Escolas
e professores usualmente são conservadores. Quando se trata de matemática, mais
ainda. Lembro-me bem quando havia forte oposição ao uso de calculadoras nas
aulas dessa disciplina, sob a alegação que isso prejudicaria o aprendizado...
Mas
algumas coisas vem mudando na área, ainda que lentamente. Um dos responsáveis por
essa mudança é Computerbasedmath.org, uma organização voltada para a reforma radical
do ensino da matemática buscando dar ao aluno conhecimentos dos princípios
dessa ciência, com o uso de computadores.
A
organização foi fundada por por Conrad Wolfram, irmão de Stephen Wolfram, o criador da
plataforma Mathematica, ferramenta que que
é usada em em
diversas áreas: ciência da computação, engenharia, biologia, química, processamento
de imagens, finanças, estatística, matemática e outras, e que também serve
como um ambiente
para desenvolvimento rápido de programas.
A ideia básica, como já disse, é estimular os alunos a utilizar computadores para
explorar conceitos matemáticos, proporcionando um entendimento mais profundo desses conceitos, ao invés de faze-los memorizar passos necessários para resolver problemas.
A ideia
começa a ser implementada na Estônia, pequena (1,3 milhões de habitantes) ex-república soviética situada às margens do mar
Báltico. O país não é um centro de alta tecnologia, mas foi um dos
locais onde foi criado o Skype e está
lançando uma ampla reforma de currículos, que prevê aulas de ciência da
computação para estudantes a partir de sete anos – os professores já estão
sendo treinados.
Com a
crescente demanda por desenvolvedores de software e analistas de dados (estes necessários em
função do advento de Big Data), a Estônia aposta que pode preparar seus jovens
para esse mercado de trabalho; além disso, Wolfram acredita que cidadãos com
esse tipo de formação podem avaliar riscos
de forma mais adequada, entender melhor o mundo das finanças e, até mesmo, desenvolverem um “sexto sentido matemático”,
que os ajudaria nas suas vidas pessoal e profissional.
Embora
otimista sobre o projeto na Estônia, Wolfram reconhece que o mundo da educação tem um longo
caminho a percorrer, afirmando que só em algumas décadas o ensino de matemática
vá ser amplamente baseado em computadores