
A experiência foi bem sucedida e o
Dr. Scott publicou seu primeiro trabalho sobre o assunto em 1973, propondo a
toxina botulínica tipo A como uma alternativa eficaz para o tratamento não cirúrgico
do estrabismo. Ainda na década de 70, o Dr. Scott recebeu autorização do FDA
(Food and Drug Administration), órgão que regula o setor de medicamentos dos
Estados Unidos, para testar a toxina em seres humanos, conduzindo estudos
durante os anos de 1977 e 1978.
O primeiro uso terapêutico da toxina
botulínica aconteceu em 1980, e foi oftalmológico, para tratamento do
estrabismo (o que deixa as pessoas “vesgas”), blefaroespamo (uma espécie de
“tique” constante da pálpebra) e espasmo hemifacial. Em 1989, o laboratório
americano Allergan garantiu os direitos
de produção e comercialização da toxina com a marca BOTOX.
Ao aplicar o BOTOX no tratamento de
espasmos na região dos olhos, os médicos canadenses Jean e Alastair Carruthers, oftalmologista e
dermatologista respectivamente, observaram que o medicamento também atenuava as
rugas da região tratada. Juntos, estudaram o uso da toxina para fins cosméticas, até que,
em 2002 o produto passou a ser utilizado para esses fins, após autorização da
FDA.
O sucesso foi quase instantâneo: em
pouco tempo milhões de pessoas receberam injeções de BOTOX como tratamento
estético das rugas de expressão, que são aquelas provocadas pela contração dos
músculos da face, que leva, com o passar do tempo, à formação de vincos na pele.
Em 2004, o produto também foi aprovado para uso em hiperidrose (suor excessivo)
palmar e axilar.

A aplicação da
toxina requer técnica e habilidade por parte do especialista – no Brasil,
infelizmente há muitos leigos fazendo aplicações do produto, às vezes com
resultados desastrosos.
O produto é comercializado pelo laboratório Allergan em
75 países; nos dez anos decorridos desde seu lançamento,
somente nos Estados Unidos, mais de 11.8 milhões de pessoas 6% homens) utilizaram BOTOX, embora o número de botocados
e botocadas seja bem maior, pois há produtos similares no mercado.