terça-feira, 24 de setembro de 2019

SCANIA MOSTRA CAMINHÃO AUTÔNOMO, SEM CABINE

O desenvolvimento de caminhões autônomos (sem motorista) segue em andamento - acreditamos que esses veículos passem a ser utilizados de forma ampla antes dos carros autônomos, principalmente em função das características dos ambientes em que operarão. 

A Scania acaba de apresentar um conceito de caminhão autônomo, sem cabine. Chamado de AXL, ele foi pensado para operar em minas e canteiros de obras, locais mais propícios para a operação dos autônomos, já que são ambientes com circulação controlada.

A Scania já testa há algum tempo caminhões autônomos. A novidade é que todos, até então, possuíam uma cabine e um motorista de prontidão, para situações de emergência. O AXL é monitorado remotamente. A operação em minas, segundo a Scania, é facilitada por ter um sistema de logística e processos bem definidos, que informa ao veículo como a tarefa deve ser executada.

Para isso, ele conta com câmeras, radares e outros sensores, que monitoram todo o ambiente em sua volta. Mesmo sem a cabine, a Scania criou um desenho que preserva a identidade visual dos caminhões da marca.

A Scania equipou o AXL com um motor a combustão que utiliza biocombustíveis (não especificados pela empresa); um vídeo, ilustrando o conceito, pode ser visto aqui.

A Volvo, conterrânea e rival da Scania, também já mostrou um conceito de caminhão autônomo sem cabine. Embora ainda sejam conceitos, eles não devem demorar a ganhar versões de produção.


domingo, 22 de setembro de 2019

CÂMARAS FOTOGRÁFICAS ABANDONADAS NA LUA

O relógio marcava 22h56 de 16 de julho de 1969 quando Neil Armstrong esticou cuidadosamente o pé para tocar pela primeira vez o solo lunar. 

Para registrar a conquista, duas câmaras Hasselblad foram utilizadas; uma Hasselblad Data (HDC) equipada com uma lente grande-angular Zeiss Biogon 60mm ƒ/5,6 e um rolo de filme fotográfico com capacidade para 200 cliques, criado pela Kodak especialmente para a missão. A HDC (foto ao lado) foi projetada para suportar as condições extremas da superfície do satélite. Era pintada de prata para ajudar na estabilização das imagens a temperaturas que variam de -65° C a 120° C. Atada ao peito de Armstrong, a HDC jamais havia sido testada no espaço.

A segunda (foto ao lado) foi uma Hasselblad Electric (HEC) equipada com uma lente Zeiss Planar 80mm ƒ/2,8, usada para registrar o pouso de dentro do módulo lunar.

Filmagens também foram feitas, utilizando duas câmeras Maurer de 16mm, além de uma câmera de televisão a cores instalada no módulo Columbia e outra, preto e branco, afixada no Eagle. Estima-se que a façanha de Armstrong, Michael Collins e Buzz Aldrin foi assistida ao vivo pela televisão por cerca de 600 milhões de pessoas, muitas delas incrédulas até hoje.

A foto ao lado, feita por Neil Armstrong, utilizando a HDC, mostra seu companheiro Buzz Aldrin  desembarcando do módulo lunar. 

Tiradas as fotografias e concluídas as filmagens, as câmeras foram levadas para dentro do módulo lunar, onde os filmes foram retirados; todo o resto – as câmeras, lentes e demais acessórios – foi atirado na superfície lunar para diminuir o peso do Eagle e aumentar as chances de um retorno bem-sucedido.

Os americanos, portanto, também foram os primeiros a jogar lixo na Lua. A prática se repetiu em outras cinco missões de pouso do programa Apollo, no qual os Estados Unidos investiram o equivalente a US$ 150 bilhões, em valores atualizados. Se por acaso você passar pela Lua, pode procurar por doze câmeras Hasselblad e suas respectivas lentes no chão - elas devem valer um bom dinheiro...

domingo, 15 de setembro de 2019

O BIG BEN AJUDOU OS NAZISTAS

Durante toda a II Guerra Mundial a BBC transmitia noticiários destinados à Europa continental, praticamente toda ocupada pelos nazistas.

Essas transmissões eram muito efetivas como instrumento de propaganda e serviam também para manter as esperanças de libertação dos habitantes dos países ocupados; serviam também para transmitir informações, sempre em código, aos membros da resistência que atuavam naqueles países. 

Como era tradicional, essas transmissões, sempre ao vivo, iniciavam-se com as badaladas do Big Ben dando a hora certa - o Big Ben é o sino instalado em 1859 na torre do Palácio de Westminster, que também é conhecida pelo mesmo nome. O Big Ben batendo uma hora pode ser ouvido aqui.

Os nazistas nunca conseguiram suspender essas transmissões, mesmo bombardeando Londres, mas o que pouca gente sabe, é que eles tiraram proveito das transmissões.

Para os nazistas, conhecer as condições meteorológicas  sobre Londres era muito importante para que pudessem tomar decisões quanto a bombardeios. Para  isso, dada a tecnologia disponível à época, era preciso enviar aviões de reconhecimento para sobrevoar a capital inglesa e isso era muito difícil e arriscado, pois as defesas anti-aéreas da cidade eram fortes e a presença desses aviões daria um alerta antecipado aos ingleses. 

Mas alguns cientistas alemães perceberam que a frequência do som do Big Ben era influenciada por fatores como temperatura, chuva ou névoa; partindo disso, desenvolveram técnicas que permitiam, simplesmente ouvindo e analisando as transmissões, conhecer as condições do tempo na capital e  adequar seus planos a essas condições, decidindo se e quando iriam bombardear.

E pensar que, com os avanços tecnológicos, hoje é muito fácil saber como anda e como andará o tempo em qualquer canto do mundo...  

domingo, 8 de setembro de 2019

A TECNOLOGIA QUE MATOU NAZISTAS DE ALTO ESCALÃO


Falta de experiência com uma dada tecnologia pode levar a resultados trágicos.

Foi o que aconteceu quando os nazistas invadiram a então Checoslováquia, logo no início da 2ª Guerra Mundial.

Seguindo seu padrão de conduta, eles saquearam tudo o que estava ao seu alcance no país invadido, inclusive carros Tatra 87, que ali eram fabricados - o marechal Rommel foi um de seus usuários. 

Os Tatra tinham linhas futuristas e podiam alcançar 160 km/hora, uma velocidade muito elevada para os carros da época. Seu motor traseiro, 2.9, refrigerado a ar, gerava 85 hp. Foi projetado a partir de idéias do húngaro   Paul Jaray, que projetara dirigíveis como o Graf Zeppelin.   

Mas tinham um defeito grave: sua dirigibilidade era péssima, o que não  era um grave problema nas primitivas estradas da Checoslováquia, onde não se podia andar muito depressa. Já na Alemanha, onde as moderníssimas autobahns permitiam que a velocidade máxima podia ser atingida com facilidade, era comum perda de controle em curvas acentuadas,  gerando derapagens, capotamentos, choque com árvores etc., o que a 160 por hora e sem cintos de segurança, usualmente matava o motorista e passageiros.

Consta que o Tatra matou sete oficiais nazistas de alta patente em apenas uma semana, logo após a invasão - mais do que os que morreram em combate;  estima-se que mais cinquenta e quatro oficiais também tenham morrido em acidentes com o carro.

Fica a lição: antes de utilizar intensivamente uma tecnologia, precisamos conhece-la bem. 



quarta-feira, 4 de setembro de 2019

O KC-390 C0MEÇA A SER ENTREGUE À FAB



Fruto da tecnologia brasileira, a Força Aérea Brasileira está recebendo o primeiro exemplar do avião cargueiro KC-390, que deve revolucionar o segmento de mercado ao qual se destina.


Muito versátil, o avião produzido pela Embraer pode ser configurado de diversas formas: para transporte de tropas, leva 80 soldados ou 66 paraquedistas plenamente equipados. O compartimento interno é um salão onde pode ser colocado um helicóptero Black Hawk, ou uma carreta lançadora de foguetes e mísseis do sistema Astros ou três veículos blindados leves. No arranjo para remoção médica, comporta 74 macas, equipamento de suporte, 8 médicos e enfermeiros.

Outro aspecto notável do avião é sua capacidade de operar em condições adversas, como nas pistas curtas situadas em regiões remotas:


Seu alcance impressiona, conforme mostra a figura ao lado: partindo de Manaus, com carga máxima, pode alcançar qualquer ponto da América do Sul.

Até 2030, a demanda estimada para esse perfil de avião é de 700 unidades, excluídas as necessidades dos Estados Unidos, China e Rússia – um bolo de US$ 50 bilhões do qual o Brasil quer um bom pedaço.

A primeira venda externa foi anunciada em agosto passado - Portugal confirmou a compra de cinco KC-390, mais um simulador de voo, 12 anos de manutenção na Europa e amplo treinamento técnico. Vai pagar cerca de US$ 918 milhões. A aviação portuguesa tem interesse também pela capacidade do jato de combater incêndios florestais, um grave problema no país. 

Além da transação com Portugal, há declarações preliminares de interesse das forças aéreas da Colômbia e do Chile. A venda de parte da Embraer à Boeing pode fazer com que esta última passe também a apoiar a comercialização do avião, o que seria muito interessante para a fabricante.

Um vídeo mostrando a máquina pode ser visto aqui: abaixo, um raio-x do avião, elaborado pelo jornal O Estado de S. Paulo, responsável também pelas demais ilustrações deste post: