quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

APPLE ESTARIA TRABALHANDO COM TECNOLOGIA DE SATÉLITES

Segundo uma reportagem da Bloomberg, a Apple  contratou engenheiros aeroespaciais para trabalhar em um projeto secreto com designers de satélites e antenas. O objetivo do projeto seria desenvolver comunicação direta via satélite entre os dispositivos da empresa, o que eliminaria a necessidade de uma operadora de telefonia entre os usuários de dispositivos Apple.  
O projeto parece estar em estágio inicial, e ainda não é possível saber se a Apple desenvolverá hardware de satélite - a empresa pode estar projetando apenas equipamentos de telecomunicação orbital. A tecnologia poderia ser usada para transmitir dados diretamente para dispositivos da marca, além de oferecer melhores dados de geolocalização.   
A Apple teria contratado os veteranos da indústria aeroespacial, Michael Trela e John Fenwick, ex-funcionários da Skybox Imaging, que chegaram a liderar projetos do tipo no Google. Além deles, diversos outros executivos e especialistas já teriam sido contratados. 
Com o interesse da empresa, o setor de satélites vê interesse renovado de gigantes tecnológicas - depois do trabalho realizado pelo Google, Amazon e SpaceX também estão trabalhando em projetos de satélite visando as telecomunicações.

domingo, 22 de dezembro de 2019

INTENSIFICAM-SE AS PESQUISAS DE BATERIAS SEM COBALTO



Nestes tempos em que aumenta o número de veículos elétricos e em que se diz que no ano de 2020 existirão 20 bilhões de dispositivos conectados à Internet, fica claro que baterias eficientes leves e baratas tornam-se cada vez mais importantes.

Para atender a essa necessidade, as pesquisas nessa área seguem crescendo: a IBM anunciou recentemente   que criou uma nova tecnologia para baterias que utiliza materiais extraídos da água do mar e não requer cobalto - é um esforço para encontrar alternativas ao uso do cobalto, mineral raro e caro, encontrado principalmente na República Democrática do Congo. 

Neste projeto,  IBM trabalhou em parceria com a unidade de pesquisa da Mercedes-Benz, com a fornecedora de eletrólitos de baterias Central Glass e com a fabricante de baterias Sidus -  a ideia é que em cerca de um ano, a IBM tenha   o primeiro protótipo da bateria em funcionamento. A IBM afirmou que sua tecnologia deve ter desempenho superior às baterias de íon de lítio em custo, tempo de carregamento e eficiência energética.

Recententemente, Apple, Microsoft, Google, Tesla e Dell foram acusados de envolvimento com  trabalho infantil em minas de cobalto do Congo. 




segunda-feira, 25 de novembro de 2019

PRONTAS AS ROUPAS PARA OS TURISTAS ESPACIAIS

Nos últimos tempos a imprensa tem falado muito sobre a ida de turistas ao espaço - diversas empresas estão trabalhando no assunto, uma delas a Virgin Galactic, do inglês Richard Branson, que aparece no centro da foto ao lado.

O trabalho da Virgin segue em várias frentes, a principal delas a nave que conduzirá os turistas, além do veículo que lançará este último.

Algumas coisas, menos críticas, também estão sendo desenvolvidas, dentre elas o traje a ser  utilizado pelos viajantes, que foi recentemente apresentado.

Trata-se do  UA VG Spacesuit, criado pela Under Armour, famoso fabricante de roupas esportivas.  O traje é totalmente diferente daquele que é tradicionalmente utilizado pelos astronautas;  é fabricado com um material que se adapta à forma exata do corpo dos viajantes (certamente os gordinhos e gordinhas não gostarão muito da ideia, mas... é o que temos!).

Graças aos materiais inovadores, a roupa adapta-se às condições de temperatura e umidade, dando conforto aos usuários, que experimentarão diferentes condições de clima durante a viagem.

Também os sapatos são inovadores, adaptando-se exatamente à forma dos pés e dispondo de um sistema sofisticado de amortecimento, dando conforto aos usuários inclusive nos momentos de gravidade zero. 

Gostou da ideia? As viagens devem começar em 2020, e os preços estão em US$ 250 mil; não se sabe se os trajes estão incluídos no preço...


sexta-feira, 22 de novembro de 2019

UMA DAS MAIORES FÁBRICAS DE COMPUTADORES DO MUNDO NÃO É ROBOTIZADA


A maior fábrica de computadores (servidores, desktops e notebooks) de toda a América situa-se em Monterey, no México. Em realidade, não é propriamente uma fábrica, mas sim uma montadora pertencente à Lenovo, que em meados desse ano detinha cerca de 24% do mercado de PCs, praticamente empatada com a HP, com cerca de 23%. 

Juntamente com a de Pequim, é a maior fábrica da Lenovo; começou a operar em 2009 e sua produção abastece todo o continente americano, exceto o Brasil, em que há outra fábrica. 

Tem 1.500 empregados e em 2020 pretende chegar a 3.000 e fabricar até sete milhões de máquinas - para esse ano, a ideia é fabricar cerca de 2 milhões, com a produção de todas as fábricas da Lenovo chegando a 53 milhões de máquinas. 

Montando hoje 300 computadores por hora, é surpreendente descobrir que quase todo trabalho é manual, em linhas de produção, conceito criado por Henry Ford há mais de 100 anos - e sem robôs! Cerca de 55% dos montadores são mulheres - a empresa acredita que elas são mais eficientes que homens nessa tarefa.

O trabalho manual justifica-se, segundo os executivos da empresa, porque a diversidade de modelos e configurações torna a robotização muito cara. A montagem começa com um gabinete vazio no qual vão sendo instalados os componentes (placa mãe, processador, memória etc.) e termina com a embalagem em caixas, nas quais são colocados manuais e outros acessórios. 

Concluída a montagem de um lote, alguns exemplares são aleatoriamente escolhidos para testes - havendo qualquer problema, todas as máquinas do lote são revisadas.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

e-PALETTE ESTARÁ EM TÓQUIO 2020





Uma das visões do transporte urbano do futuro estará operando nas Olimpíadas e Paralimpíadas de Toquio, que acontecerão em 2020.


Trata-se do e-Palette, um veículo elétrico autônomo, que operará dentro da Vila Olímpica, transportando atletas e outros participantes dos eventos - a máquina foi lançada em 2018, mas agora ganha uma versão customizada para os eventos de 2020. 

Projetado pela Toyota, dispõe de sensores de última geração, algoritmos Machine Learning, 5G; seu sistema de direção automático deteta em tempo real obstáculos em um campo de 360º

Em função das características do local onde operará, sua velocidade máxima será 20 km/h. 

Foi projetado levando buscando dar também a máxima comodidade aos seus usuários: tem portas grandes, rampas elétricas e assentos adaptáveis. 


Apesar de terem sido exaustivamente testados, "just in case", os e-Palette terão um operador a bordo, pronto a assumir o comando se necessário.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

TYPEWISE: UMA REVOLUÇÃO NOS TECLADOS?

 Nos últimos anos, com a chegada dos smartphones, praticamente deixaram de existir os teclados físicos, graças às telas sensíveis ao toque que  permitiram o uso de teclados virtuais - segundo um recente estudo conduzido por entidades como a Universidade de Cambridge, um usuário médio  pode escrever com um smartphone à mesma velocidade com que se escreve em um teclado convencional de computador.

Acontece que, quando escrevemos usando um smartphone, usualmente cometemos mais erros do que quando escrevemos com um teclado de computador, em função do menor tamanho das teclas virtuais.

Esse problema poderá ser minorado com a chegada do  Typewise, um aplicativo que  gera um teclado virtual com teclas hexagonais.  Seus criadores asseguram que 97% das palavras digitadas não conterão erros, ao contrário das 73% digitadas com os teclados virtuais agora em uso, e isso se deve ao tamanho das teclas Typewise, que são cerca de 70%  maiores que as convencionais.

Como o espaço da tela é limitado, para digitar-se maiúsculas ou acentos no Typewise são necessárias algumas manobras adicionais, como tocar uma vogal de forma prolongada ou deslizar alguma tecla. 

O novo teclado ainda está em fase de teste beta, mas já pode ser baixado através das lojas de aplicativos; seus criadores dizem que em apenas 15 minutos podemos ficar totalmente familiarizados com ele. 

O estudo descobriu que quem digita com os dois polegares é mais rápido do que aqueles que usam apenas um dedo; para que não nos entusiasmemos muito, o estudo apontou também que jovens até 19 anos podem digitar bem mais rapidamente que os mais velhos...

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

iFOOD VAI USAR ROBÔS PARA ENTREGAS

O aplicativo de entrega de comida iFood, uma empresa brasileira, trabalha para incluir robôs na etapa inicial ou final do processo de delivery.

Os robôs estão sendo desenvolvidos pela empresa paulista Synkar e devem ficar prontos em janeiro, quando se iniciam os testes.

A operação comercial está prevista para iniciar-se no segundo semestre de 2020, e dependerá de parcerias com shoppings centers e da regulamentação sobre os veículos automatizados nesses locais.

O robô será um complemento do modal de entrega, e, a princípio, funcionará apenas em ambientes controlados, como shoppings ou condomínios.

A ideia da empresa é usar o robô, que será uma máquina com rodas e um compartimento para o pedido, para buscar a comida na praça de alimentação e levar até o local em que se encontra o consumidor, diminuindo o tempo de entrega.

Os shoppings precisarão ter centrais dedicadas ao iFood; os primeiros shoppings a terem o serviço serão o D.Pedro, em Campinas, e o Leblon, no Rio de Janeiro - a ideia é começar lentamente de forma a que o serviço possa ir sendo aperfeiçoado para ganhar maior escala. O iFood entrega mais de 20 milhões pedidos de comida por mês no Brasil.

Serviço similar já existe em alguns lugares, como no campus da Stanford University; lá, a startup Kiwi Campus conseguiu reduzir os custos de entrega que variavam entre 8 e 15 dólares para cerca de US$ 3,80, sendo a meta chegar a um dólar e em alguns casos, nem cobrar. Seus robôs custarão cerca de mil dólares.  

É mais uma ameaça aos trabalhadores pouco qualificados.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

O BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO ESTÁ DIMINUINDO

Segundo a NASA e a NOAA, agência governamental norte-americana que monitora as condições dos oceanos e da atmosfera, o buraco na camada de ozônio sobre a Antártica foi neste ano o menor já registrado desde 1982.

O ozônio é uma molécula composta por três átomos de oxigênio (O3). A cerca de 40 km de altura estas moléculas formam uma camada  que envolve nosso planeta e nos protege da radiação ultravioleta do sol, que em excesso pode causar queimaduras, câncer de pele ou catarata.

O buraco se forma sobre a Antártica  entre os meses de setembro e o início de dezembro, e desaparece quase que completamente durante o inverno. 

É causado pela interação da luz solar e ar
mais quente da atmosfera com partículas de CFCs (Clorofluorcarbonos), gases que eram largamente usados na produção de aerosóis e sistemas de refrigeração, inclusive geladeiras domésticas. Embora sua produção e uso tenha sido banida por um acordo internacional, o Protocolo de Montreal, em 1989, ainda há produção e comercialização clandestina dos mesmos.

Além disso, estes gases permanecem muito tempo na atmosfera, o que  explica o fato de continuar interagindo  com a camada de ozônio - acredita-se que apenas em 2075 o nível de ozônio voltará ao nível de 1982.

Neste ano o tamanho máximo do buraco foi de 16,4 milhões de quilômetros quadrados, enquanto o tamanho médio tem sido 20,7 milhões de quilômetros. É o menor buraco desde que o fenômeno foi descoberto, em 1982. 

Isso não significa que a camada de ozônio esteja se recuperando rapidamente: segundo a NASA e a NOAA, o motivo da diminuição foram padrões climáticos anormais na estratosfera neste ano, que levaram a temperaturas mais altas que o normal.

Estes padrões são incomuns, mas não inéditos: condições similares ocorreram em 1988 e 2002. Os cientistas não sabem pelo que são causadas, mas até o momento não há uma relação direta entre elas e as mudanças climáticas que ocorrem em nosso planeta.

Em 2009, a NASA conduziu uma simulação para estudar como a camada de ozônio estaria atualmente caso o Protocolo de Montreal não tivesse acontecido. A simulação mostrou que, nesse caso, em 2015 a Terra já não teria quase nenhuma camada de ozônio, e ficar exposto ao sol por apenas 10 minutos seria suficiente para causar "queimaduras notáveis".

É mais um exemplo que mostra como a luta continua pela melhoria das condições ambientais vale a pena e é obrigação de todos. 

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

AGRALE MARRUÁ: O VEÍCULO FORA DE ESTRADA PADRÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO

Na primeira década deste século, o Exército Brasileiro (EB)  decidiu adotar o Agrale Marruá como seu veículo leve fora de estrada padrão.

Desde 2006, o EB recebeu mais de quatro mil desses veículos, em diversas versões: jipe, picape, veículo de reconhecimento, ambulância do EB e viatura de Comando e Controle.  

A história do Marruá começou quando um grupo de ex-funcionários da antiga Engesa fundou a Columbus Internacional no início da década de 1990 e, tendo como base  o antigo veículo fora de estrada da EE-4/EE-12 da Engesa, propôs uma nova viatura. 

A Agrale, empresa nacional com longo histórico na produção de tratores,  adquiriu os direitos do projeto e deu o nome “Marruá” ao veículo. A palavra Marruá é usada no Pantanal para designar um  touro que se desgarra do rebanho, fugindo para as matas e se tornando selvagem.

Dentre as diversas versões do Marruá adquiridas pelo EB esta  a AM11, desenvolvida sobre chassi estendido e capaz de receber um reparo para metralhadora calibre 7,62 mm. Esta versão recebeu a nomenclatura militar “Viatura Tática Leve de Reconhecimento” (VTL Rec) e é, na  atualidade, o principal veículo leve empregado pelo EB nos seus Pelotões de Cavalaria Mecanizada. A imagem ao lado mostra  a versão padrão do Marruá   e a versão  com o chassi estendido. 

Neste momento o EB está pretendendo incorporar um novo tipo de viatura que vem sendo chamado LMV (Light Multirole Vehicle) e que tem uma diferença importante em relação aos Agrale: a blindagem, que protegerá seus ocupantes de fogo proveniente de armas leves, minas e outros dispositivos explosivos improvisados, incorporando lições aprendidas durante os recentes conflitos ocorridos no Afeganistão e em outros países da região. Esse veículo possivelmente será fabricado pela IVECO (Fiat).

O Marruá foi utilizado de forma intensiva pelas forças brasileiras que operaram no Haiti, e é utilizado por forças armadas de outros países, entre os quais Argentina, Equador, Paraguai e Namíbia.  Há também versões para uso civil.

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

A CHEGADA DA 5G PODE PREJUDICAR A PREVISÃO DO TEMPO

Chamamos 5G à  próxima geração da internet móvel, que promete velocidades de transmissão de dados muito maiores, cobertura mais ampla e conexões mais estáveis. Em termos práticos, qualquer coisa que fazemos hoje com nossos smartphones,  poderemos fazer mais rápido e melhor.

Essa tecnologia está começando a ser implantada, mas como quase sempre acontece, pode trazer além de muitos benefícios, alguns prejuízos - um deles, seria a queda da precisão nas previsões do tempo. 

Falando em uma audiência do Congresso americano, Neil Jacobs, diretor da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), orgão do governo americano que pesquisa e divulga informações acerca das condições atmosféricas, do mar e grandes cursos de água), disse que o uso da frequência de  23 Gigahertz para transmissões 5G pode acabar interferindo nas transmissões de dados captados por satélites meteorológicos, gerando perda de dados e consequentemente reduzindo em cerca de 30% a capacidade de correta previsão do tempo, que voltaria aos níveis de 1980. Com isso, a possibilidade de ocorrência de grandes chuvas e furacões seria detetada mais tarde, reduzindo os tempos de preparação das pessoas para enfrentar esses fenômenos.

Outro especialista, Tony McNally do The European Centre for Medium-Range Weather Forecast tem preocupações semelhantes e o professor Jordan Gerth, da Universidade de Wisconsin-Madison vai além, dizendo à revista "Nature" que os operadores de telefonia, que implementarão 5G não tem se preocupado com o assunto, interessados apenas em lucros, enquanto os órgãos reguladores simplesmente se omitem.

Como se vê, a última palavra em tecnologia não necessariamente trará apenas benefícios; vigiar é preciso.

  

terça-feira, 24 de setembro de 2019

SCANIA MOSTRA CAMINHÃO AUTÔNOMO, SEM CABINE

O desenvolvimento de caminhões autônomos (sem motorista) segue em andamento - acreditamos que esses veículos passem a ser utilizados de forma ampla antes dos carros autônomos, principalmente em função das características dos ambientes em que operarão. 

A Scania acaba de apresentar um conceito de caminhão autônomo, sem cabine. Chamado de AXL, ele foi pensado para operar em minas e canteiros de obras, locais mais propícios para a operação dos autônomos, já que são ambientes com circulação controlada.

A Scania já testa há algum tempo caminhões autônomos. A novidade é que todos, até então, possuíam uma cabine e um motorista de prontidão, para situações de emergência. O AXL é monitorado remotamente. A operação em minas, segundo a Scania, é facilitada por ter um sistema de logística e processos bem definidos, que informa ao veículo como a tarefa deve ser executada.

Para isso, ele conta com câmeras, radares e outros sensores, que monitoram todo o ambiente em sua volta. Mesmo sem a cabine, a Scania criou um desenho que preserva a identidade visual dos caminhões da marca.

A Scania equipou o AXL com um motor a combustão que utiliza biocombustíveis (não especificados pela empresa); um vídeo, ilustrando o conceito, pode ser visto aqui.

A Volvo, conterrânea e rival da Scania, também já mostrou um conceito de caminhão autônomo sem cabine. Embora ainda sejam conceitos, eles não devem demorar a ganhar versões de produção.


domingo, 22 de setembro de 2019

CÂMARAS FOTOGRÁFICAS ABANDONADAS NA LUA

O relógio marcava 22h56 de 16 de julho de 1969 quando Neil Armstrong esticou cuidadosamente o pé para tocar pela primeira vez o solo lunar. 

Para registrar a conquista, duas câmaras Hasselblad foram utilizadas; uma Hasselblad Data (HDC) equipada com uma lente grande-angular Zeiss Biogon 60mm ƒ/5,6 e um rolo de filme fotográfico com capacidade para 200 cliques, criado pela Kodak especialmente para a missão. A HDC (foto ao lado) foi projetada para suportar as condições extremas da superfície do satélite. Era pintada de prata para ajudar na estabilização das imagens a temperaturas que variam de -65° C a 120° C. Atada ao peito de Armstrong, a HDC jamais havia sido testada no espaço.

A segunda (foto ao lado) foi uma Hasselblad Electric (HEC) equipada com uma lente Zeiss Planar 80mm ƒ/2,8, usada para registrar o pouso de dentro do módulo lunar.

Filmagens também foram feitas, utilizando duas câmeras Maurer de 16mm, além de uma câmera de televisão a cores instalada no módulo Columbia e outra, preto e branco, afixada no Eagle. Estima-se que a façanha de Armstrong, Michael Collins e Buzz Aldrin foi assistida ao vivo pela televisão por cerca de 600 milhões de pessoas, muitas delas incrédulas até hoje.

A foto ao lado, feita por Neil Armstrong, utilizando a HDC, mostra seu companheiro Buzz Aldrin  desembarcando do módulo lunar. 

Tiradas as fotografias e concluídas as filmagens, as câmeras foram levadas para dentro do módulo lunar, onde os filmes foram retirados; todo o resto – as câmeras, lentes e demais acessórios – foi atirado na superfície lunar para diminuir o peso do Eagle e aumentar as chances de um retorno bem-sucedido.

Os americanos, portanto, também foram os primeiros a jogar lixo na Lua. A prática se repetiu em outras cinco missões de pouso do programa Apollo, no qual os Estados Unidos investiram o equivalente a US$ 150 bilhões, em valores atualizados. Se por acaso você passar pela Lua, pode procurar por doze câmeras Hasselblad e suas respectivas lentes no chão - elas devem valer um bom dinheiro...

domingo, 15 de setembro de 2019

O BIG BEN AJUDOU OS NAZISTAS

Durante toda a II Guerra Mundial a BBC transmitia noticiários destinados à Europa continental, praticamente toda ocupada pelos nazistas.

Essas transmissões eram muito efetivas como instrumento de propaganda e serviam também para manter as esperanças de libertação dos habitantes dos países ocupados; serviam também para transmitir informações, sempre em código, aos membros da resistência que atuavam naqueles países. 

Como era tradicional, essas transmissões, sempre ao vivo, iniciavam-se com as badaladas do Big Ben dando a hora certa - o Big Ben é o sino instalado em 1859 na torre do Palácio de Westminster, que também é conhecida pelo mesmo nome. O Big Ben batendo uma hora pode ser ouvido aqui.

Os nazistas nunca conseguiram suspender essas transmissões, mesmo bombardeando Londres, mas o que pouca gente sabe, é que eles tiraram proveito das transmissões.

Para os nazistas, conhecer as condições meteorológicas  sobre Londres era muito importante para que pudessem tomar decisões quanto a bombardeios. Para  isso, dada a tecnologia disponível à época, era preciso enviar aviões de reconhecimento para sobrevoar a capital inglesa e isso era muito difícil e arriscado, pois as defesas anti-aéreas da cidade eram fortes e a presença desses aviões daria um alerta antecipado aos ingleses. 

Mas alguns cientistas alemães perceberam que a frequência do som do Big Ben era influenciada por fatores como temperatura, chuva ou névoa; partindo disso, desenvolveram técnicas que permitiam, simplesmente ouvindo e analisando as transmissões, conhecer as condições do tempo na capital e  adequar seus planos a essas condições, decidindo se e quando iriam bombardear.

E pensar que, com os avanços tecnológicos, hoje é muito fácil saber como anda e como andará o tempo em qualquer canto do mundo...  

domingo, 8 de setembro de 2019

A TECNOLOGIA QUE MATOU NAZISTAS DE ALTO ESCALÃO


Falta de experiência com uma dada tecnologia pode levar a resultados trágicos.

Foi o que aconteceu quando os nazistas invadiram a então Checoslováquia, logo no início da 2ª Guerra Mundial.

Seguindo seu padrão de conduta, eles saquearam tudo o que estava ao seu alcance no país invadido, inclusive carros Tatra 87, que ali eram fabricados - o marechal Rommel foi um de seus usuários. 

Os Tatra tinham linhas futuristas e podiam alcançar 160 km/hora, uma velocidade muito elevada para os carros da época. Seu motor traseiro, 2.9, refrigerado a ar, gerava 85 hp. Foi projetado a partir de idéias do húngaro   Paul Jaray, que projetara dirigíveis como o Graf Zeppelin.   

Mas tinham um defeito grave: sua dirigibilidade era péssima, o que não  era um grave problema nas primitivas estradas da Checoslováquia, onde não se podia andar muito depressa. Já na Alemanha, onde as moderníssimas autobahns permitiam que a velocidade máxima podia ser atingida com facilidade, era comum perda de controle em curvas acentuadas,  gerando derapagens, capotamentos, choque com árvores etc., o que a 160 por hora e sem cintos de segurança, usualmente matava o motorista e passageiros.

Consta que o Tatra matou sete oficiais nazistas de alta patente em apenas uma semana, logo após a invasão - mais do que os que morreram em combate;  estima-se que mais cinquenta e quatro oficiais também tenham morrido em acidentes com o carro.

Fica a lição: antes de utilizar intensivamente uma tecnologia, precisamos conhece-la bem. 



quarta-feira, 4 de setembro de 2019

O KC-390 C0MEÇA A SER ENTREGUE À FAB



Fruto da tecnologia brasileira, a Força Aérea Brasileira está recebendo o primeiro exemplar do avião cargueiro KC-390, que deve revolucionar o segmento de mercado ao qual se destina.


Muito versátil, o avião produzido pela Embraer pode ser configurado de diversas formas: para transporte de tropas, leva 80 soldados ou 66 paraquedistas plenamente equipados. O compartimento interno é um salão onde pode ser colocado um helicóptero Black Hawk, ou uma carreta lançadora de foguetes e mísseis do sistema Astros ou três veículos blindados leves. No arranjo para remoção médica, comporta 74 macas, equipamento de suporte, 8 médicos e enfermeiros.

Outro aspecto notável do avião é sua capacidade de operar em condições adversas, como nas pistas curtas situadas em regiões remotas:


Seu alcance impressiona, conforme mostra a figura ao lado: partindo de Manaus, com carga máxima, pode alcançar qualquer ponto da América do Sul.

Até 2030, a demanda estimada para esse perfil de avião é de 700 unidades, excluídas as necessidades dos Estados Unidos, China e Rússia – um bolo de US$ 50 bilhões do qual o Brasil quer um bom pedaço.

A primeira venda externa foi anunciada em agosto passado - Portugal confirmou a compra de cinco KC-390, mais um simulador de voo, 12 anos de manutenção na Europa e amplo treinamento técnico. Vai pagar cerca de US$ 918 milhões. A aviação portuguesa tem interesse também pela capacidade do jato de combater incêndios florestais, um grave problema no país. 

Além da transação com Portugal, há declarações preliminares de interesse das forças aéreas da Colômbia e do Chile. A venda de parte da Embraer à Boeing pode fazer com que esta última passe também a apoiar a comercialização do avião, o que seria muito interessante para a fabricante.

Um vídeo mostrando a máquina pode ser visto aqui: abaixo, um raio-x do avião, elaborado pelo jornal O Estado de S. Paulo, responsável também pelas demais ilustrações deste post:


quinta-feira, 29 de agosto de 2019

SNAP LANÇA MAIS UMA VERSÃO DOS ÓCULOS SPECTACLES

Snap, empresa dona do Snapchat, anunciou  que lançará a versão 3 dos óculos Spectacles, que tiram fotos, gravam vídeos e  enviam o conteúdo diretamente para o app, conhecido por suas imagens que desaparecem após 24 horas. Informa também que o novo dispositivo chegará ao mercado ainda este ano por US$ 380. 
Trata-se de mais uma iniciativa da empresa na área de realidade aumentada. A nova versão dos Spectacles terá edição limitada, sendo produzida em menor quantidade do que nos modelos anteriores. Também também serão mais caros: a  versão atual do aparelho custa US$ 200. 
Os Spectacles 3 terão câmeras duplas para adicionar profundidade e dimensão a fotos e vídeos. Depois de enviar o conteúdo para o Snapchat, os usuários podem adicionar  luzes, paisagens e efeitos tridimensionais às imagens, disse a Snap. Um vídeo produzido pela Snap  para o lançamento do produto pode ser visto aqui.
A Snap tem tido problemas para ganhar dinheiro com os Spectacles e acumulou US$ 40 milhões em óculos não vendidos em 2017 - ela superestimou a demanda. No anúncio, a Snap disse que captaria US$ 1,1 bilhão  para financiar investimentos adicionais em realidade aumentada, conteúdo e possíveis aquisições. 

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

WUPPERTALER SCHWEBEBAHN - ALGO MUITO DIFERENTE!

Trens correm sobre trilhos, certo? Nem sempre!

Em Wuppertal, Alemanha, há o trem suspenso - em alemão, Wuppertaler Schwebebahn, que começou a operar em 1901 e até hoje transporta mais de 80 mil passageiros/dia em seus 13,3 quilômetros de trilhos. 

O trem voltou a operar  em 1º de agosto depois de um acidente acontecido em novembro de 2018; sua operação foi também  suspensa durante algum tempo devido a danos sofridos na Segunda Guerra Mundial.

Um vídeo muito interessante mostrando o trem em operação pode ser visto aqui

Há uma curiosidade, o Kaiserwagen, cuja foto pode ser vista abaixo. É um trem construído para uso do Kaiser Guilherme II, totalmente preservado, ainda funcionando e que pode ser usado para casamentos e outras solenidades. 


terça-feira, 20 de agosto de 2019

O PATINETE ELÉTRICO DA AUDI

Em direção à tendência urbana global de mobilidade multimodal, a Audi apresenta seu novo conceito de patinete elétrico. Batizado de Audi e-tron Scooter, combina as vantagens de um patinete elétrico e um skate.

O modelo tem 12 kg e pode ser dobrado e armazenado no porta-malas de um automóvel ou puxado como um carrinho, de forma a ser transportado por  ônibus ou trem. Dentre os destaques está seu manuseio, pois permite ao piloto ter uma mão livre e assim poder olhar ao redor e sinalizar com a outra mão. Produção e vendas são planejadas para o final de 2020.

"Com o Audi e-tron scooter, nos aproximamos ainda mais dos clientes que se movimentam pelas cidades de formas multimodais – e para os quais estilo e funcionalidade são importantes", diz Thorsten Schrader, gerente de projeto para micromobilidade da Audi.

Embora o piloto mantenha uma mão sobre o guidão, ele controla o patinete como um skate, com os pés, mudando seu peso. Os eixos móveis com quatro rodas permitem curvas muito apertadas.  

O guidão dá estabilidade e contém a bateria e os itens eletrônicos – há ainda um display que mostra a condição da bateria. O piloto acelera e freia através de uma manopla de torção. A autonomia de 20 km é obtida através da recuperação quando o patinete elétrico é freado. O freio de serviço hidráulico proporciona segurança adicional.

No fim de 2020, clientes poderão comprar o patinete elétrico e-tron Audi por cerca de 2 mil euros. Outras possibilidades ainda estão em estudo como por exemplo ser um item extra para clientes que compram carros e-tron da Audi. O patinete elétrico pode ter sua bateria carregada no porta-malas de um desses veículos através de uma tomada exclusiva. 

Os usuários podem cobrir de forma conveniente o final de seu percurso, por exemplo a partir de uma vaga de estacionamento ou ponto de carga até o destino, em velocidade de até 20 km/h.

O patinete elétrico e-tron Audi vem instalado com as luzes de LED exigidas por lei na Alemanha: um farol, luzes de condução diurna, lanterna traseira e brake light. Uma interface bluetooth permite ajustes individuais às características da condução e fornece proteção contra roubo.