sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

CARROS AUTÔNOMOS: MAIS TRABALHO PARA ADVOGADOS

A Mercedes autônoma
A Bloomberg divulgou um interessante artigo mostrando como a chegada dos carros autônomos, sem motorista, pode trazer um grande volume de casos para os advogados. imaginemos um carro-robô sem ninguém atrás do volante batendo contra outro carro autônomo. De quem é a culpa?
Ninguém sabe a resposta. Mas os advogados estão animados com as perspectivas de receberem grandes honorários com esses acidentes. Se os computadores têm problemas com frequência, dizem eles, o mesmo acontecerá com os carros operados por eles, o que parece ser bastante lógico, especialmente para aqueles que, como nós, trabalhamos com Tecnologia da Informação.
E se não há ninguém atrás do volante, os advogados acreditam que será possível processar (e defender) um grande número de envolvidos, tais como programadores de computadores, empresas de computação, desenvolvedores de algoritmos, a Google, empresas de mapeamento e até mesmo governos – certamente será um terreno bastante fértil para os advogados.
Proclama-se que os carros autônomos da Google   e de outras fabricantes levarão a um futuro livre de acidentes, no qual os reflexos precisos dos robôs impedirão que os passageiros corram perigo. A utopia automotiva poderá um dia eliminar a morte nas rodovias, dizem seus defensores. Mas até lá é inevitável que uma primeira geração de carros-robôs colida com outros veículos autônomos e também com aqueles guiados por humanos.
“Chegará um momento em que haverá um acidente e não se poderá determinar quem ou o que foi o responsável”, disse David Strickland, ex-diretor da Administração Nacional de Segurança do Trânsito Rodoviário dos Estados Unidos (NHTSA, na sigla em inglês) e agora sócio do escritório de advocacia Venable LLP em Washington. “É aí que começa a dificuldade”.
As preocupações dos consumidores em relação à responsabilidade
Um autônomo do Google
certamente representarão um obstáculo à aceitação dos carros autônomos. É por isso que Volvo, Google e  Mercedes-Benz já falam em aceitar a responsabilidade se seus veículos provocarem um acidente.
“Nós queremos que os clientes tenham confiança de que fizemos um trabalho realmente bom”, disse Anders Eugensson, diretor de assuntos governamentais da Volvo. “É por isso que dizemos que se alguma coisa acontecer, nós assumiremos a responsabilidade. Nós sentimos que não podemos lançar veículos para o público se não formos capazes de declarar isso”.
Mas os advogados não dão muita importância a essa promessa, que consideram apenas mais uma estratégia de marketing.
Um Volvo autônomo
O fato é que a legislação atual, quase sempre,  responsabiliza o proprietário/motorista do carro pelos acidentes. Se um proprietário quer culpar o fabricante,  precisa provar que este foi negligente em alguma medida. Mas a legislação atual   não contempla os carros sem motoristas.
“Serão necessárias mudanças nas leis”, disse Strickland. “Não existe nada atualmente que diga que a fabricante do sistema automatizado é financeiramente responsável pelos acidentes”.
E os donos de carros autônomos  não se sentirão  responsáveis em um acidente, especialmente se estivessem dormindo no banco de trás ou, como sugeriu Eugensson, da Volvo, “atualizando o Facebook”.
“Ninguém quer ser processado  por um acidente que não tinha o poder de evitar”, disse Bryant Walker Smith, professor de Direito da Universidade da Carolina do Sul que já escreveu bastante a respeito da responsabilidade nos casos de carros autônomos.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

LIGHT FIDELITY (LI-FI) – ACESSO À INTERNET POR MEIO DA LUZ?

Em meados de 2001, publicamos no jornal “O Tempo”, de Belo Horizonte, artigo no qual discutíamos a possibilidade de conexão à Internet através da rede elétrica, eliminando os problemas referentes à chamada “última milha” (last mile), que sempre foi o pesadelo dos profissionais de telecomunicações: trata-se do trecho, usualmente curto, que conecta as residências e escritórios aos canais de comunicação de banda mais larga.
Esse trecho, normalmente constituído por linhas de tecnologia mais antiga e frequentemente instaladas de forma mais precária, acaba comprometendo a performance não só de serviços mais sofisticados, como a Internet, mas às vezes até mesmo do serviço telefônico padrão.
Decorridos 16 anos, pouco se avançou nesse sentido, exceto no que se refere à conexão wireless (wi-fi), quase sempre restrita a ambientes  menores, especialmente nos países menos desenvolvidos.
Agora, o assunto volta à pauta, desta vez transformando lâmpadas em dispositivos capazes de permitir a conexão à web. A nova tecnologia, chamada li-fi – ‘light fidelity’, começou a ganhar forma no final deste ano, quando começaram testes na Europa com  lâmpadas compatíveis com essa tecnologia.
O Professor Haas
Embora a tecnologia tenha sido apresentada (de forma conceitual) há cinco anos pelo professor Harald Haas, da Universidade de Edimburgo, o li-fi ganhou notoriedade recentemente, quando os primeiros resultados dos testes em condições reais foram divulgados, tendo a  empresa estoniana Velmenni comprovado que é possível transmitir dados através da luz, de maneira estável e com maior segurança do que a conexão wi-fi.
Desde  2003 Haas tentava encontrar uma forma de democratizar o acesso à internet. Observou a quantidade de lâmpadas que estão ao nosso redor e sabendo que o wi-fi   e a conexão móvel dependem de antenas e roteadores para serem utilizados pois  utilizam frequências de rádio, tendo por isso custo mais alto e sendo sujeitos a interferências, resolveu pesquisar o uso de outra frequência,   a da luz visível.
A ideia é que uma lâmpada LED transmitia os sinais, através de oscilações na sua luz (em nano segundos, totalmente imperceptíveis ao olho humano); será necessário que os dispositivos a serem conectados tenham receptores específicos para captar essas oscilações – ainda não estão disponíveis computadores e celulares com esses receptores. 
Diferentemente do wi-fi, que utiliza sinais de rádio para transmissão, com um limite atual de 867 megabits por segundo, o li-fi, por funcionar com luz não visível, atinge velocidades muito superiores; a tecnologia vem sendo aperfeiçoada,  tendo se conseguido transmitir dados a 224 gigabits por segundo; para se ter uma ideia dessa velocidade, cerca de 18 filmes poderiam ser baixados em 1 segundo. É difícil prever qual será a velocidade de um produto comercial, pois isso ainda depende dos padrões que serão adotados; com certeza será  maior que a do wi-fi, mas não tão grande quanto a obtida em testes. Vale lembrar que o record de velocidade em terra é do carro inglês Thrust 2, que chegou a 1.228 km/h, enquanto o record da F1 corridas é de Valtteri Bottas, 372 km/h, ou seja, um produto “comercial”, quase nunca tem a performance obtida em testes de laboratório.
Outra vantagem do li-fi está na segurança, pois como a luz não atravessa paredes, ficará mais difícil o acesso de “intrusos”.  Além disso, Li-fi possui a vantagem de ser apta para uso em áreas sensíveis às ondas eletromagnéticas, como cabines de aeronaves, hospitais e usinas nucleares, pois não causam interferência eletromagnética.
Por enquanto, o li-fi só funciona bem em ambientes fechados; especialistas acreditam que a tecnologia tende a ser utilizada complementando o wi-fi, pois em determinadas situações, com um celular dentro de uma gaveta ou em um bolso, ele ficaria desconectado.
Apesar de promissora,  tecnologia ainda exige muita pesquisa até que possa ser disponibilizada para uso comercial, e isso deve consumir ainda bastante tempo.  

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

AMAZON SEGUE TESTANDO DRONES

Em  2 de dezembro de 2013 e em 15 de março deste ano, tratamos neste blog dos testes com drones que  a Amazon vinha fazendo, para acelerar a entrega  de pequenas encomendas. 
No   domingo passado, a Amazon divulgou  mais um vídeo de seus drones, dois anos após um protótipo da tecnologia ter sido anunciado pela companhia.
O vídeo, narrado pelo apresentador de televisão Jeremy Clarkson, mostra uma família recebendo em cerca de 30 minutos chuteiras novas para substituir as que haviam sido destruídas por um cachorro.
"No futuro, haverá toda uma família de drones da Amazon. Diferentes designs para diferentes ambientes", disse Clarkson.
O vídeo mostra uma caixa contendo as chuteiras encomendadas pela família encaixando-se   no corpo do drone, que levanta voo como um helicóptero, subindo até a altura de cerca de 120 metros, quando passa a voar na horizontal, como um avião.
Clarkson afirma no vídeo que o drone é capaz de voar por uma distância de 24 quilômetros e que é equipado com uma tecnologia de sensores para evitar obstáculos.
O vídeo mostra o drone se aproximando do local marcado para pouso, liberando o pacote e depois decolando de novo.
O clip foi exibido um dia antes da chamada "Cyber Monday", nesta segunda-feira, quando liquidações são feitas por varejistas  americanos de produtos eletrônicos.
A FAA,  agência federal de aviação americana  afirmou em junho passado que   esperava finalizar a regulamentação para operações comerciais com drones nos próximos 12 meses.
Há notícias que Google e Wal-Mart estão entre outros varejistas que estão desenvolvendo drones para entrega de encomendas.
Como disse anteriormente, se eu fosse motoboy começaria a pensar em mudar de profissão...

domingo, 29 de novembro de 2015

CHINA: A CAMINHO DA ROBOTIZAÇÃO NA VIDA DIÁRIA

A agência espanhola EFE divulgou interessante matéria acerca da World Robot Conference, iniciada em Pequim no último dia 23.
De acordo com a matéria, os robôs já preparam comida, limpam casas, dão aulas, escrevem notícias, realizam cirurgias, voam e, na China, principal mercado mundial do setor, executam diversas outras atividades.
No salão de exposições da conferência havia robôs que falavam, cantavam, dançavam e  jogavam futebol entre eles ou tênis de mesa com humanos.
Outras máquinas foram programadas para auxiliar no setor da saúde, em funções como reabilitação ou ajuda à mobilidade de incapacitados.
Algumas empresas apresentaram berços inteligentes com os quais os pais podem controlar à distância as condições do ambiente em que o bebê descansa.
O evento também contou com empresas cujos robôs foram programados para estabelecer contato com humanos e responder a seus pedidos, como se fossem garçons ou atendentes.
A Xiaoi, empresa responsável pelos serviços de atendimento ao cliente das grandes operadoras telefônicas chinesas está utilizando robôs para reduzir os custos trabalhistas e melhor o atendimento aos clientes.
A conferência em Pequim reuniu cerca de 120 empresas e 12 organizações internacionais de robótica, refletindo o momento vivido pelo setor dos robôs na China, principalmente no campo industrial.
A China representa 25% do mercado dos robôs industriais. No ano passado, 57 mil unidades foram vendidas naquele país, um crescimento de 55% em relação a 2013. Ao todo, 230 mil vendas foram registradas em todo o planeta em 2014.
No entanto, a "densidade de robôs" (a relação entre máquinas e trabalhadores) se situa, na China, em 36 para cada 10 mil trabalhadores, abaixo da média mundial (66) e bem distante das médias de países como Coreia do Sul (478 para cada 10 mil), Japão (315), Alemanha (292) e Estados Unidos (164).
Até 2013, os robôs industriais utilizados na China eram quase todos importados; no momento, a produção local cresceu e alimenta parte considerável do mercado daquele país.
A meta do governo chinês é que até 2020 os robôs de fabricação nacional cheguem a suprir metade da demanda interna. Com esse objetivo, está sendo elaborado um plano de cinco anos para conduzir a expansão do setor.
A robótica é uma das dez áreas assinaladas por Pequim como prioritárias em sua estratégia "Made in China 2025", que pretende remodelar a base industrial do país para orientá-la rumo a áreas mais intensivas em tecnologia e menos dependente de mão de obra barata.
É uma nova realidade no país, levantando as questões de praxe: o que fazer com a mão de obra a ser desempregada pelos robôs?  E se alguém hackear robôs? O vídeo abaixo pode dar uma ideia do que pode acontecer... 

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

TECNOLOGIA NA BUSCA DE EMPREGOS

Num passado não muito remoto, os grandes jornais traziam cadernos de empregos, volumosos – aos domingos, o jornal ‘O Estado de S. Paulo’ trazia dois desses cadernos – os candidatos ao se interessarem por uma vaga enviavam seus currículos pelo correio e aguardavam um eventual chamado; parece que foi há séculos!
Hoje, tudo mudou: os brasileiros utilizam os classificados na publicados na internet como principal ferramenta para procurar emprego. Segundo um levantamento feito pela agência de empregos Catho, 65,7% das pessoas usam esse método para encontrar oportunidades.
O networking   aparece em segundo lugar, com 54,1% na pesquisa. A taxa de sucesso é maior nesse caso, apesar de ser seguida de perto pelos resultados obtidos por meio da internet. Em um ano, houve um aumento de 9,4 pontos percentuais no uso de ferramentas web para conseguir  emprego.
A praticidade, a possibilidade de enviar currículos para diversas oportunidades de maneira rápida é um dos fatores que explicam a preferência dos profissionais por essa ferramenta.
A pesquisa da Catho descobriu que o envio de currículos diretamente para empresas foi uma opção adotada por 46,7% dos entrevistados, enquanto 40,3% disseram que utilizam redes sociais para achar um novo trabalho.
A pesquisa de 2015 teve 23.011 respondentes de todo o Brasil, sendo que 54,2% estão empregados (29,7% em empresas com mais de 500 funcionários). O levantamento foi feito entre os dias 13 de junho e 29 de julho deste ano.
Os demais resultados da pesquisa estão abaixo:


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

TECNOLOGIA? AMAZON ABRE LIVRARIA FÍSICA

Um dos ícones do comércio eletrônico, a Amazon dá aquilo que parece ser um passo atrás: abriu uma loja física no campus da Universidade de Seattle.
Os livros disponíveis na loja foram escolhidos com base na avaliação dos clientes, volume de vendas e recomendações de especialistas.
É interessante o fato de que os livros estão todos expostos de forma a exibir suas capas, ao invés da forma tradicional, 
onde apenas a lombada fica à vista. Segundo a empresa, a ideia é expor o trabalho dos autores, ao invés de procurar colocar na loja o maior número de obras; a loja tem cerca de 510 metros quadrados de área de vendas. 
A Amazon informa que os preços cobrados serão os mesmos dos comprados online, e que a rede de lojas físicas pode se expandir.
Embora a ideia não seja inédita, a iniciativa da Amazon gera ruído pelo tamanho da empresa. Em 2014, falando à EXAME,  discutíamos o caso da    Westwing, empresa alemã que vendia apenas pela Internet móveis e objetos de decoração e que abriu uma loja física no Brasil objetivando popularizar a categoria de casa e decoração na web. A estratégia, embora inédita na história da Westwing, não foi novidade no setor aqui no Brasil: o site brasileiro Oppa, por exemplo, investe em lojas físicas desde 2012.
As coisas se repetem nos ambientes empresarial e tecnológico.

domingo, 11 de outubro de 2015

ÀS VEZES, TREINAMENTO E DISCIPLINA SÃO MAIS EFICAZES QUE TECNOLOGIA

Temos visto com frequência pessoas, deslumbradas com tecnologia, simplesmente repudiarem tudo aquilo que não tem embutido a última palavra em termos de técnica e ciência.
Polícia Montada Canadense
Na área de segurança pública, uma das coisas menos “tecnológicas” é o policiamento a cavalo. No entanto, sua eficácia é comprovada pela existência de unidades dessa espécie em áreas extremamente desenvolvidas – talvez a mais conhecida delas seja a Royal Canadian Mounted Police, a Polícia Montada Canadense, pela qual os cidadãos daquele país tem verdadeira devoção e cujas origens remontam a 1868; outras como o Mounted Branch (1873) da Polícia de Londres também são muito tradicionais.
Algumas unidades de polícia montada estão radicalizando em termos de abrir mão de tecnologia: a Mounted Patrol Unit de Houston, Texas, está considerando a possibilidade de não mais ferrar seus cavalos, dar-lhes uma dieta mais natural e chegar até mesmo a fazer com que os policiais montem descalços.
Tradições e curiosidades à parte, a existência de unidades montadas é plenamente justificada, pois sua atuação em locais de grande concentração de pessoas é altamente eficaz, em face das vantagens proporcionadas pelo emprego do cavalo. O homem a pé se dilui no meio da multidão e só tem condições de ver e atender aqueles que estão mais próximos, havendo necessidade de saturação da área a ser patrulhada para sua maior efetividade.
Por outro lado, a utilização de viaturas nesses locais é prejudicada pelas vias quase sempre congestionadas, e pelo fato de que o campo de visão de seus ocupantes é restrito. 
Soldados do 9 de Julho em São Paulo
No estado de São Paulo, a Polícia Militar mantém o Regimento de Policia Montada 9 de Julho, cujas origens remontam a 1832; além das funções policiais, o Regimento desenvolve atividades ligadas à equoterapia, um método que utiliza o cavalo como principal recurso terapêutico, visando o desenvolvimento e reabilitação de pessoas portadoras de deficiências ou necessidades especiais.
O 9 de  Julho desfilando
Recentemente, participando da comemoração do , aniversário do Regimento, pudemos assistir ao Carrossel, uma exibição da tropa em que fica evidente seu alto nível de treinamento e disciplina. O Carrossel é uma das heranças deixadas pela Missão Militar Francesa que esteve instruindo a então Força Pública do Estado de São Paulo no início do século XX; é um conjunto de evoluções hípicas realizadas com o acompanhamento de um arranjo musical próprio, sendo um herdeiro dos torneios medievais de cavalaria e uma das manifestações mais prestigiosas da grande tradição equestre francesa. O vídeo abaixo nos mostra algumas cenas do Carrossel: 
Para dar um toque tecnológico, um drone filmou o Carrossel.  

domingo, 4 de outubro de 2015

SMARTPHONES PODEM CAUSAR DOENÇAS

Tão logo surgiram os celulares, começaram a correr boatos
O Professor Südhof
de que eles causariam doenças, especialmente em função de “ondas eletromagnéticas” e coisas parecidas; algumas cidades aprovaram leis dificultando a instalação das antenas, sempre visando evitar essas doenças.
Tudo isso nunca foi abordado de forma científica – esses boatos assustam pessoas crédulas e fazem com que políticos querendo agradar seus eleitores proponham essas leis – é a pseudociência em ação.
Agora, no entanto, uma voz autorizada afirma que os smartphones podem sim causar doenças; em sua edição deste domingo, a publicação alemã Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung traz matéria em que o bioquímico Thomas Südhof, Professor da Stanford University, prêmio Nobel de Medicina em 2013, garante que os smartphones geram um estresse contínuo com consequências patológicas como o chamado "burnout", a síndrome de esgotamento.
O cientista diz não se surpreender com o fato de que muita gente sofra 'burnouts' em função do atual estilo de vida, e que os smartphones, segundo ele, tem parte nisso na medida em que levam à conectividade permanente.
Disse também que "nunca estamos ilocalizáveis, sempre estamos de guarda e através do e-mail temos contato minuto a minuto com nosso trabalho. A longo prazo isso não pode ser bom”. Com frequência essa situação conduz a um estresse  contínuo que gera transformações no cérebro, explicou.
Südhof recomenda usar o bom senso e fazer pausas no uso do smartphone.  Segundo ele, tudo o que nos distrai ajuda, seja esportes, ioga, um bom livro ou música. O cientista  se impõe limites para o uso dos aparelhos eletrônicos, afirmando que "às oito da noite desligo tudo e só volto a ligá-los na hora do café da manhã", disse.

Südhof pesquisa a comunicação entre os neurônios, e o que ocorre com eles em situações de burn out e, ironicamente, recebeu a notícia de que tinha recebido o Nobel através de seu celular, quando estava a caminho de um congresso.
Para encerrar, um folheto do Hospital Israelita Albert Einstein que pode nos ser útil:

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A VOLKSWAGEN É UMA EMPRESA CRIMINOSA, ATÉ PROVA EM CONTRÁRIO...

É impressionante a constatação de como empresas mundiais, tidas como modelo, adotam práticas criminosas sem muita cerimônia.
É o caso da Volkswagen, agora envolvida em um escândalo de manipulação das emissões de gases poluentes em milhões de seus veículos. O crime (não é possível utilizar expressão mais amena) foi descoberta por um grupo de pesquisadores   da Universidade da Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos,    e do Conselho Internacional do Transporte Limpo.
A investigação sobre o caso foi iniciada em 2013, como parte de um projeto para avaliar as emissões em circunstâncias reais de operação de veículos leves nos EUA. Para isso, foram testados três veículos, Volkswagen Jetta, Volkswagen Passat e BMW X5.
Os especialistas verificaram que nas avaliações, feitas em cinco formas distintas de condução, desde em trechos urbanos, até rurais, as emissões de óxido de nitrogênio do Jetta foram entre 15 e 35 vezes superiores ao limite estabelecido pela Agência de Proteção do Meio Ambiente.
Quanto ao Passat, o índice foi entre cinco e 20 vezes superior ao aceitável, enquanto no veículo produzido pela BMW, as emissões estiveram dentro dos parâmetros do órgão regulador. Os veículos da Volkswagen, no entanto, lançavam quantidade normal de gases quando parados.
A informação obtida nos testes foi enviada no ano passado para outros órgãos que investigaram o assunto. A conclusão, quase unânime, é de que estas divergências aconteceriam por causa de um software que está instalado atualmente em todos os veículos, para controlar o funcionamento do motor.
O programa detectaria quando o carro está sendo testado para verificar as emissões e ativaria um ciclo do motor que reduz as emissões de óxido de nitrogênio, gás que é responsável pela fumaça e poluição das cidades.
Os responsáveis pelas investigações ainda não sabem se o software detecta a falta de movimento do volante ou o desligamento do sistema de controle de tração, duas circunstâncias ocorridas quando os veículos estão sendo submetidos a testes de emissão quando estacionados. Imaginem o que estão fazendo por aqui...

A indignação pode diminuir um pouco quando se descobre que cabeças estão rolando na VW e que o valor de suas ações chegou a cair cerca de 35%. Mas seria ainda melhor ver os responsáveis na cadeia...

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

PORNOGRAFIA NO CELULAR? CUIDADO!


O Portal EXAME publicou um artigo que começa com uma provocação: e se um aplicativo  pornô que você baixou no seu smartphone Android tirar uma foto sua sem o seu consentimento? E mais: e se esse aplicativo fizesse uma chantagem pedindo o pagamento de 500 dólares para que a fotografia não fosse divulgada? Pois é isso que um aplicativo chamado Adult Player está fazendo.
A descoberta desse golpe em  foi feita pela empresa americana de segurança Zscaller, que informa que a técnica é chamada de ransomware. A ideia é ameaçar a reputação do internauta com algum tipo de informação, como uma foto imprópria.
Esse tipo de tática tem se tornado comum nos últimos tempos. Segundo a Intel Security, o crescimento do uso dessa chantagem virtual vem sendo significativo.
O Adult Player, que promete acesso a vídeos de pornografia gratuitamente, não está disponível na Google Play Store, a loja oficial dos dispositivos Android. Para instalá-lo, o usuário precisa habilitar, no menu de configurações do sistema, a instalação de apps que venham de fora dessa loja virtual – uma prática que, por si só, pode representar uma ameaça à segurança, já que os aplicativos da Google Play Store são analisados constantemente pelo Google.
De acordo com a BBC, há um grupo que fez esse tipo de chantagem por meio de aplicativos nativos ou web e ganhou 75 mil dólares em 10 semanas. Esse tipo de ameaça é mais comum em computadores. Entretanto, a Intel Security indica que esse pode ser o princípio de uma tendência.
Caso você tenha sido vítima desse ransomware, o jeito é reiniciar o seu smartphone Android em modo de segurança. Dessa maneira, você poderá apagar os aplicativos maliciosos do seu aparelho. Vale lembrar que essa técnica é a mesma usada para quem precisa remover programas, como os do Baidu, do computador. 
Ainda sobre ransomware (ransom significa “resgate”, no sentido de um valor pago para liberar algo ou alguém): recentemente uma prefeitura do interior de São Paulo teve seus computadores invadidos e “travados” por sequestradores virtuais que pediram um resgate de US$ 5 mil. 

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

BRASIL: TEMOS MAIS WINDOWS PHONES DO QUE iPHONES

Segundo pesquisa divulgada pela consultoria Kantar Worldpanel, existiam em julho passado no Brasil, mais Windows Phones que iPhones, e que os smartphones com tecnologia Android continuam muito à frente dos demais. 
O market share no Brasil foi alterado fortemente em relação ao mês de setembro de 2014. Naquele mês, os Androids lideravam com 88,2%, seguidos pelos    iOS com 6,1% e pelos Windows Phones  com 3,6%.
Os números de julho de 2015 mostram uma grande alteração do cenário. O sistema do Google ainda mantém a liderança com 89,5%, mas agora é seguido pelo Windows Phone com surpreendentes 5,9% e pelo sistema da Apple com  3,5%.
Essa inversão é surpreendente –  resta ver o que nos reserva o futuro

terça-feira, 18 de agosto de 2015

HARMONY OF THE SEAS – O MAIOR NAVIO DE PASSAGEIROS DO MUNDO


A companhia Royal Caribbean anunciou que em maio de 2016 entrará em operação o maior navio de cruzeiro do mundo. Batizado de Harmony of the Seas, o transatlântico terá 361 metros de comprimento. Colocada "em pé", a embarcação superaria a altura de monumentos como a torre Eiffel (324 metros) e o edifício Burj al Arab, em Dubai, que mede 321 metros. Note-se que o porta aviões americano John F. Kennedy, cuja construção está se iniciando, medirá 333 metros de comprimento.
O Harmony of the Seas poderá comportar até 5.479 passageiros em cabines duplas (o maior transatlântico da última temporada brasileira de cruzeiros, o MSC Preziosa, conseguia levar 4.345 hóspedes). Somados os mais de 2.300 tripulantes, quase 8.000 pessoas estarão em alto-mar nas viagens do navio.
As outras características do Harmony também serão superlativas: além dos 361 metros de comprimento, o navio deslocará 227 mil toneladas (o futuro Kennedy, "apenas" 100 mil). O deslocamento, em termos náuticos, é o volume de água deslocada pelo navio quando flutuando, e é geralmente expresso em toneladas - é o "peso" da água deslocada.

Esses dois dados contribuem para transformá-lo no maior transatlântico do mundo: hoje, o navio de cruzeiro de maior porte no planeta, o Allure of the Seas, também da Royal Caribbean, desloca 225 mil toneladas, tem 360 metros de comprimento e comporta 5.400 passageiros em ocupação dupla. O Harmony terá 2.747 cabines; o Allure tem 2.706. Apenas para os tripulantes, serão 1.197 cabines.

A título de comparação, o maior navio construído no Brasil é o petroleiro João Cândido, com 274 metros de comprimento e deslocamento de 180 mil toneladas - cargueiros e petroleiros usualmente tem grande deslocamento, pois uma parte maior deles fica sob a água.
Nos 16 decks (andares) do novo navio, os passageiros poderão encontrar atrações como toboáguas,   carrossel, spa, restaurantes e até um bar onde as bebidas serão servidas por robôs; acesso rápido à Internet estará disponível em todo o navio.
A partir de maio de 2016, o navio fará cruzeiros de sete noites pelo Mediterrâneo, partindo de Barcelona;  em novembro do mesmo ano ele chegará ao seu porto-base em Ft. Lauderdale, na Florida, onde passará a oferecer saídas de sete noites pelo Caribe.
Sua construção, pelos estaleiros franceses Chantiers de l'Atlantique, de Saint-Nazaire,  custará cerca de 1,3 bilhões de dólares. Abaixo, visão de uma de suas cabines. 

sábado, 8 de agosto de 2015

ENCHER O TANQUE DO CARRO COM CERVEJA? JÁ É POSSÍVEL...

A EXAME.com traz uma notícia interessante: a Nova Zelândia, que tem uma tradição forte de consumo de cervejas, traz uma inovação que promete mexer no mercado de combustível local: já é possível    encher o tanque do carro com cerveja nos postos do país.
Em realidade, não é bem cerveja: a novidade atende pelo nome sugestivo de “Brewtroleum”  (combinação de cerveja em inglês, "brew", e petróleo, "petroleum") – é um biocombustível  que começou a ser produzido recentemente pela cervejaria neozelandesa DB Export.
O Brewtroleum é feito a partir de subprodutos da fermentação natural da bebida, como as leveduras, que passam por múltiplos processos de destilação até se obter apenas etanol.
O etanol é, então, misturado à gasolina na proporção de 10%, dando origem a um combustível que, segundo a empresa, é capaz de reduzir as emissões de carbono em 8%, comparado à gasolina convencional.
"Cada vez que uma pessoa bebe uma cerveja da DB Export, ela está ajudando a criar um biocombustível ambientalmente amigável que pode ser utilizado em qualquer motor a gasolina", diz a empresa em nota à imprensa.

A DB Export publicou vídeos gabando-se da invenção que ela considera "capaz de salvar o planeta".  



segunda-feira, 3 de agosto de 2015

sábado, 1 de agosto de 2015

SAMSUNG ANUNCIA SMARTPHONE FLIP, COM TELA DOBRÁVEL

Os celulares do tipo ”flip”, dobráveis, foram lançados em 1996 - o pioneiro foi o Motorola StarTAC, um grande sucesso de vendas. Era uma época em que se buscava diminuir o tamanho dos aparelhos, para tornar seu transporte e uso mais práticos.
Na atualidade, com os smartphones, são necessárias telas (e aparelhos) maiores, para que se possa usa-los de maneira confortável, o que vinha inviabilizando os flips.
Mas parece que vem chegando ao mercado uma novidade: a Samsung informa que planeja lançar ainda neste ano seu primeiro smartphone com tela flexível, que pode ser 
dobrada.
Ao que parece o telefone poderá ser dobrado de duas maneiras: com a tela para dentro, como os celulares flip tradicionais ou com a tela para fora.   
Há um problema, a tela não poderia ficar dobrada por muito tempo, mas segundo a Samsung, o dispositivo alertaria a pessoa de que seria preciso abri-lo, de forma a  aliviar a tensão para não causar danos.
Dentre as vantagens de um smartphone com flip, estariam o fato de   a tela estar mais protegida, a portabilidade, e principalmente o fato de ele não ficar para fora do   bolso (como o LG G4, o Samsung S6 e o iPhone 6 Plus), chamando a atenção dos amigos do alheio.  

terça-feira, 28 de julho de 2015

segunda-feira, 27 de julho de 2015

AUMENTA A PRESENÇA DE ROBÔS NO DIA A DIA DOS JAPONESES

A população do Japão envelhece rapidamente: segundo o censo de 2014, 25% da população - o equivalente a 32,6 milhões de japoneses - têm mais de 65 anos. Os aposentados já são mais que o dobro que os 16,3 milhões de cidadãos abaixo de 15 anos - o que jamais havia acontecido no país.
Devido à queda na natalidade, os idosos deverão ser 30% dos japoneses até 2025. Essa é uma situação de crise, para qual o país não se preparou adequadamente. Como comparação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) espera que, até 2050, a população global com mais de 60 anos fique em torno de 22%.
Essa situação gera problemas de disponibilidade de mão de obra, e as empresas japonesas do setor de tecnologia estão atentas ao problema, trazendo, entre outras soluções, um aumento no uso de robôs, como diz o UOL.
Nos próximos meses, o aeroporto internacional Haneda, em
O robô da  Cyberdyne
Tóquio, colocará em operação onze robôs, encarregados de serviços pesados, como transportar bagagens e limpar os saguões dos terminais. A operadora do aeroporto assinou um acordo com a Cyberdyne Inc. para testar os novos robôs da companhia num ambiente real de trabalho.
Os robôs começam a aparecer em não só em aeroportos, mas em restaurantes, bancos, hotéis e canteiros de obras, mas é provável que eles sejam cada vez mais usados no setor de cuidados de idosos, onde há grande falta de mão de obra.
O robô-enfermeiro Riba (sigla de Robot for Interactive Body
O Riba
Assistance), por exemplo, se assemelha a um urso de pelúcia e foi desenvolvido para ajudar a transportar pacientes. Ele pode erguer mais de 60 quilos em seus braços, reconhece rostos e responde a até 30 comandos de voz.
Outro robô que, num futuro não tão distante, poderá ser encontrado em hospitais e asilos de idosos é o Hospi-Rimo (abreviação de Remote Intelligence and Mobility), criado para atuar como um intermediário na comunicação entre médicos e pacientes com problemas de locomoção. Trazendo um rosto sorridente no monitor, o androide se movimenta de forma autônoma.
A mais recente inovação do setor é o Human Support Robot
O HSR
(HSR), desenvolvido pela Toyota. Com um corpo cilíndrico, braços dobráveis e ampla mobilidade, ele pode apanhar objetos do chão e de prateleiras. Como disse a Toyota em comunicado à imprensa, "a inteligência artificial ainda não é um substituto para humanos quando se trata de cuidar das pessoas queridas; o   HSR pode, por isso, ser operado remotamente por parentes e amigos, com a voz e o rosto do operador sendo transmitida em tempo real."
Ao que tudo indica, a presença de robôs não vai se restringir ao setor de cuidados médicos. A companhia Tmsuk, em parceria com a Alacom, está criando um robô-segurança, capaz de detectar intrusos e que  se locomove a 10 km/h, guiado por um controlador que pode ver as imagens em tempo real - inclusive por telefone celular - e é capaz de neutralizar um estranho, com uma espécie de rede, até que as forças de segurança cheguem ao local.
Já no Hotel Hen-na (na tradução literal "hotel estranho"), robôs uniformizados já trabalham na recepção e levam as bagagens dos hóspedes para o quarto. O estabelecimento foi aberto recentemente em um parque temático nos arredores de Nagasaki, e foi propagandeado como o primeiro hotel do mundo com funcionários androides.
"É difícil estabelecer um ponto de partida para o início da era dos robôs, já que vem havendo certa 'fluência tecnológica', mas eles estão certamente se espalhando em nosso dia a dia", diz Tim Hornyak, autor do livro Loving the Machine (amando a máquina, em tradução livre), sobre a relação dos japoneses com robôs.
Segundo Hornyak, o Japão é há muito tempo reconhecido como líder no setor de robótica doméstica, mas viu essa liderança ser abalada quando a americana iRobot lançou o Roomba, o primeiro robô aspirador de pó.
O Pepper em uma feira no Japão
O especialista se mostra empolgado com a chegada do Pepper, um robô humanoide desenvolvido pela SoftBank. "Ele é notavelmente sofisticado e vem sendo vendido a um preço bastante razoável, cerca de 1.550 dólares mais US$ 260 mês a título de taxa de manutenção", diz Hornyak.
Ele aposta que a habilidade de colocar pratos numa lava-louças, separar roupas sujas ou arrumar a casa pode fazer do Pepper o primeiro robô genuinamente dedicado a serviços domésticos.
"A SoftBank está disposta a perder dinheiro com o Pepper nos primeiros quatro anos, mas, até lá, haverá uma abundância de aplicativos que tornarão a invenção muito mais atraente", conclui.
Realmnente, parece que Rosie Jetson está chegando à nossa vida diária...