sexta-feira, 21 de julho de 2017

INTERNET DAS COISAS DEVE IMPULSIONAR A COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL



O professor José Roberto Soares, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, concedeu ao blog EXAME.com uma entrevista tratando de Internet das Coisas, tema que vem sendo estudado nesta Universidade. 

Segundo o professor, a linha de produção de uma fábrica depende de máquinas desenvolvidas para cada etapa da transformação de matérias-primas em produto final, mas poucas dessas máquinas são inteligentes e armazenam dados sobre sua produtividade. Isso faz com que a indústria trabalhe sem ser capaz de prever com precisão quais serão seus resultados.

Com relação a alguns países, especialmente com a Alemanha, o parque industrial brasileiro está defasado e, embora existam empresas interessadas em modernizar suas fábricas, a maioria pensa em adicionar tecnologia apenas a algumas partes da linha de produção, e não em toda a cadeia.

A solução pode estar nas tecnologias digitais que compõem a Internet das Coisas (Internet of Things, IoT). Sensores estão cada vez mais baratos, o que tem facilitado para as empresas investirem em um ambiente industrial todo conectado a grandes bancos de dados. Assim é possível coletar informações que antes não eram armazenadas e que influenciam diretamente nos resultados. Já tratamos desse assunto em entrevista que concedemos a uma emissora de rádio e artigo publicado em jornal - são os primeiros passos da 4ª Revolução Industrial. 

Um bom exemplo de informações que podem começar a ser coletadas são as condições do ambiente onde o produto é fabricado. Com a instalação de sensores, é possível monitorar temperatura, pressão, umidade e velocidade do ar, por exemplo. A partir do momento em que são feitas a coleta e análise desses dados, é possível avaliar como as condições do ambiente da fábrica podem influenciar nos resultados finais e ajustes podem ser feitos - esses conceitos aplicam-se a inúmeras outras áreas, como agricultura e pecuária, logística, saúde e até mesmo à vida doméstica.

Aplicativos analíticos podem determinar como as informações geradas por esses dados serão utilizadas; esses aplicativos são sistemas que criam uma interação mais forte, em que máquinas conversam entre si, aplicando inteligência artificial, para se autoprogramar. 

Com isso, é possível determinar a melhor rota de fabricação para diminuir o número de peças com falhas, por exemplo. “As máquinas são parecidas e produzem a mesma coisa, mas uma pode funcionar melhor que outra com determinada regulagem. Essa diferença mínima entre elas é determinante para melhorar os resultados”, conforme diz o Professor Soares.

Outra vantagem é a redução das paradas na produção. Hoje, a maior parte das fábricas trabalha com dois tipos de manutenção: a corretiva, feita quando um equipamento apresenta defeito, e a preventiva, que ocorre a partir da média de desempenho passado das máquinas semelhantes.

Com a captação dos dados e a análise contínua dos aplicativos, o mercado passa a ter um terceiro tipo de manutenção: a preditiva. “Com IoT e aplicativos inteligentes, nós recebemos informações, como um aviso de quando exatamente a peça quebrará, e conseguimos planejar sua troca, o que acaba com as paradas não planejadas e permite o uso máximo da peça”, explica o Professor Soares.

O infográfico abaixo traz mais algumas informações a respeito.