sábado, 3 de fevereiro de 2018

LIXO ELETRÔNICO (E-WASTE): UM PROBLEMA DE TODOS

O meio ambiente vem sendo agredido cada vez mais violentamente pelo e-waste; estima-se que  em 2017, cerca de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico (computadores, baterias, celulares etc.) foram descartados, quase sempre de maneira impropria.
O mais espantoso é o ritmo do aumento: de 2015 para 2017 houve um aumento de 20% no lixo eletrônico. O destino de todo esse material tóxico e danoso são países do terceiro mundo, em especial cidades da China, Índia e de alguns países da Africa. 
Na Índia, 25 mil trabalhadores, boa parte crianças, são empregados em áreas de tratamento de sucata em Nova Delhi, por exemplo. Em  Guiyu, cidade chinesa, estima-se que 80% das crianças sofrem de algum tipo de doença respiratória por causa do ar contaminado vindo de áreas de reciclagem ou lixões a céu aberto. Em Accra, Ghana, a contaminação ambiental é predominantemente causada pela queima do revestimento plástico de fios de cobre. 
A fumaça liberada destes plásticos e metais utilizados nos componentes eletrônicos é altamente tóxica e cancerígena - a Organização Mundial de Saúde afirma que metais pesados, como chumbo e cádmio, presentes em componentes eletrônicos, mesmo em níveis baixos, podem ameaçar o desenvolvimento infantil e causar danos neurológicos.
Governos e ONGs têm se mobilizado para regularizar processos de reciclagem, mas isto não é suficiente. Nas últimas décadas, para seduzir consumidores a trocar (e consequentemente descartar) seus equipamentos, práticas de marketing agressivas e uso de técnicas  de obsolescência planejada são usadas de forma descarada. 
Dado esse cenário, não há outra solução para os produtos descartados senão a adoção  "Logística Reversa", a qual lida com o caminho inverso, isto é, do produto que está nas mãos dos consumidores até sua volta ao fabricante para reaproveitamento de partes ou descarte adequado
Reciclar eletrônicos é coisa de especialistas, pelo que os fabricantes devem assumir suas responsabilidades (e uma posição de liderança) na solução desse problema, como já faz, por exemplo, a indústria de pneus. 
Isso deve ser feito tomando-se providências como  investir  na construção de estruturas próprias de reciclagem; implantar pontos de coleta de produtos usados em cada um de seus pontos de venda e reciclar seus produtos reutilizando materiais de forma sustentável.
Isso ocorre de maneira muito tímida: recentemente demorei cerca de um mês para conseguir descartar adequadamente um e-reader; algumas empresas já fazem isso também de forma muito tímida como pode ser visto aqui
É um problema que não pode esperar para ser resolvido.