domingo, 16 de dezembro de 2012

Tecnologia e viagens - o caso da decolar.com

Um dos ramos que mais se modificou com a aplicação da Tecnologia da Informação foi o das agências de viagens.
Muitos novos negócios surgiram aproveitando o potencial de TI; um desses casos é  o da DECOLAR.COM (www.decolar.com), que  começou a ser idealizada quando o argentino Roberto Souviron fazia seu mestrado em Administração na Duke University, nos Estados Unidos. Nesse período, Souviron viajou várias vezes entre os Estados Unidos e seu país, percebendo as vantagens de utilizar  a Internet para comprar suas passagens e fazer reservas de hotéis.
Percebendo que faltava  um serviço eficiente de viagens online para a América Latina, juntou-se a quatro colegas de curso e  começou a planejar uma empresa, pensada com a proposta de proporcionar serviços típicos de  agências de viagens, porém   através de acesso direto do cliente final ao seu site, oferecendo no instante da consulta as informações necessárias para que este pudesse planejar sua viagem e tomar  as providências relativas às reservas necessárias, sem sair de sua casa ou  escritório.
A viabilização do empreendimento dependia de grandes aportes financeiro. Depois de muito trabalhar para convencer investidores de que o projeto era uma grande ideia, eles conseguiram que a HTMF e o banco Merril Lynch investissem o necessário para começar a operação. Em agosto de 1999, em Miami, os jovens empreendedores fundaram a DESPEGAR.COM, que tinha como ambição reinventar a indústria turística da América Latina.
A empresa começou a operar em dezembro daquele ano; cerca de dois meses depois,  iniciou suas atividades  no Brasil com o nome de DECOLAR.COM, tendo se associado para isso a investidores brasileiros. Logo depois já operava em oito países latino americanos, e em  comprou sua maior rival, a mexicana  Viajo (www.viajo.com).   
Nos anos seguintes, seguiu crescendo, não se deixando porém seduzir pelo uso exclusivo da Internet: percebeu que muitos clientes pesquisavam preços e pacotes pela Internet, mas preferiam fechar negócio por telefone, e por essa razão instalou centrais  de atendimento em todos os países em que atua – essas centrais recebem quase 4 milhões de ligações por ano.
Essa e outras posturas, como garantir a devolução da diferença caso o cliente adquira um de seus produtos e depois encontre preços melhores, fazem com que  a empresa seja  a agência de viagens online líder absoluta na América Latina, operando em 20 países. Por meio de seu portal é possível reservar e comprar viagens em tempo real, a partir de uma  rede formada por mais de 750 companhias aéreas, 200 cruzeiros marítimos, 150 mil hotéis, 70 locadoras de veículos e milhares de pacotes turísticos nacionais e internacionais.  
A cada ano,   são realizadas mais de 20 milhões de consultas em toda a rede, cujo faturamento em 2010 foi de aproximadamente US$ 280 milhões, empregando cerca de mil pessoas.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

PARKER 51 - UM OBJETO DE DESEJO




Na atualidade quase tudo o que escrevemos é escrito com a ajuda de um computador, tablet ou smartphone. Mas no passado, o mais sofisticado instrumento de escrita disponível era a   Parker 51 – muitos especialistas consideram-na a melhor caneta tinteiro de todos os tempos.

Lançada nos Estados Unidos em 1941, após um longo período de pesquisa e desenvolvimento, teve sua produção praticamente paralisada em função da entrada do país na guerra. Apesar disso, a Parker continuou anunciando-a, o que criou uma demanda imensa que demorou anos a ser atendida após a fábrica voltar a produzi-la normalmente no final da guerra. 

Aqui no Brasil, a empresa anunciava na revista “O Cruzeiro”, dizendo que em breve a caneta passaria a ser vendida em nosso país. Meu pai ganhou uma de minha mãe como presente de formatura no final dos anos 1940 – ninguém podia usa-la além dele, até que um de seus funcionários roubou-a nos anos 1970. Para consola-lo, dei a ele uma  51 Mark II, fabricada no Brasil, mas que nem de longe se aproximava da original – a Parker teve uma fábrica em São Paulo que operou de 1959 até o início dos anos 1990.

A caneta recebeu o nome “51” como referência ao 51º aniversário da empresa, que aconteceu em 1939, ano em que o produto teve seu desenvolvimento concluído – dar esse nome à caneta inclusive resolveu um problema de marketing, que seria traduzir o nome em outros idiomas. 

De perfil, a caneta tinha alguma semelhança com o caça americano Mustang P-51, o mais avançado caça americano utilizado extensivamente na guerra. O nome “51” nada tinha a ver com o avião, mas a Parker explorou a semelhança em suas campanhas publicitárias.

Além de meu pai, inúmeras celebridades foram usuárias da “51”: Einstein, Churchill, Nelson Rockfeller, Margaret Thatcher, Lyndon Johnson, John   Kennedy,   Lee Iacocca.  Ernest Hemingway, o General Eisenhower (que usou a sua para aceitar a rendição dos alemães)   e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que utilizou uma “51”  de ouro, que pertencera a  Getúlio Vargas, para assinar o termo de posse de seu segundo mandato em janeiro de 1999. Com pequenas alterações a caneta permaneceu em linha até 1972, tendo em 2002 a Parker lançado uma edição comemorativa destinada a colecionadores. 

Aqui no Brasil,  joalheiros do Rio de Janeiro produziam corpos e tampas em ouro maciço, destinadas aos usuários mais abastados – essas versões, chamadas “carioquinhas”, são muito disputadas por colecionadores; abaixo, uma delas.