quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Apple: o nome e o logo

A Apple é a mais valiosa empresa do mundo - se fosse um país, seria o 20º do mundo, mais ou menos do tamanho da Suiça e maior que as economias da Argentina e Suécia, por exemplo. Muito se fala de sua história, cheia de altos e baixos, e da figura mitológica de Steve Jobs, um de seus fundadores. Porém pouco se comenta acerca das origens de seu nome e de seu logo – é  o que faremos hoje.
Steve Wozniak, outro dos fundadores da empresa, diz que ele e Jobs viajavam de carro quando Jobs disse ter encontrado um nome para a empresa que estavam montando: Apple Computers. Disse também que gostava forma como o nome soava e pelo fato de que Apple apareceria na lista telefônica antes da Atari, fabricante de videogames e computadores para a qual ambos haviam trabalhado.

O logo original

Wozniak diz acreditar que Jobs tenha criado o nome por associação, pois em meados dos anos 70,  vivia   comunidade hippie e esporádicamente   ganhava algum dinheiro colhendo maçãs em uma fazenda da Califórnia.   

E o logo? Algumas pessoas dizem que o logo, uma maça mordida, seria uma  homenagem a Alan Turing, o gênio britânico da computação que se suicidou comendo uma maçã envenenada com cianureto – já contamos essa história em outro post deste blog.  Isso  não é verdade; Jobs e Wozniak (que também desenhou a primeira versão do logo)   negaram a intenção de homenagear Turing, embora tenham dito que essa teria sido uma boa idéia.
O motivo mais aceito, no entanto, é que Jobs achava que eles tinham tido um insight genial, mais ou menos como o que Newton teve sobre a gravidade (a famosa história da maçã que caiu em sua cabeça…). Tanto é que o primeiro logo da Apple era uma imagem de  Newton sentado debaixo da macieira – isso prova a origem do nome.


As maçãs da Apple Computers
e Apple Records

O logo era feio, tinha um estilo antiquado – era uma pessima ferramenta de marketing. Por essa razão, em 1977,  Jobs pediu a um designer que fizesse um novo logo – o produto desse trabalho foi a maçã mordida, em sua versão colorida. A mordida  significava a tentação do conhecimento (Adão mordeu a maçã dada por Eva) e também uma brincadeira com a palavra byte (em inglês, mordida, e também e unidade de armazenamento de dados), embora uma versão maldosa diga que a mordida foi incluída para que as pessoas não confundissem a maçã com um tomate...

O logo atual

A maçã teria as cores do arco-iris para fazer referência ao movimento hippie, também presente nas  ilustrações das capas de discos dos Beatles, (cuja gravadora, coincidentemente, chamava-se Apple Records, e que acabou processando a Apple Computer por violação de direitos de marca).   Wozniak disse também acreditar que  Jobs queria homenagear os Beatles, dos quais era fã. Esse logo durou cerca de 20 anos, até ser trocado pelo atual
Mas ainda há outras ligações: um dos primeiros produtos da Apple, um palmtop, que era um bisavô dos atuais smartphones etablets, era chamado   Newton.  E o primeiro computador com interface gráfica, o MacIntosh, foi batizado assim, pois MacIntosh é a o tipo de  maçã que   Jobs colhia – dai veio o nome popularmente utilizado, Mac.
Pode não ser tudo verdade, mas que é uma boa história, é...



quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O GARTNER E A ERA PÓS-PC


Em meados de agosto realizou-se em São Paulo a “Conferência sobre Arquitetura de Aplicações, Desenvolvimento e Integração em TI”, organizada  pelo grupo Gartner, instituição que pesquisa a área de tecnologia da informação e telecomunicações.
No evento ficou claro que o mundo vive o que o especialista na área, Ethewaldo Siqueira, chama de “era pós-PC”,  tempos marcados pela mobilidade e pelo uso crescente de dispositivos móveis, como tablets e smartphones.   As mudanças que vivemos  são  resultado da ação de quatro forças que atuam ao mesmo tempo no cenário de TI: mobilidade, redes sociais, computação em nuvem e internet.

Ethewaldo Siqueira
O Grupo Gartner diz que essas forças  funcionam como quatro alavancas, cada uma com seu papel: o papel da mobilidade, por exemplo, é ampliar as possibilidades de acesso às pessoas. As redes sociais, por sua vez, estimulam novos comportamentos e novas aspirações. A computação em nuvem nos dá novas formas de entrega ou de obtenção de serviços e aplicações. E a informação universalizada pela internet fornece novos contextos às empresas e às pessoas.
Em passado recente, essas quatro forças atuavam quase isoladamente. Atualmente elas convergem e atuam em conjunto, com grande sinergia, exigindo novas soluções tecnológicas. Isso     não significa, necessariamente, que o desktop ou o laptop tenham morrido. Nem que estejam em vias de desaparecer no curto prazo. O computador pessoal, embora tenha perdido a hegemonia do passado e a maior parte do espaço que ocupava nas empresas, ainda deverá ter seu lugar nas empresas por muito tempo. O fato extraordinário é que dele nasce uma longa cadeia de subprodutos e dispositivos móveis.

Na era pós-PC, o número de dispositivos móveis nas empresas passa a ser muito maior do que o de desktops. E, em 2015, essa proporção será ainda mais desequilibrada. Segundo preveem os especialistas, para cada PC (desktops ou laptops), haverá quatro dispositivos móveis (tablets ou smartphones) nas corporações.
Um problema sério para muitas empresas é não compreender a importância da mobilidade nem o significado da mudança de paradigmas. Embora a mobilidade nas comunicações tenha praticamente começado com o celular há mais de 30 anos, a grande convergência de tecnologias é bem mais recente.


O mais surpreendente nessa evolução é comprovar os poderosos recursos acrescentados às redes, bem como a cada dispositivo, que se transforma em poderoso terminal de comunicação e de computação, graças à microeletrônica, à banda larga, à multiplicidade de interfaces, à computação em nuvem, à internet e às redes sociais. Mas torna, também, o novo ecossistema muito mais complexo.
“O lançamento do iPhone, há cinco anos, marca uma mudança rumo a um futuro dominado pelos dispositivos móveis. Smartphones e tablets deixam, então, de ser simples ferramentas de comunicação para se transformar em plataformas de aplicações e de acesso a informações”,  disse David Smith, executivo  do Gartner Group.

Na visão desse profissional, as mudanças ocorridas com a mobilidade no comportamento humano vieram para ficar. “As pessoas já não executam programas apenas em desktops e notebooks, mas, sim, em dispositivos móveis, que acompanham o usuário onde ele estiver e quando necessitar. Essa revolução da mobilidade cria um novo ecossistema e, daqui para frente, são os dispositivos móveis que vão reinar.”
Smartphones e tablets assumem, então, com vantagens, a função que era dos desktops e laptops na maioria dos serviços e aplicações, não apenas para atender às necessidades do usuário individual, mas, em especial, como ferramentas essenciais à computação corporativa.

Nesse novo cenário, dizem os especialistas, empresas de TI e corporações em geral devem mudar de estratégia, aprimorar suas aplicações e interfaces para responder ao grande crescimento da demanda por novos canais, como transação entre empresas (B2B ou business-to-business), entre empresa e empregados (B2E ou business-to-employees) e entre empresa e consumidor (B2C ou business-to-consumer).
Com a universalização da comunicação móvel, torna-se conveniente, em muitos casos, que os empregados tragam para o trabalho seus equipamentos de uso pessoal, estratégia conhecida  como BYOD (Bring Your Own Device), tema que tratamos recentemente. Mas é essencial que esses dispositivos móveis estejam sempre tecnologicamente atualizados e que haja sintonia com as políticas de segurança da empresa .

Um dos maiores avanços que a tecnologia oferece nos últimos anos e que revoluciona os dispositivos móveis é a interface muito mais amigável e intuitiva proporcionada pelas telas de toque (touchscreen) e pelo comando por gestos, característica principal do game Wii.

Além disso, a relação homem-máquina é enriquecida pelos canais de áudio e vídeo. Imaginemos  o valor que assumem a cada dia os comandos de voz nas buscas e ações das aplicações. Por sua vez, o emergente canal de vídeo começa a viabilizar o reconhecimento facial e de gestos.
Cabe, então, às empresas acompanhar de perto os avanços que ocorrem a cada dia nas novas técnicas de interface de usuário (como toque, áudio, vídeo, gestos, busca, social e contexto) e criar um novo caminho para o futuro.