terça-feira, 22 de maio de 2012

Tumblr - uma nova ferramenta

O Tumblr (lê-se tâmbler) é uma plataforma de blogging que permite aos usuários publicarem textos, imagens, vídeo, links, citações, áudio e "diálogos". A maioria dos posts feitos no Tumblr são textos curtos, mas a plataforma não chega a ser um sistema de microblog, estando em uma categoria intermediária entre o Wordpress ou Blogger e o Twitter – segundo a empresa, o Tumblr acabará substituindo essas ferramentas (será?), especialmente pela facilidade de criar conteúdo a partir de smarphones e tablets. Está em https://www.tumblr.com/.

A ferramenta permite que os usuários sigam  outros usuários e vejam seus posts em seu painel (dashboard). Também é possível "gostar" (curtir ou favoritar) ou "reblogar" (semelhante ao RT do Twitter) outros blogs. O sistema   enfatiza a facilidade de uso.

O Tumblr   foi fundado em 2007 por David Karp e até fins de fevereiro de 2012 já hospedava 47 milhões de blogs e 18 bilhões de posts; é extremamente popular entre jovens – cerca de metade de seus usuários tem menos de 25 anos. Além disso, tem um índice de retenção (usuários que se cadastram e não abandonam o serviço) bastante maior que o Twitter

David Karp está no Brasil neste mês de maio de 2012, manifestando sua confiança no crescimento de seu produto em nosso país. Como sempre acontece em tecnologia, é preciso ver se os usuários gostarão e como reagião os concorrentes.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

A importância das passwords

O  vazamento de informações sigilosas pode causar danos. Isso é verdadeiro em todos os campos, desde a escolha de um possível alvo militar até a estratégia de lançamento de um novo modelo de carro, por exemplo.

A proteção dessas informações não é apenas resultado do uso de tecnologia avançada, como equipamentos de comunicação segura ou da criação de leis e regulamentos. Está principalmente ligada ao comportamento das pessoas que têm acesso a esse conhecimento.

Muitas dessas pessoas desconhecem que o mesmo tratamento que deve ser dispensado aos assuntos sigilosos do trabalho cabe perfeitamente na salvaguarda de sua privacidade de sua família. Enviar uma mensagem, pagar uma conta, falar com um familiar distante, preparar um documento de trabalho - em todas essas atividades os computadores estão presentes, mas as facilidades apresentadas aos seus usuários são acompanhadas por um alto preço: a cada dia surge um novo sistema, um novo nome de usuário e uma nova senha para memorizar.

A tarefa de criar boas senhas – e depois se lembrar delas – é árdua e, por isso, negligenciada  por usuários que optam por possuir senhas frágeis, fáceis de lembrar,  formadas  por repetição de caracteres e  sequências de números;  além disso, utilizam a mesma senha em diferentes sistemas.

Em 2009, um esquema fraudulento na Internet obteve e divulgou cerca de dez mil senhas do Hotmail. Analisando esse caso, especialistas em segurança concluíram que os usuários utilizam senhas fracas para se proteger, como os 64 usuários que usavam a senha “123456”, bem mais “complexa” que “111111”, utilizada por 10 pessoas...

Além da baixa complexidade da senha, outro problema comum é o uso da mesma senha em vários sistemas. Imagine a seguinte situação: um site de relacionamento é atacado e sua senha é revelada juntamente com seus dados pessoais – como endereços de e-mail, por exemplo. Essas informações podem ser utilizadas, dentre outras formas, para comprar em sites populares de comércio on-line, para postar comentários em seu nome nas redes sociais, para enviar de e-mails em massa pelo seu provedor, enfim, em diversas situações que podem lhe causar constrangimentos,  aborrecimentos e prejuízos matérias e morais.

Para estar um pouco mais protegido, recomenda-se seguir algumas regras simples para a escolha de uma boa senha: utilize uma senha para cada sistema que acessar; utilize senhas de, no mínimo, oito caracteres – quanto mais, melhor; faça uso de todos os tipos de caracteres, números, sinais, espaços em branco, letras maiúsculas e minúsculas. Ao invés de  usar a mesma senha para sistemas diferentes,  estabeleça um padrão de formação para suas senhas, reunindo as iniciais de uma frase da qual você se lembre, alternando entre maiúsculas e minúsculas, com o nome do sistema que vai ser acessado como, por exemplo: Frase: Asas que protegem o País/ Sistema: SIAFI/ Senha: Aqp0PSIA.

Há na Internet algumas ferramentas que permitem testar a força de nossas senhas - uma delas é fornecida pela Microsoft, e está em https://www.microsoft.com/pt-br/security/pc-security/password-checker.aspx - basta digitar a senha que estamos pretendendo utilizar e o sistema imediatamente informa sua força.

Mesmo que o sistema não obrigue, troque a senha regularmente. Escolha sua frase, elabore o seu mecanismo de criação e troque as suas senhas. A garantia de sua privacidade e a segurança dos sistemas que você utiliza começam com  uso de uma boa senha.

Lembre-se que uma corrente é tão forte quanto seu elo mais fraco.



quarta-feira, 2 de maio de 2012

PINTEREST - VEIO PARA FICAR OU...

A história da internet é pródiga em casos de sucesso estrondoso que logo caem no esquecimento; um exemplo célebre é o   Second Life, um  site que tinha a pretensão de se tornar um mundo paralelo.
O Pinterest (http://pinterest.com/) é  uma rede social que permite fixar fotos e vídeos em murais virtuais, viu o número de usuários mensais sair de 170 000, em fevereiro de 2011, para 13,2 milhões, em dezembro, o ritmo de crescimento mais rápido de todos os tempos nos Estados Unidos. No Brasil, a audiência aumentou 409% nos primeiros dois meses de 2012.
O que tem atraído tanta gente é a possibilidade de organizar e compartilhar imagens. Podem ser vídeos de momentos de lazer ou fotos de uma roupa que está em liquidação na loja virtual de uma grife. Diante de tanto sucesso, muitos se perguntam: estamos vendo os primeiros momentos de algo perene — e, por que não, transformador? Ou trata-se de mais um  Second Life? Esperar para ver é uma boa idéia, especialmente para aqueles que pretendem vincular seus negócios ao site.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

3D É A GRANDE ATRAÇÃO

Acontece em Las Vegas em meados de abril, o NAB Show, o maior evento de multimídia do mundo.   

A tecnologia de imagens tridimensionais (3D) será a grande atração do evento e nesse cenário, ninguém estará mais sob os holofotes  do que o diretor de cinema James Cameron, que participa de palestras, mesas-redondas e entrevistas, para falar, principalmente, dos principais desafios técnicos da conversão de seu filme Titanic de 2D para 3D, realizada com apoio de 300 computadores.

A definição das imagens foi elevada de 2 para 8 megapixels, na técnica denominada 4K. Com isso, as projeções poderão ser feitas em telas muito maiores sem perda de qualidade, inclusive no caso de home theaters domésticos, com os discos Blu-Ray 3D   Super High Definition.

Lançada em 1997, a versão original em 2D do filme havia batido todos os recordes de bilheteria da história do cinema, com um faturamento de quase US$ 1,9 bilhão, até 2009, quando foi superado por Avatar, filme 3D do mesmo diretor, que alcançou a impressionante arrecadação de US$ 2,9 bilhões e se tornou, até aqui, o campeão mundial.

Cameron desembarcando de seu sub
Alguns especialistas preveem que o Titanic, em 3D, possa faturar ainda mais do que a primeira versão em 2D, pois seu relançamento é beneficiado ainda pela celebração do centenário do naufrágio do navio, ocorrido no dia 15 de abril de 1912.
Cameron, que é também um pesquisador do fundo do mar, já havia filmado os restos do Titanic e agora está nas manchetes por ter efetuado no final de março  um mergulho histórico, usando um submarino, projetado por ele, até o ponto mais profundo do oceano:   10.898 metros, na chamada Fossa das  Marianas, no   Pacífico.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Empregabilidade e Sustentabilidade em TI

Tania Nossa, CIO da ALCOA para a América Latina e ex aluna da  Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie, ministrou Aula Magna na  mesma, abordando o  tema "Empregabilidade e Sustentabilidade em TI".

Tania foi considerada pela revista InformatioWeek um dos 50 mais importantes executivos de TI de todo o mundo.

Segundo alunos presentes, foi um dos melhores eventos do tipo, tendo sido abordados também aspectos relativos à participação da mulher no ambiente empresarial. 

A Aula Magna pode ser assistida integralmente em http://v3.webcasters.com.br/visualizador.aspx?CodTransmissao=67203.

sexta-feira, 16 de março de 2012

DESTRUIÇÃO CRIATIVA: O PROCESSO SEGUE EM MARCHA

A imprensa anunciou nos últimos dias um fato que ilustra bem o conceito de “Destruição Criativa” que discutimos em nossas aulas: duzentos e quarenta e quatro anos depois de seu lançamento, chega ao fim a edição em papel da Enciclopédia Britânica, que em 1990 chegou a vender 120 mil exemplares.
Imaginemos os custos envolvidos na produção e distribuição da obra, composta   por 32 volumes... Além disso, os compradores tinham sua coleção rapidamente ultrapassada pelo advento de novos fatos – a Enciclopédia gerava um volume de atualizações a cada ano.
Os computadores permitem que as informações contidas na obra passem a ser facilmente atualizadas e acessadas, tornando a versão em papel obsoleta.
De qualquer forma, a empresa que edita a enciclopédia conseguiu sobreviver, mantendo um site com o conteúdo da obra, com acesso pago – neste momento faz uma promoção, permitindo o acesso grátis por uma semana, na tentativa de atrair assinantes.
Mas a roda continua girando: seu grande rival no momento parece ser a Wikipedia,  que embora sujeita a muitos erros em função de qualquer pessoa poder atualiza-la, tem mantido um bom sistema de correções, evitando que informações incorretas permaneçam no ar por muito tempo; um artigo publicado em 2005 na prestigiada revista “Nature”, afirmava que  a Wikipédia continha menos erros que a Britânica.
Um fato é inconteste: Schumpeter tinha razão quando formulou o conceito de destruição criativa. 

quarta-feira, 14 de março de 2012

Brasil e Alemanha querem ampliar intercâmbio em TIC

A participação do Brasil na CeBIT  2012 pode produzir um efeito há muito desejado: ampliar o intercâmbio entre governos, universidades e companhias brasileiras e alemãs na área de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC), repetindo o que acontece há muitos anos, com muitas empresas alemãs atuando no Brasil, não só na área industrial, como Siemens, Volkswagen, como em alguns tipos de serviço, como no caso do Deutsche Bank.

Notamos haver um forte interesse dos alemães nesse sentido, não só ouvindo Dieter Kempf, presidente da Bitkom, associação que representa 1,7 mil empresas de TIC na Alemanha, como também em contatos mantidos com pesquisadores e professores de instituições como as Universidades de Bremen, Oldemburg, Hannover e Clausthal, que desejam fortemente receber estudantes brasileiros para seus cursos de graduação e pós – o uso do inglês ao invés do alemão nesses últimos facilita muito a ida de nossos estudantes .

A ampliação do intercâmbio comercial na área de TIC  entre os dois países deve beneficiar muito o Brasil:   vendemos aos alemães anualmente cerca de 111 milhões de euros em hardware, software e serviços, enquanto compramos deles cerca  421 milhões de euros – há oportunidades para que diminuamos esse deficit.
No caso das parcerias intelectuais, a expectativa é que dez mil brasileiros venham a estudar na Alemanha nos próximos anos (alunos de graduação e pós) dentro do programa Ciência sem Fronteira. É uma oportunidade para que nossos estudantes ganhem novas competências, desde idiomáticas até habilidades em pesquisa, organização e disciplina profissional. Estudantes brasileiros com quem mantivemos  mostram-se entusiasmados com as oportunidades de aprendizado e qualidade de vida que desfrutam naquele país.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

CeBIT - um evento que deve ser acompanhado

Realiza-se, de 6 a 10 de março  em Hannover, Alemanha, a maior feira de computação do mundo, a  CeBIT - Centrum für Büroautomation, Informationstechnologie und Telekommunikation.
A presidenta Dilma Rousseff participará da abertura da feira, em companhia da chanceler alemã Angela Merkel. Nosso país deve ter uma presença significativa no evento, com mais de 100 empresas apresentando seus produtos e serviços.  
A feira ocupará uma área de mais de 400 mil metros quadrados, sendo esperados cerca de 350 mil visitantes, 4,2 mil expositores e 5,3 mil jornalistas.
Participaremos do evento, tendo recebido do Bundesministerium für Bildung und Forschung, ministério alemão que cuida de educação e pesquisa, convite para discutir com pesquisadores de diversos países temas ligados a Cloud Computing e Risk Management, além de realizar diversas visitas de caráter técnico.
Acompanhar o noticiário acerca do evento é bastante útil para os interessados e profissionais da área, pois normalmente pode-se detetar tendências, conhecer novos produtos e serviços etc.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Carreira em TI? Só se comunicando em inglês...

A capacidade de comunicar-se em inglês é fundamental para a construção de boas carreiras na área tecnológica, especialmente em Tecnologia da Informação.

Há um excelente curso para nos ajudar nesse campo, desenvolvido por órgãos ligados a governos e universidades da Europa - é o portal EIT - English for IT (www.english-it.eu), curso planejado para durar um ano, com aulas diárias (de curta duração) e atividades práticas relacionadas a diferentes tópicos em TI. Além de tudo, é gratuito.

Aproveitem!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

The BlackBerry, Trying to Avoid the Hall of Fallen Giants



Com o título acima, o NY Times publicou mais uma matéria tratando da difícil situação que vive a empresa canadense Research in Motion (RIM), fabricante dos smartphones e tablets BlackBerry – a matéria sai a propósito da substituição de seus co-CEO’s e fundadores da empresa por Thorsten Heins, já funcionário da RIM, onde ocupava a chefia de operações.
Heins disse ao NYT que a RIM fabrica os melhores dispositivos de comunicações do mundo, mas – e há sempre um mas, o mercado não acha isso: a companhia já teve mais da metade do mercado americano de smartphones e hoje tem apenas 10%; suas ações caíram 75% no último ano.
Segundo o jornal, há dois caminhos para salvar a RIM: melhorar significativamente seus produtos e/ou esperar que seus principais rivais, dentre eles  Apple, Google e  Microsoft deixem à RIM algumas migalhas do mercado, especialmente nos segmentos corporativos e de governos, que valorizam especialmente a segurança dos produtos RIM. A alternativa, seria a queda, passando a empresa a fazer parte do Hall dos Gigantes Caídos, mencionado no título da matéria, que lembra ter o   BlackBerry 957 auxiliado a encerrar a era dos pagers (bips, no Brasil).   
A matéria menciona alguns desses gigantes caídos, que vale a pena relembrar:


SONY WALKMAN (1979) – antes do Walkman, “personal audio” significava manter um radio portátil junto à orelha (às vezes utilizando um fone de ouvido extremamente rudimentar). O aparelho  ajudou a Sony a se tornar um dos líderes tecnológicos na década de 1980, entre outras coisas, relegando os LPs a um nicho de saudosistas - fitas magnéticas tornaram-se um must!  Em seguida, a Sony criou o Discman e os CDs, e sentindo-se cada vez mais confortável, não atentou para a chegada da Apple  e do iPod – deu no que deu.


PAGERS (1951) - atendiam principalmente pessoas que não trabalhavam em locais fixos: analistas de sistemas, médicos e outros (segundo o NYT, ajudaram muito a expandir os negócios dos traficantes de drogas).  Os primeiros bips mostravam apenas algarismos, tendo inclusive feito surgir um vocabulário numérico, com expressões como 911 (me ligue imediatamente) e 07734, o que parece  “hello” quando lido de cabeça para baixo. De repente, surge uma nova tecnologia: o celular. Não era mais necessário procurar um telefone para falar com as pessoas que nos haviam bipado! Pode-se adivinhar o resto da história do bip.
PALM PILOT (1997) – as agendas eletrônicas maravilharam o mundo. Em apenas um pequeno dispositivo era possível armazenar todos os nossos contatos, compromissos, notas etc. A tela era do tipo “touch screen” - uma canetinha chamada “stylus” tornava a navegação e a escrita fáceis; era possível adquirir software que rodava na máquina (correio eletrônico, planilha de cálculo etc.). Algumas versões puderam também ser utilizadas como telefones, mas no início de 2007 surgiu uma coisa chamada   iPhone e...
POLAROID (1948) - Edwin Land lançou nesse ano uma câmera fotográfica que, após fazer uma foto, imprimia-a imediatamente.  O sucesso foi enorme, e em 1980, a Polaroid estava vendendo quase 8 milhões de câmeras ao ano, apenas nos Estados Unidos, mais da metade das 15 milhões de máquinas vendidas naquele ano. Em 1985, ganhou uma briga na justiça contra a Kodak, que procurava viabilizar um produto concorrente, o que a tornou ainda mais forte. Mas teve pouco tempo para saborear a vitória: no final daquela década, as maquinas digitais, logo incorporadas aos celulares, levaram a Polaroid à quebra. 
ATARI 2600 (1977) – não foi o primeiro videogame, mas o trouxe aos lares e o incorporou à cultura popular – mais de 30 milhões foram vendidos, rodando games como Pong, Combat, Pitfall e Frogger. Ai popularizaram-se os PCs, com os quais as pessoas podiam jogar e fazer muito mais. A empresa, confiante na sua fama e força, insistiu no Atari, sem sucesso: em 1983, milhões de cartuchos e consoles teriam sido enterrados em um depósito de lixo no Novo México.   
Como dissemos em outro post, em tecnologia, erros de estratégia quase sempre são fatais.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Kodak não resistiu à competição

O logo evoluiu sempre...
Mais um ícone do século XX naufraga: a Kodak, que pediu concordata tentando reverter sua situação econômica terrível: seus ativos valem  US$ 5,1 bilhões, enquanto suas dívidas montam quase US$ 7  bilhões.

É mais um caso em uma empresa perde o bonde da mudança da tecnologia. Fundada em 1889, foi sempre uma pioneira na área da fotografia: lançou o filme em rolo, a fotografia aérea e inúmeros modelos pioneiros de câmera, inclusive de baixo custo, que sendo sucessos de vendas serviram para aumentar suas vendas de filmes, equipamentos e suprimentos para revelação e impressão de fotos, criando um circulo virtuoso que  a tornou  a maior empresa do segmento.

Ironicamente, foi vítima de seu próprio pioneirismo: em 1975, seu funcionário   Steven Sasson inventou a câmera digital; cometendo um erro de estratégia, deixou de desenvolver o produto, por acreditar que essas câmeras matariam suas linhas de filmes, suprimentos e máquinas utilizadas na fotografia convencional – nessa época vendia 90% dos filmes e 85% das câmeras utilizadas nos Estados Unidos.

Seus concorrentes optaram por outro caminho, investindo pesadamente no mundo digital. Quando a Kodak percebeu os rumos que o mercado escolhera, era tarde. Apesar de ter lançado suas câmeras digitais, estas nunca tiveram nada além de uma pequena parte do mercado: era o começo do fim, acelerado pela chegada dos celulares com câmera.

Tentando evitar a perda total, a Kodak tenta agora vender algumas das centenas de patentes que detém; além disso, briga na justiça com a Apple e a Samsung, a quem acusa de pirataria tecnológica – caso vença, pode levantar algum dinheiro que  permitirá diminuir os prejuízos de seus acionistas.

Em tecnologia, erros de estratégia quase sempre são fatais...

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

EIS QUE CHEGAM OS ULTRABOOKS

As vendas de notebooks e desktops vem caindo nos últimos tempos, principalmente em função da crise econômica mas também em função do crescimento nas vendas de tablets.
Tentando reverter essa situação, os fabricantes de PCs tem adotado duas estratégias básicas: lançarem seus próprios tablets, o que não tem se mostrado muito eficiente, pois o iPad da Apple continua dominando esse mercado de forma muito ampla.
A segunda estratégia baseia-se na percepção de que apesar dos sucesso do iPad, as pessoas precisam de outro tipo de máquina para suas necessidades práticas, em especial acessar a Internet e rodar aplicativos em ambiente de trabalho. Partindo dessa premissa, os fabricantes vem investindo no que o mercado vem chamando de ultrabooks, notebooks com menos de uma polegada de espessura,  peso pouco maior que um quilo e utilizando tecnologia análoga à dos pen drives para armazenagem de dados, o que dispensa o disco rígido, tornando a máquina menor, mais leve e barata.
No  mundo da tecnologia com frequência se vê aperfeiçoamentos sendo vendidos como coisas totalmente novas, o que parece ser o caso: os ultrabooks podem ser encarados como netbooks “vitaminados”. É irônico também perceber que essas máquinas foram inspiradas no MacBook Air, da Apple.
De qualquer forma, os ultrabooks tem sido uma das sensações do CES -  Consumer Electronics Show, a maior feira de tecnologia do mundo, que ocorreu recentemente em Las Vegas.
Apesar dos exageros da propaganda, há avanços: além de as telas dessas máquinas serem maiores que as dos netbooks, a capacidade de armazenagem, a velocidade e o consumo de energia também são melhores, tendo  a maioria delas preços ao redor de US$ 900, embora a Intel, que fornece os chips, tenha dito que trabalha para que esses preços cheguem brevemente a um patamar de US$ 700.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

US Army: smartphones batem wearable computers

Já no início de 2001, escrevíamos sobre os  "wearable computers",  tecnologia, que   poderia ter seu nome traduzido de forma quase literal, como "computadores vestíveis" - essa expressão, no entanto, soa tão mal que duvidávamos que fosse adotada (acertamos). Por falta de algo melhor, propunhamos (e ainda propomos) continuarmos com "wearable computers", até que alguém produza uma tradução que ao menos soe melhor (e o que é pior, não se pode sequer utilizar apenas as iniciais...).

Mas, o que são os "wearables"? São computadores que uma pessoa carrega consigo, ligados (no sentido de presos) às suas roupas, dotados de recursos que permitam a seus usuários utilizá-los enquanto conservam suas mãos livres.  

O equipamento Nett Warrior
O End User Device
Nos últimos 20 anos o Exército americano tentou utilizar esses equipamentos – os sucessivos insucessos levou-o a abortar o programa, que era chamado “Nett Warrior”, em outubro passado, substituindo os wearable computers por um smartphone que roda Android e apps específicas para uso militar. O sistema é muito parecido com um smartphone de uso pessoal, mas curiosamente não funciona como telefone – o dispositivo é chamado por enquanto  End User Device. Além dos problemas técnicos, os soldados queixavam-se do peso do Nett Warrior (ao redor de cinco quilos) além do incômodo trazidos pelos cabos que se embaraçavam – tudo isso pode ser crítico para um soldado cumprindo uma missão a pé.

Mas lá como cá, os militares parecem bater cabeças: na semana passada, a Força Aérea americana passou a sondar a industria de equipamentos militares acerca da possibilidade de produzirem wearable computers para seus soldados, especificando que os mesmos devem ter telas sensíveis ao toque, ligadas a equipamentos de transmissão via cabos USB, rodar Windows 7 ou superior, GPS e outras características, todas elas  similares às que o Exército especificara.

Talvez a Força Aérea acabe tendo êxito; alguns países operam sistemas semelhantes, como o FELIN francês, que além do  wearable computer  compreende armamento individual, equipamento de proteção etc., e que começou a ser distribuido em 2010.  No Brasil, o Exército trabalho no desenvolvimento do programa COBRA – Combatente Brasileiro, inspirado no FELIN e com versões convencional e para uso na selva.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

MAIS SOBRE MAINFRAMES E COBOL



Cezar Taurion foi um executivo da IBM, veterano na área de Tecnologia da Informação. 

Escreveu um e-book muito interessante, chamado “Bar do Z – um papo informal sobre mainframes”, que está disponível em http://www.smashwords.com/books/download/3245/1/latest/0/0/bar-do-z-um-bate-papo-informal-sobre-mainframes.pdf.

Esse livro traz algumas informações muito interessantes sobre esse tipo de máquina, que já foram dadas como mortas por muitos, mas que seguem firmes e fortes – neste blog já escrevi alguma coisa acerca do tema. Dentre essas informações, selecionei algumas para vocês: 

· Mainframes processam mais de 80% de todas as transações eletrônicas globais

· Mais de 95% de todos os dados do sistema financeiro mundial são processados em mainframes

· Substituir todos os sistemas programados em COBOL (cujo uso normalmente está associado ao uso de mainframes) custaria cerca de US$ 20 trilhões

· Estima-se que existam cerca de 200 bilhões de linhas de código em COBOL rodando pelo mundo afora, e que todo ano pelo menos mais 5 bilhões de novas linhas de código COBOL são colocadas em produção

· Mais de 900.000 profissionais de TI tem como atividade principal o desenvolvimento e a manutenção sistemas em COBOL 

· Os mainframes System Z da IBM tem índice de disponibilidade de 99,999%, downtime (paralisações) de menos de 5,3 minutos por ano, havendo casos de máquinas que operam há mais de 13 anos sem um único downtime

· O consumo de energia dos mainframes vem caindo seguidamente, tendo decrescido 16 vezes desde 1995.

Baixem o livro e divirtam-se!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

E-BOOKS: TRIBUTAÇÃO E MERCADO

Muitas vezes, o que determina o sucesso ou o insucesso de uma tecnologia não são suas qualidades intrínsecas, mas fatores externos à mesma; exemplo típico foi o fato dos videocassetes VHS terem vencido os Betamax: a estratégia da JVC, criadora do VHS, que abriu sua tecnologia foi suficiente para bater a Sony, que pretendia manter Betamax como uma tecnologia fechada.
Agora, com os livros eletrônicos (e-books), parece estar acontecendo a mesma coisa na Europa; desta vez, fatores ligados à tributação parecem estar retardando o crescimento do número de usuários dessa tecnologia.
Em quase toda a Europa, os e-books pagam 25% de impostos, enquanto os livros tradicionais pagam muito menos, sendo em alguns países, como no Reino Unido, totalmente isentos.
Apesar dessa diferença, a venda de e-books deve crescer em 2011 cerca de 20% em relação aos € 350 milhões vendidos em 2010; já os livros tradicionais, que representam 98% de todas as vendas de livros, devem crescer apenas cerca de 2% em relação a 2007!
Nos Estados Unidos, a tributação sobre os e-books é similar à dos livros convencionais, variando de estado para estado, havendo desde isenção total até impostos da ordem de 10%.  Nesse país, as vendas de e-books atingiram US$ 878 milhões em 2010, cerca de 6,4% da venda total de livros; a participação maior dos e-books no mercado americano talvez seja influenciada por essas diferenças tributárias.
Alguns países da Europa vêm estudando a redução das taxas, mas esse processo certamente será dificultado pela crise econômica que a região vem vivendo, que faz com que os governos evitem reduzir impostos. Nesse ponto, outros fatores podem influenciar: o governo britânico já percebeu que muitos de seus cidadãos deixam de comprar e-books de empresas estabelecidas naquele país para comprarem da Amazon Luxemburgo, onde os tributos são menores.
Aqui no Brasil, ainda não há uma posição definitiva sobre o assunto: e-books  ora são considerados isentos, ora tributáveis, dependendo dos tribunais que julgam o assunto;  juristas se perdem em discussões bizantinas, como aqueles que dizem que a Constituição proíbe a tributação sobre livros, mas que e-books não são livros e portanto devem ser  tributados, se opondo aos que tem uma visão mais atualizada.
Tudo isso pode acabar no momento em que uma Amazon da vida se associe a editoras brasileiras e passe a vender e-books em português a partir de sua base fora do país, fazendo-nos perder, não só os impostos, mas também empregos.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Moedas, notas, cartões, celulares...

Quando falamos em tecnologia, usualmente estamos nos referindo a computadores e outros equipamentos eletrônicos, geralmente muito modernos.
Mas tecnologia não é só isso – uma de suas definições poderia ser  “tecnologia é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento” – a partir dessa definição, pode-se dizer que existem tecnologias muito antigas ainda em pleno uso.  Uma dessas tecnologias é a moeda, entendida aqui não apenas como os pequenos discos metálicos, mas também como meio de pagamento.
Antes de seu surgimento, nas economias rudimentares, as trocas diretas eram utilizadas como meio de circulação da produção. Esse tipo de troca, também conhecido como "escambo", reduzia-se à troca de algumas galinhas por uma cabra, de uma vaca por uma espada etc.
Com a intensificação das relações comerciais, esse processo de troca deixou de ser eficiente, pois, na maior parte dos casos, tornou-se operacionalizar os negócios – imagine-se como seria difícil dar troco...  A seguir, alguns produtos, pela sua utilidade, passaram a ser mais procurados  e aceitos por todos como meio de troca de uso comum, assumindo  a função de moeda e circulando como elemento suscetível de troca por outros produtos e serviços e servindo para lhes avaliar o valor; exemplo disso foi a utilização, em Roma, de sal e de cabeças de gado como meios de pagamento, que inclusive geraram as palavras ”salário” e “pecúnia”, do latim salarium e pecus, respectivamente.
Mais tarde, o processo se aperfeiçoou, pois a falta de homogeneidade, a ação do tempo e a dificuldade de manuseio e transporte  comprometiam a função dessas "moedas" como instrumento de troca. Em conseqüência, as transações comerciais passaram a utilizar metais e, em um segundo momento, a moeda metálica, que se caracterizava também pela sua durabilidade.
Os metais começaram a ser utilizados para esse fim ao redor do ano de 2.500 a.C. No   século VII a.C., no reino da Lídia, que ficava em território hoje pertencente à   Turquia, foi inventada a moeda com as características básicas das atuais.  
A dificuldade e o risco do transporte de metais levaram à criação de casas de custódia, que armazenavam o ouro e a prata, fornecendo em contrapartida certificados de depósitos que, por serem mais cômodos e seguros, passaram a circular no lugar dos metais. Esses certificados ficaram conhecidos como moeda representativa ou moeda-papel, e são os antepassados das notas atuais.
Com o desenvolvimento dos bancos (que são os descendentes das antigas casas de custódia) e dos serviços bancários, tornou-se mais fácil para os correntistas o pagamento de suas transações com os recursos depositados nessas instituições, o que deu origem à moeda escritural, contábil ou bancária, movimentada por meio de cheques.
Novas idéias e novas tecnologias levaram aos meios de pagamento eletrônicos (cartões de crédito e débito, débito automático,  netbanking, celulares etc.), a ponto de alguns autores acreditarem que as moedas e células em breve desaparecerão, como já está acontecendo com os cheques.
Toda essa evolução nos impacta de diversas formas: empregos tradicionais, como muitos no sistema bancário desaparecem, novos tipos de fraude surgem, o pagamento de contas e outras operações bancárias tornam-se mais cômodas etc. Surgem também novas dúvidas; ainda não sabemos se os crimes como terrorismo, lavagem de dinheiro, corrupção e outros serão facilitados ou dificultados pelas moedas suportadas por meios eletrônicos, por exemplo.
É um cenário fascinante, vale a pena ser observado. Talvez em breve o celular substitua também as nossas carteiras e cartões, como já está fazendo com os relógios e câmaras fotográficas!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O mais poderoso computador do mundo

Em meados deste mês foi publicada a 38ª versão da lista Top 500, que relaciona os 500 computadores mais poderosos do mundo. A lista é encabeçada pela máquina japonesa batizada K Computer, que atinge a impressionante marca de 10,5  petaflops, algo como 10,5 quatrilhões de operações por segundo.

O K Computer foi construido pela Fujitsu, e está instalada no Instituto Avançado para Ciência Computacional (RIKEN) em Kobe. Ocupa cerca de 850 racks e consome uma quantidade de energia elétrica capaz de abastecer 10 mil residências e será utilizado  em pesquisas sobre previsão do tempo, desastres naturais e medicina; a letra K em seu nome vem de   “kei”, o termo japonês para 10 quatrilhões.
O K Computer
A   máquina japonesa, que havia atingido a liderança em meados do ano quando foi lançada a 37ª edição da lista, é seguida pelo  supercomputador chinês Tianhe-1A,  com um desempenho de 2,57 petaflops e operado pelo Centro Nacional de Supercomputação;  o terceiro lugar pertence ao Jaguar, um supercomputador construído para o Departamento de Energia do governo norte-americano.

Alguns dados sobre os líderes da lista Top 500, em número de máquinas:
- País:  Estados Unidos, 263; China,  74 e  Japão, 30.

- Fabricante: IBM, 223; HP, 141 e Cray, 27.
- Sistema Operacional: Linux, 457 e Unix, 30; há inclusive uma máquina baseada em Windows.

É interessante observar que a lista não apresenta de maneira clara para que fins a maioria das máquinas é utilizada, suspeitando-se que boa parte delas é utilizada para fins militares.
O Brasil tem dois supercomputadores na lista: o Tupi, operado pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que ocupa a 34ª posição e o  Galileu, operado pelo Núcleo de Atendimento em Computação de Alto Desempenho  da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que ocupa a 167ª posição.