Em 7 de janeiro de 1968, o jornal Folha de S. Paulo publicava um anúncio de um curso de programação de computadores eletrônicos, ministrado por uma empresa que mais tarde se tornou um "Bureau de Serviços", uma empresa que prestava serviços a outras desenvolvendo e processando sistemas; pouquíssimas empresas dispunham de seu próprios computadores. O treinamento de pessoal era feito geralmente pelos fabricantes de computadores que operavam no Brasil na época: IBM, Burroughs (hoje Unisys), NCR e Univac, já há muito tempo fora do mercado. Cursos de graduação na área simplesmente não existiam.
Mais ou menos à mesma época, a SCHEMA anunciava cursos específicos para profissionais que atuariam em ambientes Burroughs, utilizando a "linguagem universal COBOL".
Na época, as empresas utilizavam basicamente uma ou duas linguagens de programação e um sistema operacional - a ideia desses cursos era dar aos futuros profissionais conceitos acerca do ambiente em que atuariam e das linguagens e sistemas operacionais que usariam. O resto, se aprendia "na raça"; além disso, praticamente todo o material existente estava em inglês. A a Systems preparava pessoal para atuar nos ambientes 1401 e seu sucessor /360, que foram grandes sucessos comerciais.
De tudo que é mencionado nos anúncios, apenas o COBOL segue firme e forte; as demais ferramentas perderam-se na poeira do tempo: as linguagens RPG (Report Program Generator, na prática, apenas um gerador de relatórios), Autocoder (talvez a primeira linguagem capaz de suportar macros) e Assembler (ainda utilizada em situações muito especiais). O sistema operacional DOS (Disk Operating System) que teve versões que rodaram nas primeiras versões do Windows e o IOCS (Input/Output Control System), ferramenta que permitia que desenvolvedores codificassem sem se preocupar com os dispositivos em que se localizavam as entradas e saídas de seus programas (discos, fitas, cartões, impressoras etc) também já não estão entre nós.
Nosso mundo muda muito...