fora do país, fazendo-nos perder, não só os impostos, mas também empregos.