sábado, 31 de outubro de 2020

5G cresce na Europa ocidental, já no Brasil…

China e Estados Unidos são os países onde
foram vendidos mais smartphones 5G. Mas em termos de taxa de adoção, ou seja, a proporção dos dispositivos 5G em relação ao número total de telefones vendidos, a liderança é da Europa ocidental.

Isso foi revelado por pesquisa desenvolvida pela Strategy Analytics, que concluiu que a maior taxa de adesão da região é a da Suíça, onde três em cada cinco smartphones a serem vendidos em 2020 serão 5G.

Em seguida, estão a Alemanha e Reino Unido com 32%; fechando o grupo, a França, com 4%. Segundo analistas, a situação mudará em 2021, quando Alemanha e Reino Unido ficarão em primeiro lugar; mais de três em cada quatro smartphones vendidos serão 5G.

Isso pode ser explicado pela velocidade com que a implantação da tecnologia vem ocorrendo nesses países.

Quanto aos fornecedores de aparelhos, Samsung e Apple estão levando a parte do leão, mas a competição agressiva da Vivo, Oppo, Xiaomi e outros fornecedores chineses deve alterar o mercado em 2021. 

É oportuno lembrar que a grande imprensa americana recomenda aos consumidores daquele país que não se apressem em adquirir telefones 5G, pois a efetiva implantação da tecnologia nos Estados Unidos não deve ocorrer tão cedo e o uso desses telefones agora não traz vantagens aos usuários.

Como os 5G são mais caros, a imprensa tem
sistematicamente dito algo como “comprar 5G agora é jogar dinheiro fora”. Aqui no Brasil isso é mais verdadeiro. 

A efetiva entrada em operação da tecnologia em nosso país deve demorar bastante, e um 5G comprado agora, além de não trazer qualquer vantagem ao usuário, provavelmente estará obsoleto quando a tecnologia se firmar entre nós

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

GOVERNO AMERICANO PROCESSA O GOOGLE

O Departamento de Justiça dos Estados
Unidos entrou na terça feira (20) com uma ação contra a Alphabet Inc, empresa controladora do Google, a quem acusa de prejudicar seus concorrentes de forma ilegal.

Esta é a maior ofensiva legal contra um gigante da tecnologia em duas décadas e é o resultado de uma investigação que durou um ano e concluiu que a empresa usou sua posição dominante nos mercados de buscas na internet e de publicidade, prejudicando não apenas seus concorrentes, mas também os consumidores. 

A ação, que inicia um processo que pode se arrastar por anos, é um marco na luta que Washington vem travando contra o Vale do Silício. No centro do debate está o poder crescente dos gigantes da tecnologia, que têm sido investigados nos últimos anos.

Outras investigações estão em andamento, no próprio Departamento de Justiça e na Federal Trade Commission, desta vez contra Apple, Amazon e Facebook. Mais de 40 estados e administrações locais também investigam abusos do Google. 

A preocupação com a concentração de poder, dinheiro e dados nas mãos de poucas empresas é algo comum a políticos de todas as correntes – há apenas duas semanas, congressistas democratas, adversários do governo Trump, divulgaram um relatório acusando Google, Apple, Amazon e Facebook de abusarem de suas posições dominantes no mercado para suprimir a concorrência e aumentar seus lucros. 

Na ação, o Departamento de Justiça argumenta que, ao firmar acordos com fabricantes de celulares que utilizam o sistema operacional da Alphabet, o Android, para que seu mecanismo de busca seja adotado como padrão, o Google fortalece seu monopólio e prejudica a concorrência e a inovação. Acordos semelhantes foram fechados com a Apple, para instalação do buscador nos iPhones. 

O Departamento de Justiça não pede expressamente a divisão da empresa, como alguns legisladores vêm exigindo. Em vez disso, pede providências para atenuar o poder da empresa, e que podem consistir na venda de parte de seus negócios e o abandono de algumas das práticas denunciadas. 

A empresa nega sistematicamente as acusações de práticas monopolistas. Garante que enfrenta forte concorrência no mercado de buscas na Internet e diz que seus serviços ajudam muitas empresas de pequeno porte. De forma cínica, diz que as pessoas usam o Google porque querem, não porque são forçadas ou porque não conseguem encontrar alternativas.

Esta é a maior ação antitruste iniciada pelo governo americano desde o conjunto de ações judiciais movidas contra a Microsoft em 1998. Na ocasião, a empresa de Bill Gates foi acusada de abusar de sua posição dominante ao comercializar seu sistema operacional (Windows) e seu navegador de Internet (Explorer) no mesmo pacote, restringindo a concorrência por parte de outros navegadores.  

A base legal para o processo é uma legislação baixada em 1890, o Sherman Act, que foi usada no passado contra gigantes do tabaco, petróleo e telecomunicações. Dentre outras, a AT&T, que dominava 94% do mercado americano de telecomunicações e a Standard Oil, que refinava 90% do petróleo nos Estados Unidos, foram obrigadas a dividirem-se em empresas menores, como forma de garantir a concorrência. 

Não é impossível que isso venha a acontecer novamente, o que seria bom para a democracia e para o ambiente de negócios.

domingo, 25 de outubro de 2020

SERÁ QUE VAMOS NOS AFOGAR EM DADOS?

É público e notório que a humanidade vem gerando cada vez mais dados - nos últimos anos produzimos mais dados do que ao longo de toda a nossa história - 
 e que esses dados estão sendo cada vez mais utilizados, para o bem e para o mal.

Há alguns anos, talvez uma década, falava-se em "datawarehouses", armazéns de dados, estruturas em computador onde as organizações armazenariam seus dados. 

O volume de dados aumentou, e começou-se a falar em "data lakes", lagos de dados; é possível que logo apareçam outras expressões, como "data oceans" ou qualquer coisa similar. 

Para termos uma ideia melhor acerca desses volumes, em 2011 o volume de dados armazenados pela humanidade era de 1,8 zetabytes. Hoje são mais 40 zetabytes.

Um zetabyte  corresponde a 1.180.591.620.717.411.303.424 (270) bytes - de forma muito simplificada, um byte, em sistemas convencionais,  armazena um dígito ou dois algarismos.

Esse volume de dados corresponde a 57 vezes a quantidade de todos os grãos de areia de todas as praias da Terra. 

Dito de outra forma, se esse volume de dados fosse salvo em discos blu-ray, o peso desses discos seria de mais de 40 milhões de toneladas.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

COVID-19 ACELERA O PROCESSO DE ROBOTIZAÇÃO DAS EMPRESAS

Os robôs destruirão 85 milhões de empregos
em empresas de médio e grande porte nos próximos cinco anos, à medida que a pandemia de COVID-19 acelera mudanças no ambiente empresarial, conforme concluiu pesquisa conduzida pelo Fórum Econômico Mundial (WEF).

Foram estudadas cerca de 300 empresas de todo o mundo; 80% delas afirmaram estar planejando digitalizar suas operações e implantar novas tecnologias, o que levará a que sejam perdidos os empregos ganhos a partir do final da crise financeira de 2007-8.

De modo geral, a criação de empregos está diminuindo e a destruição de empregos está aumentando, à medida que empresas em todo o mundo trocam pessoas por tecnologia em seus escritórios e fábricas. 

Contrariando essa tendência há uma boa notícia: talvez sejam criados cerca de 97 milhões de empregos, especialmente nas áreas de serviços pessoais, tecnologia da informação, desenvolvimento de produtos e criação de conteúdo, disse o WEF.

A notícia é boa, mas provavelmente poucos dos 85 milhões de desempregados conseguirão alguns desses 97 milhões de novos empregos, que exigirão conhecimentos e habilidades mais sofisticados do que os possuídos pelos que serão substituídos pelos robôs. 

As tarefas em que os humanos deverão predominar são as de caráter verdadeiramente intelectual, como gestão, assessoria e comunicação, a despeito do avanço de tecnologias como inteligência artificial. 

Quanto aos trabalhadores que provavelmente permanecerão em seus empregos nos próximos cinco anos, quase metade precisará aprender novas habilidades.

De forma global, 43% das empresas pesquisadas acreditam que poderão diminuir o número de trabalhadores, contra 34% que dizem que irão aumentar esse número. Já 41% pretendem aumentar o uso de terceirizados. 

Tudo isso tende a aumentar as desigualdades, gerando problemas que a sociedade como um todo deve se preparar para enfrentar em breve.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

HOME OFFICE E INOVAÇÃO: UM CASAMENTO DIFÍCIL

 

GASTOS MUNDIAIS COM TI CAIRÃO 5,4% EM 2020

Em 2020, os gastos mundiais  TI  cairão 5,4% chegando a  3,6  trilhões de dólares, disse o Gartner. 

Espera-se, porém,   uma recuperação em 2021, com um aumento de 4%. 

A contração neste ano afetará todos os segmentos de mercado e será mais acentuada na área de hardware, com uma queda de  -13,4% indo a 616 bilhões de dólares. 

Os demais segmentos também cairão: serviços (992 bilhões, -4,6%), aplicativos  (459 bilhões, -3,6%),  processamento (208 bilhões, -3,1%) e  telecom (1,3  trilhões, -2,9%). 

Segundo a empresa, nos 25 anos em que esses números são acompanhados,  nunca houve uma queda tão grande.

O Gartner disse também que as    empresas que já eram mais digitais  estão se saindo melhor e continuarão a prosperar em 2021.

domingo, 18 de outubro de 2020

YOUTUBE PROÍBE CONTEÚDOS RELACIONADOS A TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

O YouTube  anunciou na quinta-feira (15) uma mudança em suas políticas de moderação passando a proibir conteúdos relacionados a teorias da conspiração que "justifiquem violência no mundo real". Para exemplificar as novas regras, a plataforma citou o grupo americano QAnon.

"A partir de hoje estamos expandindo nossas políticas sobre ódio e assédio para proibir conteúdos que são direcionados para um indivíduo ou grupo com teorias conspiratórias que foram utilizadas para justificar violência no mundo real", afirmou a empresa em um comunicado.

O YouTube revelou que antes mesmo das novas regras tinha eliminado dezenas de milhares de conteúdos e centenas de canais relacionados com o QAnon, "particularmente aqueles que ameaçam explicitamente a violência ou negam a existência de grandes eventos violentos".

Outras plataformas como o Facebook e o Twitter  já haviam tomado providências semelhantes recentemente.

As medidas tomadas pelo Facebook   foram mais duras, com a remoção de todos os perfis ligados ao movimento, mesmo que não possuam conteúdos violentos. 

Já o Twitter deixou de recomendar qualquert conteúdo ligado ao QAnon,   bloqueando links associados a esse movimento.

QAnon é um movimento conspiracionista norte-americano de extrema direita que apoia sem restrições o presidente Donald Trump, candidato à reeleição e que, segundo o movimento, é herói de uma batalha contra grupos satânicos. O grupo, no entanto, é considerado pelo FBI como uma ameaça terrorista em potencial.

Por trás dessa teoria da conspiração, esconde-se um   anônimo. Seu pseudônimo é a "Q", e  desde outubro de 2017,  publica nas redes mensagens  que revelariam informações confidenciais sobre a guerra secreta liderada por Donald Trump.

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

CYBERSTALKING: UM CRIME CADA VEZ MAIS COMUM

O termo cyberstalking vem do inglês stalk, que significa “perseguir, caçar”, e consiste no uso de ferramentas tecnológicas para ameaçar alguém. 

É a versão virtual do stalking, comportamento que envolve perseguição ou ameaças contra uma pessoa, de modo repetitivo, seguindo a vítima em seus trajetos, aparecendo repentinamente em seu local de trabalho ou em sua casa, efetuando ligações telefônicas inconvenientes, deixando mensagens ou objetos pelos locais onde a vítima circula etc.

O cyberstalking, que vem se tornando cada vez mais comum, já preocupava o governo americano no final da década de 1990, época em que as redes sociais se popularizaram e passaram a ser utilizadas para essas práticas, que é considerada crime tanto naquele país como no Brasil, onde sua prática usualmente é enquadrada como crime de ameaça.

Agora, um caso desses, envolvendo uma grande empresa, chega à imprensa: quatro executivos do eBay, estão sendo processados por ameaças a um casal de blogueiros, que havia publicado uma nota acerca do alto salário de um deles. Podem ser condenados a até 5 anos de prisão e multados em até 250 mil dólares.

Além de telefonemas e mensagens ameaçadoras, públicas e privadas, os acusadores enviaram ao casal caixas com baratas e aranhas vivas e uma máscara representando uma cabeça de porco sangrenta, feita para o Halloween; tudo isso foi feito de forma anônima. Também enviaram material pornográfico a vizinhos do casal, simulando ter sido encomendado pelos blogueiros.

Além disso, estiveram nas proximidades da residência do casal, pretendendo instalar um rastreador GPS em seu carro; nessa ocasião, as vítimas acionaram a polícia, que identificou os cyberstalkers e os levou à justiça.

Quanto ao eBay, disse à imprensa que tão logo foi informado sobre o caso, iniciou suas próprias investigações e demitiu todos os envolvidos. Na justiça, os acusados devem admitir sua culpa, como forma de diminuir suas penas.

É importante a denúncia, apuração e punição desses crimes, pelos males que causam às suas vítimas.

terça-feira, 6 de outubro de 2020

5G NOS ESTADOS UNIDOS - UM ALERTA PARA O BRASIL

Apesar da 5G estar chegando ao Brasil a passos de tartaruga, é oportuno verificar como ela está evoluindo no resto do mundo, especialmente nos Estados Unidos, que por sua extensão territorial e tamanho da população talvez seja o país mais semelhante ao Brasil dentre aqueles onde o uso da 5G está mais avançado. 

Lá, como cá, há os otimistas, que afirmam que ela acelerará a 4ª Revolução Industrial e revolucionará nossa vida cotidiana, viabilizando as smart cities, a cura do câncer e outros milagres. Há também os que gostam de teorias conspiratórias e se mantem informados apenas pelas redes sociais, para os quais ela só traz males, de COVID-19 a enxaquecas, passando pela extinção de diversas espécies de pássaros. 

Até agora, os fatos não dão razão a nenhum dos grupos e se pode observar apenas que, naquele país, 5G é mais cara e vem sendo adotada muito lentamente em relação aos outros países desenvolvidos, ao contrário do que as operadoras de telecomunicações prometiam. 

A revista PC Magazine conduziu pesquisas que levaram-na a concluir que cometeu um erro ao entusiasmar-se com o tema, especialmente em função de promessas de maior velocidade e menor latência que seriam trazidas pela nova tecnologia: nos Estados Unidos, como regra geral, as redes 4G vem sendo melhoradas e são mais rápidas e estáveis que as 5G. 

A revista faz acusações diretas às maiores operadoras, dizendo que a AT&T mente aos usuários, usando ícones que os levavam a acreditar que redes 4G eram 5G. Quanto à Verizon, a revista diz que seu sinal 5G está disponível em apenas espaços de tempo muito curtos – nesses casos, o usuário passa automaticamente a utilizar tecnologia 4G, quase sempre sem perceber. Outra grande operadora, a T-Mobile, também é acusada de fornecer serviços com performance muito ruim.  

O jornal Washington Post também pesquisou a respeito do assunto e chegou a conclusões semelhantes, inclusive dando uma manchete que dizia “A mentira 5G”. 

No longo prazo esse cenário deve mudar, e 5G certamente nos trará algumas das vantagens que vem sendo prometidas pelas operadoras e fabricantes de celulares. Mas ainda não chegou o momento de, ao menos como pessoas físicas, nos preocuparmos com o assunto aqui no Brasil.