quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A TECNOLOGIA AMEAÇANDO OS CORREIOS

Algumas instituições seculares estão sendo ameaçadas pela evolução da tecnologia: no último dia 11, os correios do Canadá anunciaram que, até 2020,  vão acabar com a entrega de cartas nas casas -  8 mil carteiros perderão seus empregos e o cidadão deverá  retirar suas cartas nos postos de correio. É  o primeiro país em que isso acontece.
A decisão foi tomada depois que o volume de cartas naquele país caiu 25% em  cinco anos. Diante dessa realidade e vendo seu déficit chegar a   um bilhão de dólares em 2020, a empresa tomou essa decisão – o uso da Internet foi a principal causa da queda de movimento; além disso, em países como esses, a entrega de encomendas ocorre através de empresas como a DHL e a UPS.
Obviamente, essa é uma realidade que atinge apenas países ricos, onde a taxa de penetração da Internet chega a mais de 80% da população; em países emergentes,  a Internet ainda não chega a 30% das casas. No Brasil, os Correios são os responsáveis pela entrega da maior parte das encomendas, graças a medidas protecionistas que o governo adota (e que a população como um todo paga...).
Segundo  dados da União Postal Universal, com sede na Suíça, o número de cartas entregues pelo mundo caiu em 16% nos últimos cinco anos, algo inédito na história do setor, mesmo durante guerras. Cerca de 40 bilhões de cartas deixaram de ser entregues desde 2008 no mundo e outras empresas começam a pensar em soluções para rever a forma de atuação e a importância dos carteiros.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Publicidade: Internet ganha cada vez mais espaço

A ZenithOptimedia publicou recentemente estudo acerca da distribuição dos investimentos globais em publicidade.
É impressionante o crescimento da Internet no período 2005-2013: ela agora é a segunda colocada, perdendo apenas para a TV – a Internet termina 2013 com   uma fatia de 20,26%  dos investimentos, contra 40,2% da TV.
A pesquisa  diz ainda que a Internet, que roubou participação dos jornais, revistas e rádio, como mostra o gráfico abaixo, passará a atacar agora a TV, devendo em 2016 deter  26,6% do bolo publicitário mundial.  Uma curiosidade é que os outdoors, talvez a forma de publicidade mais “tosca”,  tiveram sua participação ligeiramente aumentada.

São dados que precisam ser avaliados cuidadosamente pelos publicitários e marqueteiros. 

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Drones na vida diária


Os drones, veículos aéreos não tripulados, estão chegando à nossa vida diária.
A Amazon está fazendo testes com drones para fazer entregas de encomendas em até 30 minutos. A informação foi dada na noite de domingo, 01/12, pelo CEO da empresa, Jeff Bezos, em entrevista dada ao jornalista Charlie Rose no programa "60 Minutes" da rede CBS.
O novo serviço está sendo chamado "Prime Air". Ao que parece, a ideia é que um consumidor poderá fazer pedidos solicitando a entrega expressa e terá o produto em casa em 30 minutos. A encomenda é colocada em uma caixa plástica acoplada ao "octóptero" (como está sendo chamado o drone), que levanta vôo direto para a casa do cliente.
Bezos acredita que terá drones em operação dentro de quatro a cinco anos. Segundo o empreendedor, há questões regulatórias a serem resolvidas, tais como regras para tráfego aéreo, bem  como necessidade de testes intensivos.

O executivo tinha avisado antes da abertura do programa que teria "uma surpresa" para os telespectadores  e já tinha pronta uma página na qual mostra um vídeo mostrando testes e fotos do drone, que pode ser visto clicando-se na imagem abaixo:




quarta-feira, 20 de novembro de 2013

ROUBO DE CELULARES: OPERADORAS SÃO CONTRÁRIAS AO USO DE KILL SWITCHES PARA PREVENÇÃO

Kill Switches (KS) são dispositivos de software que permitem ao usuário desativar definitivamente  um celular; a ideia é utiliza-los para inutilizar celulares roubados, desestimulando assim esses roubos.
Organizações que representam os usuários, o poder público e fabricantes , entre eles a Samsung, vem discutindo a incorporação desses dispositivos aos celulares, mas as operadoras americanas (AT&T, Verizon Wireless, T-Mobile, Sprint e outras) são contrárias à ideia.
George Gascón, District Attorney de San Francisco, disse ter e-mails comprovando que a posição das operadoras decorre de sua preocupação com a queda de lucros, já que em seus planos quase sempre estão embutidos seguros (muito rentáveis para as operadoras ) contra perda e roubo dos aparelhos, que não seriam contratados por boa parte dos usuários caso a instalação dos KS desestimulasse os roubos e furtos.   
O problema tende a ganhar novas dimensões, já que o mercado segue crescendo: em 2012 o valor dos celulares vendidos nos Estados Unidos atingiu US$ 69 bilhões -  os roubos e furtos desses equipamentos segue no mesmo sentido: 1,6 milhões de celulares em 2012, representando entre 20 e 40% dos crimes nas grandes cidades. A situação chegou a tal ponto que a polícia de Nova Iorque  criou a expressão  “Apple picking”   para designar esse tipo de crime -  algo como “colheita de maçãs”, brincando com a marca Apple.  Muitas dessas máquinas roubadas acabam por ser vendidas no exterior; cabe lembrar que esses roubos podem gerar ferimentos e mesmo mortes.

Ao se posicionar contra os KS, as operadoras invocam razões de segurança, afirmando que hackers poderiam acessar  os celulares usados por policiais e por funcionários do Departamento de Defesa, embora muito provavelmente as causas desse posicionamento sejam mesmo de natureza econômica.  

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

DESENVOLVENDO E DEFENDENDO AS FRONTEIRAS DO BRASIL – COM QUASE NENHUMA TECNOLOGIA

Para quem vive nas cidades, a presença da tecnologia na vida diária parece muito natural: energia elétrica, água, telefone, internet, transporte, hospitais – tudo está disponível e parece existir desde sempre.
Roraima
Mas existem brasileiros que vivem realidades muito diferentes. Convivemos recentemente com alguns desses brasileiros, os militares que servem nos PEF - Pelotões Especiais de Fronteira, na Amazônia – mais especificamente, o 1º PEF, sediado em Bonfim, Roraima, na fronteira com a Guiana, que é separada do Brasil pelo rio Takatu.
O 1º PEF faz parte da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, com sede em Boa Vista, a capital de Roraima –  a missão da Brigada é, além das que são inerentes ao Exército como um todo, participar do desenvolvimento e da vivificação da fronteira setentrional do Brasil, o que faz através de suas unidades, dentre as quais, seis PEF.
O espírito do Exército na Amazônia
O trabalho desses PEF é basicamente patrulhar as fronteiras, desenvolvendo operações destinadas ao combate ao tráfico de armas e drogas, contrabando, garimpo e desmatamento ilegais etc. Além disso, o Exército executa atividades subsidiárias, com ênfase no apoio à população civil tanto em situações de emergência, e catástrofes naturais como no dia-a-dia de uma região marcada pela fraca presença do Estado – aliás, a integração dos militares e suas famílias com a comunidade local está entre as prioridades do Exército, como forma de alavancar o desenvolvimento dessas comunidades.
Tropa do 1º PEF
Os militares de carreira que servem nos PEF são em sua maioria, casados, tem filhos e vem de outras regiões do país (os soldados são da área). 
A vida na selva é dura

Sua vida é árdua: o fornecimento de energia elétrica não é constante, os médicos militares, quando existem, usualmente são recém-formados que não dispõem de recursos sofisticados, é constante a presença de animais como cobras e escorpiões, alguns PEF só podem ser acessados por avião ou barco, o clima é muito quente, as comunicações (telefones, internet) não estão disponíveis em muitos deles e são irregulares em outros etc.
Família: apoio e preocupação do soldado
Nos PEF isolados, os aviões chegam a cada trinta dias aproximadamente. Quando as condições meteorológicas, problemas na pista ou falta de equipamento não permitem a entrega de suprimentos, a comida passa a ser controlada, e os animais criados nos PEF acabam sendo servindo para mitigar a fome – em casos extremos, a caça e a pesca são as alternativas.  
Como se pode ver, a vida nesses locais é muito dura, mas podemos observar nos que ali vivem e trabalham uma grande disposição em servir e um grande amor pelo Brasil. Devemos procurar conhece-los melhor, apoia-los e manifestar nossa gratidão a eles;  cumprimentemo-los empregando a expressão que normalmente usam: Selva!

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O uso de celulares e tablets em sala de aula

O uso de celulares e tablets em sala de aula ainda é assunto polêmico, para alguns (o que não é nosso caso).

Para dar mais subsídios aos interessados no assunto, já que, para o bem ou para o mal essas tecnologias já chegaram às nossas escolas, quase sempre de forma muito pouco organizada, sugerimos o texto "10 dicas e 13 motivos para usar celular na aula", publicado no blog Porvir, em 

A partir do texto, pode-se acessar um documento acerca do assunto produzido pela UNESCO e um infográfico, que reproduzimos abaixo:


domingo, 27 de outubro de 2013

Janelas inteligentes: racionalizando o uso de eletricidade

A revista Nature, um dos periódicos científicos mais importantes do mundo, publicou em 24 de outubro um artigo relatando que pesquisadores chineses desenvolveram uma janela inteligente (smart window), capaz de se adaptar às condições climáticas e poupar ou gerar energia elétrica, racionalizando o uso de eletricidade com sistemas de iluminação, aquecimento e resfriamento do ambiente – isso pode ser muito importante na China, onde as temperaturas oscilam muito e prédios extremamente altos são cada vez mais comuns.
Segundo os responsáveis pelo projeto, o grande diferencial dessa janela  para os modelos já existentes é o uso do óxido de vanádio (VO2) como meio para a incorporação de células fotovoltaicas capazes de gerar energia.
Esse componente possibilita que a janela consiga gerar energia a partir dos raios solares sem perder sua transparência, tendo suas propriedades reguladas com base na temperatura: quando o ambiente externo está abaixo de uma temperatura específica, o VO2 atua como isolante térmico e permite a entrada da luz infravermelha. Ao ultrapassar esse determinado valor, o material passa a ser reflexivo.
Assim, a janela consegue manter uma temperatura agradável no interior do edifício; além disso, ela possui painéis que captam os raios solares e os transformam em energia, que pode ser usada para iluminação

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Melhorando o acesso à Internet onde não chega a banda larga

A Telefônica Vivo está lançando, em todo o estado de São Paulo, o Vivo Internet Box, solução que utiliza as redes 3GPlus ou 4G para conectar  nossas casas à internet. O serviço tem como principal vantagem chegar aonde a banda larga fixa tradicional – que usa a rede telefônica ou cabo – não chega, principalmente na zona rural, litoral e áreas mais periféricas das cidades paulistas.
Para acessar o serviço, precisamos apenas plugar o Vivo Internet Box em qualquer tomada elétrica da residência para que o sinal Wi-Fi esteja disponível simultaneamente para até cinco aparelhos, como tablets, laptops e desktops. Além do uso simultâneo, o serviço tem a vantagem de proporcionar melhor  estabilidade na conexão e poder ser levado para qualquer outra casa em que haja cobertura 3GPlus ou 4G (ou seja, onde há sinal de celular).
Há diversas opções de preço para o serviço, dependendo de sua capacidade – a título de exemplo, a franquia de   10GB  custa  R$ 49,95 por mês – é um preço promocional, com 50% de desconto que não se sabe até quando será mantido. 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Estão chegando os medidores digitais de energia elétrica

À medida em que mais tecnologia é incorporada à nossa vida diária, mais cresce o consumo de energia elétrica. Para dar conta desse aumento de consumo, inúmeras medidas vem sendo tomadas, principalmente envolvendo a construção de novas usinas hidrelétricas,  linhas de transmissão, parques eólicos etc.  
Mas é preciso dotar toda essa estrutura de inteligência, de forma a que ela seja mais eficiente, passando a  constituir o que os técnicos chamam de smart grid, ou rede inteligente. Há um componente da estrutura que será visível em nossas casas: teremos novos medidores de consumo, digitais, que substituirão o que chamamos hoje de “relógio de luz”.
Esses novos medidores permitirão que as empresas que fazem a energia chegar às nossas casas, estabelecimentos comerciais, fábricas etc., leiam o consumo, cortem e restabeleçam o fornecimento automaticamente, sem a necessidade de funcionários se deslocarem até os locais. Além disso, conhecendo o perfil de consumo, poderão, por exemplo, estabelecer tarifas mais baratas fora dos horários de pico, remanejar o fluxo de energia entre diversas linhas etc.
Para o consumidor, será possível observar com mais clareza o quanto está sendo consumido e em que horários. Isso é importante não apenas para residências, mas principalmente para indústrias que precisam otimizar o consumo e  reduzir o desperdício.
Os novos medidores poderão ser conectados à Internet, criando uma vasta gama de novas oportunidades: nos Estados Unidos, a empresa  Simple Energy desenvolveu  um game  para conscientizar os consumidores para a necessidade do uso consciente de energia. Como nos jogos do Facebook, há metas, medalhas e a chance de competir com os amigos para ver quem atinge mais metas de consumo. A experiência está sendo testada com 15.000 usuários de Worcester, no estado de Massachusetts, com bons resultados.
Essas mudanças podem acontecer  rapidamente. Técnicos esperam que até 2018 um bilhão desses medidores inteligentes estejam ligados à rede elétrica. Países como a Itália conseguiram substituir todos os seus 30 milhões de medidores em apenas cinco anos, a partir de 2000.
No Brasil, algumas distribuidoras de energia já estão preparadas para operar nesse sistema. O problema é que, no país, os novos medidores  custam pelo menos o dobro dos tradicionais. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) subsidia a instalação dos aparelhos em alguns mercados, especialmente em pequenas e médias indústrias, mas é necessária uma escala maior para o preço ficar mais atrativo. O cenário deve mudar a partir de 1° de fevereiro de 2014, quando todas as novas construções deverão, por lei, ter medidores do novo tipo.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

As empresas que atraem os jovens

Sabemos que determinadas empresas são muito atraentes para jovens que estão indo para o mercado de trabalho. Neste momento, em que em muitos países (como no Brasil) há uma falta de profissionais bem formados, as empresas esforçam-se por passarem a esses jovens bem formados uma imagem positiva. 

Nessa linha, a Universum Global, empresa de pesquisa e consultoria, entrevistou cerca de 200 mil estudantes das doze maiores economias do mundo (inclusive do Brasil), tentando descobrir quais são as empresas mais "cobiçadas" pelos jovens - estabeleceu dois rankings, um com os alunos dos cursos da área de Negócios (Administração, Economia) e outro com os alunos de cursos da área de Exatas, genericamente chamados "Engenharias".

Vale a pena examinar esses rankings:


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

SAMSUNG DÁ VIDA AO GADGET DE DICK TRACY

Dick Tracy era um detetive durão, herói de  história em quadrinhos lançada em 1931. Em 1946, Tracy ganhou um equipamento que se tornou sua marca registrada, o 2-Way Wrist Radio – um relógio de pulso com rádio, com o qual se comunicava com outros policiais; em 1964, ele trocou o rádio  pelo 2-Way Wrist TV, ainda mais eficiente.
Agora, surge no mundo real um equipamento que até supera o 2-Way Wrist Radio: a Samsung acaba de anunciar seu   Galaxy Gear, relógio de pulso que opera em conjunto com a linha   Samsung Galaxy de smartphones e tablets – quando esses chamam, o usuário pode falar e ver as mensagens no mostrador do relógio. Além disso, e de permitir a navegação convencional pela Internet,o Gear tem uma câmera fotográfica, mensagens e textos podem ser escritos ou gravados, alarmes serem armados, apps serem acessadas etc. -  tudo a partir do mostrador.

Foi lançada uma campanha publicitária muito interessante (e divertida) mostrando relógios ligados ao mundo da ficção - vale a pena dar uma olhada em http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=B3qeJKax2CU. 
Para funcionar, o Gear deve estar a no máximo 1,5 metro do tablet ou smartphone; sua bateria precisa ser recarregada praticamente todos os dias.
Disponível em seis cores, ele será posto a venda a partir de 25 de setembro em mais de 140 países; custará cerca de US$ 300 nos Estados Unidos. Preço no  Brasil? Façam suas apostas…

PS: dois meses após o lançamento, 800 mil relógios já haviam sido vendidos, superando as expectativas da própria Samsung.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

KOMBI CHEGA AO FIM DA LINHA

Um ícone da tecnologia automobilística chega ao fim: a
Kombi. Por não ser possível instalar air bags e freios ABS no veículo, ítens de segurança que em breve se tornarão obrigatórios no Brasil, a Volkswagen resolveu tira-la de linha definitivamente.

Lançada em 1950, fabricada no Brasil desde 1957, é o mais antigo veículo ainda em produção em todo mundo; foram fabricadas no Brasil, até o final de julho, 1.551.140 unidades.

Originalmente, a Kombi tinha um motor 1.2 refrigerado a ar, que gerava 28 cv; o modelo 1.4 atual, refrigerado a água, gera 80 cv.

Para comemorar o fim da Kombi (e certamente para ganhar
algum $$ extra), a VW preparou uma edição especial, a Last Edition: ela será vendida por 85.000 reais, contra os 48.150 do modelo "normal".

Os interessados precisam se apressar, pois serão apenas 600 unidades numeradas de 001 a 600 - e identificadas por meio de uma placa no painel. A pintura da Last Edition é exclusiva, em tons de azul e branco e estilo "saia e blusa". Os pneus terão faixa branca e os vidros são escurecidos. Nas laterais, a perua é identificada por adesivos com a inscrição "56 anos - Kombi Last Edition".

O interior também traz itens em azul e branco, como a forração dos bancos em vinil e o revestimento das laterais, portas e porta-malas. O painel de instrumentos também traz acabamento exclusivo e o sistema de som tem MP3 player, LEDs vermelhos e entrada USB.


Acreditamos que é um bom investimento. Vai deixar saudade...

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Descobrindo o que somos através do Twitter

Recentemente postamos um texto relatando que
pesquisadores da University of Cambridge e da Microsoft demonstraram como é possível descobrir informações privadas simplesmente analisando os "curtir" de uma pessoa no Facebook. Surgem agora informações de que a IBM está testando um sistema com objetivos semelhantes a partir do que uma pessoa posta no Twitter.

Esse sistema, chamado   SystemU parte do
princípio que as palavras que uma pessoa escolhe quando escreve   dizem alguma coisa sobre como  é essa pessoa. Se passarmos essas palavras por algum processamento, é possível ter um quadro de como é a personalidade da pessoa, do que a motiva, e talvez, de um ponto de vista de negócios, dos tipos de produtos ela estaria disposta a consumir.


O SystemU ainda não está disponível comercialmente, mas provavelmente  estará pronto para ser usado em larga escala até o final deste ano.  Por enquanto, o sistema foi testado somente em inglês, mas, teoricamente, funcionaria em outras línguas.


O SystemU gera, a partir das publicações do Twitter, uma classificação do perfil da pessoa em um gráfico em forma de círculo, divido em áreas como personalidade, necessidades, valores e comportamento social. Cada uma delas tem algumas subdivisões.


O sistema consegue dizer coisas sobre as pessoas que elas às vezes não estão dispostas a reconhecer, e    tem potencial para ajudar as empresas a oferecer um atendimento muito mais personalizado e a oferecer produtos que os consumidores estejam dispostos a comprar – esse é um uso relativamente “inocente”, ao qual podem se seguir outros aos quais a sociedade deve ficar atenta.


Mostrando como esse campo é grande, a IBM já está trabalhando em um sistema que faz esse tipo de análise através de imagens, verificando o que as pessoas postam usando o Instagram e o Pinterest.

A recomendação é a de sempre: cuidado com o que se posta e curte. Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

domingo, 28 de julho de 2013

O COMANDANTE QUANDT: UM TÉCNICO E PATRIOTA

O comandante Quandt
Nos anos 1990 vendi uma linha telefônica fixa em Jundiaí por US$ 3.000 – quem tentava adquirir uma linha nova diretamente da operadora esperava anos até recebê-la; assim, a alternativa era comprar de particulares, que praticam preços como esse. Muitos não se lembram, mas alguns anos antes disso, era preciso aguardar algumas horas para que a telefonista completasse uma chamada interurbana, telefonemas internacionais eram temas de ficção científica.  A CICA, instalada em Jundiaí falava com sua fábrica de Monte Alto, há cerca de 300 km de distância, via rádio – por telefone era impossível.
Tudo isso se devia ao fato de, até o início da década de 1970, ser o setor de telecomunicações um caos total: havia centenas de operadoras - algumas municipais, outras privadas -, que normalmente cobriam só uma cidade, e não eram interligadas. A criação da Telebrás pelo governo federal foi uma resposta a essa situação. As empresas foram agrupadas em operadoras estaduais (TELESP, TELERJ etc.), coordenadas pela Telebrás, que funcionaria como uma holding e conectadas pela rede da Embratel, que havia sido fundada em 1965.
O Sistema Telebrás deu bons resultados por pouco mais de uma década, e acabou sendo sucateado, resultado da administração que passou a ser feita por indicados através de critérios políticos e não técnicos e pela drenagem de recursos financeiros feita pelo governo, que tirava dinheiro da empresa para gastar, quase sempre mal, em outras áreas.
Após anos de decadência, o sistema foi privatizado em 1998; as deficiências da telefonia eram imensas. O preço das linhas no mercado paralelo chegava a US$ 5 mil e as pessoas voltaram a ficar anos à espera se quisessem contratar uma linha diretamente da operadora; a conexão entre computadores era cara, lenta e sujeita a quedas constantes.
A privatização sem dúvida melhorou o cenário, mas hoje as telecomunicações brasileiras não passam por seu melhor momento. As operadoras são líderes de reclamações nos órgãos de defesa do consumidor, os custos são altos. A expansão do celular apresenta forte desaceleração: foram adicionados somente 215 mil novos usuários em junho de 2013, contra 1,764 milhão em dezembro de 2012, embora parte dessa desaceleração deva ter origem na crise em que o país está mergulhando.
Além disso, a velocidade da banda larga brasileira é muito baixa, fica ao redor de 2,3 megabits por segundo (mbps), ante 3,1 mbps no resto do mundo. Ficamos atrás até de outros latino-americanos, como México, Chile e Colômbia.
Diante desses resultados, que refletem a ausência de uma política forte de telecomunicações, vale a pena relembrar a figura e a trajetória do capitão de mar e guerra Euclides Quandt de Oliveira, que morreu na madrugada do dia 19, aos 93 anos, em Petrópolis.
Desde muito cedo envolvido profissionalmente com telecomunicações,  foi presidente do Conselho Nacional de Telecomunicações (Contel), precursor do Ministério das Comunicações, de 1965 a 1967. Em 1972, assumiu a presidência da recém-criada Telebrás. Comandou a empresa até 1974, quando foi nomeado ministro das Comunicações, e ficou à frente desse ministério até 1979.
Quandt de Oliveira liderou a migração das telecomunicações brasileiras para o sistema único e nacional. O jornalista Ethevaldo Siqueira destacou sua importância num texto publicado no site Telequest: "Exemplo de militar digno, patriota e competente, o comandante Quandt - como todos o chamavam - é um dos brasileiros que merecem meu maior respeito. Em plena ditadura, impediu que grandes profissionais das telecomunicações fossem punidos por suas convicções políticas".
Apesar de ter sido o primeiro presidente da Telebrás, Quandt de Oliveira criticou a volta da estatal em 2010: "A Telebrás não está sendo recriada para servir à sociedade brasileira. Sua reativação tem o claro objetivo de atender a comparsas políticos. Isso nos conduzirá, inevitavelmente, à degradação dos serviços".
Acertou na mosca. Vale ir ao dicionário para uma checada no significado preciso da palavra “comparsa”...

sábado, 27 de julho de 2013

FACEBOOK: AMEAÇA À PRIVACIDADE, MESMO SEM POSTARMOS NADA

Dependendo de como forem utilizadas, tecnologias como Big Data e Computer Social Science (CSS) podem impactar o ambiente empresarial e nossa vida pessoal de forma positiva ou negativa. No que se refere à vida pessoal, a perda da privacidade é um dos grandes riscos.

Pesquisadores da University of Cambridge e da Microsoft publicaram recentemente o documento “Private traits and attributes are predictable from digital records of human behavior”, que demonstra como é possível descobrir, com grande probabilidade de acerto, informações privadas simplesmente analisando os "curtir" de uma pessoa no Facebook.

Com pequenos atos, deixamos escapar involuntariamente informações que com frequência consideramos privadas. Captar essas informações e fazer uso delas é uma arte antiga. A novidade é que hoje deixamos um rastro enorme  de dados que Big Data e CSS podem capturar e tratar, gerando informações acerca de nossas opiniões  e características pessoais.

Para isso, não precisamos postar nada: quando clicamos em “curtir”, demonstramos apreciação ou aprovação por alguma coisa, e isso é informado aos nossos amigos, aos donos da página e ao Facebook; nossa escolha torna-se pública. Se “curtirmos” um local, uma ideia, todos sabem gostamos daquele local ou apoiamos aquela ideia.

A pesquisa provou que, apenas analisando os “curtir” de uma
Índice de acertos, numa escala de 0 a 1
pessoa é possível saber, com boa dose de certeza, muito mais sobre ela, como por exemplo, suas preferências sexuais, raça, religião etc., como se pode ver no quadro.

O estudo foi feito após os pesquisadores fazerem com que quase sessenta mil usuários do Facebook nos Estados Unidos respondessem a centenas de perguntas sobre assuntos pessoais, envolvendo temas como consumo de drogas e álcool, religião, política, preferencias sexuais, fidelidade conjugal e vida familiar. Além disso, o QI desses voluntários foi medido e suas características psicológicas foram determinadas. Também foram coletados todos os "curtir" de cada um desses indivíduos.

Depois, os cientistas correlacionaram o conteúdo dos "curtir" às características individuais, construindo tabelas que relacionavam as características pessoais com os termos associados aos "curtir". Descobriram, por exemplo, que a palavra "dança" é mais escolhida por pessoas extrovertidas, "videogames", por introvertidos e que "Harley-Davidson" e “Sephora” estão levemente associadas  a um QI baixo.

Foram feitas associações desse tipo com milhares de palavras para cada uma de dezenas de características. Muitas parecem óbvias, mas outras como batatas fritas estarem associadas a pessoas de QI mais alto, Hillary com pessoas que têm muitos amigos e Yahoo com mulheres heterossexuais não são tão óbvias.

Em 88% dos casos foi possível definir se um homem é homo ou heterossexual, em 95% a raça e em 85% as preferências políticas dos pesquisados.

Esses resultados são mais confiáveis na medida em que a pessoa dá mais “curtir”; evidentemente, os resultados são válidos apenas para os Estados Unidos – para que o fossem para outros países, seria necessário refazer a pesquisa, pois essas associações dependem da cultura de cada país.

É possível encontrar os resultados do estudo na internet. Os pesquisadores criaram o site www.youarewhatyoulike.org, que podemos acessar via Facebook. Usando os dados de nossos “curtir", o site prediz nossas características, com as ressalvas referentes à cultura – mesmo assim, os resultados são interessantes.

Como disse Fernando Reinach, comentando o assunto em sua coluna no Estadão: “Esses resultados demonstram o que muita gente suspeitava. A cada clique, deixamos vazar um pouco de nossa intimidade. Como fazemos isso dezena de vezes por dia, ao longo de muitos anos, basta estatísticos competentes e um computador para juntar todas essas microdicas e, com elas, descobrir informações que guardamos a sete chaves tentando preservar nossa intimidade”.

Vale a pena pensar no assunto...

sexta-feira, 19 de julho de 2013

License Plate Readers: uma ameaça à privacidade

O uso de equipamentos para ler o número de placas de veículos rodando em nossas ruas e estradas está se tornando comum, ajudando a aplicar multas por excesso de velocidade, desrespeito ao rodízio em S. Paulo etc.
Mas, uma tecnologia cujo uso deveria afetar apenas os motoristas que desrespeitam as regras de trânsito, está começando levantar outras preocupações: a American Civil Liberties Union, entidade americana que defende os direitos civis, acaba de publicar o relatório “You are being tracked: how license plate readers are being used to record Americans’ movements”,  ou “Você está sendo seguido – como os leitores de placas de automóveis estão sendo usados para registrar os movimentos dos americanos”, numa tradução livre.
O relatório mostra como esses dispositivos estão registrando e armazenando os dados acerca dos movimentos de milhões de cidadãos; se esses registros fossem apenas usados para a gestão do trânsito e prevenção e esclarecimento de crimes, o caso seria menos grave, mas, o que vem acontecendo é que os dados estão, inclusive, sendo vendidos a empresas que os utilizam para fins de marketing, investigações privadas etc.
O relatório questiona aspectos ligados à invasão de privacidade, custos e, principalmente, falta de regras para armazenagem e uso dos dados por terceiros. Com tecnologias como Big Data sendo cada vez mais usadas, pode-se acreditar que nos aproximamos de um mundo como o descrito por George Orwell em seu livro “1984”, onde o Big Brother, não aquele da TV, mas um regime político totalitário e repressivo, saberia tudo sobre todos, podendo assim manter-se indefinidamente no poder.
Mais uma coisa com que devemos nos preocupar; vale a pena dar uma olhada no relatório, que está disponível na Internet.


segunda-feira, 15 de julho de 2013

BOTOX - tecnologia na busca da beleza

No final da década de 1960,   o oftalmologista americano Alan B. Scott, que buscava alternativas para o tratamento não cirúrgico do estrabismo, obteve do Dr. Edward J. Schantz (então diretor de microbiologia e toxicologia na Universidade de Wisconsin), amostras da toxina botulínica tipo A, proteína que a bactéria anaeróbia Clostridium botulinii produz, para testá-la nos músculos extra oculares de macacos.

A experiência foi bem sucedida e o Dr. Scott publicou seu primeiro trabalho sobre o assunto em 1973, propondo a toxina botulínica tipo A como uma alternativa eficaz para o tratamento não cirúrgico do estrabismo. Ainda na década de 70, o Dr. Scott recebeu autorização do FDA (Food and Drug Administration), órgão que regula o setor de medicamentos dos Estados Unidos, para testar a toxina em seres humanos, conduzindo estudos durante os anos de 1977 e 1978.

O primeiro uso terapêutico da toxina botulínica aconteceu em 1980, e foi oftalmológico, para tratamento do estrabismo (o que deixa as pessoas “vesgas”), blefaroespamo (uma espécie de “tique” constante da pálpebra) e espasmo hemifacial. Em 1989, o laboratório americano Allergan  garantiu os direitos de produção e comercialização da toxina com a marca BOTOX.

Ao aplicar o BOTOX no tratamento de espasmos na região dos olhos, os médicos canadenses  Jean e Alastair Carruthers, oftalmologista e dermatologista respectivamente, observaram que o medicamento também atenuava as rugas da região tratada. Juntos, estudaram  o uso da toxina para fins cosméticas, até que, em 2002 o produto passou a ser utilizado para esses fins, após autorização da FDA.

O sucesso foi quase instantâneo: em pouco tempo milhões de pessoas receberam injeções de BOTOX como tratamento estético das rugas de expressão, que são aquelas provocadas pela contração dos músculos da face, que leva, com o passar do tempo, à formação de vincos na pele. Em 2004, o produto também foi aprovado para uso em hiperidrose (suor excessivo) palmar e axilar.

O BOTOX é uma substância cristalina, apresentada na forma de pó seco, embalado à vácuo, estéril, que deve ser diluído em solução salina antes da aplicação. O medicamento deve ser aplicado diretamente no músculo responsável pela formação das rugas que se deseja tratar. Os primeiros resultados são visíveis em aproximadamente 48 a 72 horas depois da aplicação. O efeito total é observado em aproximadamente 15 dias e dura aproximadamente de 4 a 6 meses, dependendo do metabolismo de cada paciente, da técnica de aplicação e da dosagem de tratamento utilizada.

A aplicação da toxina requer técnica e habilidade por parte do especialista – no Brasil, infelizmente há muitos leigos fazendo aplicações do produto, às vezes com resultados desastrosos.


O produto  é comercializado pelo laboratório Allergan em 75 países;   nos dez anos decorridos desde seu lançamento, somente nos Estados Unidos, mais de 11.8 milhões de pessoas 6% homens)  utilizaram BOTOX, embora o número de botocados e botocadas seja bem maior, pois há produtos similares no mercado.