quarta-feira, 11 de novembro de 2020

GOOGLE DEVE SER ALVO DE NOVOS PROCESSOS EM ESTADOS AMERICANOS


TOP 10 EMERGING TECHNOLOGIES OF 2020



A revista Scientific American publicou uma lista daquelas que considera as mais importantes tecnologias emergentes deste ano de 2020. 

A revista diz que se alguns dos muitos milhares de voluntários  necessários para testar vacinas contra o coronavírus pudessem ter sido substituídos por réplicas digitais  - uma das dez principais tecnologias emergentes deste ano - as vacinas poderiam ter sido desenvolvidas ainda mais rapidamente, salvando milhares de vidas. 

Em breve, os testes clínicos virtuais poderão se tornar uma realidade para testar novas vacinas e terapias. 

Outras tecnologias da lista podem reduzir as emissões de gases de efeito estufa, viabilizando aviões elétricos e permitindo que a luz solar impulsione  a produção de produtos químicos. 

Com a computação “espacial”, os mundos digital e físico serão integrados de maneiras que vão além dos feitos da realidade virtual. 

Sensores ultrassensíveis que exploram processos quânticos definirão o cenário para aplicações como scanners cerebrais vestíveis e veículos que podem "ver" o que está se aproximando nas próximas esquinas. 

Essas e outras tecnologias emergentes foram escolhidas por um grupo internacional de especialistas, convocado pela Scientific American e o Fórum Econômico Mundial, que estudou cerca de 75 indicações. 

As tecnologias escolhidas foram as que tem  o potencial de estimular o progresso nas sociedades e economias, superando as formas estabelecidas de fazer as coisas. 

Elas também precisam ser novas, não estando em uso atualmente, e provavelmente terão um grande impacto nos próximos três a cinco anos.

As tecnologias escolhidas são listadas a seguir, com links para acesso a mais detalhes: 

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

IMPRIMINDO CASAS

Uma start-up californiana, a Mighty Buildings está construindo pequenas edificações em quintais de residências da região, a serem usadas como forma de ampliar o espaço disponível para os moradores ou, até mesmo, permitir locações via Airbnb ou similares. 

Essas edificações são chamadas pela empresa Accessory Dwelling Units – ADUs (algo como Unidades Habitacionais Acessórias). Elas têm aproximadamente 35 metros quadrados e seu custo básico está ao redor de 115 mil dólares, podendo aumentar caso o proprietário deseje que a empresa cuide de detalhes como autorizações das prefeituras, ligações de gás, água e eletricidade, ar condicionado e outros. 

A grande novidade está na tecnologia utilizada para a construção: a empresa utiliza uma grande impressora 3D que “imprime” a edificação utilizando um gel aplicado por braços robóticos. Esse gel endurece imediatamente quando exposto à luz. 

A empresa está iniciando suas operações na área de San Francisco e San Diego e espera produzir cem unidades em 2020 e mil em 2021; oferece dez anos de garantia à estrutura. 

A empresa compara seu produto aos kits de madeira que eram vendidos pela Sears, uma grande loja de departamentos que inclusive operou no Brasil e que tinham a mesma finalidade. 

A principal vantagem é o tempo: uma ADU pode ser entregue totalmente pronta em duas semanas, com uma pequena cozinha equipada e máquinas de lavar e secar roupas e louças. As paredes podem receber pregos e parafusos para instalação de estantes, quadros etc. 

Os custos de mão de obra para construção são altos na região, pois há escassez de profissionais; diminuir os problemas logísticos relativos a material de construção também contribuem para tornar as ADUs competitivas. 

Pode ser o início de uma nova era na construção civil - assista a um vídeo trazendo mais informações sobre o assunto.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

A ação contra o Google: uma nova visão na luta antitruste

Segue repercutindo o fato de o Departamento de Justiça e 11 estados americanos terem iniciado uma ação judicial contra o Google, acusando-o de violar a legislação antitruste.

Os autores da ação afirmam que o Google se tornou “a porta de entrada na internet para bilhões de usuários em todo o mundo”, mas que seu sucesso decorre de um comportamento injusto e monopolista.

A ação era esperada, em função das recentes manifestações do governo e de congressistas dos dois grandes partidos americanos, e seu andamento deve sinalizar como a justiça tratará os gigantes da tecnologia nos próximos anos.

Até há algum tempo, os que impetravam ações desse tipo se concentravam em demonstrar danos ao consumidor derivados da elevação de preços, como faziam empresas que monopolizavam o mercado de petróleo, usando sua posição oligopolista para aumentar os preços dos combustíveis. Mas, demonstrar prejuízos ao consumidor em casos em que os serviços são aparentemente gratuitos, como os prestados pelo Google, não é tão simples.

Vem sendo lembrada pelo mercado a ação iniciada pelo governo americano contra a Microsoft em 1998. Na ocasião, a empresa de Bill Gates foi acusada de abusar de sua posição dominante ao comercializar seu sistema operacional (Windows) e seu navegador de internet (Explorer) no mesmo pacote, restringindo a concorrência por parte de outros navegadores. Na ocasião, a empresa visava inibir o uso do navegador Netscape, que apesar de pago, era o preferido pelos usuários.

O Google rebate esse argumento dizendo que vivemos tempos diferentes e que se os usuários desejarem utilizar software de terceiros, é facilmente possível baixá-lo da internet, bem como alterar a configuração de seus dispositivos sem maiores problemas.

O Departamento de Justiça apresenta argumentos diferentes, afirmando que as estratégias técnicas e de marketing do Google fazem que a absoluta maioria dos usuários, de quase qualquer tipo de dispositivo e software, seja encaminhada para os serviços da empresa.

Dentre essas estratégias estão os acordos firmados com fabricantes de celulares que utilizam o sistema operacional da Alphabet, o Android, para que seu mecanismo de busca seja adotado como padrão, bem como acordos semelhantes celebrados com a Apple para instalação de software Google nos iPhones.

A ação mostra como tudo isso pode afetar os consumidores, inclusive aqueles que não gostam dos serviços do Google, ao não permitir que serviços alternativos, como os providos pela DuckDuckGo e pela startup Neeva ganhem audiência que as tornem financeiramente sustentáveis.

A empresa nega veementemente as acusações de práticas monopolistas. Garante que enfrenta forte concorrência no mercado de buscas na Internet e diz que seus serviços ajudam muitas empresas de pequeno porte. De forma cínica, diz também que as pessoas usam o Google porque querem, não porque são forçadas ou porque não conseguem encontrar alternativas.

Mas há um fator maior em jogo: muitas pessoas querem derrubar esse padrão de luta antitruste centrado no consumidor; busca-se uma definição muito mais ampla de dano, protegendo também trabalhadores, empresários, empresas e mercados abertos, permitindo o estabelecimento de uma economia mais justa e manutenção dos ideais democráticos.

É o que todos esperamos, e não é uma utopia, bastando lembrar que já há legislação capaz de evitar abusos e que ela foi usada no passado contra gigantes do petróleo e telecomunicações, fazendo com que, dentre outras, a AT&T, que dominava 94% do mercado americano de telecomunicações e a Standard Oil, que refinava 90% do petróleo nos Estados Unidos, fossem obrigadas a se dividirem em empresas menores, como forma de garantir a concorrência.