quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

CARREFOUR: PAGAMENTOS PODERÃO SER FEITOS VIA CELULAR, SEM FILA NO CAIXA

A  rede  Carrefour está começando a implementar em algumas de suas lojas uma novidade interessante, um sistema chamado "Scan & Go", que permite fazer compras sem passar pelo caixa.

A ideia é simples, e o nome já diz basicamente tudo. O usuário instala um aplicativo em seu celular, com o qual lê os códigos de barras dos produtos que  está comprando, faz o pagamento via cartão de crédito e exibe o comprovante a um atendente, podendo a seguir sair da loja.   

O sistema deve começar a ser usado de forma experimental em quatro ou cinco lojas, e será voltado especialmente para compras pequenas. Dependendo dos resultados, o Scan & Go será expandido para mais unidades do Carrefour.

A eliminação dos operadores de caixa é uma tendência que vem sendo observada em todo o mundo; é um conforto a mais para o comprador, mas que passa pela eliminação de milhares de postos de trabalho - não temos informações atualizadas a respeito, mas em 2011 existiam cerca de 67 mil checkouts em supermercados brasileiros, sendo razoável acreditar que há cerca de 130 mil operadores operando esses checkouts, dos quais boa parte deve perder seus empregos em prazo não muito longo... 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

A TECNOLOGIA E AS ÁRVORES DE NATAL ILUMINADAS


Desde tempos imemoriais era usual na Europa decorar-se portas e janelas com ramos verdes para marcar o solstício de inverno, o dia mais curto do ano - isso simbolizava a esperança de volta da primavera, de vida eterna. Na medida em que o Cristianismo expandiu-se, por volta dos séculos III e IV, essa costume incorporou-se às tradições do Natal. 

Diz a tradição que a partir do século XVI criou-se o hábito de trazer árvores para dentro das casas na época do Natal e que Martinho Lutero teve a ideia de decorar essas árvores com velas, inspirado pela visão de árvores iluminadas pelas estrelas. 

Árvores assim iluminadas tornaram-se uma tradição em toda a Alemanha, que acabou sendo levada a outros países por imigrantes alemães. No entanto, isso ficou restrito a esses círculos de imigrantes até que uma ilustração publicada em 1848 pela revista inglesa "The Illustrated London News" mostrou a família real inglesa reunida ao redor de uma árvore de Natal iluminada - a mãe da Rainha Vitória era alemã e seu marido, o Príncipe Albert também. Essa gravura popularizou as árvores iluminadas - o que a família real fazia, virava moda... 

Mas essas árvores traziam um perigo muito grande: incêndios. Para evita-los, sempre havia baldes cheios de água próximo a elas - além disso, elas eram acesas quase sempre apenas na véspera de Natal. 

Mas a tecnologia chegou às árvores de Natal: em 1882, logo após Thomas Edison criar a lâmpada elétrica, seu amigo e sócio, Edward Johnson, criou as primeiras “Christmas lights”, um cordão com 80 lâmpadas vermelhas, amarelas e azuis, a ser colocado ao redor das árvores - o anúncio ao lado, de 1891 dizia que as lâmpadas poderiam até serem alugadas! A moda pegou rapidamente, em em 1895 a árvore de Natal da Casa Branca foi iluminada por centenas de lâmpadas - era início de um costume que persiste até os dias atuais.

Feliz Natal a todos!!! 

domingo, 16 de dezembro de 2018

AMAZON ENCERRA SEU SERVIÇO DE ENTREGA DE COMIDA EM LONDRES


A Amazon tem uma política agressiva de lançamento de novos produtos e serviços; alguns se consolidam, outros fracassam - é uma forma de buscar inovação que uma empresa poderosa como a Amazon pode se dar ao luxo de utilizar.Observa-se agora mais um fracasso: a Amazon fechou sua operação de entrega de comida em Londres, segundo noticiou o jornal   Evening Standard.  
O serviço estava disponível para os assinantes do serviço Prime da Amazon, que pagavam  £1.99 para receberem comida em até uma hora após a encomenda, que podia ser feita a mais de 200 restaurantes parceiros de Londres. O serviço foi lançado inicialmente em 2015, atendendo a cidade de Seattle e depois levado para Londres em setembro de 2016. Ao que parece, o fechamento deveu-se ao fato de a Amazon não ter conseguido enfrentar com êxito dois rivais,  Deliveroo e Uber Eats. Nos Estados Unidos, os negócios na área parece não estarem andando como a Amazon gostaria: alguns competidores como Eat24, Postmates e Grubhub. estão levando vantagem. Mas um gigante como a Amazon pode se dar ao luxo de errar...


terça-feira, 11 de dezembro de 2018

LG LANÇARÁ MAQUINA PARA FAZER CERVEJA EM CASA

Em março de 2016 falávamos sobre o lançamento de uma máquina para fazer cerveja em casa, similar a uma cafeteira do tipo Nespresso, a Pico Brew. Parece que a ideia não foi muito à frente, porque praticamente não se falou mais no assunto.

Agora o assunto volta à pauta, com um "cachorro grande" chegando ao mercado: a LG acaba de anunciar que   vai lançar uma máquina de fabricação de cerveja artesanal com base em cápsulas. 

O novo produto será exibido na CES 2019 (Consumer Electronics Show), uma das maiores feiras de tecnologia do mundo, que acontece  entre os dias 8 e 11 de janeiro em Las Vegas. A LG HomeBrew promete fazer até cinco tipos de cervejas "geladinhas e saborosas": American IPA, American Pale Ale, Stout, Witbier  e Pilsner. 

As cápsulas contém malte, levedura, óleo de lúpulo e aromatizante. Segundo a LG, é preciso cerca de duas semanas para produzir até cinco litros da bebida, dependendo do tipo; basta colocar a cápsula e pressionar um botão - a máquina faz o trabalhado da fermentação, carbonatação e filtragem da bebida, autolimpando-se ao final do processo.  

Segundo a LG, um algoritmo gerencia o processo de fermentação com controle de temperatura e pressão.   Por meio de um aplicativo (Android e iOS), os usuários podem acompanhar as etapas do processo. 

Será que agora vai?

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

MUSEU SALVA SONS EM EXTINÇÃO

Todos sabem que o avanço da tecnologia acaba matando produtos, empresas, empregos etc. 

Três publicitários americanos lembraram que esse avanço está matando também alguns sons! Pensando nisso, Phil Hadad, Marybeth Ledesma e Greg Elwood criaram o Musem of Endangered Sounds, que reune mais de trinta sons "em perigo de extinção", segundo eles, para mostrar aos jovens (e relembrar os mais velhos) como algumas coisas soavam - telefones, aparelhos de fax, máquinas de escrever e até mesmo alguns games antigos . 

Vale a pena uma visita! O museu tem um curador virtual, Brendan Chilcutt, que nos pede sugestões e contribuições com sons de gadgets que sairam do mercado. 


domingo, 2 de dezembro de 2018

TAMBÉM NO BRASIL CRESCE O NÚMERO DE BICICLETAS ELÉTRICAS

Recentemente falamos do crescimento do mercado de bicicletas elétricas nos Estados Unidos. 

Em nosso pais o fenômeno começa a se repetir: veterano no segmento de bicicletas – seu pai fundou a Caloi em 1945, o empresário Bruno Antonio Caloi Jr.,  mais conhecido por Tito (foto ao lado), vai inaugurar em breve uma fábrica na Zona Franca de Manaus para produção de modelos elétricos. Orçada em R$ 10 milhões, terá capacidade inicial para 3 mil unidades ao ano.


O segmento de e-bikes no Brasil hoje é apenas um nicho, com participação de 0,35% das vendas totais. Investidores, contudo, apostam em comportamento similar ao que ocorre na Europa, que vem crescendo nos últimos dez anos e hoje responde por 30% a 40% das vendas. “Achamos que essa tendência vai chegar aqui e quem estiver pronto para atender a essa demanda sairá na frente”, afirma Tito.

Tito produz bicicletas tradicionais em Mococa  com as marcas Tito – criada depois da venda da Caloi em 1999 –  e Groove, que serão mantidas nos modelos elétricos. Antes de iniciar a produção em série, 120 unidades foram montadas para teste e 90% delas foram vendidas a preços a partir de R$ 6,5 mil.


Caloi E-Vibe
A  Caloi, agora pertencente ao grupo canadense Dorel, desenvolve em parceria com a japonesa Shimano – maior fornecedora global de peças – uma versão elétrica com preço  acessível, na faixa de R$ 4 mil, para ser vendida também a partir do ano que vem. A empresa detém mais de 50% do mercado e deve produzir este ano cerca de 600 mil bicicletas na Zona Franca. A participação das elétricas ainda é pequena, mas o grupo já tem dois modelos que começaram a ser produzidos em 2017 e custam R$ 8 mil (urbana) e R$ 13 mil (mountain bike). 


A expectativa de crescimento do mercado brasileiro é compartilhada por outros empresários que estão iniciando ou ampliando produção. A Empresa Brasileira de Mobilidade Sustentável (EBMS) iniciou em março a montagem de bicicletas elétricas da marca Pedalla em São Bernardo do Campo,  com investimento da ordem de R$ 15 milhões. 


A Pedalla E-Utille
A capacidade  inicial é de cerca de 7 mil unidades ao ano, mas o objetivo futuro é passar de 20 mil. A maioria dos componentes será inicialmente importada, estratégia também usada pelos demais produtores que se queixam do preço e da falta de oferta local. Não há, por exemplo, fabricante de motores e baterias de lítio no País. Os modelos disponíveis da Pedalla custam de R$ 4 mil a R$ 9 mil (versões urbanas) e R$ 6,5 mil (fat bike para uso misto). 


Estudo divulgado recentemente pela associação dos produtores de bicicletas,  prevê para 2018 vendas de 31 mil bicicletas elétricas, número pequeno em relação às vendas de modelos tradicionais, mas 70% superior ao de 2017. A entidade projeta crescimento constante até 2022, quando deve atingir vendas de 280 mil unidades, ou 6,6% do mercado total de duas rodas.
 

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

VOCÊ TERIA CORAGEM DE VOAR EM UM AVIÃO FABRICADO EM 1943?


Quando se fala em tecnologia aeronáutica, quase sempre se pensa em modernos caças supersônicos ou em grandes aviões que transportam centenas de passageiros. 

Mas, às vezes, deparamo-nos com verdadeiras peças de museu voadoras: é o caso dos C-47TP da Força Aérea Sul-Africana, que compõem o Esquadrão 35, sediado na Base Aérea de Ysterplaat, nos arredores de Cape Town.

É a única unidade da Força Aérea Sul-Africana dedicada ao Patrulhamento e Reconhecimento Marítimo e que executa também missões de transporte.

Os  bimotores C-47TP  no início da década de 1990 tiveram   tiveram seus motores a pistão trocados por turbinas e seguem voando, apesar de algumas dessas aeronaves já terem quase 80 anos de uso! Como não há dinheiro para novos aviões, o jeito é confiar em Deus e na coragem e habilidade de seus pilotos e mecânicos.  

Mais de dez mil desses aviões foram fabricados entre 1943 e 1945. Vale lembrar que os C-47 tem uma versão civil, os DC-3 que foram muito importantes aqui no Brasil.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

ROMI-ISETTA - O PRIMEIRO CARRO DE PASSEIO FABRICADO NO BRASIL

O Isetta foi um microcarro  produzido nos anos posteriores à Segunda Guerra Mundial. Projetado na Itália, foi construído em diversos países, como  Espanha, Bélgica, França,   Alemanha, Reino Unido e também no Brasil.

Em 9 de abril de 1953 a empresa italiana Iso Automotoveicoli, fabricante de motocicletas e triciclos comerciais, apresentou no salão de Turim um projeto denominado Isetta, que consistia em um automóvel de baixo custo, voltado para a realidade da economia do pós-guerra italiano. Projetado pelo engenheiro aeronáutico Ermenegildo Preti e seu colaborador Pierluigi Raggi, possuía características peculiares, como porta frontal para facilitar o acesso ao interior do veículo, pequenas dimensões, boa dirigibilidade e performance suficiente para a época (máxima de 85 km/h) com um consumo de até 25 km com apenas um litro de gasolina.

Apesar dos evidentes dotes de racionalidade e economia, sua vida na Itália teve curta duração e sua fabricação encerrou-se em 1956.

A Romi, fabricante de máquinas instalada em Santa Bárbara d'Oeste, resolveu produzir o carro aqui. Um dos primeiros passos  foi agendar uma visita à Itália, a fim de negociar um contrato. Em junho de 1955, Américo
Emílio Romi e Carlo Chiti embarcaram num Lockheed Super Constellation rumo à Milão, onde se encontrariam com Renzo Rivolta, o proprietário da Iso. Emílio passou mal durante o voo e, assim que desembarcou em Roma constatou-se um infarto; Carlo Chiti, um projetista italiano muito experiente na área automobilística (ilustração ao lado), incumbiu-se da negociação. 

Chegou-se a um consenso quanto ao direito de licença e aos royalties: 3% sobre o preço de venda de cada unidade. Carlo Chiti revelou, anos depois: "Na verdade, nossa intenção era maior, era convencer a Iso a se associar a nós, investir conosco, montar aqui uma empresa capaz de produzir 50 mil carros por ano. Só que a Iso não tinha recursos: no pós-guerra, as companhias italianas estavam mal de caixa e não podiam investir fora do país, preocupadas em colocar ordem na casa, desarranjada com a guerra. Mas acreditávamos no mercado, no potencial, na marca, e em fabricarmos o primeiro carro brasileiro."

Produzir o Isetta no Brasil era viável, pois sua concepção se encaixava em dois requisitos básicos estabelecidos pela Romi: produção rápida e baixos custos. 

A Iso enviou ao Brasil um piloto de testes, Domenico Stragliotto, que submeteu dois Isettas importados pela Romi a todo tipo de testes de rodagem, para que se estudasse o comportamento e a durabilidade dos componentes do carro nas ruas e estradas brasileiras.

Na Romi, um enorme pavilhão de estrutura metálica e concreto foi construído para se instalarem as linhas de montagem do Romi-Isetta. Ao mesmo tempo, iniciou-se a busca por fornecedores. Em São Paulo, Aldo Magnelli era o proprietário da Tecnogeral, metalúrgica dotada de ferramentaria e estamparia pesada. Contatada pela Romi, a empresa produziria todo o ferramental (estampos) e também se encarregaria de fabricar as carrocerias e chassis. Para isso,  investiu num pavilhão na rua Brigadeiro Tobias, em pleno centro de São Paulo! 

O inovador processo produtivo
acertado entre Romi e Tecnogeral previa a entrega, em Santa Bárbara d'Oeste, das carrocerias já montadas e pintadas. A Romi procederia à montagem dos componentes no chassis, assentando posteriormente a carroceria acabada, reduzindo o tempo de fabricação de cada unidade - a foto ao final do post mostra a linha de montagem. Processos similares foram negociados junto aos demais fornecedores, de modo que o índice de nacionalização do Romi-Isetta atingiria 72% do peso do carro.

O carrinho foi lançado no Brasil em   5 de setembro de 1956;  equipado com um motor de dois tempos, foi o primeiro automóvel de passeio de fato fabricado em território brasileiro. A partir de 1959 o Romi-Isetta passou a ser equipado com um motor de quatro tempos de fabricação BMW.

A estratégia de publicidade adotada pelo fabricante visava a expor o modelo a diferentes públicos: de segundo carro para a família ao estudante universitário. Algumas peças publicitárias foram criadas visando o público feminino, como por exemplo o anúncio que exibia uma mulher saindo de uma gaiola para entrar em um Romi-Isetta, com os dizeres "agora sou livre".

A Romi realmente investiu muito em publicidade: o jornal O Estado de S. Paulo, em sua edição de 9 de setembro de 1958 publicou o anúncio ao lado, cujo texto dizia: “Venha hoje mesmo buscar o seu Romi-Isetta e pague-o suavemente em prestações mensais. Consome apenas 3,75 litros de gasolina a cada cem quilômetros, o que exige apenas 24 centavos de combustível por quilômetro rodado! Sai mais barato que a passagem de ônibus! Por que, então, não resolver o seu problema de condução diária com um moderno Romi-Isetta 1958? Você se livra das longas esperas na fila, das aglomerações, dos desagradáveis atrasos no horário…sem aumentar a despesa diária! E ainda terá o seu carro para levar a família a passear nos fins de semana…”.

Ao todo, no período de 1956 até 1961, foram fabricadas cerca de três mil unidades no Brasil, muitas das quais ainda hoje permanecem nas mãos de colecionadores - Em 2016 existiam 84 no estado de S. Paulo.







segunda-feira, 26 de novembro de 2018

LADA – TECNOLOGIA QUE NÃO DEIXOU SAUDADE

Tudo começou em 1966, quando foi assinado um acordo entre a Fiat e o governo da União Soviética para a constituição de uma empresa votada à produção de automóveis populares, que foi batizada com o nome de VAZ (Volzhsky Automobilny Zavod ou Fábrica de Automóveis do Volga).
Essa fábrica é agora o terceiro maior complexo automotivo-industrial do mundo e iniciou em 1970 a produção  do Zhiguli ou VAZ 2101, um sedã de quatro portas, que nada mais era que o Fiat 124 feito sob licença da marca italiana.
A VAZ se notabilizou por ser uma fábrica altamente verticalizada, onde praticamente tudo era produzido por ela, de carburadores a vidros. Era uma organização industrial em que eficiência não era a maior preocupação.
Em 1976 foi lançado o Lada 2121, mais conhecido como
O Niva
Niva (que significa “campo” em russo), um jipinho utilitário compacto 4x4 com linhas simples e retas e motor de 1.6 litros a gasolina, e primeiro projeto da montadora russa a não utilizar um modelo da Fiat como base. Rústico e competente, o modelo foi um dos carros mais marcantes já criados pela indústria soviética, tanto que até hoje esse projeto original é produzido, tendo sido exportado para o Brasil.
Outros modelos foram sendo lançados e também exportados para o bloco soviético, onde exigências quanto à qualidade não eram muito grandes; dentre esses, o Lada Samara, primeiro automóvel de tração dianteira produzido pela montadora e que também foi exportado para o Brasil, onde a marca chegou em 1990, logo após a abertura do mercado aos importados.
O Laika
O primeiro carro a chegar foi o já defasado sedã Lada Laika, nome alusivo à raça da cadela Kudriavka, que os soviéticos enviaram ao espaço no Sputnik II, em 3 de novembro de 1957. Porém, o design ultrapassado e a péssima tropicalização dos carros, que não eram adaptados à gasolina com álcool vendida aqui e geravam mau funcionamento e problemas constantes de carburador, decretaram o fim da marca no Brasil, após seis anos, apesar de seu preço baixo – ao começarem a chegar aqui, os Laika custavam o equivalente a US$ 7 mil – era o carro mais barato vendido no país.
Para encerrar, uma curiosidade: a marca Lada foi adotada pela AvtoVAZ apenas para exportação. No mercado interno russo os automóveis são comercializados com a marca Zhiguli, cuja pronúncia semelhante a  “gigolô” poderia prejudicar as exportações...




terça-feira, 20 de novembro de 2018

MAIS UM ESPAÇO OCUPADO: ROBÔS APRESENTARÃO TELEJORNAIS

Em breve os chineses poderão ver apresentadores virtuais  nos noticiários da TV, inclusive imitando expressões faciais e trejeitos humanos durante a leitura das notícias.
Desenvolvido pela agência de notícias estatal Xinhua e pela empresa de tecnologia Sogou, o robô que apresenta  telejornais foi apresentado na Conferência Mundial da Internet recentemente acontecida em Wuzhen, no leste da China.
Inspirado no jornalista chinês Qiu Hao, o robô "veste" um terno preto e gravata vermelha - a imagem ao lado mostra o robô e o jornalista. Ele faz parte de um grande esforço da China para avançar em tecnologia de inteligência artificial.
Em outro vídeo da Xinhua, o robô disse que era seu “primeiro dia” na agência de notícias e prometeu “trabalhar incansavelmente para manter o público informado" - o "apresentador" pode ficar no ar ininterruptamente.
Os apresentadores virtuais têm uma aparência bastante realista. Eles piscam e erguem as sobrancelhas quando falam. Sua boca se move em sincronia com as palavras. Mas são facilmente distinguíveis de uma pessoa real, pois suas expressões faciais ainda são limitadas. A voz soa metálica, sem nuances de entonação, mas eles certamente serão aperfeiçoados
Restam poucas dúvidas de que a tecnologia evoluirá e a fronteira entre realidade e artificialidade será cada vez mais sutil. Com o uso de outro tipo de tecnologia, seres virtuais como a cantora japonesa Hatsune Miku já se tornaram estrelas no mundo artístico.
A equipe de marketing da Sogou disse no evento que não está claro quando a tecnologia realmente entrará em uso, mas multidões se reuniram para tirar fotos com o apresentador digital e com o próprio Qiu, que estava no evento..

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

GRAFENO PODE AJUDAR A DEVOLVER A VISÃO A MILHÕES DE PESSOAS


Na mitologia grega, Theia era a deusa da luz e da visão. 

Agora dá nome a um projeto que vem sendo desenvolvido pelo   Barcelona Institute of Science and Technology (BIST); trata-se de um implante de grafeno que pretende minorar os problemas vividos por deficientes visuais parciais ou totais (cegos). 

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), existem 253 milhões de pessoas com incapacidade visual, 36 das quais são completamente cegas. Apesar de a OMS assegurar que 80% dos casos poderiam ser evitados ou curados, o número de pessoas cegas poderá continuar a aumentar até alcançar 115 milhões em 2050.


Assim, torna-se urgente tomar medidas; neste contexto, a proposta do projeto THEIA é uma das mais interessantes e revolucionárias. Seria desenvolvido um implante de grafeno a ser colocado em contacto com a retina para estimular os neurônios ganglionares (responsáveis por levar os impulsos ao cérebro), através de uma série de elétrodos. 

Em breve serão iniciados testes com  porcos, pois os seus olhos são muito semelhantes fisiologicamente ao olho humano.

Apesar de as pesquisas apresentarem resultados encorajadores, acredita-se que nos próximos 10 ou 15 anos este dispositivo ainda não possa ainda ser distribuído comercialmente, mas o seu potencial é grande, pois o envelhecimento da população nos países ocidentais provoca o aumento da degeneração ocular. 

Projetos como o THEIA são necessários para atenuar o sofrimento que a perda de um sentido pode provocar. Sem dúvida, esta é uma das grandes missões da ciência na busca de um mundo melhor, como mostra o vídeo acerca do projeto disponível aqui.

A Universidade Presbiteriana Mackenzie também tem um centro voltado às pesquisas sobre o grafeno, o Mackgraphe (foto ao lado). 

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

DEEP FAKES - OUTRA PRAGA CHEGANDO À VIDA DIÁRIA

O portal Olhar Digital traz uma matéria assustadora: vídeos falsificados com auxílio de inteligência Artificial. Se as fake news já são um problema sério, aumentado pelas redes sociais, imaginem quando vídeos falsos começarem a ser divulgados. 
Assistam ao vídeo que está aqui. Pois é, pode parecer difícil de acreditar, mas quem está falando  não é Barack Obama. Trata-se de um  ator, cuja imagem  foi capturada por uma câmera comum. O vídeo passou por um sistema de inteligência artificial que transformou as expressões do ator no rosto de Barack Obama. A voz foi tratada por um software que é capaz de transformar a voz de praticamente qualquer um em outra voz. O resultado é incrível... e assustador.
A verdade é que a partir do momento em que realmente não pudermos mais acreditar nos nossos olhos, estaremos em maus lençóis. Já imaginaram a quantidade de mentiras e trapaças que podem se espalhar pelas redes sociais? Se as pessoas já acreditam hoje em mensagens em texto, a chance delas serem enganadas por um vídeo é muito maior – afinal, todo nós crescemos acreditando que se há um registro em vídeo, é por que o fato é real, Pois é, já não dá para pensar assim...

terça-feira, 30 de outubro de 2018

PONTE HONG KONG – ZUHAI - MACAU, O ESTADO DA ARTE EM TECNOLOGIA

A aglomeração urbana do Delta do Rio das Pérolas é considerada a maior megacidade do mundo (67 milhões de pessoas) e é um dos motores da economia chinesa.

Num dos extremos do Delta, está Hong Kong; no outro, Macau e Zhuhai, as três mais importantes cidades do sul da China. Nas últimas décadas a região experimentou um extraordinário crescimento econômico e tornou-se um dos principais centros comerciais e industriais do mundo. 

Segundo especialistas, a experiência internacional mostra que uma das chaves para a exploração das oportunidades econômicas deve ser uma cooperação mais estreita entre as cidades - foi isso que determinou a  construção da Ponte Hong Kong- Zuhai- Macau.

Custou  US$ 20 bilhões; com 55 quilômetros, sua construção consumiu 400 mil toneladas de aço, quantidade suficiente para erguer mais de 60 torres Eiffel. Foi usado cimento suficiente para construir 22 edifícios Chrysler, em Nova Iorque, que tem cerca de 320 metros de altura e durante algum tempo foi o mais alto do mundo. 

A estrutura tem três seções de pontes e um túnel sob o mar - para permitir a passagem de navios, uma seção de 6,7 km é formada pelo túnel e duas ilhas artificiais - a foto ao lado mostra a entrada do túnel em uma dessas ilhas.

Os responsáveis garantem que ela resiste a ventos de até 340 km/hora e foi projetada para durar pelo menos 120 anos.

Com seis faixas de rolagem (três em cada sentido), a velocidade máxima é de 100 km/hora. As obras começaram em 15 de dezembro de 2009, e a estrutura principal foi concluída em 7 de julho de 2017. 

A construção não é cem por cento chinesa: trabalharam nela profissionais do Reino Unido, Japão e pelo menos 11 outros países - 18 deles  morreram durante a obra.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

FORMICA É MARCA, VOCÊ SABIA?

Poucas pessoas sabem que a fórmica, aquele material utilizado para revestir móveis, pisos e paredes, na verdade é uma marca – laminados plásticos existem de diversas marcas, produzidos por diversas empresas, mas a fórmica original existe há mais de cem anos.

Em 1912,   Daniel J. O’Conor e   Helbert A. Faber, funcionários da  Westinghouse Eletric, começaram a pesquisar e desenvolver um material que substituísse a mica, usada na época em instalações e isolamentos elétricos,  principalmente nos ferros de passar roupa. Utilizando material celulósico (papel) impregnado com resina fenólica, submetido à alta pressão e temperatura, eles criaram um novo produto: o substrato fenólico. Em 1913,  saíram da Westinghouse, patenteram o produto, registraram-no com a marca FORMICA, e fundaram sua própria empresa com a ajuda financeira do advogado e banqueiro John G. Tomlin. O novo produto foi batizado como FORMICA por ter sido concebido para ser usado no lugar da mica (“substitute for mica”).

O material foi amplamente utilizado como isolante  durante a 1ª Guerra Mundial,  ao final da qual a empresa desenvolveu a resina melamínica, cuja união com o substrato fenólico resultou no laminado decorativo como hoje o conhecemos.

Durante a Segunda Guerra Mundial mundial a empresa fabricou hélices de avião de madeira revestidas em plástico. Após a Guerra,  se especializou  na produção de laminados decorativos. Nessa época,  a marca FORMICA  chegou ao Brasil. Em 2007, a empresa foi comprada por US$ 700 milhões pelo grupo Fletcher Building Group, da Nova Zelândia.

A empresa investe muito em pesquisa, lançando constantemente novos produtos, que além da beleza e do design moderno,  são resistentes à riscos e  manchas, são fáceis de limpar, inibem a proliferação de fungos e bactérias, são antialérgicos, duráveis, suportam a umidade e as altas temperaturas.

A empresa (www.formica.com) tem seus produtos vendidos em quase todo o mundo. É um exemplo vivo de como uma tecnologia, desenvolvida para um determinado fim, acaba gerando produtos utilizados em áreas totalmente diferentes.  

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Mark I, Aiken e Hopper: pioneiros


Howard Hathaway Aiken (1900-1973) concluiu seu doutorado em Física em 1939, na Universidade de Harvard.

Já nessa época, Aiken acreditava ser possível a construção de uma máquina que pudesse rapidamente fazer os cálculos necessários em sua área, especialmente equações diferenciais, liberando os pesquisadores de trabalho repetitivo. Aiken sabia que, pelo porte da máquina em que pensava, precisaria do auxílio de uma empresa; procurou inicialmente a Monroe Calculator Company, à época um importante fabricante de calculadoras mecânicas, mas que não se interessou pela ideia.

A seguir, após alterar seu projeto inicial, Aiken procurou a IBM, cujo principal produto à época era um sistema que processava cartões perfurados, um descendente direto das máquinas concebidas por Herman Hollerith. O projeto de Aiken interessou à IBM, pois utilizava diversos componentes dos sistemas já produzidos por ela; uma equipe formada por pessoal de Harvard e da IBM começou a trabalhar na máquina, que foi chamada MARK I e apresentada aos professores de Harvard em dezembro de 1943.

O Mark I era enorme: tinha quase vinte metros de comprimento e três de altura, sendo composto por cerca de 760.000 peças, ligadas entre si por 800 km
de cabos e pesava 4,5 toneladas – segundo testemunhas, quando em funcionamento emitia um ruído parecido com o de uma sala cheia de mulheres tricotando. Era também uma máquina muito confiável, no sentido de apresentar poucos problemas técnicos.

As instruções eram carregadas em fita de papel e os dados em cartões, perfurados; as saídas eram geradas em máquinas de telex e cartões perfurados. Podia processar números com até 23 dígitos, executava as quatro operações e tinha sub-rotinas para operações logarítmicas e trigonométricas.

Um dos membros mais importantes da equipe de Aiken era a matemática Grace Hopper (1906-1992). Grace atuou muito
tempo na área de computação, estando entre outras coisas, envolvida na criação do FORTRAN e do COBOL; foi tão importante nessa área que, a Marinha dos Estados Unidos , da qual era oficial, deu seu nome a um navio (Grace chegou ao posto de Almirante).

Apesar disso, o que tornou Grace conhecida entre o público leigo foi o fato de que, quando trabalhava com o Mark I, ter removido do interior da máquina um inseto que havia feito com que a mesma parasse – foi a primeira pessoa a, literalmente, ‘debugar’ um computador.

Quando o Mark I ia ser oficialmente inaugurado, em agosto de 1944, Harvard liberou um press release acerca do assunto dando todo o crédito pela construção a Aiken. Thomas J. Watson, o principal executivo da IBM, ficou furioso, ameaçando boicotar a inauguração e projetos futuros; a turma do ‘deixa disso’ entrou em ação e a inauguração ocorreu, mas ficaram sequelas: Aiken e Watson nunca mais se falaram; anos mais tarde, Aiken recusou tornar-se consultor da IBM, função que lhe fora oferecida por Thomas J. Watson Jr., que passara a ocupar o lugar que fora do pai.

Grace e Aiken utilizaram o Mark I para produzir tabelas para a artilharia, muito usadas no final da 2ª Guerra Mundial; a máquina permaneceu em uso até 1959, quando foi substituída por equipamento mais moderno.

Aiken supervisionou a construção dos Mark II, III e IV em Harvard até se aposentar; Grace permaneceu no serviço ativo da marinha até quase os 80 anos, quando se tornou consultora da Digital (um importante fabricante de computadores), cargo que ocupou até sua morte.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

TECNOLOGIA COM UM TOQUE RETRÔ: BIKES ELÉTRICAS

Às vezes, um simples olhar diferente sobre o que já existe gera inovação.   É o que fez Andrew Davidge um americano que sempre  sempre curtiu design e passear de bicicleta em sua cidade natal de Los Gatos, na Califórnia. A partir desse olhar diferente, desenvolveu um projeto que uniu a tecnologia das bicicletas elétricas  ao charme das bikes americanas dos anos 50. Construiu uma bicicleta como um trabalho escolar,  ainda no ensino médio, que foi um sucesso: pessoas começaram a perguntar como poderiam ter uma igual e ai decidiu  começar a fabricar para outros - isso aconteceu em 2013.
Assim nasceu a Vintage Electric, que hoje tem quase 50 funcionários e entrega algumas centenas de bikes novas por ano - há   fila de espera. O que começou na garagem de casa mudou para um galpão pequeno e hoje ocupa um espaço maior no Silicon Valley, berço das startups dos EUA.

A linha de Bikes da Vintage Electric conta com 5 modelos: a mais barata é a Cafe (foto à esquerda), com preço inicial de US$ 3.995 (cerca de R$ 16,5 mil, mais impostos); A mais cara é a Tracker S, à direita, que começa em US$ 6.995 (em torno de R$ 30 mil). Além da exclusividade da personalização, o desempenho pode ser equivalente a algumas motos de entrada,
A velocidade dos modelos básicos vai até 30 km/h no modo normal, mas pode chegar a 57 km/h se a chave “Sport” for acionada. A bateria tem autonomia de até 65 km (ou 120 km no modo econômico). Para carregar totalmente, as bikes precisam ficar 3,5 horas na tomada. Mas a bateria pode ser retirada para que o dono possa carregar dentro de casa ou no escritório.
Segundo Davidge, essa  é uma forma para que as pessoas tenham um pouco de sensação de aventura em suas vidas enquanto fazem suas atividades diárias - há um vídeo com um pouco mais sobre o assunto.