quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

TECNOLOGIA DISRUPTIVA: ELEVADORES MAGNÉTICOS


Uma das maiores fabricantes de elevadores do mundo está acelerando os testes do primeiro sistema a funcionar sem cabos. O elevador futurista da Thyssenkrupp desafia um design básico que praticamente não mudou durante séculos: ao invés de usar cabos e roldanas, ele se move pelo poço com a ajuda de ímãs - a ilustração ao lado dá uma ideia de como a máquina funcionará.

Chamado Multi, o elevador com levitação magnética, cujo primeiro uso comercial está programado para 2020 em um edifício de Berlim, colocará a empresa alemã de engenharia um passo à frente das rivais Otis, Kone e Schindler Holdings. A Thyssenkrupp, quarta maior do mundo em vendas de elevadores, aposta que o Multi lhe trará vantagens nos próximos anos, quando o mercado – estimado em 60 bilhões de euros (US$ 71 bilhões) – deverá crescer  devido à demanda por edifícios altos em centros urbanos densamente povoados.

“Hoje, a principal vantagem da Thyssenkrupp é ser a primeira nesse campo”, disse David Varga, analista do Bankhaus Metzler que recomenda comprar ações da empresa. O desenvolvimento de uma tecnologia nova no mínimo ajudará a empresa a manter participação de mercado em um setor onde obter uma vantagem grande em relação aos rivais é “muito difícil”.

A divisão de elevadores da Thyssenkrupp começou como uma atividade paralela para a companhia controladora, a maior usina de aço da Alemanha. Nos últimos seis anos, em meio ao excesso global de aço, que derrubou os preços, e a uma fusão planejada com a rival indiana Tata Steel, a unidade se transformou em uma mina de ouro que dá mais lucro do que as outras divisões da empresa.


Ao contrário dos sistemas de design tradicional, o Multi tornará o transporte de pessoas dentro de edifícios mais eficiente, segundo a Thyssenkrupp, que produziu o vídeo acima. Por exemplo, o mesmo poço pode ser usado por mais de uma cabine que se move para cima e para baixo ou para os lados para deixar outra cabine passar, como mostra a ilustração no início deste post. Essa flexibilidade daria mais liberdade aos arquitetos e poderia mudar o horizonte das cidades.

“A liberdade é recuperada – não é preciso usar o poço do elevador como um elemento fundamental do design para conceber os prédios em volta dele", disse Andreas Schierenbeck, CEO da divisão, em entrevista na sede da empresa, em Essen. Os novos elevadores poderiam ser instalados do lado de fora dos edifícios ou mover-se horizontalmente entre o estacionamento e a portaria, disse ele.

Embora o mercado chinês, fundamental para a empresa, esteja desacelerando devido ao enfraquecimento da incorporação imobiliária e à concorrência mais acirrada, Schierenbeck projeta que a demanda crescerá nas próximas décadas, quando centenas de milhões de chineses se mudarem para as cidades.