quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

NA CHINA, MAIS UM PASSO RUMO AO BIG BROTHER: POLÍCIA USA ÓCULOS PARA RECONHECIMENTO FACIAL

Os policiais chineses usualmente não portam armas de fogo, mas estão se armando com o que há de mais recente em termos tecnológicos.

O jornal inglês Daily Mail noticiou que policiais começaram a testar novos óculos escuros com tecnologia de reconhecimento facial, que, em locais com grande circulação de pessoas, como estações de trem, pode identificar suspeitos. Os testes, que lembram os episódios da série de TV Black Mirror, estão acontecendo na cidade de Zhengzhou em meio à correria para a preparação das celebrações do Ano-Novo chinês, que se iniciará em 16 de fevereiro - essa é a época de maior movimentação e aglomeração de pessoas naquele país.


Até o momento, de acordo com o jornal local People's Day, sete suspeitos foram detidos por policiais que estão usando a tecnologia de reconhecimento facial em tempo real utilizada nos óculos. Além disso, a polícia identificou 26 pessoas que estavam portando identidades falsas - tudo isso seria muito difícil de fazer com o uso de tecnologia convencional, especialmente em grandes aglomerações, como a que ocorreu nessa época do ano passado em uma estação de Shangai (foto ao lado).

O sistema é parte dos esforços da China para criar uma grande plataforma de monitoramento de seus cidadãos, por meio de fotos e escaneamento de íris e de digitais, o que vai permitir que o governo possa manter o controle sobre a população - um verdadeiro Big Brother, só possível em países não democráticos como a China. 

Os óculos possuem uma câmera conectada a um smartphone, que permite que os policiais tirem fotos de suspeitos e possam compará-las com um banco de dados da polícia. O aplicativo mostra nas lentes do acessório informações sobre os suspeitos, incluindo nome, etnia, gênero e endereço. Os policiais também tem acesso a informações sobre o histórico de acesso a internet.

Além do governo, as tecnologias de reconhecimento facial estão sendo usadas na China por uma variedade de empresas, de academias de ginástica a bancos. Até mesmo a China Southern Airlines começará este ano a usar a tecnologia no lugar do cartão de embarque.

Tudo isso é visto com preocupação por entidades de defesa da privacidade, já que há um grande potencial de abuso por parte do poder público e de empresas.