quarta-feira, 28 de novembro de 2012

DRONES & RAPID PROTOTYPING


Drones são aeronaves  não tripuladas, controladas à distância através de rádio. Eles vem sendo utilizados cada vez mais intensivamente em atividades de reconhecimento (civil e militar) e ataque, principalmente.  São cada vez mais frequentes as notícias acerca de sua utilização na guerra do Afeganistão.
Sua principail vantagem em relação  às aeronaves convencionais está na ausência do piloto, o que permite menor tamanho, maior capacidade relativa de carga  e menores prejuízos em termos de vidas caso se acidentem ou sejam abatidos; além disso, seu custo geralemnte é menor que o de uma aeronave convencional.
Impressora 3D Stratasys

Outra tecnologia que vem crescendo significativamente é a  Rapid Prototyping  (Prototipagem Rápida), que permite que objetos sejam construidos a partir de projetos desenvolvidos  com o uso de software. Conhecidas como “impressoras 3D”, as  máquinas que constroem esses objetos operam depositando sucessivas camadas de material, geralmente plástico. São de grande utilidade para a construção de modelos de objetos que posteriormente serão produzidos com o uso de tecnologias convencionais, mas num futuro remoto poderão revolucionar o ambiente de negócios, pois poderemos chegar a um estágio em que, ao invés de comprarmos um dado objeto, compraremos seu projeto e o construiremos em casa, utilizando uma dessas máquinas. Um vídeo que trata do assunto está em http://www.youtube.com/watch?v=mWHAKrIHPFU.  

Prof. Sheffler, Easter, Turman e o Wendy

Essas tecnologias começam a se unir:  em agosto passado, os estudantes de engenharia da University of Virginia,  Steven Easter e Jonathan Turman  fizeram voar seu drone de aproximadamente dois metros de envergadura, chamado “Wendy” , em homenagem à sua mãe ( Easter e Turman são irmãos). As partes que compõem o  Wendy foram inteiramente construidas em plástico, com o uso de uma impressora Stratasys 3D. Elas foram projetadas de forma a que a aeronave pudesse ser rapidamente desmontada e partes dela reprojetadas e reconstruidas se necessário – isso foi necessário ao final do primeiro voo, quando um dos componentes do trem de pouso se partiu – logo em seguida, outros voos foram realizados, com sucesso.
David Sheffler, professor da área de engenharia aeroespacial havia dado um curso de um semestre que teve como objetivo a construção de uma replica de uma turbina a jato   Rolls-Royce AE3007  -  a máquina também foi construida com o uso de impressoras 3D Stratasys  e foi utilizada no Wendy.  
O experimento como um todo foi um sucesso, a ponto de atrair a atenção de órgãos do governo americano, que estão bancando novas pesquisa na área, envolvendo não apenas a aeronave e turbina, mas também seu sistema de guiagem, baseado na plataforma Android. Há também empresas interessadas no assunto, pois a partir de 2015, será autorizado o voo regular de drones no espaço aéreo americano, o que deve gerar grandes oportunidades de negócio – algo similar deve ocorrer no Brasil e merece a atenção de nossos empreendedores.


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Aspirina - um produto da tecnologia


Serve para dores de cabeça, nas costas, no estômago. Febre e dores musculares. Dizem que reduz  em 20% a probabilidade de um segundo ataque cardíaco e que até mesmo pode prevenir algumas  formas de câncer. Nada mau para um comprimido que nasceu apenas com a missão de combater as dores do reumatismo e que, quase 120 anos depois ainda é um sucesso.
A Aspirina tem muito a ver com tecnologia:   foi o primeiro fármaco a ser sintetizado na história da farmácia e não recolhido na sua forma final da natureza. Foi a primeira criação da indústria farmacêutica.

Sua história teve início quando o francês Charles Frédéric Gerhardt e o alemão Karl Kraut começaram a estudar   o princípio ativo da planta Spiraea ulmari. Mas foi em 1897 que Felix Hoffman, um jovem farmacêutico da companhia alemã Bayer, que procurava um jeito de ajudar o pai a combater o mal-estar crônico provocado pelo reumatismo, com a ajuda do professor Heinrich Dreser  sintetizou o ácido acetilsalicílico, criando a fórmula de uma droga capaz de aliviar a dor sem muitos efeitos colaterais. No ano seguinte a Bayer testou a nova droga com 50 pacientes, provando ser a mesma extremamente eficaz; mandou o produto para testes médicos e os resultados foram impressionantes. Além disso, a Bayer enviou um livro de 200 páginas sobre o medicamento para 30.000 médicos, mostrando as vantagens da nova droga - foi a primeira grande mala-direta da história.
Em 1899, o ácido acetilsalicílico foi lançado comercialmente na Alemanha sob a marca  ASPIRIN; era inicialmente entregue às farmácias na forma de pó, em frascos de 250 gramas; estas o revendiam  em embalagens de papel de uma  grama.

O nome ASPIRIN vem dos compostos usados na fabricação do remédio: “A” de Acetil, “SPIR” da planta Spiraea ulmaria (de onde era retirada a Salicin) e “IN” um sufixo comum para medicamentos. Porém, uma lenda conta que o nome vem do santo Aspirinus, que era o bispo de Nápoles e padroeiro dos que sofriam de dores de cabeça.   
O produto fez sucesso rapidamente, mas tinha uma desvantagem - era pouco solúvel em água. Mais uma inovação da Bayer: para resolver o problema, o produto passou a ser comercializado, em 1901, na forma de comprimidos, sendo,   um dos primeiros medicamentos do mundo a estar disponível em uma dosagem padronizada. A formulação em comprimido tinha três vantagens principais: assegurar que cada comprimido tivesse uma dosagem exata do ingrediente ativo,  acabar com a falsificação do produto,  e reduzir os custos de produção. Nesta época, o novo medicamento tinha sido objeto de mais de 160 artigos científicos, todos ressaltando seus efeitos benéficos, que iam muito além do tratamento do reumatismo. Era considerado um poderoso remédio que tratava uma gama maior de outras condições, como por exemplo, dores, nevralgia, gripe, indisposição alcoólica, artrite, amidalite e até febre e diabetes.  

Os primeiros registros de venda da Aspirina no Brasil datam de 1901. O sucesso do novo medicamento foi tanto, que já em 1906, ano em que a marca foi registrada internacionalmente, a imprensa da época chamava a Aspirina de “The Wonder drug” (A droga maravilhosa). A propaganda boca a boca  garantiu fantásticos rendimentos à Bayer. Não só na Alemanha, como nos outros países da Europa e do resto do mundo, ela dominava o mercado. Há até quem diga que foi ela a verdadeira impulsionadora (ou criadora) da indústria farmacêutica. Produtos derivados foram sendo lançados, como a  CafiAspirina, indicada para a enxaqueca, pois combinava a ação analgésica e anti-inflamatória do ácido acetilsalicílico com um agente potencializador (cafeína).
A Bayer perdeu a posse da marca Aspirina em muitos países após a Primeira Guerra Mundial, como reparação de guerra aos países aliados. Outros problemas, como falsificações, afetavam a Bayer, mas a percepção de que o remédio ajudava a prevenir enfartes deram nova vida ao produto, no início da década de 1950 – em 1952, o   Livro Guinness dos Recordes apontava a Aspirina como o analgésico mais consumido do mundo. Na década de 1960, a Aspirina foi ameaçada pelos medicamentos à base de acetaminofeno e suas vendas caíram seriamente - mesmo assim, em 1969 as pílulas brancas chegavam à Lua, a bordo da nave Apollo 11, prontas para livrar os astronautas norte-americanos de eventuais dores de cabeça.  

Hoje, Aspirina é marca registrada da Bayer AG na Alemanha e em mais de 60 países. Calcula-se que o mundo consome atualmente 216 milhões de comprimidos   por dia (uma média de 2.500 unidades por segundo), o que representa para a Bayer um faturamento de €750 milhões por ano. De todas as drogas vendidas legalmente e sem receita, calcula-se que a Aspirina responda por 35.8%, o que faz dela um ícone, uma espécie de Coca-Cola das farmácias. Para a revista americana Newsweek há 5 inventos do século XX sem os quais não seria possível viver: automóvel, lâmpada, telefone, TV e... Aspirina.
Curiosamente, a Argentina consome um quarto de todas as Aspirinas tomadas no mundo - os argentinos  são os que mais utilizam o medicamento: cada habitante toma uma média de 80 comprimidos por ano! No Brasil, são mais de 92 milhões de comprimidos consumidos todos os anos. Nos países onde Aspirina não é protegida por marca registrada, como nos Estados Unidos, o nome pode ser utilizado genericamente para todos os produtos que contenham como substância ativa o acido acetilsalicílico.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Cloud Computing amplia horizonte de negócios


Com o título acima, o “Estadão” publicou recentemente  texto dando conta de que o mercado de tecnologia da informação (TI)  continua em plena expansão e atraindo recursos: em 2012, o investimento no setor deve subir 12% na América Latina, segundo estudo do IDC, uma instituição de pesquisa na área; isso significa uma movimentação de mais de US$ 97 bilhões. Com uma vantagem adicional - os benefícios desse movimento são transversais, pois afetam praticamente todos os segmentos empresariais.
Um exemplo marcante de como essa influência ocorre está no ciclo virtuoso criado pelo fenômeno Cloud Computing (computação em nuvem),  onde é possível armazenar e compartilhar dados de forma remota, ciclo esse que transformou as relações de consumo da informática e está estimulando o crescimento de empresas menores e, mais do que isso, abrindo espaço para novos negócios antes totalmente inviáveis.
Até pouco tempo atrás, a capacidade da TI de uma empresa era ditada pelo poder do equipamento que ela tinha em suas instalações. Aumentar a capacidade significava comprar servidores e sistemas de storage mais poderosos, e cada compra precisava contemplar uma margem de crescimento - já antevendo um aumento da demanda, pagava-se antecipadamente por ela.
Esse modelo excluía algo que atualmente é fundamental: a demanda é flutuante e pode subir ou descer muito em um curto espaço de tempo, principalmente no caso de setores que lidam com o grande público. O sistema de uma empresa varejista, por exemplo, pode ter seu número de acessos multiplicado repentinamente caso a empresa anuncie uma promoção relâmpago, voltando aos seus níveis normais logo em seguida.  Nessa situação, ou a empresa superdimensionava seu parque de TI para atender adequadamente ou atendia mal, com quedas de sistemas, tempos de resposta muito altos etc. – qualquer alternativa não era boa para os negócios.  
Além disso, o acesso das pessoas à internet, a presença massiva nas redes sociais e a popularização dos dispositivos móveis (tablets, smartphones) está fazendo com que a demanda por procesamento e  espaço para armazenagem de dados aumente muito. Tanta gente acessando dados de diversos lugares de forma ininterrupta e os sincronizando entre diferentes dispositivos gera uma demanda imprevisível.
Ao mesmo tempo em que ajudou a estimular esses fenômenos, a computação em nuvem surgiu como resposta para essa nova realidade. Os usuários de Cloud Computing não precisam mais comprar grandes servidores nem aumentar suas capacidades de armazenamento de forma radical - pagam pelo uso mensal, assim como fazem com    luz, água ou gás.
Apesar de ser algo novo, Cloud Computing é a materialização de um sonho antigo das empresas de tecnologia. Na década de 1960, o projeto Multics (Multiplexed Information and Computing Service) era liderado pelo MIT em conjunto com o Bell Labs e a GE, organizações que detinham alguns dos principais centros privados de pesquisa do mundo. Seu objetivo era criar alta acessibilidade, transformando a computação em facility: assim como serviços telefônicos e elétricos, seria possível ter acesso a espaços e recursos computacionais flexíveis.
O que há 50 anos parecia revolucionário - e até hoje nos surpreende -   é o propulsor de um ciclo de crescimento. À medida em que migrar para a nuvem se mostrou interessante para as grandes empresas, os data centers (que compõem a nuvem) começaram a crescer e a oferecer serviços menos caros – há ganhos de escala, pela otimização do uso dos recursos e por isso Cloud Computing vem se tornando   acessível para empresas de todos os portes.
Mesmo sendo um movimento positivo, diversas empresas têm se visto em uma posição não muito confortável: sabem das oportunidades de negócio que a nuvem traz, mas veem na mudança uma migração complexa. Elas podem ter razão. Chegar até a nuvem não significa fazer uma mera cópia e transposição dos sistemas. Trata-se de repensar toda a sua arquitetura e lógica, o que pode ou não acarretar mudanças radicais no ambiente da empresa.
Para uma ilustração  do que isso significa, basta pensar, por exemplo, que na estrutura fixa a ordem é evitar a redundância de dados para economizar espaço de armazenagem de dados  e processamento. Na nuvem, ao contrário, a redundância  pode ser bem vinda, já que pode resultar em um ganho de agilidade e velocidade de processamento, pois a disponibilidade de espaço para armazenagem não é mais um limitador. São questões operacionais, mas que influenciam diretamente na eficiência da empresa e na arquitetura das aplicações que rodarão na nuvem.
A migração realmente exige cuidados, mas é possível fazer essa transição de forma segura. Migrar para a nuvem implica em uma mudança de paradigma, e essa mudança já está acontecendo independentemente da vontade das empresas. O conjunto de novas possibilidades que essa nova tendência abre para o mundo dos negócios é proporcional à amplitude da transformação por que passa a tecnologia da informação.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Mercado brasileiro de games já é o quarto maior do mundo e deve continuar a crescer


O colega Marcos Roberto Andreasi  postou recentemente  em www.mbit2012.blogspot.com um interessante texto sobre o mercado brasileiro de games, tema que a maioria dos adultos simplesmente ignora.

Há 71 anos, quando escreveu "Brasil, País do Futuro", o austríaco Stephan Zweig registrou o fascínio do brasileiro por jogos em geral. No livro, ele se diz impressionado pela multidão que, todos os dias, lotava cassinos e se aglomerava para jogar baralho, bingo ou roleta.

O nome do obra, que virou um bordão conhecido por qualquer par de ouvidos brasileiros, parece ter tomado contornos de verdade -ao menos no mundo dos games.

De acordo com o IBOPE, 23% dos brasileiros são jogadores assíduos ou eventuais - ou seja, 45,2 milhões de pessoas; a figura abaixo traz mais informações do Ibope sobre o tema . Segundo a consultoria PWC (PricewaterhouseCoopers), o mercado, que em 2011 movimentou R$ 840 milhões e é quarto maior do mundo, crescerá em média 7,1% por ano até 2016, quando atingirá R$ 4 bilhões.

O Brasil tem 3,1 milhões de videogames da última geração (Xbox 360, PlayStation 3 e Wii), mas o mercado ainda tem como líder o PlayStation 2, lançado há 12 anos - somos o quarto mercado do mundo em games.

Lá fora o panorama é bem distinto: só nos EUA há 95 milhões de videogames, segundo o NPD Group o que sinaliza a possibilidade de confirmação das expectativas de crescimento do mercado – essa possibilidade é reforçada pelo anunciado lançamento de uma nova geração de games, cujos expoentes, Xbox 720 e PlayStation 4 devem ser lançados até 2014. 


Além da paixão pelo jogo, esse mercado pode ser ainda mais fortalecido pelo incremento do processo de gamification, conforme  discutimos em nosso post de 15 de agosto passado