sexta-feira, 16 de março de 2018

PAGAMENTOS COM QR CODE "BOMBANDO" NA ÁSIA

O jornal "O Estado de S. Paulo" publicou matéria do jornalista Guilherme Horn tratando do sucesso que os pagamentos via QR code vem fazendo na Ásia, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, onde a ferramenta é considerada ineficiente.
Na Ásia o QR code popularizou-se em todo o tipo de mercado - até mesmo mendigos recebem esmolas por esse meio. 
Um caso de sucesso no uso do QR code é o da fintech VCash, uma carteira virtual pré-carregada, recém autorizada pelo Banco Central da Malásia a iniciar suas operações. A iniciativa é fruto de uma parceria entre um banco (Digi) e um emissor de dinheiro virtual, o Valyou.
Funciona de forma muito simples: o usuário faz o download do aplicativo, faz um cadastro (simples) e deposita  dinheiro na sua conta. Na hora de pagar uma conta, basta escanear o QR code do estabelecimento (todos têm o seu nos caixas), inserir o valor a ser pago e colocar a senha ou impressão digital. 
Um dos diferenciais do VCash é a facilidade para se depositar dinheiro na carteira. Há mais de dez formas diferentes de se fazê-lo e isto inclui aqueles que não têm conta bancária, servindo como instrumento de inclusão financeira. O único pré-requisito é ter um smartphone.
A startup pensou também nos benefícios para os estabelecimentos comerciais ou profissionais liberais. Para estes ela oferece informações em tempo sobre os clientes que pagaram com o aplicativo - isso pode gerar insights interessantes para os comerciantes.  
Em poucos meses de operação, a fintech já tem mais 20 mil estabelecimentos usando a ferramenta.
É mais um passo rumo ao fim do dinheiro vivo.

terça-feira, 13 de março de 2018

SAMSUNG LANÇA PRIMEIRO DISPOSITIVO DE REALIDADE VIRTUAL/MISTA A CHEGAR AO BRASIL

A Samsung informa que o primeiro dispositivo de realidade mista compatível com computadores que utilizam Windows 10 chegará ao Brasil nas próximas semanas. O aparelho é chamado HMD Odyssey (imagem ao lado) e marca a segunda aposta da Samsung no segmento gamers. No ano passado, a fabricante lançou o seu primeiro notebook para jogos, o Odyssey, e agora renova o produto com um chip gráfico Nvidia GeForce 1060, que suporta jogos em realidade virtual.

O HMD Odyssey funciona ligado ao notebook por meio de um cabo  com quatro metros de comprimento. Ele tem controles físicos que o acompanham na caixa e permitem interagir com a realidade simulada que se vê  na tela dupla que tem tecnologia Amoled, parecida com a que vemos em muitos smartphones. A resolução de imagem é de 1440 x 1600 pixels e o ângulo de visão é de 110 graus, como o olho humano.

Os termos realidade mista e realidade virtual se confundem porque o primeiro é usado pela Microsoft para nomear sua adaptação do sistema operacional ao formato de visualização tridimensional em 3D. A indústria, como um todo, usa mais o termo realidade virtual para descrever plataformas e dispositivos do gênero.

A versão mais recente do notebook gamer Odyssey, com processador Intel Core i7, 16 GB de memória RAM e a nova placa gráfica, tem preço sugerido de 6.999 reais. Ele concorre com rivais como o Acer Predator e o Alienware 17. Já o HMD Odyssey sai por 3.499 reais. Os aparelhos estarão disponíveis nas próximas semanas - dizer que os valores são 6.999 e 3.499 é uma jogada de marketing bem "vagabunda" - não condiz com a imagem da Samsung.

Vale notar que o dispositivo de realidade mista é compatível com computadores de outras fabricantes, desde que as configurações mínimas de hardware estejam disponíveis e que a versão mais recente do sistema Windows 10 esteja instalada. Controles do console Xbox One também são compatíveis com o produto.







quarta-feira, 7 de março de 2018

ESTARIA A APPLE PENSANDO EM ELIMINAR OS TECLADOS FÍSICOS?


O site Apple Insider  noticiou que uma patente recentemente conseguida  pela Apple indica que a empresa pode estar pensando em acabar com teclados físicos. 

O United States Patent and Trademark Office registrou a patente, que descreve o "dual display equipment with enhanced visibility and suppressed reflections", sob o número  9.904.502. 

A documentação da patente mostra  um dispositivo com duas telas, sendo que a uma delas funciona como um teclado virtual, sem peças físicas, com tecnologia que elimina reflexos entre as telas; o equipamento teria um layout similar ao mostrado no desenho anexo, que faz parte do processo para concessão da patente. 

O fato da uma patente existir não significa necessariamente que ela vai se tornar um produto real, mas ao menos é um indício dos planos que a Apple tem para o futuro. 

segunda-feira, 5 de março de 2018

AMAZON PARECE QUE VAI ATUAR NO MERCADO FINANCEIRO



Em sua edição de hoje, o Wall Street Journal, principal jornal americano na área de economia e finanças, informou que a Amazon está em negociações para criar um produto no estilo de conta corrente digital em parceria com grandes bancos, como o JPMorgan Chase. 

As negociações da Amazon com instituições financeiras são uma tentativa de criar um produto com grande conteúdo tecnológico para atrair consumidores mais jovens, principalmente aqueles sem conta corrente. A gigante de comércio eletrônico tem contemplado a entrada no setor financeiro há anos. A companhia tenta trazer o AmazonPay para lojas e deve iniciar operações em parceria com a rede de supermercados Whole Foods.

O processo ainda está em estágio inicial e pode ou não ir em frente, como diz o WSJ, mas não seria a primeira iniciativa da varejista em parceria com o JPMorgan Chase: em janeiro, as duas empresas se uniram ao fundo de investimentos Berkshire Hathaway e criaram uma companhia para cuidar da saúde de seus cerca de 566 mil funcionários. 

sexta-feira, 2 de março de 2018

UMA REVISTA DIGITAL QUE SÓ SE PODE LER DESCONECTADO

Está disponível em https://thedisconnect.co/one/ a primeira edição da revista digital The Disconnect. 

De forma muito original, a revista publica artigos, contos e poesias que só podem ser lidos quando o usuário se desconecta da internet.

Chris Bolin
O engenheiro de software Chris Bolin fundou a revista e parece divertir-se com o aparente contrassenso do que vem fazendo -  criar uma revista digital que só pode ser lida quando se está offline. Em uma entrevista ao site da revista Columbia Journalism Review disse Bolin: “Acho engraçado usar a ironia nesse tipo de caminho – fazemos parte de um pedaço da internet que o obriga deixar a internet. Eu gosto da ideia de que para participar é preciso se desconectar”. Há bastante tempo Bolin preocupa-se com a queda da produtividade de profissionais e estudantes que permanecem conectados durante todo o tempo - a revista parece ser uma forma de chamar a atenção para este problema.

Para que isso funcione, a revista tem poucas imagens e não conta com propaganda. Assim, ao acessar o site, um arquivo de 250 kilobytes é baixado em segundo plano e a exibição é desbloqueada quando o navegador não está mais conectado.

O material publicado pela revista têm como tema central a tecnologia. Em uma carta do editor, Bolin diz que “cada peça dessa edição descreve um encontro com a tecnologia - seja intencional, inconsequente, construtivo ou devastador”.

O editor diz que está estudando formas de arrecadar dinheiro para continuar tocando a revista; Bolin está pensando em  patrocínios e crowdfunding. Pretende que as edições sejam trimestrais.

Realmente, muito original, para dizer o mínimo.

quinta-feira, 1 de março de 2018

FOG COMPUTING, UMA TECNOLOGIA QUE DEVE GANHAR IMPORTÂNCIA


A expressão Fog Computing pode ser traduzida como Computação na Névoa, em oposição à Computação na Nuvem. Também é usada a expressão Edge Computing, algo como “Computação na Ponta”.

A ideia básica é processar dados o mais perto possível do ponto onde são coletados e do usuário final, seja em seu próprio aparelho, um smartphone ou dispositivo inteligente, seja em um roteador Wi-Fi ou uma estação rádio base de telefonia celular. Na prática, é o contrário da Computação na Nuvem, em que os dados precisam ser transportados até um servidor, onde são processados, e de lá retorna uma resposta para o aparelho na ponta. Eventualmente alguns dados ou consolidações podem ser transmitidas à nuvem.

Algumas vantagens de Fog Computing são bastante claras tais como a redução da latência (tempo decorrido entre a coleta de um dado, transmissão, processamento e devolução para a ponta), o que é fundamental para aplicações de carros autônomos e drones que precisam reagir rapidamente a dados que captam; a garantia de privacidade de dados pessoais, que deixam de ir para a nuvem e passam a ser tratados localmente; e a disponibilidade, pois redes  e aplicações locais seguiriam funcionando mesmo se perderem a conexão a nuvem ou com a estrutura de processamento localizada à distância e os custos operacionais, pois a transmissão ainda é cara.

Na prática, Fog Computing permite ampliar a utilização de inteligência artificial viabilizando sua utilização em veículos terrestres autônomos, drones, controle de tráfego urbano e   de espaço aéreo. Muito interessantes são as possibilidades de aplicações no ambiente industrial, vinculadas à Internet das Coisas (IoT).

Isso deve afetar também o mercado de trabalho: durante o Mobile World Congress, realizado recentemente em Barcelona, Rand Hind, CEO da empresa francesa Snips que atua na área de Inteligência Artificial disse que “o mercado demanda agora menos pesquisadores de Inteligência Artificial e mais engenheiros capazes de aplicá-la aos negócios. Você não precisa inventar a tecnologia que usa. O Google não inventou a Internet. Não acredito que a maior companhia de IA será uma inventora de IA. A tecnologia sempre pode ser replicada. Os dados é que precisam ser protegidos”.

Assim, Fog Computing é, ao menos no momento, uma tecnologia que precisa ser observada com muita atenção.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

ROBOTRUCKS: CAMINHÕES (QUASE) SEM MOTORISTAS JÁ ESTÃO OPERANDO

Desde fins de outubro, caminhões autônomos construídos e operados pela startup Embark estão transportando refrigeradores Frigidaire de um armazém em El Paso, Texas, para um centro de distribuição em Palm Springs, California. Um motorista de carne e osso está na cabine, para assumir o comando em caso de emergência, mas o objetivo final é que, em breve, esses motoristas não sejam mais necessários.

A Embark é uma das companhias que acreditam que o melhor tipo de veículos autônomos são os grandes caminhões, e não os automóveis, que ainda ocupam um grande espaço na mídia. Dentre as companhias apostando nos caminhões estão Volvo, Mercedes e Tesla; até mesmo empresas que por ora não fabricam veículos, como Uber e Waymo (da Google) estão trabalhando no assunto. 

Ao contrário do que pode parecer, colocar em operação um veículo como esse deve ser, ao menos em tese, mais fácil do que faze-lo com um carro de passeio: nas highways (americanas), não existem ciclistas, pedestres, semáforos e outros problemas com que o software que dirige o caminhão tenha que se preocupar; manter-se na pista a uma distância segura de outros veículos seriam as preocupações básica. Talvez uma solução híbrida, ao menos em um primeiro momento, com motoristas assumindo o comando na entrada das cidades fosse uma solução para acelerar a difusão do uso desses caminhões - é como estão operando os Robotrucks da Embark. 

Nos Estados Unidos, o transporte de cargas por rodovia é um problema crítico, pois 70% das cargas viaja por caminhão, e motoristas são raros: na atualidade faltam 50 mil e em 2024 devem faltar 175 mil. Agravando o problema, motoristas não podem por lá dirigir mais de 11 horas por dia - no restante do tempo, os veículos ficam parados. 

Por enquanto, a Embark vai refinando seu software, de forma a que o mesmo possa tratar de situações imprevistas, como por exemplo, manutenção na pista, desvios etc.




sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO TENDE A SE TORNAR INVISÍVEL, UBÍQUA

Hermes Freitas, profissional da área de TI diz que quando tecnologias amadurecem elas se tornam invisíveis: ao entrar em uma sala escura, acionamos um interruptor para acender a luz. Não pensamos na complexa infraestrutura necessária para isto. A iluminação artificial faz parte do nosso cotidiano, é algo automático e só paramos para pensar mais profundamente nisso quando, por alguma razão, ela não funciona.
Mas nem sempre foi assim. Quando a energia elétrica passou a ser utilizada nos lares,  o impacto foi grande. A novidade era intrigante e as pessoas diziam que muitas coisas que seriam alta e rapidamente impactadas pela inovação. Ela estaria em todos os lugares e o mundo seria transformado - foi o que aconteceu.
E quanto às informações? Muitos se espantaramquando surgiram os primeiros computadores comerciais. Com a evolução, os “cérebros eletrônicos” se tornaram parte do dia a dia e, com outras tecnologias, inauguraram a “Terceira Onda”, conforme previra o Alvin Toffler, em seu livro do mesmo nome.
Mas as tecnologias em si, após seus minutos de fama, se transformam em causas quase anônimas de efeitos poderosos. A questão fundamental passa a ser a capacidade de transformar tantas possibilidades em ações e resultados.
Em palestra, Astro Teller, à época executivo do Google X, salientou que o propósito máximo da tecnologia é “desaparecer” de nossas vidas enquanto algo isolado  e estar inserida nas atividades do dia a dia. Segundo ele, os universos físico e digital estão se interligando, sendo este último entregando o máximo para atender às demandas do primeiro.
No ambiente das organizações - privadas ou públicas -  o sucesso é, em boa parte, determinado pelo alinhamento das informações às estratégias e processos e, sobretudo, pela interação das pessoas sendo protagonistas e não simplesmente usuárias.
Isso se traduz em confiabilidade e agilidade, operações e comunicações otimizadas por poucos cliques, dados compilados e acessíveis que geram um universo de informações com infinitas possibilidades.
Em 1984, Lewis Brascomb, na época vice-presidente da IBM, disse que as tecnologias por si mesmas não causam calamidades ou benefícios, apenas as possibilitam. Elas dependem  das pessoas - isso agora é especialmente importante tendo em vista a popularização de coisas como Inteligência Artificial, por exemplo, que podem gerar muita coisa boa mas também trazer muitos males.
A tecnologia da informação, assim como aconteceu com a elétrica, se integra tanto ao nosso cotidiano organizacional que deixará de ser “outra coisa”, e será usada em praticamente tudo - é a ubiquidade. O futuro “invisível” está batendo às portas para inaugurar muitos caminhos. A escolha dependerá, cada vez mais - e mais do que nunca - de pessoas inteligentes, criativas, com bom senso e energia - bom senso é especialmente importante.


terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

DUAS GELADEIRAS POR US$ 24 MILHÕES?

O Air Force One é o Boeing 747 muito modificado que serve ao Presidente dos Estados Unidos. 

Em realidade são dois aviões e a expressão "Air Force One" é o call sign, a forma como esses aviões são chamados pelo pessoal envolvido em sua operação - em realidade, são dois aviões iguais.

Esses aviões são bastante antigos, e havia um projeto da Boeing para substitui-los por dois novos, projeto esse que foi cancelado por Donald Trump por razões econômicas - e, por que não, para fazer alguma demagogia junto aos eleitores ao dizer que estava economizando mais de US$ 4 bilhões.

Há muita polêmica sobre o assunto, alguns acham que os aviões devem ser substituídos, outros são de opinião diferente,  mas como os aviões são antigos, a necessidade e os custos de manutenção crescem rapidamente.

Uma das coisas que vai ser feita imediatamente nos dois aviões atuais é a troca dos refrigeradores de bordo, a um custo de "apenas"  US$ 23.657.671,00 - o projeto está sendo iniciado agora.

Mas não são duas geladeirinhas quaisquer: elas tem capacidade de 70 pés cúbicos ou quase 2.000 litros.

As geladeiras dos aviões terão capacidade para armazenar cerca de 3.000 refeições - a ideia é que o Air Force One esteja preparado para ficar  no ar indefinidamente, reabastecido por aviões tanques - é uma verdadeira Casa Branca voadora. 

Os refrigeradores devem ser instalados até o final de outubro de 2019 - certamente combinam com o restante da máquina; a foto abaixa mostra Obama e seu staff a bordo. 



sábado, 17 de fevereiro de 2018

DEEPFAKES: MAIS UMA PRAGA NA INTERNET

Chamamos deepfakes vídeos nos quais o rosto de uma pessoa é " transplantado" para o corpo de outra. 

Não é difícil produzir deepfakes; talvez a mais comum seja utilizando o aplicativo FakeApp. O usuário precisa encontrar uma série de fotos do rosto que deseja transplantar para o vídeo e um algoritmo de inteligência artificial embutido no aplicativo analisa os movimentos na face do filme que receberá o transplante.  A partir dai, e com base nas fotos, o rosto mostrado pelas fotos, com movimentos muito realísticos, será "juntado" ao corpo.  Alguns dos resultados são impressionantes.

Tudo começou com uma simples brincadeira  de geeks, mas as coisas estão tomando uma dimensão muito grande; a primeira utilização da tecnologia é voltada à pornografia e os vídeos assim produzidos podem ser enviados via redes sociais, por exemplo, com efeitos devastadores sobre a reputação das pessoas. 

Agora, com a aproximação das eleições, pode-se pensar no tamanho dos estragos que essa tecnologia pode trazer ao divulgar vídeos fake. Em maio do ano passado, existiam no Brasil 120 milhões de usuários do WhatsApp - somos cerca de  147 milhões de eleitores. É razoável imaginar que a maior parte dos brasileiros aptos a votar troquem mensagens pelo sistema, que é o meio de comunicação digital mais difícil de monitorar. Temos como analisar a disseminação de dados pelo Facebook, pelo Twitter, pela web, mas o WhatsApp, dedicado a conversas privadas, não raro em grupos, é mais fechado.

Empresas como Google, Facebook e Twitter, e até mesmo sites pornográficos, estão trabalhando para conter essa praga, mas por enquanto, só nos resta torcer para que consigam, ainda mais porque ainda não há legislação específica para esses casos em que o rosto de uma pessoa, celebridade ou não, é colocado no corpo de outra, dificultando investigações e punições.
O jornal Washington Post publicou um pequeno vídeo falando sobre o assunto.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Apple vende mais relógios que a Suíça


As vendas do Apple Watch chegaram a 18 milhões de unidades em 2017, metade das quais do modelo Series 3. Isso representa aumento de 54% se comparado a 2016.  


Isto significa que a Apple vende mais relógios que toda a indústria relojoeira suíça. 

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

1962 - PREFEITURA DE SÃO PAULO RECEBIA SEU PRIMEIRO "CÉREBRO ELETRÔNICO"


O Estado de S. Paulo de 14 de setembro de 1962 dizia que estavam sendo concluídas as obras para a instalação do "cérebro eletrônico" adquirido pela Prefeitura de São Paulo,  e que seria utilizado para execução de serviços fazendários, principalmente controle de impostos. 

O computador, que era um IBM 1401 (foto abaixo), foi instalado em um pavilhão do Parque do Ibirapuera; mais tarde, em 1971, a estrutura da Prefeitura foi absorvida pela PRODAM - Cia de Processamento de Dados do Município de São Paulo, hoje denominada Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo, com sede no bairro da Água Branca.

Em post anterior, já falamos sobre essa máquina, que marcou época na história da computação.


domingo, 11 de fevereiro de 2018

HARLEY-DAVIDSON LANÇA MOTO ELÉTRICA

Os veículos elétricos parecem estar chegando para ficar: agora, a Harley-Davidson, uma das marcas de motos mais tradicionalistas do mundo, acaba de confirmar que pretende apresentar sua primeira moto elétrica feita em série no segundo semestre deste ano. A máquina, por ora, é chamada LiveWire.

O objetivo da Harley é atrair consumidores que não se identificam com seus produtos tradicionais, que os motociclistas não consideram adequados para o uso urbano, o contrário da LiveWire. É também uma tentativa de recuperar mercado, pois em 2017 suas vendas caíram 6,7% na comparação com 2016, o que fez a receita líquida da empresa ir de US$ 6 bilhões para US$ 5,6 bilhões.


A empresa  também informou que a nova moto será a primeira de uma linha de elétricas, que terá modelos de diferentes estilos. A LiveWire, cujo protótipo foi apresentado em 2014, tem um visual "naked" (sem carenagem) e pode chegar a 148 km/h.

A máquina oferece dois modos de condução: no primeiro, com potência disponível reduzida, pode rodar 100 km. No segundo, toda a potência fica disponível, mas a autonomia cai para 50 km. A recarga completa leva 3,5 horas em tomadas convencionais. 

A LiveWire pesa 208 kg, mas só o conjunto de baterias de íons de lítio pesa 113,5 kg. Por isso, a Harley teve de fazer um quadro todo de alumínio para aliviar a massa da moto. Como as baterias ficam na parte de baixo da máquina, o centro de gravidade ficou baixo e centralizado, o que proporciona à LiveWire bastante agilidade e estabilidade.


sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

SERÁ QUE A KODAK ESTÁ RESSUSCITANDO?


A Kodak é um caso clássico de empresa gigante que não conseguiu acompanhar as mudanças tecnológicas; no caso a evolução da fotografia convencional para a digital. Isso fez com que ela deixasse de ser relevante: a empresa, que chegou a valer US$ 30 bilhões na década de 1970, declarou-se quebrada em 2012 – tudo isso apesar de praticamente ter inventado a fotografia digital, que por um erro estratégico não adotou, acabando por ser suplantada pelos concorrentes.


Isso quase acabou com uma empresa que tem suas origens na Eastman Dry Plate Company, fundada em 1881. Para sobreviver, a Kodak diminuiu de tamanho e arrecadou US$ 525 milhões vendendo patentes. Em 2013 a empresa passou a licenciar sua marca para terceiros.

Mas o jogo pode estar virando. A Kodak anunciou em janeiro o lançamento de um novo serviço baseado na tecnologia blockchain, o KODAKOne, com o qual fotógrafos poderiam registrar suas fotos e oferece-las ao mercado. As transações efetuadas seriam liquidadas através de uma criptomoeda própria, a KODAKCoin. Além disso, utilizando inteligência artificial, um robô seria capaz de varrer continuamente a internet e identificar uso indevido das imagens, coibindo-o rapidamente.

A responsável pelo KODAKOne e pelo lançamento da KODAKCoin é uma empresa chamada WENN Digital que apenas licenciou o uso do nome da Kodak. A empresa Kodak propriamente dita provavelmente não está envolvida diretamente com tudo isso, o que não impede seus acionistas de faturar alto com o anúncio.

Por anos as ações da Kodak perderam preço nas bolsas valores. No dia anterior ao anúncio das novidades, as ações da Kodak eram negociadas por US$ 3,10; no dia seguinte ao anúncio valiam mais de US$ 13. A partir daí o preço tem se mantido ao redor de US$ 10 - uma valorização muito significativa!

A existência de empresas especializadas em registro, comercialização e fiscalização de direitos sobre imagens é muito interessante, mas a criação da moeda para liquidação das transações parece ser uma medida desnecessária. Se tudo isso vai dar certo, o tempo dirá, mas a iniciativa mostra que a empresa segue no jogo e está atenta aos novos rumos tecnológicos.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

NA CHINA, MAIS UM PASSO RUMO AO BIG BROTHER: POLÍCIA USA ÓCULOS PARA RECONHECIMENTO FACIAL

Os policiais chineses usualmente não portam armas de fogo, mas estão se armando com o que há de mais recente em termos tecnológicos.

O jornal inglês Daily Mail noticiou que policiais começaram a testar novos óculos escuros com tecnologia de reconhecimento facial, que, em locais com grande circulação de pessoas, como estações de trem, pode identificar suspeitos. Os testes, que lembram os episódios da série de TV Black Mirror, estão acontecendo na cidade de Zhengzhou em meio à correria para a preparação das celebrações do Ano-Novo chinês, que se iniciará em 16 de fevereiro - essa é a época de maior movimentação e aglomeração de pessoas naquele país.


Até o momento, de acordo com o jornal local People's Day, sete suspeitos foram detidos por policiais que estão usando a tecnologia de reconhecimento facial em tempo real utilizada nos óculos. Além disso, a polícia identificou 26 pessoas que estavam portando identidades falsas - tudo isso seria muito difícil de fazer com o uso de tecnologia convencional, especialmente em grandes aglomerações, como a que ocorreu nessa época do ano passado em uma estação de Shangai (foto ao lado).

O sistema é parte dos esforços da China para criar uma grande plataforma de monitoramento de seus cidadãos, por meio de fotos e escaneamento de íris e de digitais, o que vai permitir que o governo possa manter o controle sobre a população - um verdadeiro Big Brother, só possível em países não democráticos como a China. 

Os óculos possuem uma câmera conectada a um smartphone, que permite que os policiais tirem fotos de suspeitos e possam compará-las com um banco de dados da polícia. O aplicativo mostra nas lentes do acessório informações sobre os suspeitos, incluindo nome, etnia, gênero e endereço. Os policiais também tem acesso a informações sobre o histórico de acesso a internet.

Além do governo, as tecnologias de reconhecimento facial estão sendo usadas na China por uma variedade de empresas, de academias de ginástica a bancos. Até mesmo a China Southern Airlines começará este ano a usar a tecnologia no lugar do cartão de embarque.

Tudo isso é visto com preocupação por entidades de defesa da privacidade, já que há um grande potencial de abuso por parte do poder público e de empresas.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

BLOCKCHAIN: MUITO ALÉM DO BITCOIN


O jornalista Celso Ming escreve regularmente para O Estado de S. Paulo. Em 5 de fevereiro falou sobre dois temas muito comentados na atualidade: bitcoin e blockchain - foi um dos melhores textos sobre esses temas que temos visto na imprensa: muito claro, leva ao público leigo o que é blockchain e quais os impactos que essa tecnologia pode trazer à nossa vida diária. 

Ming começa dizendo que muitas vezes, as descobertas são mais importantes do que à primeira vista podem parecer. Quando, por exemplo, o homem primitivo tirou pela primeira vez o som de uma cabaça que
Muitos seguem encantados com o Bitcoin e sua rentabilidade impressionante, mas a grande revolução está por vir
depois virou tambor, deve ter-se fascinado com o efeito sonoro e ficou nisso. Mas aos poucos foi entendendo que aquilo servia para muita coisa mais: para mandar mensagens a distância, para marcar passos de dança, para afastar maus espíritos, para coordenar a ação dos guerreiros.

Assim também o Bitcoin. Por enquanto as pessoas parecem mais impressionadas com a enorme rentabilidade (38.975% em 5 anos) dessa que é a mais conhecida moeda eletrônica e se perguntam até onde vai isso - talvez (muitos acreditam nisso) o Bitcoin seja uma bolha. Mas talvez (acreditamos que com certeza) tenham prestado menos atenção à revolução que já começou com a estrutura de informática que a possibilita.

Trata-se do blockchain, que é uma enorme cadeia de registros em computador que cataloga, autentica e possibilita transferências de valores sem intermediários, de uma maneira quase inteiramente imune a fraudes (ao menos por enquanto...). Essa estrutura começou a lidar com criptomoedas. O bitcoin foi apenas a primeira. Mas já há 1,5 mil, conforme se pode conferir pelo site Coin Market Cap, que acompanha esse segmento.

Ocorre que o blockchain comporta o manejo de uma variável infinita de novos ativos. Além de criptomoedas, pode trabalhar com operações bancárias, ouro, lingotes de metal, petróleo, ações, cotas de capital, sacas de soja, arrobas de boi em pé, tênis colecionáveis (como já acontece nos Estados Unidos) e até com coisas “imateriais”, como milhagens aéreas e horas de um grande escritório de advocacia. Cada diamante, cada obra de arte ou cada cabeça de gado pode ser identificado, classificado e rastreado. Há quem já pense em usá-lo na leitura de análises clínicas e na elaboração de diagnósticos médicos. Vários bancos em todo o mundo já o empregam para integrar seus sistemas. No Brasil, o primeiro teste formal foi feito em abril de 2017 por um grupo de trabalho da federação dos bancos, a Febraban. Recentemente, falamos à alguns órgãos da imprensa a respeito da utilização dessa tecnologia no processo de renascimento da Kodak.

Abrem-se com ele grandes oportunidades de negócios. Você quer comprar um imóvel? Consulte o blockchain e feche aí o negócio, sem precisar de corretores que garfam de 5% a 8% do valor do imóvel. Mas também grande número de atividades centenárias pode desaparecer. Os cartórios, por exemplo.

Por enquanto, as autoridades parecem mais preocupadas com o que se pode fazer de mal com essa novidade, como esconder operações de lavagem de dinheiro, sonegação e coisas desse tipo. Não chega a ser novidade. Quando o homem primitivo lascou algumas pedras e inventou a faca, logo viu que era instrumento que podia servir para o bem e para o mal, como esse blockchain.

Outra preocupação de bancos centrais, tesouros nacionais e agências reguladoras do mercado financeiro é a de que, pelo seu uso descentralizado, esse sistema tem potencial para quebrar monopólios de Estado e produzir evasão de arrecadação.

Poderia impossibilitar, por exemplo, a cobrança de impostos em transações operadas pelo blockchain. E, se as criptomoedas emplacarem, os Estados ou mais particularmente os bancos centrais, que hoje emitem as moedas convencionais, perderão a renda que os economistas chamam senhoriagem. Explicando melhor: quando emitem moedas, os bancos centrais não despejam papel moeda, como um saco de penas de galinha da torre de uma igreja. Com essas emissões, eles pagam despesas do governo: funcionários públicos, fornecedores e prestadores de serviços. Se perderem o monopólio da emissão de moeda, essa vantagem se desvanecerá.

Parece difícil impor controles nacionais sobre o blockchain. São operações que, por sua natureza, são transfronteiriças. Se eventualmente as autoridades conseguissem rastrear operações do blockchain, outros sistemas, até mais aperfeiçoados do que este, poderão aparecer.

Atenta a isso, a Comissão Europeia repetiu o movimento que já havia tomado em relação ao bitcoin e deu início, na última quinta-feira, a um observatório e um fórum para acompanhar todas as novidades que envolvem o blockchain; o governo chinês também acompanha o assunto com atenção. No texto de anúncio, a Comissão defende que a Europa aproveite as novas oportunidades e assuma posição de liderança no uso da tecnologia. Alguns (doidos, vigaristas, incompetentes?) como o governo venezuelanos veem a criação de sua própria criptomoeda, o Petro, como forma de reerguer seu país arruinado.

Enfim, estamos diante de uma novidade cuja amplitude ainda está para ser conhecida. E não será como foi a pólvora, usada durante séculos apenas para fogos de artifício e, só no século XV passou a ser usada em  armas de fogo e servir como instrumento de poder. Hoje, as grandes invenções se espalham rapidamente. E também podem ter pouca duração ou utilização apenas residual, como a máquina de escrever, os mimeógrafos e os discos de vinil.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

LIXO ELETRÔNICO (E-WASTE): UM PROBLEMA DE TODOS

O meio ambiente vem sendo agredido cada vez mais violentamente pelo e-waste; estima-se que  em 2017, cerca de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico (computadores, baterias, celulares etc.) foram descartados, quase sempre de maneira impropria.
O mais espantoso é o ritmo do aumento: de 2015 para 2017 houve um aumento de 20% no lixo eletrônico. O destino de todo esse material tóxico e danoso são países do terceiro mundo, em especial cidades da China, Índia e de alguns países da Africa. 
Na Índia, 25 mil trabalhadores, boa parte crianças, são empregados em áreas de tratamento de sucata em Nova Delhi, por exemplo. Em  Guiyu, cidade chinesa, estima-se que 80% das crianças sofrem de algum tipo de doença respiratória por causa do ar contaminado vindo de áreas de reciclagem ou lixões a céu aberto. Em Accra, Ghana, a contaminação ambiental é predominantemente causada pela queima do revestimento plástico de fios de cobre. 
A fumaça liberada destes plásticos e metais utilizados nos componentes eletrônicos é altamente tóxica e cancerígena - a Organização Mundial de Saúde afirma que metais pesados, como chumbo e cádmio, presentes em componentes eletrônicos, mesmo em níveis baixos, podem ameaçar o desenvolvimento infantil e causar danos neurológicos.
Governos e ONGs têm se mobilizado para regularizar processos de reciclagem, mas isto não é suficiente. Nas últimas décadas, para seduzir consumidores a trocar (e consequentemente descartar) seus equipamentos, práticas de marketing agressivas e uso de técnicas  de obsolescência planejada são usadas de forma descarada. 
Dado esse cenário, não há outra solução para os produtos descartados senão a adoção  "Logística Reversa", a qual lida com o caminho inverso, isto é, do produto que está nas mãos dos consumidores até sua volta ao fabricante para reaproveitamento de partes ou descarte adequado
Reciclar eletrônicos é coisa de especialistas, pelo que os fabricantes devem assumir suas responsabilidades (e uma posição de liderança) na solução desse problema, como já faz, por exemplo, a indústria de pneus. 
Isso deve ser feito tomando-se providências como  investir  na construção de estruturas próprias de reciclagem; implantar pontos de coleta de produtos usados em cada um de seus pontos de venda e reciclar seus produtos reutilizando materiais de forma sustentável.
Isso ocorre de maneira muito tímida: recentemente demorei cerca de um mês para conseguir descartar adequadamente um e-reader; algumas empresas já fazem isso também de forma muito tímida como pode ser visto aqui
É um problema que não pode esperar para ser resolvido.