sexta-feira, 28 de novembro de 2014

O ACASO E O SURGIMENTO DE NOVOS PRODUTOS

O senso comum afirma que as descobertas científico-tecnológicas que dão origem a novos produtos que se tornarão muito populares em nossa vida diária, são fruto de longas pesquisas.
Isso quase sempre é verdade, mas há algumas situações muito curiosas em que o acaso teve papel importante – vejamos alguns exemplos:
MICRO-ONDAS - Em 1945, Percy Spencer, um engenheiro da empresa norte-americana Raytheon Corporation, estava trabalhando em um novo projeto de radar. Ao testar um novo equipamento conhecido como “magnetron”, ele descobriu que uma barra de chocolate que tinha no bolso havia derretido. Ele repetiu o teste com outros alimentos e concluiu que o calor foi gerado a partir da energia gerada pelo magnetron. O primeiro micro-ondas pesava 340 kg e custava US$ 500 (na época uma pequena fortuna)
RAIO-X - Em 1895, o físico alemão   Wilhelm Roentgen estava trabalhando com um tubo de raios catódicos, que gerava feixes de elétrons. Apesar de o tubo estar coberto, Roentgen viu que uma tela fluorescente brilhou quando o tubo foi ligado. Os raios, de alguma forma, iluminaram a tela. Roentgen tentou bloquear os raios colocando a mão na frente do tubo, mas percebeu que  podia ver seus ossos na imagem que foi projetada na tela. Ele substituiu o tubo por uma chapa fotográfica para captar as imagens, criando os primeiros raios-x. A tecnologia foi logo adotada por instituições médicas
VELCRO - Em 1941, o engenheiro suíço George de Mestral foi caminhar pelos Alpes com seu cão. Ao voltar para casa, percebeu que as sementes da planta arctium haviam colado em sua roupa e no pelo do cachorro. Ele não tinha a intenção de criar um sistema de fixação, mas depois de constatar o quão firme essas sementes aderiram tecido, decidiu desenvolver o material que conhecemos como Velcro. O material se tornou popular depois que foi adotado pela Nasa
MASSINHA DE MODELAR - A massinha que as crianças brincam desde 1930 não foi inventada para ser um brinquedo. Foi inicialmente concebida pelo americano Noah McVicker, que trabalhou com seu irmão Cleo em uma empresa de sabão – eles pensavam criar um limpador de papel de parede, que não funcionou bem. Mas antes que os McVickers desistissem, a professora Kay Zufall apontou outro uso para o produto: crianças poderiam modelar objetos usando o produto. Os irmãos decidiram remover o detergente contido no produto e adicionar corante, criando a massinha com que nossas crianças brincam
FLOCOS DE MILHO - A receita dos  flocos de milho, saiu de uma tentativa fracassada de cozinhar trigo em 1894. Naquela época, o americano John Kellogg era superintendente do Sanatório de Battle Creek, uma unidade de saúde baseada em princípios Adventistas do Sétimo Dia. John e seu irmão William, estavam tentando elaborar dietas saudáveis para os pacientes. Um dia, colocaram um pouco de trigo para ferver, mas acidentalmente deixaram cozinhar por muito tempo. A massa ficou ressecada;  então, os irmãos  passaram-na por cilindros para afiná-la, esperando fazer longas folhas de massa de pão, mas só conseguiram flocos crocantes. Depois de algumas experiências, verificaram que o mesmo feito podia ser conseguido utilizando milho, e a receita para o Corn Flakes nasceu 
VIAGRA - Salvador de casamentos e dos homens em geral (ao que dizem...), o Viagra também foi obra do acaso. Farmacêuticos do laboratório Pfizer sintetizavam o Cidrato de Sidenafila para tratar hipertensão. Durante os testes, a droga se mostrou ineficaz para doenças cardíacas, mas os pesquisadores  observaram que ela causava outro efeito: ereções mais fortes e mais duradouras
Esperemos que o acaso (e também muita pesquisa) possam tornar nossa vida melhor...


domingo, 23 de novembro de 2014

VITROLAS – UMA TECNOLOGIA QUE RENASCE

O fonógrafo
As vitrolas, conhecidas na atualidade como toca-discos, tem suas origens nos antigos fonógrafos, tendo recebido esse nome em função da empresa que as fabricou entre 1901 e 1929, a The Victor Talking Machine Company.
O fonógrafo, primeiro equipamento que reproduzia sons, foi lançado por Thomas Edison em 1877; os sons eram armazenados em cilindros de metal. Depois, o cilindro foi substituído pelos discos, inicialmente feitos de cera, depois de baquelite, até chegar-se ao   vinil no fim da década de 1940.
Nessa época, pré TV,  as radio vitrolas, conjunto de rádio e toca-discos instalados em elegantes móveis eram as rainhas das salas de estar das casas brasileiras; eram fabricadas por empresas tradicionais, como Philips, Zenith, Telefunken e outras.
Uma rádio vitrola Philips
Os discos de vinil foram sucedidos pelas fitas cassete, CDs, DVDs e outros meios digitais; a Internet parecia ser a tecnologia que mataria definitivamente a vitrola e os vinis, inclusive aquele que a revista Rolling Stone considerou em 2003 o melhor álbum de todos os tempos, o Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, gravado pelos Beatles em 1967.
Mas a dupla vitrola/vinil vem ressurgindo: a Polysom,  única fabricante de discos de vinil da América Latina,   produz cerca de 8 mil discos por mês. Havia sido fechada, mas reaberta em 2011, vem registrando aumento na produção de discos a cada ano; segundo a empresa, a qualidade do som é a maior responsável pelo ressurgimento da tecnologia, além do gosto do público pelo retrô; o público mais jovem também se interessa muito pelas vitrolas.
A Trapemix é uma   loja online especializada em produtos retrô que vende
O CTX Classic
cerca de 500 toca-discos por mês – seu proprietário acredita que em 2014 serão vendidos 35% mais que em 2013. 
Seus aparelhos custam entre   650 e 2 mil reais; o CTX Classic, modelo mais vendido do site, custa 770 reais; alguns aparelhos à venda na Trapemix são capazes de converter o som do vinil em arquivos MP3 e de se conectar por Bluetooth com tablets e smartphones.
É mais uma tecnologia que volta – a consciência de que isso pode acontecer é importante para aqueles que vivem o ambiente empresarial.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O PROCESSO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Nestes tempos de seca, fica mais evidente a necessidade de pouparmos água.

Infelizmente, além daqueles que desperdiçam água em casa, lavando quintais e calçadas, por exemplo, temos em nosso país um grande volume de água tratada desperdiçada em função de tubulações defeituosas, roubo de água através de ligações clandestinas etc. - em nosso país, cerca de 40% da água tratada é desperdiçado por esses motivos - em alguns lugares, como Porto Velho (RO), a perda chega a 70%.

Estima-se que se as 100 maiores cidades do Brasil reduzissem o desperdício em 10%, haveria uma economia anual de cerca de R$ 1,3 bilhões.

A animação que vemos aqui mostra o processo de tratamento de água - através dele, podemos ver como, além de tudo, é um processo trabalhoso e caro e nos conscientizarmos de que é importante evitar o desperdício.




quinta-feira, 13 de novembro de 2014

ROBÔS E OUTRAS MÁQUINAS AUMENTARÃO O DESEMPREGO - COMO FUGIR DISSO? ESTUDANDO MAIS...

Pesquisa recentemente publicada pela empresa  de consultoria financeira Deloitte mostra que mais de um terço dos empregos gerados no Reino Unido poderão ser automatizados nos próximos vinte anos. O estudo foi realizado pela Deloitte em parceria com pesquisadores da Oxford Martin School e da Universidade de Oxford.
A estimativa é que chegue a 10 milhões o número de vagas
Rosie Jetson era uma brincadeira...
que deixarão de existir, pelo menos para humanos. A pesquisa aponta que as funções que pagam menos (até 30 mil libras, cerca de R$ 120 mil por ano) são as que mais devem ser substituídas por robôs e outros tipos de máquinas nas próximas décadas.
Cargos ligados a serviços administrativos, vendas, transportes, construção e mineração correm maior risco de serem desempenhados por sistemas artificiais nos próximos anos - por outro lado, os que trabalham com computação, engenharia, estudos científicos, artes, comunicação, educação, saúde ou mercado financeiro  podem ficar tranquilos, ao menos por enquanto.
De acordo com a pesquisa, os avanços tecnológicos tendem a ajudar na execução de trabalhos repetitivos e de escritório, enquanto   os humanos  continuam sendo os melhores  em questões relacionadas a pensamento estratégico e habilidade criativa.
Os autores da pesquisa, Carl Benedikt Frey e Michael A.
mas os robôs industriais substituindo milhares
de operários já são realidade.
Osborne, também fizeram uma análise similar nos Estados Unidos em 2013, concluindo que nesse país o percentual de empregos que poderão ser substituídos por robôs ultrapassa os 40%.
Mesmo hoje em dia,  já se pode ver a extinção de alguns empregos: há quanto tempo   não enviamos uma carta pelos correios? Por quantos anos mais   as empresas ainda pagarão alguém só para fazer a leitura dos seus registros de água e energia das casas (veja post de 17.10.2013)? E os apps de táxi conectando o cliente ao taxista? Certamente eliminarão   as centrais de radio-táxis – desde já há inúmeros exemplos.
É muito oportuno ler  artigo da revista Super  Interessante que nos lembra que  a tecnologia faz mudanças profundas no mercado de trabalho, hoje e sempre. Além das lembranças, o artigo nos traz alguns insights interessantes acerca de mudança de posturas.
Para encerrar: a sugestão para não perder emprego é seguir se capacitando,  continuamente, pois de acordo com a pesquisa da Deloitte, empregos com bons salários e que requerem melhor capacitação têm cinco vezes menos chances de ser automatizados.
Se você queria um motivo para estudar mais um pouco, aí está – estudar mais não é apenas continuar indo à escola – só o diploma não vale quase nada, é preciso aprender (muito). 

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

SERÁ QUE AS TELAS DOBRÁVEIS ESTÃO VIRANDO REALIDADE?

Muitas pessoas (eu inclusive) têm dificuldades para lidar com smartphones em função do tamanho de suas telas.

É difícil ler as mensagens e digitar - quase sempre em função do tamanho das telas.

Agora, parece surgir uma solução: pesquisadores japoneses criaram uma tela sensível ao toque com tecnologia OLED que se dobra em três. O projeto foi apresentado na Display Innovation 2014, que aconteceu na semana passada na cidade de Yokohama, no Japão.

A tela de 8,7 polegadas é chamada de "Foldable Display" (algo como "Tela Dobrável") e tem resolução de 1 080 por 1 920 pixels, com densidade de 254 pixels por polegada.
Um projeto semelhante já havia sido apresentado em junho, durante um evento chamado SID 2014, pela mesma empresa, a Semiconductor Energy Laboratory - a  diferença é que a tela tinha 5,9 polegadas e não possuía sensibilidade ao toque.
Essa tecnologia abre caminho para a criação de aparelhos  que tenham o tamanho de um tablet, por exemplo, mas que possam ser dobrados para caber no bolso - tomara que chegue logo ao mercado!
Clique na imagem para assistir a um vídeo sobre o assunto.