quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Estão chegando os medidores digitais de energia elétrica

À medida em que mais tecnologia é incorporada à nossa vida diária, mais cresce o consumo de energia elétrica. Para dar conta desse aumento de consumo, inúmeras medidas vem sendo tomadas, principalmente envolvendo a construção de novas usinas hidrelétricas,  linhas de transmissão, parques eólicos etc.  
Mas é preciso dotar toda essa estrutura de inteligência, de forma a que ela seja mais eficiente, passando a  constituir o que os técnicos chamam de smart grid, ou rede inteligente. Há um componente da estrutura que será visível em nossas casas: teremos novos medidores de consumo, digitais, que substituirão o que chamamos hoje de “relógio de luz”.
Esses novos medidores permitirão que as empresas que fazem a energia chegar às nossas casas, estabelecimentos comerciais, fábricas etc., leiam o consumo, cortem e restabeleçam o fornecimento automaticamente, sem a necessidade de funcionários se deslocarem até os locais. Além disso, conhecendo o perfil de consumo, poderão, por exemplo, estabelecer tarifas mais baratas fora dos horários de pico, remanejar o fluxo de energia entre diversas linhas etc.
Para o consumidor, será possível observar com mais clareza o quanto está sendo consumido e em que horários. Isso é importante não apenas para residências, mas principalmente para indústrias que precisam otimizar o consumo e  reduzir o desperdício.
Os novos medidores poderão ser conectados à Internet, criando uma vasta gama de novas oportunidades: nos Estados Unidos, a empresa  Simple Energy desenvolveu  um game  para conscientizar os consumidores para a necessidade do uso consciente de energia. Como nos jogos do Facebook, há metas, medalhas e a chance de competir com os amigos para ver quem atinge mais metas de consumo. A experiência está sendo testada com 15.000 usuários de Worcester, no estado de Massachusetts, com bons resultados.
Essas mudanças podem acontecer  rapidamente. Técnicos esperam que até 2018 um bilhão desses medidores inteligentes estejam ligados à rede elétrica. Países como a Itália conseguiram substituir todos os seus 30 milhões de medidores em apenas cinco anos, a partir de 2000.
No Brasil, algumas distribuidoras de energia já estão preparadas para operar nesse sistema. O problema é que, no país, os novos medidores  custam pelo menos o dobro dos tradicionais. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) subsidia a instalação dos aparelhos em alguns mercados, especialmente em pequenas e médias indústrias, mas é necessária uma escala maior para o preço ficar mais atrativo. O cenário deve mudar a partir de 1° de fevereiro de 2014, quando todas as novas construções deverão, por lei, ter medidores do novo tipo.