sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Robôs costureiros – uma nova fronteira



Empresas de tecnologia e de confecções, como Siemens e Levi’s, estão trabalhando em conjunto visando automatizar com o uso de robôs uma indústria de US$ 1,5 trilhões de dólares em que ainda há uso intensivo de mão de obra.

Com o uso de robôs pretende-se, entre outras coisas, trazer de volta para os Estados Unidos trabalhos executados em países como China, Bangladesh e outros; a ideia ganhou força durante a pandemia, quando cadeias de suprimentos complexas evidenciaram os riscos da dependência de fábricas distantes. Evidentemente, a possibilidade de maiores lucros e de ocupar a mão de obra local também são importantes

Muitos fabricantes de roupas hesitam em falar sobre a busca pela automação, já ela certamente gerará desemprego em países como aqueles - profissionais que desenvolveram técnicas para automatizar alguns processos de fabricação de jeans chegaram a receber ameaças de morte.

Mas os robôs ainda não estão prontos para assumir todas as tarefas nessa área: ao contrário do para-choques de um carro ou de uma garrafa de plástico, que mantém sua forma enquanto um robô os manuseia, os tecidos são flexíveis e tem uma grande variedade, espessuras e texturas; os robôs ainda não tem a mesma facilidade que as mãos humanas para tratar com esses fatores – eles estão melhorando, mas levará anos para que possam adquirir as habilidades necessárias à costura, disse a agência Reuters.

Cientes dessas dificuldades, pesquisadores estão buscando formas de ao menos reduzir parte das diferenças de custo entre as fábricas americanas e as estrangeiras que empregam mão de obra barata.

A Siemens vem trabalhando também com o Advanced Robotics for Manufacturing Institute, de Pittsburgh, instituição criada em 2017 e financiada pelo Departamento de Defesa, para se ter uma ideia da importância estratégica que os americanos dão ao assunto. O foco agora é, ao invés de ensinar os robôs a manusear tecidos, enrijecer o tecido com produtos químicos, de forma a que ele possa ser trabalhado pelos robôs; depois de pronta, a roupa é lavada para remover o agente endurecedor.

Existem outros esforços para automatizar as confecções, como por exemplo os desenvolvidos pela Software Automation, uma startup da Geórgia, que criou uma máquina que costura camisetas.

São mais passos no sentido do que alguns vem chamando de “desglobalização” e que deve tornar ainda mais difícil a vida dos trabalhadores não qualificados que vivem em países pobres.

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

China desativa aplicativo de rastreamento de pessoas - e a COVID explode

Pressionado por protestos populares, o governo da China anunciou a desativação de um aplicativo usado há dois anos para rastrear os movimentos dos residentes, que fazia parte da política de 'zero Covid' adotada no país.

O aplicativo gerava um 'Mapa do Movimento' de cada pessoa; os locais por onde cada usuário de celular passava eram registrados e guardados por sete dias.

Ao ser abordado por autoridades de saúde ou policiais, o sistema mostrava os locais por onde o usuário do celular circulara – se não houvesse passado por nenhuma área considerada de alto risco para Covid, o aplicativo exibia uma seta verde e o usuário liberado; caso contrário, providências que poderiam ir até ao confinamento compulsório, eram adotadas pelas autoridades.

Mas há um contraponto: com o governo chinês abolindo as restrições à circulação das pessoas, já há registro do rápido crescimento da COVID, especialmente por não existir na China um sistema adequado de vacinação – um grande aumento no número de mortos é esperado.

Restringindo-nos ao aplicativo de rastreamento, é importante lembrar que os dessa espécie só são utilizados em ditaduras, como na China. No entanto, seu abandono em função de pressões populares, mostra como a mobilização dos cidadãos é importante para a manutenção da democracia e vigilância sobre os governos, que deve ser constante.

sábado, 3 de dezembro de 2022

Tesla começa a entregar seus caminhões elétricos


A Tesla entregou à Pepsi os primeiros caminhões elétricos que produziu; os veículos são do tipo semirreboque, ou semi-truck, como são chamados nos Estados Unidos.

A empresa anunciou o Tesla Semi em 2017, quando disse que pretendia começar a fabricá-los em 2019, o que não aconteceu. No início de 2020 Musk disse aos seus funcionários que o veículo já estava em produção em pequeno volume e que estava chegando a hora de partir para a produção em escala industrial.

Em abril daquele ano, no entanto, a Tesla anunciou que iria iniciar as entregas apenas em 2021. Todos esses anúncios e recuos estão de acordo com o estilo Musk: produzir factoides de forma a manter-se, e às suas empresas, na mídia.

Também em 2021 os veículos não entraram em produção. Na ocasião, a Tesla disse que as entregas seriam iniciadas em 2022, devido à escassez de suprimentos que afetava a indústria automobilística – e isso aconteceu, no início de dezembro.

O veículo tem números interessantes: pode ir de zero a 60 milhas por hora em pouco mais de cinco segundos, vazio. Carregado com sua capacidade total, 36 toneladas, pode atingir as 60 milhas em 20 segundos.

Sua autonomia também é grande, chegando a 500 milhas quando carregado e a 600 quando vazio. Isso é possível pela capacidade de suas baterias, que é quase o dobro das utilizadas pelos carros de passeio Tesla. Também é muito mais fácil de dirigir do que um caminhão convencional, por não ter câmbio.

O caminhão está sendo oferecido apenas a empresas, constando que além da Pepsi, que encomendou cem unidades, outras grandes empresas, como Budweiser, Walmart e UPS, também encomendaram o veículo à Tesla, que em maio deste ano, passou a aceitar reservas mediante depósito de US$ 20 mil.

Os veículos custam entre 150 e 180 mil dólares. Segundo a Tesla, os custos de operação e manutenção do caminhão serão menores que o dos veículos convencionais, gerando economias que podem chegar a US$ 200 mil nos primeiros três anos
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