quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

SMARTPHONES: APPLE E SAMSUNG ENFRENTAM ATAQUE DE MODELOS MAIS BARATOS


Acontece nesta semana em Barcelona o Mobile World Congress, o maior evento de telefonia móvel de todo o mundo.
Nele, ficou claro que outros fabricantes de celulares  pretendem lançar smartphones mais rápidos e mais baratos para fazer frente ao domínio da  Samsung e da  Apple nesse mercado.
A Nokia apresentou dois smartphones de "categoria média" destinados a clientes que desejam inovações, mas não querem - ou não podem - gastar muito com um telefone; os modelos Lumia 520 e 720, que têm funções até agora reservadas aos celulares de alta categoria do grupo, como câmera fotográfica de alta resolução e sistema de GPS, serão vendidos na Europa por € 139 e 249, respectivamente.
A  Huawei, que ocupa o terceiro lugar na lista dos maiores fornecedores smartphones, com 5,3% do mercado mundial, lançou um aparelho que diz ser o mais rápido do planeta – é o Ascend P2, que promete uma velocidade 50% maior do que a dos seus concorrentes diretos, e que será vendido na Europa por  € 399, quase a metade do que custa um iPhone, vendido por  € 679. Também é bem mais barato que o Samsung Galaxy III, que custa € 649.
O One Touch Star da Alcatel, que tem integrado um processador  duplo de 1 GHz, tela   de quatro polegadas e uma câmera de cinco megapixels,  será vendido por preços que variam de € 199 a 219, conforme o modelo.
A Sony levou ao evento seu Xperia Z, lançado em janeiro no Japão e o mais vendido naquele país; a Sony inicia agora suas vendas em mais 60 países. 
A chinesa ZTE  apresentou   um "phablet", aparelho metade telefone e metade tablet, com uma tela de 5,7 polegadas. Batizado de Gran Memo, ele permite fazer chamadas com uma só mão e tem integrados   GPS e uma câmera fotográfica de 13 megapixels.
A taiwanesa HTC também lançou seu novo HTC One – especialistas dizem que o mesmo precisa ser melhor que seus últimos lançamentos, que decepcionaram os usuários. 
Mas as donas do mercado não estão paradas: a líder Samsung, com 29% dos smartphones vendidos no mundo,   lançou   seu mini tablet, o Galaxy Note 8.0. O novo modelo de seu smartphone mais bem sucedido, o  Galaxy S, será lançado em abril. Já a Apple, segunda do mercado com 22,1% das vendas, não participa do evento, mas certamente está muito atenta ao que vem acontecendo ali.
Aqui no Brasil as coisas são um pouco mais complicadas, especialmente em função da alta carga tributária. Apesar disso, espera-se que ao final de 2013 os smartphones sejam 50% dos celulares vendidos no país. Talvez possam ser adotadas estratégias como a que a Apple vem adotando na Índia, em parceria com as operadoras de celeular: financiar a compra desses aparelhos, que já não são uma tendência, mas uma realidade no mercado.
Outra preocupação: e os usuários que desejarem um telefone apenas com funções ainda mais básicas, tipo agenda, caixa postal e hora? Os fabricantes vão se interessar em vender esses aparelhos ou pretendem “empurrar” equipamento mais caro? 


PS: Depois que o texto acima foi postado, tivemos a informação de que foi lançado o Nokia 105, com tela colorida, rádio FM e capacidade para fazer e receber chamadas e trocar mensagens de texto (torpedos) - custará na Europa € 15.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Jovens da geração Z do Brasil são dependentes de tecnologia


Um estudo feito pela Ericsson mostra que os brasileiros nascidos a partir de 1990,  componentes da chamada  geração Z, são extremamente dependentes da tecnologia. Atualmente, 20% desta geração é usuária de smartphone e 41% utiliza banda larga móvel em algum dispositivo (celular, smartphone, tablet, notebook ou desktop).
O estudo, realizado anualmente, chamado “Infocom Brasil 2012”, do ConsumerLab,  da Ericsson, pesquisa o comportamento do usuário e “ajuda a mapear os caminhos que a sociedade conectada vem trilhando em todo o mundo”, segundo diz a empresa.
A pesquisa, realizada apenas com jovens brasileiros, revela dados interessantes: 9 em cada 10 possuem um aparelho celular, 70% têm computador em casa e 61% já possuem banda larga em suas residências. Além disso, quase metade passa mais de três horas por dia conectado e somente 8% deles ainda não são usuários de internet. Eles não se desconectam nem mesmo assistindo televisão,   acessam as redes sociais e interagem enquanto consomem conteúdo (48%).
Os jovens entrevistados usam SMS todos os dias para diversas finalidades (83%) e gostam tanto de teclar quanto de falar ao telefone (92%). A geração também participa ativamente das redes sociais: 89% deles fazem uso de pelo menos uma rede social e mais de 64% a acessam diariamente. A pesquisa também mostra que o público prefere conteúdo gratuito: a maioria (58%) faz download de músicas e filmes de graça, enquanto somente 37% paga pelo download de algum tipo de conteúdo.
Além disso, os jovens também valorizam o novo, não gostam de barreiras e não estão preocupados com estabilidade. São criativos, inteligentes, tolerantes, flexíveis e abertos. Gostam da gratificação instantânea e da novidade, afirma a empresa.
Para eles, os produtos eletrônicos são apenas um meio para a experiência tecnológica, e sua principal preocupação é com a qualidade e validade do conteúdo. Preferem se comunicar por chat  ou SMS  (62%) do que via e-mail (56%), e, de acordo com a companhia, fazem parte de um grupo questionador, mas que sabe ouvir.
É a chamada geração do diálogo, que precisa receber feedback constante e que aprecia, também, expressar seu ponto de vista, conclui a Ericsson.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

ESTÔNIA APLICA TECNOLOGIA AO ENSINO DA MATEMÁTICA

Escolas e professores usualmente são conservadores. Quando se trata de matemática, mais ainda. Lembro-me bem quando havia forte oposição ao uso de calculadoras nas aulas dessa disciplina, sob a alegação que isso prejudicaria o aprendizado...
Mas algumas coisas vem mudando na área, ainda que lentamente. Um dos responsáveis por essa mudança é Computerbasedmath.org, uma organização voltada para a reforma radical do ensino da matemática buscando dar ao aluno conhecimentos dos princípios dessa ciência, com o uso de computadores.
A organização foi fundada por por Conrad Wolfram,  irmão de Stephen Wolfram, o criador da plataforma  Mathematica, ferramenta que que é usada em    em diversas áreas: ciência da computação,   engenharia, biologia, química, processamento de imagens, finanças, estatística, matemática e outras, e que também serve como um ambiente para desenvolvimento rápido de programas.
A ideia básica, como já disse, é estimular  os alunos a utilizar computadores para explorar conceitos matemáticos, proporcionando um entendimento  mais profundo desses conceitos, ao invés  de faze-los memorizar  passos necessários para resolver problemas.
A ideia começa a ser implementada na Estônia,  pequena (1,3 milhões de habitantes) ex-república soviética situada às margens do mar Báltico. O país não é   um centro de alta tecnologia, mas foi um dos locais onde foi criado o  Skype e está lançando uma ampla reforma de currículos, que prevê aulas de ciência da computação para estudantes a partir de sete anos – os professores já estão sendo treinados.
Com a crescente   demanda por desenvolvedores de software e  analistas de dados (estes necessários em função do advento de Big Data), a Estônia aposta que pode preparar seus jovens para esse mercado de trabalho; além disso, Wolfram acredita que cidadãos com esse tipo de formação podem  avaliar riscos de forma mais adequada, entender melhor o mundo das finanças e, até mesmo,  desenvolverem um “sexto sentido matemático”, que os ajudaria nas suas vidas pessoal e profissional.
Embora   otimista sobre o projeto na Estônia, Wolfram   reconhece que o mundo da educação tem um longo caminho a percorrer, afirmando que só em algumas décadas o ensino de matemática vá ser amplamente baseado em computadores

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Microsoft compra a Dell ou apenas faz um investimento?


Michael Dell, fundador e presidente da fabricante de computadores que leva seu nome, anunciou operação para o fechamento do capital de sua empresa. A operação contou com o apoio financeiro de bancos e da Microsoft, que teria injetado US$ 2 bilhões no negócio - alguns comentaristas tem dito que na prática trata-se da compra da Dell pela Microsoft, que seria formalizada em alguns meses.

Segundo esses comentaristas, a Microsoft pretende com isso fornecer soluções completas de hardware e software a empresas (como fazem Oracle, IBM e outros) e a usuários finais, como faz a Apple e estão tentando fazer a Amazon e o Google. 


A Microsoft, até hoje a  maior produtora mundial de software, investiu em ou adquiriu centenas de companhias de tecnologia em seus 37 anos de história, mas os retornos nem sempre foram positivos – vale a pena lembrar de algumas dessas operações,   começando pelas mais recentes:
  • Nook – Em 2012,  investiu US$ 605 milhões  no e-reader Nook e na divisão de e-books didáticos da Barnes & Noble, maior rede livrarias dos Estados Unidos. O Nook continua atrás do Kindle, da Amazon, o e-reader mais vendido.
  • Skype - Serviço  adquirido por US$ 8,5 bilhões  em maio de 2011. O preço foi considerado alto na época, mas ainda é cedo para julgar o sucesso financeiro do negócio.
  • Nokia - Pagou mais de US$ 1 bilhão à Nokia quando a fabricante finlandesa decidiu equipar seus smartphones com o  Windows, em 2011. Os retornos recebidos pela Microsoft vêm sendo decepcionantes porque a Nokia não conseguiu abalar o domínio do mercado do iPhone (Apple)  e do Android (Google).
  • Yahoo - Em 2008, a Microsoft se tornou provedora exclusiva de serviços de buscas para o Yahoo em troca de participação na receita publicitária gerada pelas buscas; o acordo de 10 anos vem se provando insatisfatório para os dois lados.
  • Facebook -  Investiu US$ 240 milhões para adquirir 1,6% das ações da rede social em 2007 (antes da abertura do capital do Facebook) -  o valor dessas ações é muito maior agora  e a operação abriu caminho para cooperação entre o Facebook e os serviços de e-mail Outlook e de buscas Bing, da Microsoft.
  • aQuantive - Adquirida por US$ 6,3 bilhões em 2007, o valor do investimento da Microsoft na companhia de publicidade online foi quase todo perdido.   
  • Great Plains/Navision - A aquisição das duas empresas, em 2001 e 2002, respectivamente, abriu caminho para a criação das operações de software empresarial da Microsoft, e é vista como sucesso.
  • AT&T - A Microsoft adquiriu US$ 5 bilhões em ações da operadora de telefonia e TV a cabo AT&T em 1999, para promover o uso do Windows em decodificadores de TV, mas isso não obteve o retorno esperado.
  • Apple – Investiu cerca  de US$ 150 milhões   na Apple durante uma crise, em 1997, e assinou acordo para produzir software para o Mac, então impopular. O acordo pôs fim a uma longa disputa de patentes entre as empresas e supostamente salvou a Apple, o que permitiu a ela eclipsar a Microsoft financeiramente uma década mais tarde.
  • Comcast - Investiu de US$ 1 bilhão na operadora de TV a cabo Comcast, em 1997, para ajudá-la a criar serviços de dados e vídeo de alta velocidade. A conexão entre TV e computadores que Bill Gates desejava demorou a decolar, e a Microsoft vendeu suas ações 12 anos mais tarde, com prejuízo
Como se pode verificar, tecnologia custa caro; investimentos pesados (e arriscados) precisam ser feitos. 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Ray-Ban: sinônimo de óculos para sol

Algumas marcas, pela sua popularidade, acabam se tornando sinônimo de um dado produto: Gilette se transformou em sinônimo de lâmina de barbear, Durex passou a designar fita adesiva etc.

Algo semelhante aconteceu com os óculos Ray-Ban, que se transformaram em sinônimo de óculos para sol. Os Ray-Ban   surgiram na década de 1920, na esteira do rápido crescimento da aviação. Os pilotos sofriam com a intensa claridade acima das nuvens, que ofuscava os olhos e causava distorções visuais, agravadas pelos raios ultravioleta (UV) e infravermelho (IV); em função disso, John MacCready, um general da Força Aérea dos Estados Unidos, fez um pedido à Bausch & Lomb, empresa óptica americana fundada em 1849 por J.J. Bausch e H. Lomb: pesquisar uma proteção ocular para os seus pilotos.

O Aviator
A empresa, depois de dez anos de pesquisas intensas, apresentou  os óculos Anti-Glare Aviator, munidos de lentes verdes de cristal com tecnologia que bloqueava um alto percentual da luz visível e também dos raios ultravioleta e infravermelho (IV). Esses óculos rapidamente passaram a fazer parte dos acessórios básicos dos militares americanos, mas somente em 1937 a novidade ganhou o nome de Ray-Ban e começou a ser comercializada em sua versão civil, batizada de Ray-Ban Aviator, com lentes verde-escuras e armação dourada. Os óculos foram batizados com esse nome, pois reduziam a incidência de raios UV e IV, ou seja, baniam os raios (em inglês Ray-Banner, Banidor de Raios).  
MacArthur
sucesso foi instantâneo: a propaganda associava os óculos aos  homens com estilo esportivo, amantes da vida ao ar livre, de força e coragem – é icônica a imagem do General MacArthur desembarcado nas Filipinas em 1944 (de onde saíra fugindo dos japoneses em 1942), usando um Ray-Ban. Muitas mulheres passaram a usa-los, o que levou ao lançamento de modelos femininos, tão bem-sucedidos quanto os  masculinos.

Novas coleções foram sendo lançadas, sendo uma data notável 1951, quando a pedido   da Marinha dos Estados Unidos, a empresa desenvolveu as lentes cinza N-15; em 1952 a empresa lançou um de seus modelos de maior sucesso: o   Wayfarer, que    se tornou popular   especialmente após ter sido usado  pela atriz Audrey Hepburn, em 1961 no clássico filme “A Bonequinha de Luxo” – nos últimos anos esse modelo ganhou ainda mais popularidade.

Audrey Hepburn
A marca seguiu uma trajetória de sucesso, embora razões estratégicas tenham levado à sua venda,  1999,   para a empresa italiana Luxxotica por US$ 640 milhões; atualmente, a marca vende cerca de US$ 1,3 bilhão ao ano, em 130 países e é gerida a partir de Milão.
É também uma das grifes mais falsificadas em todo o mundo, o que comprova sua popularidade