domingo, 11 de outubro de 2015

ÀS VEZES, TREINAMENTO E DISCIPLINA SÃO MAIS EFICAZES QUE TECNOLOGIA

Temos visto com frequência pessoas, deslumbradas com tecnologia, simplesmente repudiarem tudo aquilo que não tem embutido a última palavra em termos de técnica e ciência.
Polícia Montada Canadense
Na área de segurança pública, uma das coisas menos “tecnológicas” é o policiamento a cavalo. No entanto, sua eficácia é comprovada pela existência de unidades dessa espécie em áreas extremamente desenvolvidas – talvez a mais conhecida delas seja a Royal Canadian Mounted Police, a Polícia Montada Canadense, pela qual os cidadãos daquele país tem verdadeira devoção e cujas origens remontam a 1868; outras como o Mounted Branch (1873) da Polícia de Londres também são muito tradicionais.
Algumas unidades de polícia montada estão radicalizando em termos de abrir mão de tecnologia: a Mounted Patrol Unit de Houston, Texas, está considerando a possibilidade de não mais ferrar seus cavalos, dar-lhes uma dieta mais natural e chegar até mesmo a fazer com que os policiais montem descalços.
Tradições e curiosidades à parte, a existência de unidades montadas é plenamente justificada, pois sua atuação em locais de grande concentração de pessoas é altamente eficaz, em face das vantagens proporcionadas pelo emprego do cavalo. O homem a pé se dilui no meio da multidão e só tem condições de ver e atender aqueles que estão mais próximos, havendo necessidade de saturação da área a ser patrulhada para sua maior efetividade.
Por outro lado, a utilização de viaturas nesses locais é prejudicada pelas vias quase sempre congestionadas, e pelo fato de que o campo de visão de seus ocupantes é restrito. 
Soldados do 9 de Julho em São Paulo
No estado de São Paulo, a Polícia Militar mantém o Regimento de Policia Montada 9 de Julho, cujas origens remontam a 1832; além das funções policiais, o Regimento desenvolve atividades ligadas à equoterapia, um método que utiliza o cavalo como principal recurso terapêutico, visando o desenvolvimento e reabilitação de pessoas portadoras de deficiências ou necessidades especiais.
O 9 de  Julho desfilando
Recentemente, participando da comemoração do , aniversário do Regimento, pudemos assistir ao Carrossel, uma exibição da tropa em que fica evidente seu alto nível de treinamento e disciplina. O Carrossel é uma das heranças deixadas pela Missão Militar Francesa que esteve instruindo a então Força Pública do Estado de São Paulo no início do século XX; é um conjunto de evoluções hípicas realizadas com o acompanhamento de um arranjo musical próprio, sendo um herdeiro dos torneios medievais de cavalaria e uma das manifestações mais prestigiosas da grande tradição equestre francesa. O vídeo abaixo nos mostra algumas cenas do Carrossel: 
Para dar um toque tecnológico, um drone filmou o Carrossel.  

domingo, 4 de outubro de 2015

SMARTPHONES PODEM CAUSAR DOENÇAS

Tão logo surgiram os celulares, começaram a correr boatos
O Professor Südhof
de que eles causariam doenças, especialmente em função de “ondas eletromagnéticas” e coisas parecidas; algumas cidades aprovaram leis dificultando a instalação das antenas, sempre visando evitar essas doenças.
Tudo isso nunca foi abordado de forma científica – esses boatos assustam pessoas crédulas e fazem com que políticos querendo agradar seus eleitores proponham essas leis – é a pseudociência em ação.
Agora, no entanto, uma voz autorizada afirma que os smartphones podem sim causar doenças; em sua edição deste domingo, a publicação alemã Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung traz matéria em que o bioquímico Thomas Südhof, Professor da Stanford University, prêmio Nobel de Medicina em 2013, garante que os smartphones geram um estresse contínuo com consequências patológicas como o chamado "burnout", a síndrome de esgotamento.
O cientista diz não se surpreender com o fato de que muita gente sofra 'burnouts' em função do atual estilo de vida, e que os smartphones, segundo ele, tem parte nisso na medida em que levam à conectividade permanente.
Disse também que "nunca estamos ilocalizáveis, sempre estamos de guarda e através do e-mail temos contato minuto a minuto com nosso trabalho. A longo prazo isso não pode ser bom”. Com frequência essa situação conduz a um estresse  contínuo que gera transformações no cérebro, explicou.
Südhof recomenda usar o bom senso e fazer pausas no uso do smartphone.  Segundo ele, tudo o que nos distrai ajuda, seja esportes, ioga, um bom livro ou música. O cientista  se impõe limites para o uso dos aparelhos eletrônicos, afirmando que "às oito da noite desligo tudo e só volto a ligá-los na hora do café da manhã", disse.

Südhof pesquisa a comunicação entre os neurônios, e o que ocorre com eles em situações de burn out e, ironicamente, recebeu a notícia de que tinha recebido o Nobel através de seu celular, quando estava a caminho de um congresso.
Para encerrar, um folheto do Hospital Israelita Albert Einstein que pode nos ser útil: