terça-feira, 26 de março de 2019

O NASCIMENTO DO AIRBNB, UMA EMPRESA BASEADA EM TECNOLOGIA (E SORTE)


Gabriel Francisco Ribeiro/UOLFortemente baseada em tecnologia, a Airbnb é uma empresa bilionária, conhecida como "a maior rede de hotéis do mundo sem possuir nenhum quarto"; foi fundada em 2008.

Seus fundadores, Brian Chesky e Joe Gebbia tinham uma ideia, mas não tinham dinheiro - para conseguir algum, aproveitaram a campanha eleitoral americana daquele ano que opunha Barak Obama a John McCain e lançaram no mercado cereais cujas caixas mostravam caricaturas dos candidatos. Cada cereal tinha um nome divertido e ligado ao candidato: ObamaO's para o democrata e Cap'n McCain's, para o republicano.

Os próprios fundadores, que eram designers,  projetaram as caixas, mandaram imprimir mil delas, compraram cereais baratos que já estavam no mercado (Cherrios e Captain Crunch) e os embalaram - fizeram isso em seu apartamento, fechando as caixas com uma pistola de cola quente. 

Por alguma razão desconhecida, Chesky, Gebbia e seu cereal tiveram a sorte de aparecer em uma rede nacional de TV, fazendo com que as mil caixas fossem todas vendidas em um único dia, a US$ 40 cada uma (um preço exorbitante) e deixando 30 mil dólares líquidos para os empreendedores - esse dinheiro foi suficiente para manter o negócio funcionando por alguns meses, até ser aceito por um programa de aceleração de startups do Vale do Silício e realmente iniciar sua trajetória de sucesso.

Um ano depois, a empresa tinha quinze funcionários, trabalhando no mesmo apartamento; para abrir espaço, Chesky deixou o local e foi viver em um imóvel locado via Airbnb. Mas a ideia já era realmente um êxito: até o final de 2010, investidores colocaram quase 8 milhões de dólares na empresa, que já havia vendido mais de 700 mil noites de hospedagem.

O crescimento tem sido continuo: escritórios foram abertos em diversos países e novos tipos de serviço criados, desde a oferta de imóveis mais luxuosos até aqueles de custo muito mais baixo, destinados a vítimas de desastres naturais, como o tufão Sandy, que atingiu Nova Iorque em 2012 e a refugiados e imigrantes ilegais.


As empresas hoteleiras têm procurando, sem muito sucesso, combater a Airbnb, acusando-a de concorrência desleal, porém parece que a trajetória de crescimento deve continuar, já se falando na abertura do capital da empresa neste ano de 2019.

 

sábado, 16 de março de 2019

JERRY MERRYMAN, UM DOS PAIS DA CALCULADORA ELETRÔNICA

Nascido em 1932, Jerry Merryman (abaixo em foto de 1997) desde muito cedo interessou-se pela eletrônica; aos 11 anos já trabalhava em uma oficina de conserto de rádios. 

Na oficina, existia um exemplar do livro "Radio Engineering", de Frederick Terman, um professor da Stanford University, que é considerado um dos pais do Vale do Silício. Merryman "devorou" o livro, a ponto de cita-lo frequentemente até o fim de sua vida - a imagem ao lado é de uma edição de 1952.

Marryman vivia em Hearne, uma pequena cidade do Texas, e, ainda menino, era muito comum ser procurado pela polícia local, de dia ou à noite, quando um de seus rádios apresentava problemas.

Em 1963, foi contratado como engenheiro pela  Texas Instruments, mesmo sem ter curso superior.  Dois anos mais tarde, a TI juntou-o a dois outros engenheiros,  Jack Kilby e James Van Tassel e deu-lhes uma missão: projetar uma calculadora eletrônica ( que a empresa chamou de régua de cálculo eletrônica) que fosse portátil e acionada por uma  bateria recarregável - isso ainda não existia no mercado!

Em três dias (e três noites, como disse mais tarde) Merryman projetou a máquina, baseada em  circuitos que haviam sendo inventados por Kilby.

Só dois anos depois, em 1967, o projeto transformou-se em um produto: uma máquina chamada CalTech, que pesava 1,3 quilos, media 4 x 6 polegadas e não tinha tela: os resultados dos cálculos eram impressos em papel térmico, como nas atuais máquinas de cartões de crédito.  

A máquina fazia apenas as quatro operações, e no lançamento custava US$ 400, cerca de US$ 2.600 atuais!

Merryman disse  que à época acreditava apenas estar criando uma nova calculadora, só mais tarde percebendo que a equipe dera início a uma revolução na área de equipamentos eletrônicos. 

No dia seguinte à sua aposentadoria em 1994, a TI  trouxe-o de volta como consultor

Seu colega da Texas, Vernon Porter disse: "Tenho um Ph.D. em ciência de materiais, conheço centenas de cientistas, professores, vencedores do Prêmio Nobel etc., mas Jerry Merryman foi o homem mais brilhante que conheci". 

Merryman morreu em 27 de fevereiro passado. 
 

  

segunda-feira, 11 de março de 2019

EM TECNOLOGIA, ÀS VEZES A CRIATURA SE VOLTA CONTRA O CRIADOR...


Não se trata exatamente de criatura e criador, mas o que aconteceu com o submarino americano Tang durante a Segunda Guerra Mundial nos faz lembrar essa expressão. 

Apesar de participar de apenas cinco patrulhas, o Tang foi um dos submarinos mais "produtivos" da Segunda Guerra Mundial, afundando 33 navios japoneses. Seu capitão, Comandante Richard O’Kane, foi condecorado com a Medalha de Honra do Congresso. 

Em 24 de outubro de 1944, o Tang encontrou um comboio de navios japoneses no Estreito de Formosa (entre a China e Taiwan) e na superfície, em rápida sucessão, torpedeou dois navios.

Para fugir ao caos que se instalara, o Tang submergiu e a tripulação, avaliando a situação, concluiu que poderia emergir e atirar seus dois últimos torpedos contra outros navios do comboio - terminados os torpedos, o sub deveria voltar para San Francisco, para um período de manutenção. 

O Tang emergiu, disparou um dos torpedos, que acertou o alvo. A seguir, disparou o último e a desgraça aconteceu: o torpedo deixou seu tubo de lançamento, percorreu uma pequena distância e, por uma falha de construção, voltou-se contra o submarino, atingindo-o na popa, explodindo e fazendo o Tang afundar.  

Dos 87 tripulantes apenas nove sobreviveram à explosão e ao naufrágio. Quatro deles, inclusive O'Kane, foram lançados para fora do barco e passaram horas flutuando em mar aberto. Outros cinco permaneceram presos dentro da sala de torpedos de proa do Tang sob 50 metros de água até a manhã seguinte, quando conseguiram sair e chegar à superfície. Mais quatro homens escaparam do submarino, mas sucumbiriam antes que pudessem ser resgatados. 

Os sobreviventes foram recolhidos por uma lancha de patrulha japonesa e perceberam que seu calvário apenas começara. Eles passaram por torturas, abusos e privações em campos de prisioneiros  até agosto de 1945, quando foram libertados pelas forças americanas que invadiram o Japão; logo após retornariam aos Estados Unidos.

quinta-feira, 7 de março de 2019

O FIM DE UMA ERA TECNOLÓGICA: A PENÚLTIMA BLOCKBUSTER DO MUNDO FECHA AS PORTAS


A marca que simboliza uma era tecnológica, quando DVDs e fitas VHS eram o que havia em matéria de entretenimento no lar, está perto do fim: a última Blockbuster da Austrália, que ficava em Morley (foto ao lado), não aluga mais filmes desde 7 de março. Ela vai realizar uma queima de estoque e fechar as portas de vez em 31 de março. A loja sobreviveu em tempos de Netflix porque o acesso à internet fixa no país é caro e instável. Agora, restará apenas uma loja no mundo, localizada nos EUA.

“Foi uma ótima jornada, mas todas as coisas boas devem chegar ao fim”, escreve a página da Blockbuster Morley no Facebook. A partir do dia 8, ela  colocou tudo à venda:  DVDs, Blu-rays, cartazes, móveis e prateleiras.

No ano passado, ainda existiam cinco unidades da Blockbuster na Austrália, que foram fechando aos poucos;  no país, só havia sobrado a de Morley — mas nem ela sobreviveu.

Ainda existe um site oficial da Blockbuster para a Austrália, listando filmes como Creed II, Nasce uma Estrela e Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald que seriam lançados em março.  

Os preços de internet fixa ainda são altos na Austrália, assim como o número de reclamações com as operadoras — mas parece que o streaming venceu mesmo assim. A velocidade média no país é de 33,3 Mb/s, contra 29,8 Mb/s no Brasil, segundo o portal Ookla.

Agora, só resta uma Blockbuster no mundo – fica em Bend, Oregon, nos Estados Unidos. No ano passado, as duas últimas lojas da Blockbuster no Alasca — localizadas nas cidades de Anchorage e Fairbanks — encerraram suas atividades. Elas sobreviviam pelo mesmo motivo: nesse estado americano, o acesso à internet é caro e lento.

No Brasil, a Blockbuster abriu suas primeiras lojas em 1995; suas operações foram adquiridas em 2006 pelas Lojas Americanas. Sem alarde, a marca deixou de ser usada por aqui nos últimos anos. O site oficial blockbuster.com.br foi desativado em outubro de 2016, segundo o Internet Archive
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terça-feira, 5 de março de 2019

TRANSPORTE PÚBLICO: APLICATIVOS GERAM BENEFÍCIOS PARA A ECONOMIA

Pesquisa realizada pela FIPE - Fundação Instituto Pesquisas Econômicas, entidade ligada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA USP), concluiu que os aplicativos de transporte privado têm gerado um efeito positivo para a economia e para o trânsito na região metropolitana de São Paulo.

A pesquisa concluiu que os aplicativos reduzem a demanda por vagas de estacionamento e ajudam as pessoas a se locomover até estações de trem ou metrô gerando um benefício de 34,2 milhões de reais para a economia da Grande São Paulo, sem considerar os ganhos dos motoristas. Com os aplicativos, as pessoas que moram ou trabalham em regiões mais distantes de estações de metrô ou trem acabam tendo uma opção mais rápida para se deslocar até elas. Segundo a 99, 13% das viagens na Grande São Paulo começam ou terminam em estações de trem, de metrô ou em terminais de ônibus.

Segundo a pesquisa, que foi encomendada à FIPE pela empresa de transporte individual 99, as corridas de aplicativo fazem com que a demanda por estacionamento caia, liberando 78.000 vagas na região — o equivalente às garagens de 20 shoppings centers. Isso ocorre porque, uma vez que os passageiros trocam o carro próprio por uma corrida de aplicativo, eles deixam de usar as vagas nas ruas e em estabelecimentos comerciais da cidade.

O estudo foi feito com base em simulações de deslocamento das pessoas em diferentes modos de transporte na Grande São Paulo. Nessas simulações, os pesquisadores incluíram os dados das corridas da 99 e calcularam seus impactos, concluindo que os benefícios variam de acordo com os bairros: no centro expandido, o maior ganho é a liberação de vagas de estacionamento; nas áreas carentes de infraestrutura de transporte público, a maior vantagem é poder chegar às estações de trem e metrô com mais facilidade.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

UNIVERSIDADE ARGENTINA DESENVOLVE KIT PARA AUXÍLIO A CEGOS

Image result for bengala cegosUn equipo de la Universidad de La Plata creó un bastón y anteojos con sensores infrarrojos para detectar obstáculos y humedad y alertar a su usuarioUm grupo de pesquisa formado por professores e alunos da Facultad de Informática da Universidad Nacional de La Plata (UNLP), está desenvolvendo um kit formado por uma bengala e óculos para auxiliar cegos em seus deslocamentos.

O kit permite detetar obstáculos desde a altura do rosto até o solo e é constituído basicamente por sensores de proximidade infravermelhos; na ponta da bengala há outro sensor que deteta umidade no solo, e adverte sobre a presença de poças e pisos molhados.

O equipamento, ao detetar um obstáculo
emite um alerta sonoro ou uma vibração na bengala; esse alerta pode ser também enviado ao smartphone do usuário, através de uma conexão Bluetooth. O software do kit pode ser configurado, podendo, por exemplo, habilitar sons ou vibrações, informar o nível da bateria etc. 

O kit pode ser muito útil - a Organização Mundial da Saúde disse que, em 2010, existiam 39 milhões de cegos e 246 milhões de pessoas com baixa visão; 90% dessas pessoas estão em países subdesenvolvidos, com poucas oportunidades de acesso a serviços de prevenção e tratamento de seus problemas de visão.





quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

AMAZON E RIVIAN: UMA APOSTA QUE PODE DAR CERTO


A Tesla talvez seja a mais conhecida fabricante de carros elétricos e a líder de venda desses veículos nos Estados Unidos, mas um de seus novos rivais, a Rivian, acaba de receber um investimento de US$ 700 milhões da Amazon, o que pode alterar o cenário nessa área, ainda mais em função dos problemas financeiros que a Tesla vem enfrentando.

A Rivian, que vem trabalhando no desenvolvimento de uma pickup e de um SUV, foi fundada em 2009 por R. J. Scaringe, um engenheiro formado pelo MIT. Seus veículos foram apresentados em novembro passado no Los Angels Auto Show. 

A principal novidade desses veículos é um chassis que lembra um skate, e no qual estão montados os componentes chave desses veículos: baterias, suspensão, eixos, sistema de refrigeração e os quatro motores, que segundo a empresa darão aos veículos autonomia de 400 milhas.

A Amazon, desde 2015, vem investindo fortemente na sua estrutura logística: para entregas, usa veículos convencionais (comprou 20 mil vans Mercedes em 2018), aviões, navios e vem testando drones e robôs; um deles, chamado Scout, lançado em janeiro passado, pode ser visto aqui. No ano passado, gastou mais de US$ 27 bilhões com entregas, e vem ganhando terreno com isso: um amigo, que vive em São Paulo, comprou um livro via site da Amazon em um dia à noite e na manhã seguinte recebeu a encomenda!

Segundo a Amazon, a  aposta na Rivian deve-se não apenas a questões de custo, mas também à busca de diminuir o impacto de suas operações sobre o meio ambiente.  

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

O LIXO ESPACIAL É UMA PREOCUPAÇÃO

A U.S. Space Surveillance Network é uma rede ligada ao governo americano que se preocupa, especialmente, com o lixo que permanece na órbita da Terra - esse lixo é composto por objetos ou partes de satélites e foguetes que foram lançados ao longo do tempo. A ilustração acima dá uma visão de como esse tipo de poluição vem aumentando, desde que em 1957 foi lançado o primeiro satélite artificial.
A entidade diz que mais de 20 mil objetos maiores do que 10 centímetros, pesando quase 7 mil toneladas, estão flutuando ao redor da Terra, sendo que alguns deles têm velocidades que se aproximam dos 10 quilômetros por segundo. Esses detritos representam perigo para missões espaciais, pois um fragmento minúsculo viajando em alta velocidade pode danificar satélites e naves e até causar a morte de astronautas que estiverem a bordo. E com o a possibilidade de novas missões espaciais tripuladas rumo à Lua e futuramente também a Marte, o lixo espacial é um problema que precisa ser resolvido com urgência. Além disso, satélites em operação podem ser atingidos, gerando inúmeros problemas, especialmente na área de telecomunicações e até mesmo paralisando o sistema GPS e outros similares
Visando enfrentar esse problema, vem sendo desenvolvido o  projeto RemoveDEBRIS, envolvendo diversas empresas e instituições de pesquisa, sob a coordenação da University of Surrey, da Inglaterra.
De forma resumida, o projeto prevê o lançamento de um satélite provido de uma espécie de arpão e de uma rede, que capturam o lixo em órbita à sua volta e a seguir se lança em direção à Terra; na entrada na atmosfera, o atrito gerará calor suficiente para incinerar o lixo (e também o satélite, que por essa razão deverá ser de baixo custo). Esta ilustração dá uma visão do projeto. 
Em abril de 2018 a nave foi lançada, com os primeiros testes sendo conduzidos em setembro, com sucesso. Agora, a RemoveDEBRIS acaba de capturar um fragmento espacial verdadeiro usando seu arpão; é um objeto de 10 centímetros, que voava a 20 metros por segundo, como pode ser visto neste vídeo.  

domingo, 17 de fevereiro de 2019

MANSUP: TECNOLOGIA BÉLICA BRASILEIRA VOLTA A LUTAR POR MERCADOS


 

Nas últimas décadas do século passado, a indústria bélica brasileira ocupava lugar de destaque no mercado de materialo bélico, especialmente através de empresas como Embraer, Avibrás e Engesa. 

Crises econômicas e problemas de gestão reduziram muito essa indústria no Brasil. Agora, surgem sinais de reação: a Marinha do Brasil lançou pela primeira vez o míssil nacional antinavio Mansup, de longo alcance. Isso aconteceu há cerca de um mês, a 300 km do litoral sul do Rio de Janeiro; a foto ao lado, mostra o momento do disparo do míssil.

Lançado pela corveta Barroso, o míssil, que mede 5,7 metros e pesa 860 quilos, voou a 1000 km/hora bem próximo da superfície, acompanhando o movimento da água do mar; acertou o alvo, o casco do G-27 Marajó, um navio-tanque de 13 mil toneladas, desativado há dois anos. Era só uma referência na operação - não houve explosão. O Mansup do teste levava uma carga de sensores eletrônicos para fazer medições de telemetria. Em um ataque real, estaria recheado com até 180 quilos de explosivos de alto rendimento – o suficiente para afundar, por exemplo, uma fragata de 5 mil toneladas.

O Mansup é o primeiro modelo de uma família. A sequência prevê o Mansub, lançado por submarinos submersos a partir do mesmo tubo dos torpedos, e o Manaer, para aviões de combate e helicópteros pesados. O arranjo mais ambicioso, diz um especialista do Centro de Tecnologia da Marinha, é o Mansub. O míssil é acomodado dentro de uma cápsula, ejetada por uma carga de ar comprimido. Quando chega a superfície, um sensor digital reconhece essa condição e faz a ignição do motor. Os quatro novos submarinos diesel-elétricos brasileiros da classe do S-40 Riachuelo – recebido pela Marinha recentemente – e a também a variante nuclear, vão incorporar o sistema.

O Mansup funciona em duas fases: um acelerador, o ‘booster’, dinamiza a etapa do ganho inicial de velocidade por poucos e intensos segundos até que entre em ação o propulsor principal. A navegação e o direcionamento são estabelecidos por meio de uma caixa de guiagem inercial, com radar interno ativo na etapa final da trajetória para afinar a precisão em relação ao objetivo. O míssil não é de cruzeiro, busca um alvo marcado, ou seja, não faz navegação própria até o impacto. 

A Marinha pretende liberar o Mansup para vendas internacionais. O empreendimento, sob a direção de agências oficiais, está sendo executado por quatro empresas do setor privado. A expectativa é de que ao menos dez nações da América do Sul, África, Ásia e Oceania considerem a substituição dos antigos Exocet B1 e B2. O preço comercial do míssil ainda não foi definido.

O domínio do pacote de conhecimento necessário à produção de mísseis antinavio coloca a indústria brasileira de equipamentos de defesa como parte de um clube formado por dez países, como Estados Unidos, Rússia, China, França e Suécia. É aí que o Mansup vai ter de encontrar espaço no mercado. 

O programa de desenvolvimento do míssil começou há dez anos e até agora consumiu R$ 380 milhões. O Mansup é inspirado nos modelos franceses que custam até US$ 2 milhões. 

Coincidentemente, a corveta Barroso (foto ao lado) foi também construída no Brasil, tendo sido lançada ao mar em 2002. 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

OS ROBÔS CHEGAM AOS JARDINS

O Roomba
O Braava
iRobot Corporation é uma empresa americana fundada em 1990 por 3 estudantes egressos do MIT e que produz robôs e equipamentos similares para as áreas militar, de segurança e industrial.

O Mirra
Além dessa áreas, a empresa atua também na produção de robôs para uso doméstico, já tendo vendido mais de 25 milhões dessas máquinas. O primeiro dessa família foi o Roomba, um aspirador de pó, seguido pelo Braava, uma máquina que termina de limpar as superfícies aspiradas pelo Roomba, nela passando panos úmidos ou secos. Está em linha também o Mirra, que aspira e limpa as bordas e o interior de piscinas. 

O Terra
Agora, a empresa está lançando o Terra, um robô cortador de grama. O aparelho "vê" a área em que deve atuar após o usuário fixar sensores delimitando-a e se sua bateria se descarrega, volta para a base sozinho (como seus "irmãos") e, recarregado, termina o trabalho. Uma ilustração mostrando como funciona o Terra, pode ser vista aqui.

É mais um passo no processo de inclusão de robôs em nossa vida diária. 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

CHINA RADICALIZA O USO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA MEDICINA

Nos últimos dias foi noticiada a permissão para que aconteçam no Brasil consultas médicas a distância - o tema é controverso e vem gerando reações contra e a favor.

Mas na China a coisa é mais radical: o portal Olhar Digital noticiou que a clínicas da Ping An Good Doctor, empresa chinesa de saúde, fazem o atendimento completo do paciente, incluindo diagnóstico e medicação, em um minuto. Para isso, toda a operação é feita por meio de inteligência artificial e sem funcionários - um vídeo mostra um pouco da ideia.

E os planos da empresa para este formato são ambiciosos; a companhia está construindo mil das chamadas “Clínicas de um Minuto” na China - essas clínicas são como pequenos quiosques e funcionam ininterruptamente. 

Mais de 2 mil doenças comuns, com seus sintomas, diagnósticos e tratamentos estão no banco de dados do software usado pela Ping An Good Doctor. O sistema identifica a doença e indica o tratamento mais adequado a partir de uma análise do quadro do paciente, tudo isso em 60 segundos. 

Em caso de necessidade de medicação, as unidades contam com 100 categorias de remédios estocados. E não é preciso se preocupar se a medicação estiver indisponível: o paciente pode pedi-la pelo app da empresa. 

Segundo a empresa, seu software foi desenvolvido por médicos em conjunto com mais de 200 especialistas em inteligência artificial, e que depois da consulta, um médico experiente, remotamente, entra em contato com o paciente para dar recomendações complementares e verificar a assertividade do diagnóstico.

Se você tivesse outra opção, iria à Clínica de um Minuto?

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

BRASIL DESENVOLVE VEÍCULO HIPERSÔNICO

Espera-se que em dois anos  a Força Aérea Brasileira (FAB) realize  o ensaio em voo do primeiro motor aeronáutico hipersônico feito no país. O teste integra um projeto mais amplo cujo objetivo é dominar o ciclo de desenvolvimento de veículos hipersônicos, que voam, no mínimo, a cinco vezes a velocidade do som, ou Mach 5. 

Mach é uma unidade de medida de velocidade correspondente a cerca de 1.200 quilômetros por hora (km/h). O programa é coordenado pelo Instituto de Estudos Avançados (IEAv), um dos centros de pesquisa do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) da FAB, em parceria com a empresa Orbital Engenharia, ambos de São José dos Campos (SP).

Além do motor hipersônico, o projeto Propulsão Hipersônica 14-X (PropHiper), iniciado em 2006, prevê a construção de um veículo aéreo não tripulado (VANT ou drone), onde o motor será instalado. Batizado de 14-X, em homenagem ao 14-Bis, o VANT empregará o conceito "waverider", no qual uma onda de choque gerada abaixo dele, em razão de sua alta velocidade, lhe fornece sustentação. É como se, durante o voo, o veículo “surfasse” na onda induzida por ele. O 14-X deverá ter 4 metros de comprimento, 1,2 metro de envergadura, pesar 750 kg e voar a 12.000 km/h, a uma altitude de até 40 mil metros.

Aeronaves hipersônicas ainda não estão operando regularmente;   países como Estados Unidos, Rússia e China trabalham no assunto e o Brasil parece não estar muito atrás desses líderes.

O motor hipersônico   também poderá ser empregado como segundo ou terceiro estágio de propulsão de foguetes – esses veículos espaciais são dotados de vários estágios (ou motores), acionados sucessivamente ao longo do voo. No primeiro ensaio, previsto para 2020, o motor  será instalado em um foguete de sondagem do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), unidade do DCTA voltada ao desenvolvimento de tecnologias para o setor aeroespacial. O projeto teve apoio da FAPESP.


Ensaio do motor scramjet em túnel de vento
Léo Ramos Chaves
Já o veículo aéreo hipersônico integrado poderá, no futuro, ser usado como avião de passageiros ou para fins militares. Em 2018, Rússia e China testaram com sucesso os mísseis hipersônicos Avangard e Xingkong-2, respectivamente - a imagem ao lado mostra uma concepção do Xingkong-2. Nos Estados Unidos, a Lockheed Martin está construindo um veículo hipersônico para voo a Mach 6.

Ainda é preciso superar algumas dificuldades, como   fazer com que o veículo resista ao atrito gerado pelo voo à velocidade hipersônica.  As partes que sofrem maior aquecimento por fricção com o ar devem ser feitas de materiais resistentes a altas temperaturas, enquanto as mais frias podem ser feitas com aço ou alumínio aeronáutico.

De qualquer forma, pesquisar e desenvolver tecnologia é importante para o Brasil.


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

ROBÔS TRABALHANDO EM ESTACIONAMENTO

Ainda em fase de testes, começou a funcionar no aeroporto londrino de Gatwick, um serviço de valet parking que utiliza robôs; o sistema foi desenvolvido pela empresa Stanley Robotics 

A ideia é que o usuário deixe o carro em uma cabine, retira as bagagens e as chaves e informa ao sistema a data/hora provável em que retirará o carro; logo a seguir, o robô recolhe o carro e o estaciona, em uma área onde só operam robôs. 

Ao voltar, o usuário informa ao sistema que está chegando e o robô retira o carro do local onde estava estacionado  e o devolve à cabine, onde pode ser retirado pelo motorista, conforme mostra esta animação

A empresa informa que seu robô, chamado Stan, é mais preciso que os manobristas, o que permitirá otimizar a capacidade do estacionamento, que poderá passar de 6 a 8 mil vagas.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

CHINA: PIONEIRA NO COMPARTILHAMENTO DE BIKES ESTÁ EM CRISE

Dai Wei  fundou a Ofo em 2014, quando estudava na Universidade de Pequim. Cidades como Nova York, Londres e Paris já tinham programas de aluguel de bicicletas por períodos curtos, mas os usuários desses programas tinham de devolver as bikes às plataformas fixas. A Ofo acreditou que, se equipasse bicicletas com GPS e cadeado digital, os usuários poderiam usar celulares para alugá-las e deixá-las em qualquer ponto da cidade, sem precisar dirigir-se a plataformas fixas, aumentando assim a comodidade e consequentemente, o número de clientes. 

A empresa cresceu de forma espetacular; choveram investimentos na Ofo. Gigantes, como Alibaba e Didi Chixing, investiram - a startup chegou a levantar US$ 2,2 bilhões, segundo o banco de dados Crunchbase mas dezenas de imitadores surgiram, cobrando preços menores.   Só que a pressão financeira também chegou: seu modelo de negócio, o mesmo adotado por muitas empresas de tecnologia chinesas – gastar furiosamente para conquistar clientes e só depois preocupar-se com o lucro –, começa a mostrar seus limites. 

Já há uma fila de 12 milhões de clientes usando o aplicativo da empresa para conseguir de volta os depósitos que fizeram para poderem usar as bikes;  são valores que geralmente oscilam entre US$ 15 e 30.   A empresa postou uma mensagem em rede social, dizendo “Tenham um pouco de paciência. Prometemos que os depósitos serão devolvidos segundo procedimentos apropriados. Pedimos a todos que não se preocupem” - a declaração parece que só fez aumentar as preocupações.

Dai Wei, admitiu que a empresa está em dificuldades financeiras. “Pensei inúmeras vezes em cortar investimentos para pagar dívidas com fornecedores e parte dos depósitos, e até em  pedir falência”, escreveu Dai em mensagem aos clientes;essa possibilidade ´parece cada vez mais real, pois a empresa está proibida de levantar empréstimos. 

O caso da Ofo leva-nos a perguntar se seu produto seria uma solução não poluente e brilhantemente simples para o problema do congestionamento urbano ou mais uma arrogante loucura tecnológica bancada por capitais de risco? A foto ao lado, mostrando milhares de bikes da Ofo abandonadas em um terreno baldio na província de Henan leva-nos a acreditar que a segunda hipótese é verdadeira...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

XIAOMI REVELA PROTÓTIPO DE CELULAR DOBRÁVEL

A fabricante chinesa Xiaomi acaba de mostrar seu novo protótipo de smartphone dobrável. Em um vídeo, o presidente da empresa Lin Bin mostra como transformar o celular do tamanho de um tablet em um aparelho compacto.
Nas imagens fica visível que o smartphone chinês é dobrável para trás em ambos os lados. A Xiaomi não forneceu muitos detalhes sobre o telefone, mas Bin disse que a companhia superou uma série de desafios técnicos para chegar ao protótipo.
O telefone dobrável será concorrente do modelo da Samsung, ainda não lançado, e da startup chinesa Royole. A expectativa é que fabricantes como a Huawei e a Lenovo também estejam desenvolvendo seus modelos flexíveis.

OS GIGANTES DA INTERNET: EVOLUÇÃO NOS ÚLTIMOS 20 ANOS


O quadro acima mostra os gigantes da internet desde 1998 até 2018.

Fica claro que essa área é extremamente volátil, com inúmeras empresas desaparecendo, outras surgindo e rapidamente ocupando posições de destaque, enquanto algumas, como a Disney por exemplo, que operavam em outras áreas tornaram-se grandes também na internet. 

Essa volatilidade deve ser levada em conta por todos: profissionais da área, investidores etc.   

domingo, 20 de janeiro de 2019

BeiDou, um rival do GPS


O Sistema de Navegação por Satélite BeiDou (BDS), da China, rival do amplamente usado GPS americano, começou operar em escala global, não mais apenas regional como vinha acontecendo até agora. A ilustração ao lado mostra as constelações de satélites do GPS e do BeiDou.


A precisão de posicionamento do sistema atingiu 10 metros em escala global e 5 metros na região Ásia-Pacífico. O BeiDou começou a servir a China em 2000 e a região Ásia-Pacífico em 2012; será o quarto sistema global de navegação por satélite, seguindo o GPS americano, o GLONASS da Rússia e o Galileo da União Europeia; a Índia também está construindo seu sistema de navegação, o NAVIC.

A ilustração ao lado mostra como o sistema vem evoluindo e os planos dos chineses até o final de 2020, especialmente em quantidade de satélites - quanto mais satélites, mais preciso e rápido se torna o sistema. 

Na China, cerca de 6,17 milhões de veículos de passageiros e cargas, dos quais 80 mil ônibus e quase 7 mil embarcações utilizam o BeiDou.


quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

CARREFOUR: PAGAMENTOS PODERÃO SER FEITOS VIA CELULAR, SEM FILA NO CAIXA

A  rede  Carrefour está começando a implementar em algumas de suas lojas uma novidade interessante, um sistema chamado "Scan & Go", que permite fazer compras sem passar pelo caixa.

A ideia é simples, e o nome já diz basicamente tudo. O usuário instala um aplicativo em seu celular, com o qual lê os códigos de barras dos produtos que  está comprando, faz o pagamento via cartão de crédito e exibe o comprovante a um atendente, podendo a seguir sair da loja.   

O sistema deve começar a ser usado de forma experimental em quatro ou cinco lojas, e será voltado especialmente para compras pequenas. Dependendo dos resultados, o Scan & Go será expandido para mais unidades do Carrefour.

A eliminação dos operadores de caixa é uma tendência que vem sendo observada em todo o mundo; é um conforto a mais para o comprador, mas que passa pela eliminação de milhares de postos de trabalho - não temos informações atualizadas a respeito, mas em 2011 existiam cerca de 67 mil checkouts em supermercados brasileiros, sendo razoável acreditar que há cerca de 130 mil operadores operando esses checkouts, dos quais boa parte deve perder seus empregos em prazo não muito longo...