segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

The BlackBerry, Trying to Avoid the Hall of Fallen Giants



Com o título acima, o NY Times publicou mais uma matéria tratando da difícil situação que vive a empresa canadense Research in Motion (RIM), fabricante dos smartphones e tablets BlackBerry – a matéria sai a propósito da substituição de seus co-CEO’s e fundadores da empresa por Thorsten Heins, já funcionário da RIM, onde ocupava a chefia de operações.
Heins disse ao NYT que a RIM fabrica os melhores dispositivos de comunicações do mundo, mas – e há sempre um mas, o mercado não acha isso: a companhia já teve mais da metade do mercado americano de smartphones e hoje tem apenas 10%; suas ações caíram 75% no último ano.
Segundo o jornal, há dois caminhos para salvar a RIM: melhorar significativamente seus produtos e/ou esperar que seus principais rivais, dentre eles  Apple, Google e  Microsoft deixem à RIM algumas migalhas do mercado, especialmente nos segmentos corporativos e de governos, que valorizam especialmente a segurança dos produtos RIM. A alternativa, seria a queda, passando a empresa a fazer parte do Hall dos Gigantes Caídos, mencionado no título da matéria, que lembra ter o   BlackBerry 957 auxiliado a encerrar a era dos pagers (bips, no Brasil).   
A matéria menciona alguns desses gigantes caídos, que vale a pena relembrar:


SONY WALKMAN (1979) – antes do Walkman, “personal audio” significava manter um radio portátil junto à orelha (às vezes utilizando um fone de ouvido extremamente rudimentar). O aparelho  ajudou a Sony a se tornar um dos líderes tecnológicos na década de 1980, entre outras coisas, relegando os LPs a um nicho de saudosistas - fitas magnéticas tornaram-se um must!  Em seguida, a Sony criou o Discman e os CDs, e sentindo-se cada vez mais confortável, não atentou para a chegada da Apple  e do iPod – deu no que deu.


PAGERS (1951) - atendiam principalmente pessoas que não trabalhavam em locais fixos: analistas de sistemas, médicos e outros (segundo o NYT, ajudaram muito a expandir os negócios dos traficantes de drogas).  Os primeiros bips mostravam apenas algarismos, tendo inclusive feito surgir um vocabulário numérico, com expressões como 911 (me ligue imediatamente) e 07734, o que parece  “hello” quando lido de cabeça para baixo. De repente, surge uma nova tecnologia: o celular. Não era mais necessário procurar um telefone para falar com as pessoas que nos haviam bipado! Pode-se adivinhar o resto da história do bip.
PALM PILOT (1997) – as agendas eletrônicas maravilharam o mundo. Em apenas um pequeno dispositivo era possível armazenar todos os nossos contatos, compromissos, notas etc. A tela era do tipo “touch screen” - uma canetinha chamada “stylus” tornava a navegação e a escrita fáceis; era possível adquirir software que rodava na máquina (correio eletrônico, planilha de cálculo etc.). Algumas versões puderam também ser utilizadas como telefones, mas no início de 2007 surgiu uma coisa chamada   iPhone e...
POLAROID (1948) - Edwin Land lançou nesse ano uma câmera fotográfica que, após fazer uma foto, imprimia-a imediatamente.  O sucesso foi enorme, e em 1980, a Polaroid estava vendendo quase 8 milhões de câmeras ao ano, apenas nos Estados Unidos, mais da metade das 15 milhões de máquinas vendidas naquele ano. Em 1985, ganhou uma briga na justiça contra a Kodak, que procurava viabilizar um produto concorrente, o que a tornou ainda mais forte. Mas teve pouco tempo para saborear a vitória: no final daquela década, as maquinas digitais, logo incorporadas aos celulares, levaram a Polaroid à quebra. 
ATARI 2600 (1977) – não foi o primeiro videogame, mas o trouxe aos lares e o incorporou à cultura popular – mais de 30 milhões foram vendidos, rodando games como Pong, Combat, Pitfall e Frogger. Ai popularizaram-se os PCs, com os quais as pessoas podiam jogar e fazer muito mais. A empresa, confiante na sua fama e força, insistiu no Atari, sem sucesso: em 1983, milhões de cartuchos e consoles teriam sido enterrados em um depósito de lixo no Novo México.   
Como dissemos em outro post, em tecnologia, erros de estratégia quase sempre são fatais.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Kodak não resistiu à competição

O logo evoluiu sempre...
Mais um ícone do século XX naufraga: a Kodak, que pediu concordata tentando reverter sua situação econômica terrível: seus ativos valem  US$ 5,1 bilhões, enquanto suas dívidas montam quase US$ 7  bilhões.

É mais um caso em uma empresa perde o bonde da mudança da tecnologia. Fundada em 1889, foi sempre uma pioneira na área da fotografia: lançou o filme em rolo, a fotografia aérea e inúmeros modelos pioneiros de câmera, inclusive de baixo custo, que sendo sucessos de vendas serviram para aumentar suas vendas de filmes, equipamentos e suprimentos para revelação e impressão de fotos, criando um circulo virtuoso que  a tornou  a maior empresa do segmento.

Ironicamente, foi vítima de seu próprio pioneirismo: em 1975, seu funcionário   Steven Sasson inventou a câmera digital; cometendo um erro de estratégia, deixou de desenvolver o produto, por acreditar que essas câmeras matariam suas linhas de filmes, suprimentos e máquinas utilizadas na fotografia convencional – nessa época vendia 90% dos filmes e 85% das câmeras utilizadas nos Estados Unidos.

Seus concorrentes optaram por outro caminho, investindo pesadamente no mundo digital. Quando a Kodak percebeu os rumos que o mercado escolhera, era tarde. Apesar de ter lançado suas câmeras digitais, estas nunca tiveram nada além de uma pequena parte do mercado: era o começo do fim, acelerado pela chegada dos celulares com câmera.

Tentando evitar a perda total, a Kodak tenta agora vender algumas das centenas de patentes que detém; além disso, briga na justiça com a Apple e a Samsung, a quem acusa de pirataria tecnológica – caso vença, pode levantar algum dinheiro que  permitirá diminuir os prejuízos de seus acionistas.

Em tecnologia, erros de estratégia quase sempre são fatais...

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

EIS QUE CHEGAM OS ULTRABOOKS

As vendas de notebooks e desktops vem caindo nos últimos tempos, principalmente em função da crise econômica mas também em função do crescimento nas vendas de tablets.
Tentando reverter essa situação, os fabricantes de PCs tem adotado duas estratégias básicas: lançarem seus próprios tablets, o que não tem se mostrado muito eficiente, pois o iPad da Apple continua dominando esse mercado de forma muito ampla.
A segunda estratégia baseia-se na percepção de que apesar dos sucesso do iPad, as pessoas precisam de outro tipo de máquina para suas necessidades práticas, em especial acessar a Internet e rodar aplicativos em ambiente de trabalho. Partindo dessa premissa, os fabricantes vem investindo no que o mercado vem chamando de ultrabooks, notebooks com menos de uma polegada de espessura,  peso pouco maior que um quilo e utilizando tecnologia análoga à dos pen drives para armazenagem de dados, o que dispensa o disco rígido, tornando a máquina menor, mais leve e barata.
No  mundo da tecnologia com frequência se vê aperfeiçoamentos sendo vendidos como coisas totalmente novas, o que parece ser o caso: os ultrabooks podem ser encarados como netbooks “vitaminados”. É irônico também perceber que essas máquinas foram inspiradas no MacBook Air, da Apple.
De qualquer forma, os ultrabooks tem sido uma das sensações do CES -  Consumer Electronics Show, a maior feira de tecnologia do mundo, que ocorreu recentemente em Las Vegas.
Apesar dos exageros da propaganda, há avanços: além de as telas dessas máquinas serem maiores que as dos netbooks, a capacidade de armazenagem, a velocidade e o consumo de energia também são melhores, tendo  a maioria delas preços ao redor de US$ 900, embora a Intel, que fornece os chips, tenha dito que trabalha para que esses preços cheguem brevemente a um patamar de US$ 700.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

US Army: smartphones batem wearable computers

Já no início de 2001, escrevíamos sobre os  "wearable computers",  tecnologia, que   poderia ter seu nome traduzido de forma quase literal, como "computadores vestíveis" - essa expressão, no entanto, soa tão mal que duvidávamos que fosse adotada (acertamos). Por falta de algo melhor, propunhamos (e ainda propomos) continuarmos com "wearable computers", até que alguém produza uma tradução que ao menos soe melhor (e o que é pior, não se pode sequer utilizar apenas as iniciais...).

Mas, o que são os "wearables"? São computadores que uma pessoa carrega consigo, ligados (no sentido de presos) às suas roupas, dotados de recursos que permitam a seus usuários utilizá-los enquanto conservam suas mãos livres.  

O equipamento Nett Warrior
O End User Device
Nos últimos 20 anos o Exército americano tentou utilizar esses equipamentos – os sucessivos insucessos levou-o a abortar o programa, que era chamado “Nett Warrior”, em outubro passado, substituindo os wearable computers por um smartphone que roda Android e apps específicas para uso militar. O sistema é muito parecido com um smartphone de uso pessoal, mas curiosamente não funciona como telefone – o dispositivo é chamado por enquanto  End User Device. Além dos problemas técnicos, os soldados queixavam-se do peso do Nett Warrior (ao redor de cinco quilos) além do incômodo trazidos pelos cabos que se embaraçavam – tudo isso pode ser crítico para um soldado cumprindo uma missão a pé.

Mas lá como cá, os militares parecem bater cabeças: na semana passada, a Força Aérea americana passou a sondar a industria de equipamentos militares acerca da possibilidade de produzirem wearable computers para seus soldados, especificando que os mesmos devem ter telas sensíveis ao toque, ligadas a equipamentos de transmissão via cabos USB, rodar Windows 7 ou superior, GPS e outras características, todas elas  similares às que o Exército especificara.

Talvez a Força Aérea acabe tendo êxito; alguns países operam sistemas semelhantes, como o FELIN francês, que além do  wearable computer  compreende armamento individual, equipamento de proteção etc., e que começou a ser distribuido em 2010.  No Brasil, o Exército trabalho no desenvolvimento do programa COBRA – Combatente Brasileiro, inspirado no FELIN e com versões convencional e para uso na selva.