domingo, 22 de fevereiro de 2015

BRIGADEIRO PACITTI: UM PIONEIRO DA COMPUTAÇÃO NO BRASIL

O Major-Brigadeiro Tércio Castro Pacitti, falecido aos 85 anos em 2014, foi um dos pioneiros da computação no Brasil. Natural de Piracicaba, o Brigadeiro formou-se em primeiro lugar na turma de 1952 do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Concluiu o mestrado em 1961 e doutorado dez anos depois no Departamento de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação da Universidade da Califórnia em Berkeley, Estados Unidos. 
Reitor do ITA entre 1982 e 1984, idealizou e criou seu curso de Engenharia da Computação, tema pelo qual se apaixonou no início da década de 60, no Laboratório de Processamento de Dados do ITA, onde era professor. Nesse laboratório foram instalados os computadores IBM 1620 e IBM 1130 usados ao longo de dez anos nos cursos de graduação da instituição. 
Atuou também na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde foi o primeiro chefe do Departamento de Cálculo Científico, mais tarde, conhecido como Núcleo de Computação Eletrônica (NCE) e desde 2010 chamado Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais. Conduziu também o processo de introdução da informática na FAB.
Escreveu vários livros na área de informática: o Fortran Monitor - Princípios vendeu 250 mil exemplares entre 1967 a 1987 -  aqueles que usaram esse livro criaram a expressão   “levar o Pacitti para a sala de aula”;  Do Fortran à Internet, retrospecto história da informática no mundo está na terceira edição. O mais recente foi Paradigmas do Software Aberto, lançado em 2006. 
O Brigadeiro foi também presidente do Conselho de Informática do Estado do Rio de Janeiro de 1987 a 1990, pertenceu à Academia Nacional de Engenharia e foi consultor científico da presidência da Consist.
Sua atuação realmente foi fundamental no sentido de trazer tecnologia à nossa vida diária. Em um país como o nosso, seria interessante saber se existe alguma rua com seu nome ou se ele é ainda apresentado aos nossos estudantes...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

OS SMARTPHONES XIAOMI ESTÃO CHEGANDO AO BRASIL

Há rumores no sentido de que a Xiaomi, quinta maior fabricante de smartphones  no mundo e líder na China, deve iniciar em março a produção dos seus primeiros protótipos no Brasil.
A empresa diz que pretende estrear no mercado brasileiro neste semestre – há rumores que as máquinas serão fabricadas aqui pela Foxconn, em suas fábricas de Jundiaí e Indaiatuba – a empresa  estaria adaptando uma das linhas de produção para fabricar os produtos da Xiaomi – é possível que a chegada ao mercado ocorra   no final de abril ou em maio. 
A Xiaomi já obteve homologação da Anatel para vender no Brasil o Redmi Note 4G, smartphone com tela de 5,5 polegadas (mesmo tamanho da tela do iPhone 6 Plus), câmera frontal de 13 megapixels e câmera traseira de 5 megapixels.
Como outros modelos da marca, o Redmi Note 4G roda uma versão modificada do Android; na Índia, esse aparelho custa o equivalente a 454 reais. 
Na Ásia, a Xiaomi vende seus produtos pela internet, diretamente aos consumidores. É uma maneira de reduzir custos e manter os preços baixos; ainda não se sabe qual será o sistema de vendas no Brasil. Rumores dizem que a empresa estaria negociando parcerias com operadoras.
A combinação de produtos atraentes com preços agressivos permitiu à Xiaomi conquistar a liderança   do mercado chinês em 2014, ultrapassando a Samsung, a antiga líder.
Mundialmente, a Xiaomi está atrás de Samsung, Apple, Lenovo/Motorola e Huawei, com 16,6% de participação no mercado no último trimestre de 2014. Seu crescimento em 2014, em número de aparelhos vendidos, foi de 179%.
EXAME.com experimentou o smartphone Redmi Note 4G; veja as impressões do pessoal de EXAME no vídeo abaixo:
Como curiosidade, vale lembrar que o vice-presidente de produtos e operações da Xiaomi é o brasileiro Hugo Barra, ex Google.    

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

BRIDGESTONE – NÃO APENAS UMA FABRICANTE DE PNEUS, MAS UMA DESENVOLVEDORA DE TECNOLOGIA


A família de Shojiro Ishibashi possuía uma fábrica de calçados; no início da década de 1930, buscando novas oportunidades, ele começou a fabricar pneus, fundando em Kurume, subúrbio da cidade de Fukuoka, a Bridgestone Tire & Co. O nome da empresa derivava do próprio sobrenome do fundador (“Ishibashi”, em inglês, significa “Stonebridge”, ou “ponte de pedra”). Por questão de sonoridade, inverteu o nome, nascendo assim a BRIDGESTONE, que além de pneus começou logo a fabricar correias, mangueiras, componentes para isolamento de vibrações, bolas de golfe e borracha sintética..
Durante a Segunda Guerra Mundial a empresa dedicou-se a abastecer a máquina de guerra japonesa. Em 1942, devido à restrição na utilização de nomes americanos, a empresa passou a se chamar Nippon Tire, Co., nome que utilizaria até 1951.
Com o fim do conflito, apesar de ter parte de suas instalações destruídas, a empresa retomou a produção quase que imediatamente. Foi neste momento que a BRIDGESTONE começou a produzir pneus para motocicletas e aeronaves, além de comercializar o primeiro pneu japonês com bandas de rayon em 1951.
No início dos anos 60, a BRIDGESTONE lançaria no mercado o primeiro pneu radial do mundo.  Nesta época a empresa produzia uma vasta gama de produtos em borracha, além de pneus; era igualmente o primeiro fabricante japonês de bicicletas e tinha uma linha de produção de veículos, que construía mais de 5.000 automóveis e caminhões por mês. Em 1967, lançou o BRIDGESTONE RD10, o primeiro pneu radial do mundo para carros de passeio.
Ishibashi morreu aos 88 anos em 1976. Na época, além de dominar o mercado japonês de pneus, a BRIDGESTONE já os comercializava com sucesso no mercado norte-americano. Essa década ainda foi marcada pelo desenvolvimento de uma tecnologia para converter os pneus usados em combustível para fornos de cimento.
Em 1987, começou a comercializar a tecnologia RUNFLAT (RFT), que permitia ao pneu rodar com segurança  mesmo depois da perda de ar. O Porsche 959 foi o primeiro modelo de produção em série a utilizar pneus com esta tecnologia, que a principio fora pensada para equipar veículos de pessoas com deficiência física, que teriam dificuldade para substituir pneus murchos.
Em 1988, a BRIDGESTONE comprou a tradicional Firestone, então a segunda maior produtora de pneus dos Estados Unidos; em 2007 a empresa comprou a Bandag, fundada em 1957 e líder na produção de materiais e equipamentos para recapagem de pneus. A Bandag, que possui uma rede com mais de 900 revendas franqueadas, produz e comercializa pneus recapados, além de prestar serviços de gerenciamento na área.
Recentemente a empresa mudou radicalmente e inovou na venda de seus produtos. Hoje ela não só vende pneus, mas presta serviços aos seus clientes frotistas; a empresa desenvolveu sensores que são conectados a um software, que armazena dados sobre o desgaste dos pneus; através da leitura destes dados, a BRIDGESTONE dá feedback aos seus clientes, que podem gerenciar melhor o uso de seus pneus.
Atualmente a BRIDGESTONE fabrica pneus para carros de passeio, veículos para construção, veículos comerciais, máquinas agrícolas, ônibus, caminhões, aeronaves, motocicletas, carros de corrida e até mesmo trens de  metrô.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

BULOVA: TRADIÇÃO E TECNOLOGIA


A história da marca BULOVA começou em 1875 quando um imigrante tcheco de apenas 23 anos, chamado Joseph Bulova, abriu uma pequena joalheria em Nova York, depois de ter trabalhado grandes joalherias como Tiffany & Co. e Young & Ellis. Em 1911 ele começou a produzir e vender relógios de mesa e de bolso, tendo no ano seguinte inaugurado sua primeira fábrica para produzir componentes de relógios na cidade de Bienne, Suíça.  -
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A linha Caravelle New York, reforçando
 a ligação da marca com a cidade
Em 1920 a empresa mudou sua sede para a famosa Quinta Avenida, onde pouco depois instalou o Observatório Bulova: foi o primeiro observatório instalado no alto de um arranha-céu, coordenado por um matemático que registrava suas observações eletronicamente e as disponibilizava para os técnicos da empresa, que utilizavam essas informações para garantir a precisão das máquinas que fabricavam. Desde 2014, sua sede está instalada no famoso Empire State Building.
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O nome BULOVA WATCH COMPANY foi adotado em 1923, época em que a empresa atingiu um nível de padronização e precisão tão grande que foi a primeira a fabricar relógios que podiam intercambiar entre si peças de modelos diferentes. Em 1924 é lançada a primeira linha de relógios femininos. Dois anos depois a marca veicula nacionalmente seu primeiro comercial de rádio, repetindo o slogan “At the tone, it’s 8 PM, B-U-L-O-V-A watch time”.

Em 1926, a BULOVA introduziu no mercado o primeiro rádio relógio do mundo. Os primeiros relógios elétricos foram produzidos em 1931, incluindo os relógios para serem usados em paredes, lojas, janelas e prédios de escritórios. No dia 1 de julho de 1941, a empresa lançou um o primeiro comercial para televisão do país: uma foto simples de um relógio e um mapa dos Estados Unidos, com o locutor dizendo a frase “America runs on Bulova time”. O comercial com 20 segundos de duração e exibido antes um jogo de baseball entre o Brooklyn Dodgers e Philadelphia Phillies, custou míseros US$ 4.
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Durante a Segunda Guerra Mundial, todas as linhas de produção da empresa foram disponibilizadas para a manufatura de equipamentos militares de precisão - a empresa fornecia às forças armadas relógios, instrumentos de precisão e equipamentos aeronáuticos. A Joseph Bulova School of Watchmaking foi inaugurada em 1945 por Arde Bulova, filho do fundador da empresa, inicialmente para dar qualificação aos veteranos da Segunda Guerra Mundial que nela adquiriram alguma deficiência.

A partir da década de 50, a BULOVA iniciou um período de
O Bulova Accutron II
grande desenvolvimento, introduzindo no mercado produtos inovadores: em 1952 começou a desenvolver o modelo Accutron, primeiro relógio totalmente eletrônico, lançado em 1961 e até hoje em produção; no ano seguinte, lançou os relógios à prova de choque e com alarme; o modelo Caravelle se tornou o relógio mais vendido dos Estados Unidos em 1968; e no ano seguinte a empresa introduziu no mercado o modelo Accuquartz, primeiro relógio de quartzo do mundo.
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O empenho da BULOVA em inovar aumentou o prestígio de seus relógios, gerando um  convite da NASA, na década de 60, para construir mecanismos de precisão usados nas missões espaciais da agência  Essas inovações usadas no espaço ajudaram a analisar o movimento da Terra tendo como referência outras estrelas além do Sol, aumentando a precisão e descobrindo que um dia sideral tem exatamente 23 horas, 56 minutos e 4 segundos.

Na década de 70 a empresa foi adquirida pela Loews Corporation. Nos anos seguintes a marca apresentou inovações, não somente em termos tecnológicos, mas também na área de design de seus relógios. No dia 10 de janeiro de 2008, a BULOVA foi comprada pela Citizen por US$ 247 milhões, se tornando uma subsidiária da empresa japonesa.


Para encerrar, um fato interessante: em 2008 um relógio BULOVA automático, perdido no mar por um marinheiro em 1941, foi encontrado após 67 anos e devolvido ao seu proprietário. O mais incrível desta história é que o relógio ainda funcionava...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

OS NAVIOS PLATAFORMA - MESMO A MAIS MODERNA TECNOLOGIA PODE SOFRER ACIDENTES



Em 11 de fevereiro ocorreu uma
Um verdadeiro gigante 
explosão a bordo de um navio plataforma que opera na exploração de gás e petróleo em nossas costas.

Essas embarcações utilizam tecnologia muito atualizada, complexa. Neste post, procuraremos dar aos nossos leitores uma ideia de como elas funcionam, utilizando material de "O Estado de S. Paulo".

O navio acidentado, o “Cidade de São Mateus” foi construído em 2009, tem 74 tripulantes e capacidade para processar 10 milhões de metros cúbicos de gás por dia. 
O "Cidade de São Mateus"

O gás ou petróleo extraído dos poços submarinos é transferido por dutos até o navio, onde é processado e armazenado; periodicamente um navio petroleiro, chamado “aliviador” recebe o produto processado e o transporta para terra.

A operação
Vamos esperar que os feridos se recuperem rapidamente, as famílias dos mortos possam superar o trauma, que o acidente não piore a situação da já combalida Petrobrás e que o "São Mateus" volte logo a operar plenamente em nosso mar azul. 


terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

CUIDADO: SUA TV SAMSUNG PODE ESTAR TE ESPIONANDO!

A Samsung informou que seus aparelhos de TV podem transmitir dados de usuários a terceiros, tornando-se a mais recente empresa de tecnologia a enfrentar uma reação negativa sobre como os dados dos seus usuários são obtidos (e utilizados).
A maior fabricante de TVs do mundo disse que seus aparelhos com conexão à internet podem coletar conversas privadas quando os usuários ativam a função de reconhecimento de voz. Disse também que os consumidores podem ligar e desligar a função em qualquer momento – coisa que evidentemente poucos consumidores sabem ou fazem.  

Quando um usuário dá um comando de voz a uma TV conectada à internet, os dados são enviados a um servidor que vai procurar o conteúdo solicitado; a partir daí, outras conversas podem ser capturadas.
As práticas de coleta de dados pelas  TVs da Samsung estão contidas nos contratos de credenciamento do usuário, a chamada “click-to-agree screen” (“tela de clique para aceitar”), que aparece durante a instalação da tecnologia mais atual – mais uma vez, temos a certeza de que a absoluta maioria dos usuários simplesmente aceita, sem saber o que está aceitando...
O Google,  o LinkedIn e o Yahoo já foram processados por clientes por causa da forma com que coletam dados; a Apple atualizou suas políticas de privacidade no ano passado para garantir aos usuários que os dados estão seguros.
No mundo digital, terra sem lei, cautela nunca é demais...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

PANERAI MARE NOSTRUM: DESIGN ANTIGO, TECNOLOGIA MODERNA

A Officine Panerai é uma empresa fabricante de relógios fundada em 1860, na cidade de Florença, Itália. Apesar de atualmente seus relógios serem fabricados em Neuchâtel, na Suíça, a marca sempre teve fortes vínculos com a Itália, inclusive fornecendo relógios para a Marinha Real Italiana (Regia Marina Italiana).
Brasão da Regia Marina
Em 1943, a Panerai apresentou o protótipo do “Mare Nostrum”, um relógio de altíssima qualidade para uso dos oficiais da Regia Marina, mas que jamais foi fabricado em série, pelo fato de a Itália ter se retirado da guerra naquele ano.
Mare Nostrum (Nosso Mar) é um termo que foi usado na Roma antiga para designar o Mar Mediterrâneo, pelo fato de a maior parte de sua costa ser controlada pelo Império Romano.
Muito tempo depois, na década de 1940, a Itália fascista voltou a referir-se a ele como Mare Nostrum, pois ao longo da Segunda Guerra Mundial era forte a presença da frota italiana na área.
O novo Mare Nostrum
Em 2015, durante o Salão Internacional de Alta Relojoaria que aconteceu em meados de janeiro, em Genebra, na Suíça, a Panerai apresentou um novo modelo Mare Nostrum, fabricado em titânio e utilizando um mecanismo moderno, muito sofisticado e preciso, com design similar ao do protótipo.
É mais um caso em que novas tecnologias evocam design antigo, criando um produto muito exclusivo: foram fabricadas apenas 150 unidades, que chegaram ao mercado  com um preço ao redor de € 35 mil.
Para os interessados, vale lembrar que a  Panerai conta com uma loja própria em São Paulo, no Shopping JK Iguatemi.