domingo, 28 de julho de 2019

AS ESFEROGRÁFICAS NA CORRIDA ESPACIAL

Ao comemorarmos 50 anos da chegada do homem à Lua, vale relembrar um episódio interessante da corrida espacial que era disputada por americanos e soviéticos. 

Dizia-se (o fato não é verídico), que quando a NASA começou a pensar em lançar astronautas, constatou que  as canetas esferográficas existentes não funcionavam nas astronaves, em função da gravidade zero. Para resolver este problema, contratou uma grande empresa de consultoria, a Andersen Consulting (hoje Accenture), que gastou milhões de  dólares desenvolvendo uma caneta que escrevesse em gravidade zero,  "de ponta cabeça", debaixo d'água, em praticamente qualquer superfície  e suportando variações de temperatura de
abaixo de zero até mais de 300 ºC, tudo isso enquanto os soviéticos, com orçamentos mais apertados usavam simplesmente... lápis-cera (grease pencils).

Na verdade, desde o início dos voos tripulados, astronautas americanos usaram esferográficas - eram um modelo fabricado pela empresa Tycam Engineering Manufacturing. Seu alto preço, US$ 128,89 cada (cerca de US$ 1.050 de 2019) provocaram críticas, tendo a NASA passado a buscar outras alternativas.  Além das características acima, havia preocupação com incêndios, pois qualquer faísca poderia causar tragédias em ambientes ricos em oxigênio, como eram as cápsulas - a Apollo 1 foi uma dessas tragédias, matando três astronautas.

Nesse momento entro em cena o inventor  Paul Fisher, que desde os anos 1950 vinha procurando aperfeiçoar as esferográficas existentes e inventou um novo tipo de carga, em que nitrogênio, pressionando a tinta permitia escrever nas condições exigidas - era a Fischer Space Pen. 

A NASA testou intensamente a nova caneta, aprovou-a e em 1967 comprou 400 unidades a um preço de US$ 6 cada (cerca de US$ 46 de 2019). 

A partir da missão Apollo 7 essas canetas passaram a ser utilizadas pelos astronautas, inclusive soviéticos, que compraram 100 canetas e 1.000 cargas para substituir os "grease pencils", que usavam antigamente. 

Não se sabe se os astronautas continuarão usando as Fischer, afinal, o uso de tablets é cada vez mais popular, até mesmo nas missões espaciais, mas aqui na Terra, se quisermos, podemos comprar as Fischer, a preços a ao redor de US$ 60 -  a linha de produtos da empresa pode ser vista aqui


Na foto abaixo, Walter Cunningham usa uma Fischer a bordo da Apollo 7. 


sábado, 20 de julho de 2019

A INGNORÂNCIA ASTRAVANCA O POGRESSIO

Certas propostas de nossos políticos inevitavelmente levam-nos a lembrar o personagem Odorico Paraguaçú na novela O Bem Amado, onde frequentemente usava o bordão que dá título a este post.

É o caso da proposta apresentada pelos deputados estaduais de Santa Catarina  Marcius Machado e Nilso Berlanda (ambos do PL), que através de um projeto de lei pretendem proibir testes e instalação da tecnologia 5G naquele estado!

Na justificativa da proposta, os deputados argumentam que “os meios de comunicação vêm divulgando apenas as vantagens que as redes sem fio 5G podem trazer”, deixando de lado supostos riscos para a saúde de humanos e animais. 

Para tal, a dupla cita um boato que viralizou na Internet em 2018 de que testes 5G teriam causado a morte de centenas de pássaros na Holanda. A história já foi desmentida por sites estrangeiros de notícias e de checagem.

Outro argumento utilizado na justificativa aponta para uma radiação “muito forte” do 5G em comparação com as tecnologias predecessoras, uma vez que “2G, 3G e 4G oscilam de 790 MHz a 2,6 GHz,  enquanto a tecnologia 5G chega a 3,5 GHz”. 

Na realidade, frequências altas  não implicam em maior energia irradiada, nem em riscos adicionais. Até hoje, não há evidência científica que comprove o impacto da radiação não-ionizante gerada pelo sinal de telefonia móvel sobre a saúde de seres vivos.

Provavelmente as excelências mantem-se informados através do Facebook (e não sabem inglês)...

 

quarta-feira, 17 de julho de 2019

UMA ALDEIA NA LUA


Em 2015, o diretor geral da Agência Espacial Européia (European Space Agency - ESA), Jan Wörner, lançou a ideia de se criar a Moon Village (Aldeia na Lua).

Wörner inspirou-se no alto nível de cooperação alcançado durante os trabalhos da Estação Espacial Internacional; o Moon Village representa uma extensão desse projeto, criando uma base permanente na Lua.

O MIT - Massachusetts Institute of Technology, em colaboração com a ESA e algumas empresas, está pesquisando o assunto, tentando  demonstrar o potencial de uma parceria internacional público-privada para promover a exploração do espaço. 

O projeto Moon Village centra-se na necessidade de sistemas de habitação na Lua, a serem utilizados em atividades de pesquisa, principalmente. 

A equipe propôs um projeto localizado vizinho ao Pólo Sul lunar, onde há recursos como  luz quase perpétua e gelo nas crateras próximas, a fim de maximizar a utilização de recursos ali disponíveis.

No portal da Moon Village Association, há mais informações sobre o assunto. Esperamos que a ideia prospere.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

ROBÔS E DESEMPREGO - UMA EXCELENTE ENTREVISTA DE FÁBIO GANDOUR

Uma entrevista muito didática de Fábio Gandour acerca de robôs e empregos. 

Gandour foi chefe do laboratório de pesquisa da IBM no Brasil - um dos 12 do mundo. Nós, da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie tivemos a oportunidade de trabalhar com Gandour em projetos conjuntos.

Uma curiosidade: Gandour é graduado em medicina!


terça-feira, 9 de julho de 2019

40 ANOS DE WALKMAN


Em julho de 1979 chegou ao mercado um dispositivo que revolucionou a forma de ouvir música: o Walkman, um tocador portátil de fitas cassete, com fones de ouvido. Em 30 anos, até ser substituído pelos dispositivos MP3 e smartphones, a Sony vendeu 385 milhões de unidades em diversas versões; cópias foram produzidas por outros fabricantes, havendo alguns que acreditam terem sido produzidos cerca de um bilhão desses aparelhos. 

O Walkman começou a ser projetado um ano antes, por determinação de Masaru Ibuka, um executivo da Sony, que deu aos seus engenheiros uma orientação muito precisa: queria um equipamento pequeno e de uso pessoal - ele pretendia algo com que pudesse ouvir música clássica durante suas viagens de avião. A empresa começou a desenvolver o produto a partir do Pressman, um gravador portátil que desenvolvera especialmente para uso de jornalistas. 


Akio Morita, então CEO da Sony comprou a ideia e estabeleceu requisitos adicionais para o aparelho, no sentido de que o aparelho pudesse satisfazer o gosto do público jovem, que certamente gostaria de poder ouvir música a qualquer momento, em qualquer lugar. Na foto ao lado, aparecem Morita (à esquerda) e Ibuka, trabalhando juntos.

Pouco antes do lançamento a Sony começou a discutir o nome a ser dado ao produto, que internamente era conhecido como TPS-L2. A filial americana da Sony sugeriu Sony Disco Jogger, mas Morita rejeitou a ideia, dizendo que a palavra Disco, poderia afastar usuários adultos. No lançamento, optou-se por Walkman, embora o aparelho fosse conhecido, no início, como Soundabout nos Estados Unidos, Stowaway no Reino Unido e Freestyle na Austrália. No final, o nome Walkman se consolidou, a ponto de ter sido incluído no dicionário Oxford em 1986. 

Pouco antes do lançamento, a Sony já tinha prontas 30 mil unidades, um número enorme para a época; para divulgar o produto, a empresa contratou jovens para caminhar por um bairro descolado de Tóquio,  Ginza, usando o aparelho e abordando transeuntes para que este pudessem conhece-lo; ao lado, um dos primeiros anúncios do Walkman. 

O dispositivo teve um antecessor: Andreas Pavel, um alemão que vivia no Brasil criou um aparelho similar, chamado Stereobelt e em 1972 apresentou-o às empresas Grundig, Philips, Yamaha e outras, que não se interessaram pela ideia. Pavel patenteou o Stereobelt em 1977, um ano antes que a Sony patenteasse o Walkman, o que gerou uma briga na justiça só encerrada em 2003, quando as partes chegaram a um acordo.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

AMERICANOS TESTAM MINI DRONE DE RECONHECIMENTO

Já há muito tempo as forças armadas americanas utilizam drones em operações de inteligência e ataque. Recentemente, começaram a testar o Black Hornet PRS, um modelo compacto destinado ao reconhecimento avançado, em pleno campo de batalha. 

Desenvolvido pela FLIR, uma empresa especializada em câmaras térmicas e sistemas de medição, o Black Hornet PRS  mede 16,8 centímetros e pesa 33 gramas, assemelhando-se a um pequeno helicóptero.

Silencioso, tem uma autonomia de 25 minutos, voando a 6 metros por segundo. As imagens capturadas por sua câmara, com capacidade de visão noturna, podem ser encriptadas e transmitidas a uma distância de até 2 quilômetros. 

Os paraquedistas do exército americano estão testando o equipamento no Afeganistão. Outras empresas estão desenvolvendo equipamentos similares, cujo custo estimado é de 60 mil dólares por unidade! Guerra é um negócio caro... 

quarta-feira, 3 de julho de 2019

MORRE LEE IACOCCA, O PAI DO MUSTANG

Morreu em 2 de julho, aos 94 anos,  Lido Anthony "Lee" Iacocca, um dos mais famosos executivos da indústria automobilística. Era filho de imigrantes italianos e foi também foi um conhecido autor de livros de negócios, liderança e governança corporativa. Foi considerado o 18° melhor CEO estadunidense da história.
Lee Iacocca nasceu em Allentown, na Pensilvânia, e frequentou a Universidade de Princeton; teve uma ascensão  meteórica na Ford americana,   ajudando a criar carros como o Mustang e o Escort, que salvaram a empresa que vivia uma crise infindável - ficou conhecido como "O Pai do Mustang". 
Apesar do sucesso acabou sendo demitido, provavelmente devido aos seus desentendimentos frequentes com Henry Ford II, que em termos práticos era o dono da empresa. Trabalhou na Ford de 1946 a 1978, tendo exercido a presidência a partir de 1970.
Da Ford foi para  Chrysler, que também vivia eternamente  em crise, tendo ali conduzido uma reviravolta durante a década de 1980. O Pai do Mustang se tornou celebre junto ao grande público graças às suas participações em campanhas publicitárias, mais notavelmente uma campanha da Chrysler  em que disse ao público: "se você encontrar um carro melhor, compre". Ficou na Chrysler de 1978 até 1992.
Seu legado não se restringiu  apenas ao cenário automotivo americano, mas para a forma como o mundo vê os carros. Sua influência em diversas áreas, desde as práticas de fabricação do produto até o negócio como um todo, afetou diretamente, para o bem ou para o mal, a maneira como a indústria automobilística funciona hoje.

"Lee nos deu uma mentalidade que ainda hojenos motiva — caracterizada pelo trabalho duro, dedicação e coragem", disseram representantes da Fiat Chrysler, em comunicado. "Estamos comprometidos em garantir que a Chrysler, agora FCA, seja uma empresa desse tipo, um exemplo de compromisso e respeito, conhecida pela excelência e por sua contribuição à sociedade. Seu legado é a resiliência e a fé inabalável no futuro que vive nos homens e mulheres da FCA, que lutam todos os dias para viver de acordo com os altos padrões que estabeleceu".

segunda-feira, 1 de julho de 2019

JÁ SE FALA EM TECNOLOGIA 6G

Enquanto a tecnologia 5G começa chegar ao mercado no Brasil de forma extremamente lenta, em alguns lugares do mundo já se começa a falar em 6G.  

Antes de seguirmos falando de 6G, vale a pena assistirmos a este vídeo, produzido pelo portal Olhar Digital que nos esclarece um pouco mais sobre o assunto. 

O lugar onde o assunto está mais avançado é a Coréia do Sul, através da Samsung; o jornal  Korea Herald informou  que a marca criou um novo centro de pesquisa, focando principalmente na pesquisa da sexta geração de internet móvel. Essa unidade, chamada  Advanced Communications Research Center, está situada em Seul, capital sul coreana, e pretende liderar a pesquisa em redes 6G. 

Dado que o uso de 5G ainda está em estágio inicial, a maioria das pessoas provavelmente está se perguntando o que significa o 6G neste momento. E a resposta pode ser: não muita coisa. 6G é ainda pouco mais que é um nome provável para a próxima tecnologia de redes de celulares, mas o seu desenvolvimento ainda está em estágio inicial e, provavelmente, não vai se transformar em nada palpável nos próximos três ou quatro anos.

No portal da Samsung Research não há muitas informações sobre o 6G, informa apenas que "na Europa, China e Estados Unidos, há discussões abertas sobre a necessidade de pesquisas sobre o 6G, a próxima geração após o 5G, e os primeiros projetos de pesquisa já estão em andamento em todo o mundo".

Mas ao que parece, passarão muitos anos até que a rede móvel da sexta geração seja ativada; na verdade, provavelmente serão necessários alguns anos até que o próprio 5G se torne algo comum em todo o planeta.