domingo, 28 de julho de 2019

AS ESFEROGRÁFICAS NA CORRIDA ESPACIAL

Ao comemorarmos 50 anos da chegada do homem à Lua, vale relembrar um episódio interessante da corrida espacial que era disputada por americanos e soviéticos. 

Dizia-se (o fato não é verídico), que quando a NASA começou a pensar em lançar astronautas, constatou que  as canetas esferográficas existentes não funcionavam nas astronaves, em função da gravidade zero. Para resolver este problema, contratou uma grande empresa de consultoria, a Andersen Consulting (hoje Accenture), que gastou milhões de  dólares desenvolvendo uma caneta que escrevesse em gravidade zero,  "de ponta cabeça", debaixo d'água, em praticamente qualquer superfície  e suportando variações de temperatura de
abaixo de zero até mais de 300 ºC, tudo isso enquanto os soviéticos, com orçamentos mais apertados usavam simplesmente... lápis-cera (grease pencils).

Na verdade, desde o início dos voos tripulados, astronautas americanos usaram esferográficas - eram um modelo fabricado pela empresa Tycam Engineering Manufacturing. Seu alto preço, US$ 128,89 cada (cerca de US$ 1.050 de 2019) provocaram críticas, tendo a NASA passado a buscar outras alternativas.  Além das características acima, havia preocupação com incêndios, pois qualquer faísca poderia causar tragédias em ambientes ricos em oxigênio, como eram as cápsulas - a Apollo 1 foi uma dessas tragédias, matando três astronautas.

Nesse momento entro em cena o inventor  Paul Fisher, que desde os anos 1950 vinha procurando aperfeiçoar as esferográficas existentes e inventou um novo tipo de carga, em que nitrogênio, pressionando a tinta permitia escrever nas condições exigidas - era a Fischer Space Pen. 

A NASA testou intensamente a nova caneta, aprovou-a e em 1967 comprou 400 unidades a um preço de US$ 6 cada (cerca de US$ 46 de 2019). 

A partir da missão Apollo 7 essas canetas passaram a ser utilizadas pelos astronautas, inclusive soviéticos, que compraram 100 canetas e 1.000 cargas para substituir os "grease pencils", que usavam antigamente. 

Não se sabe se os astronautas continuarão usando as Fischer, afinal, o uso de tablets é cada vez mais popular, até mesmo nas missões espaciais, mas aqui na Terra, se quisermos, podemos comprar as Fischer, a preços a ao redor de US$ 60 -  a linha de produtos da empresa pode ser vista aqui


Na foto abaixo, Walter Cunningham usa uma Fischer a bordo da Apollo 7. 


sábado, 20 de julho de 2019

A INGNORÂNCIA ASTRAVANCA O POGRESSIO

Certas propostas de nossos políticos inevitavelmente levam-nos a lembrar o personagem Odorico Paraguaçú na novela O Bem Amado, onde frequentemente usava o bordão que dá título a este post.

É o caso da proposta apresentada pelos deputados estaduais de Santa Catarina  Marcius Machado e Nilso Berlanda (ambos do PL), que através de um projeto de lei pretendem proibir testes e instalação da tecnologia 5G naquele estado!

Na justificativa da proposta, os deputados argumentam que “os meios de comunicação vêm divulgando apenas as vantagens que as redes sem fio 5G podem trazer”, deixando de lado supostos riscos para a saúde de humanos e animais. 

Para tal, a dupla cita um boato que viralizou na Internet em 2018 de que testes 5G teriam causado a morte de centenas de pássaros na Holanda. A história já foi desmentida por sites estrangeiros de notícias e de checagem.

Outro argumento utilizado na justificativa aponta para uma radiação “muito forte” do 5G em comparação com as tecnologias predecessoras, uma vez que “2G, 3G e 4G oscilam de 790 MHz a 2,6 GHz,  enquanto a tecnologia 5G chega a 3,5 GHz”. 

Na realidade, frequências altas  não implicam em maior energia irradiada, nem em riscos adicionais. Até hoje, não há evidência científica que comprove o impacto da radiação não-ionizante gerada pelo sinal de telefonia móvel sobre a saúde de seres vivos.

Provavelmente as excelências mantem-se informados através do Facebook (e não sabem inglês)...

 

quarta-feira, 17 de julho de 2019

UMA ALDEIA NA LUA


Em 2015, o diretor geral da Agência Espacial Européia (European Space Agency - ESA), Jan Wörner, lançou a ideia de se criar a Moon Village (Aldeia na Lua).

Wörner inspirou-se no alto nível de cooperação alcançado durante os trabalhos da Estação Espacial Internacional; o Moon Village representa uma extensão desse projeto, criando uma base permanente na Lua.

O MIT - Massachusetts Institute of Technology, em colaboração com a ESA e algumas empresas, está pesquisando o assunto, tentando  demonstrar o potencial de uma parceria internacional público-privada para promover a exploração do espaço. 

O projeto Moon Village centra-se na necessidade de sistemas de habitação na Lua, a serem utilizados em atividades de pesquisa, principalmente. 

A equipe propôs um projeto localizado vizinho ao Pólo Sul lunar, onde há recursos como  luz quase perpétua e gelo nas crateras próximas, a fim de maximizar a utilização de recursos ali disponíveis.

No portal da Moon Village Association, há mais informações sobre o assunto. Esperamos que a ideia prospere.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

ROBÔS E DESEMPREGO - UMA EXCELENTE ENTREVISTA DE FÁBIO GANDOUR

Uma entrevista muito didática de Fábio Gandour acerca de robôs e empregos. 

Gandour foi chefe do laboratório de pesquisa da IBM no Brasil - um dos 12 do mundo. Nós, da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie tivemos a oportunidade de trabalhar com Gandour em projetos conjuntos.

Uma curiosidade: Gandour é graduado em medicina!


terça-feira, 9 de julho de 2019

40 ANOS DE WALKMAN


Em julho de 1979 chegou ao mercado um dispositivo que revolucionou a forma de ouvir música: o Walkman, um tocador portátil de fitas cassete, com fones de ouvido. Em 30 anos, até ser substituído pelos dispositivos MP3 e smartphones, a Sony vendeu 385 milhões de unidades em diversas versões; cópias foram produzidas por outros fabricantes, havendo alguns que acreditam terem sido produzidos cerca de um bilhão desses aparelhos. 

O Walkman começou a ser projetado um ano antes, por determinação de Masaru Ibuka, um executivo da Sony, que deu aos seus engenheiros uma orientação muito precisa: queria um equipamento pequeno e de uso pessoal - ele pretendia algo com que pudesse ouvir música clássica durante suas viagens de avião. A empresa começou a desenvolver o produto a partir do Pressman, um gravador portátil que desenvolvera especialmente para uso de jornalistas. 


Akio Morita, então CEO da Sony comprou a ideia e estabeleceu requisitos adicionais para o aparelho, no sentido de que o aparelho pudesse satisfazer o gosto do público jovem, que certamente gostaria de poder ouvir música a qualquer momento, em qualquer lugar. Na foto ao lado, aparecem Morita (à esquerda) e Ibuka, trabalhando juntos.

Pouco antes do lançamento a Sony começou a discutir o nome a ser dado ao produto, que internamente era conhecido como TPS-L2. A filial americana da Sony sugeriu Sony Disco Jogger, mas Morita rejeitou a ideia, dizendo que a palavra Disco, poderia afastar usuários adultos. No lançamento, optou-se por Walkman, embora o aparelho fosse conhecido, no início, como Soundabout nos Estados Unidos, Stowaway no Reino Unido e Freestyle na Austrália. No final, o nome Walkman se consolidou, a ponto de ter sido incluído no dicionário Oxford em 1986. 

Pouco antes do lançamento, a Sony já tinha prontas 30 mil unidades, um número enorme para a época; para divulgar o produto, a empresa contratou jovens para caminhar por um bairro descolado de Tóquio,  Ginza, usando o aparelho e abordando transeuntes para que este pudessem conhece-lo; ao lado, um dos primeiros anúncios do Walkman. 

O dispositivo teve um antecessor: Andreas Pavel, um alemão que vivia no Brasil criou um aparelho similar, chamado Stereobelt e em 1972 apresentou-o às empresas Grundig, Philips, Yamaha e outras, que não se interessaram pela ideia. Pavel patenteou o Stereobelt em 1977, um ano antes que a Sony patenteasse o Walkman, o que gerou uma briga na justiça só encerrada em 2003, quando as partes chegaram a um acordo.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

AMERICANOS TESTAM MINI DRONE DE RECONHECIMENTO

Já há muito tempo as forças armadas americanas utilizam drones em operações de inteligência e ataque. Recentemente, começaram a testar o Black Hornet PRS, um modelo compacto destinado ao reconhecimento avançado, em pleno campo de batalha. 

Desenvolvido pela FLIR, uma empresa especializada em câmaras térmicas e sistemas de medição, o Black Hornet PRS  mede 16,8 centímetros e pesa 33 gramas, assemelhando-se a um pequeno helicóptero.

Silencioso, tem uma autonomia de 25 minutos, voando a 6 metros por segundo. As imagens capturadas por sua câmara, com capacidade de visão noturna, podem ser encriptadas e transmitidas a uma distância de até 2 quilômetros. 

Os paraquedistas do exército americano estão testando o equipamento no Afeganistão. Outras empresas estão desenvolvendo equipamentos similares, cujo custo estimado é de 60 mil dólares por unidade! Guerra é um negócio caro... 

quarta-feira, 3 de julho de 2019

MORRE LEE IACOCCA, O PAI DO MUSTANG

Morreu em 2 de julho, aos 94 anos,  Lido Anthony "Lee" Iacocca, um dos mais famosos executivos da indústria automobilística. Era filho de imigrantes italianos e foi também foi um conhecido autor de livros de negócios, liderança e governança corporativa. Foi considerado o 18° melhor CEO estadunidense da história.
Lee Iacocca nasceu em Allentown, na Pensilvânia, e frequentou a Universidade de Princeton; teve uma ascensão  meteórica na Ford americana,   ajudando a criar carros como o Mustang e o Escort, que salvaram a empresa que vivia uma crise infindável - ficou conhecido como "O Pai do Mustang". 
Apesar do sucesso acabou sendo demitido, provavelmente devido aos seus desentendimentos frequentes com Henry Ford II, que em termos práticos era o dono da empresa. Trabalhou na Ford de 1946 a 1978, tendo exercido a presidência a partir de 1970.
Da Ford foi para  Chrysler, que também vivia eternamente  em crise, tendo ali conduzido uma reviravolta durante a década de 1980. O Pai do Mustang se tornou celebre junto ao grande público graças às suas participações em campanhas publicitárias, mais notavelmente uma campanha da Chrysler  em que disse ao público: "se você encontrar um carro melhor, compre". Ficou na Chrysler de 1978 até 1992.
Seu legado não se restringiu  apenas ao cenário automotivo americano, mas para a forma como o mundo vê os carros. Sua influência em diversas áreas, desde as práticas de fabricação do produto até o negócio como um todo, afetou diretamente, para o bem ou para o mal, a maneira como a indústria automobilística funciona hoje.

"Lee nos deu uma mentalidade que ainda hojenos motiva — caracterizada pelo trabalho duro, dedicação e coragem", disseram representantes da Fiat Chrysler, em comunicado. "Estamos comprometidos em garantir que a Chrysler, agora FCA, seja uma empresa desse tipo, um exemplo de compromisso e respeito, conhecida pela excelência e por sua contribuição à sociedade. Seu legado é a resiliência e a fé inabalável no futuro que vive nos homens e mulheres da FCA, que lutam todos os dias para viver de acordo com os altos padrões que estabeleceu".

segunda-feira, 1 de julho de 2019

JÁ SE FALA EM TECNOLOGIA 6G

Enquanto a tecnologia 5G começa chegar ao mercado no Brasil de forma extremamente lenta, em alguns lugares do mundo já se começa a falar em 6G.  

Antes de seguirmos falando de 6G, vale a pena assistirmos a este vídeo, produzido pelo portal Olhar Digital que nos esclarece um pouco mais sobre o assunto. 

O lugar onde o assunto está mais avançado é a Coréia do Sul, através da Samsung; o jornal  Korea Herald informou  que a marca criou um novo centro de pesquisa, focando principalmente na pesquisa da sexta geração de internet móvel. Essa unidade, chamada  Advanced Communications Research Center, está situada em Seul, capital sul coreana, e pretende liderar a pesquisa em redes 6G. 

Dado que o uso de 5G ainda está em estágio inicial, a maioria das pessoas provavelmente está se perguntando o que significa o 6G neste momento. E a resposta pode ser: não muita coisa. 6G é ainda pouco mais que é um nome provável para a próxima tecnologia de redes de celulares, mas o seu desenvolvimento ainda está em estágio inicial e, provavelmente, não vai se transformar em nada palpável nos próximos três ou quatro anos.

No portal da Samsung Research não há muitas informações sobre o 6G, informa apenas que "na Europa, China e Estados Unidos, há discussões abertas sobre a necessidade de pesquisas sobre o 6G, a próxima geração após o 5G, e os primeiros projetos de pesquisa já estão em andamento em todo o mundo".

Mas ao que parece, passarão muitos anos até que a rede móvel da sexta geração seja ativada; na verdade, provavelmente serão necessários alguns anos até que o próprio 5G se torne algo comum em todo o planeta.



terça-feira, 18 de junho de 2019

CAMUFLAGEM DAZZLE: COMO A BAIXA TECNOLOGIA PODE SER ÚTIL

Normalmente associamos a palavra "tecnologia" a coisas bastante sofisticadas, como a computação nos dias atuais. 

Mas uma boa definição para o termo seria "conjunto de técnicas de um domínio particular", envolvendo ou não coisas mais sofisticadas. De fato, a palavra tecnologia   vem do grego tekhne que significa “técnica, arte, ofício”, juntado à palavra logos, também grega, que significa “conjunto dos saberes”.

É de uma tecnologia dessa espécie, baixa, muito simples, que falaremos hoje, a camuflagem Dazzle - em inglês, o verbo dazzle significa algo como "ofuscar" - a foto ao lado mostra o navio West Mahomet camuflado dessa forma.

Em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, parecia ser impossível conter os submarinos alemães que atacavam os navios ingleses - centenas deles foram afundados. Os submarinos podiam aguardar suas presas ocultos,  submersos ou meio submersos, enquanto os navios, podiam ser vistos ao longe, graças ao seu tamanho, mastros e chaminés fumacentas. 

Pensando no assunto, o artista inglês  Norman Wilkinson, oficial da marinha que servia a bordo de submarinos, teve uma ideia: já que era impossível pintar um navio para que ele não pudesse ser visto por um submarino, por que não pinta-lo de maneira a que os submarinistas inimigos tivessem dificuldade para definir seu tamanho e rumo utilizando seu periscópio? 

Essa definição era fundamental para que os torpedos fossem disparados com precisão e o esquema ao lado mostra como os submarinistas poderiam ser induzidos a erro pelos navios camuflados dessa forma. 

Wilkinson propôs então a camuflagem Dazzle, pintando nos navios listras, formas curvas, ziguezagues etc., utilizando cores como branco, preto, azul, verde etc. - mais de 2 mil navios foram pintados em cerca de um ano. Outros mil foram pintados pela marinha americana; inúmeros padrões Dazzle foram desenvolvidos por artistas ingleses e americanos. 

O publico não foi unânime: a nova camuflagem foi chamada de "bando de ovos de Páscoa marítimos", "cruzamento entre a explosão de uma caldeira e um acidente de trem" etc. - quanto ao inimigo, parece ter se convencido da utilidade da Dazzle, pois começava a pintar seus navios da mesma forma quando a guerra acabou; isso pode ser explicado pela imagem abaixo, que mostra como um navio seria visto através do periscópio de um submarino, com e sem camuflagem.  


sexta-feira, 14 de junho de 2019

HACKERS SEMPRE EXISTIRAM: EM 1834 UMA REDE DE DADOS FOI HACKEADA NA FRANÇA

Nestes tempos em que se fala muito de hackeamento de redes, vale a pena voltar a  falar de ataques a redes ocorridos no passado, quando computadores e celulares  não existiam.

Já  falamos do assunto em post anterior, relatando ataques ocorridos quando o conceito de telegrafia elétrica estava sendo apresentado.

Hoje trataremos de ataque ainda mais antigo.  Em 1794, o governo francês criou um sistema de comunicação chamado telégrafo ótico ou semafórico. Nada tinha a ver com o telégrafo convencional, inventado bem mais tarde - parecia-se com o sistema de comunicações entre navios que era usado na época, em que bandeirolas eram usadas para compor mensagens.  

O sistema era composto por duas grandes hastes instaladas no topo de edificações parecidas com moinhos de vento; cada posição das hastes significava uma letra, sendo cada haste movida por cordas e roldanas, de forma a representar a letra seguinte.

Munido de telescópio, o operador da torre seguinte copiava a mensagem que chegava e a retransmitia para a torre seguinte - era um sistema bastante eficiente e cobria as principais cidades do país.

Em 1834, o sistema foi hackeado pelos gêmeos François e Joseph Blanc. Os irmãos operavam na bolsa de Bordéus e caso soubessem qual era o comportamento da bolsa de Paris, a mais importante da França, poderiam levar vantagem nas compras e vendas de ações.

O telégrafo ótico seria a forma ideal para obter essas informações, porém seu uso era restrito ao governo. Mas os irmãos estudaram o sistema e descobriram que ele tinha uma espécie de tecla "backspace", que servia para "apagar" a informação anteriormente transmitida caso houvesse erro.

De posse dessa informação, os irmãos subornaram um dos operadores do sistema para incluir determinados "erros" conforme a bolsa de Paris subisse ou descesse. 

Um cúmplice dos irmãos, munido de um telescópio, captava essas informações, que eram usadas para otimizar os resultados dos negócios dos Blanc, que durante dois anos ganharam fortunas, sendo tidos como gênios das operações em bolsa. 

Mas um dia o esquema ruiu: o cúmplice adoeceu e pediu a um amigo que o substituísse por alguns dias; esse amigo simplesmente denunciou o esquema às autoridades. 

Os irmãos foram presos em 1836, mas logo depois foram soltos. Por que? Porque não havia nada que proibisse o "hackeamento" da rede semafórica; logo em seguida foi criada uma lei que punia severamente esses ataques.

Mas os gêmeos, sob a liderança de François (foto ao lado) prosseguiram com negócios pouco convencionais, especialmente cassinos, tendo participado ativamente na criação do cassino de Monte Carlo, em Mônaco. 

Com a jogatina também ganharam muito dinheiro, tendo sido os responsáveis pela introdução do modelo atual de roleta em 1843 - dizem que François teria feito um pacto com o diabo para ter sucesso nesse negócio, o que explicaria o fato de as roletas terem números de 0 a 36, que se somados dão 666, "o número da besta". 

Como dissemos no post que citamos acimanihil novi sub soli... 

terça-feira, 11 de junho de 2019

O GURU DA NINTENDO


Hiroshi Yamauchi, falecido em 2013 aos 85 anos, tinha 22 anos quando assumiu a empresa fundada pelo avô e transformou a então fabricante de baralhos em um gigante mundial dos videogames. 

Ele comandou a Nintendo por 53 anos e mudou o mercado de entretenimento com o lançamento em 1983 da Nintendo Famicom (Family Computer), também conhecida como NES (Nintendo Entertainment System) e que foi um dos primeiros sucessos no ramo de games para serem jogados em casa, tendo vendido 60 milhões de unidades.

Yamauchi, que dizia não jogar, afirmava ser “um vendedor de entretenimento” e sob sua liderança, a Nintendo também lançou os consoles Super Nintendo, Nintendo 64, o videogame portátil Game Boy e as séries “Super Mario Bros.”, “Star Fox” e “The Legend of Zelda”.

Mesmo depois de sair da presidência da Nintendo em 2002, Yamauchi continuou como consultor da empresa e em 2012  foi listado como o 12º japonês mais rico na lista da revista Forbes, com um patrimônio estimado em 8 bilhões de dólares. Foi também dono do time de baseball Seattle Mariners.  

A Nintendo, que chegou a ter 90% do mercado de videogames hoje vem enfrentando concorrentes poderosos, como mostra o gráfico abaixo que mostra as vendas de consoles em milhões de unidades, mas de qualquer forma ainda é uma uma força nessa área, não se podendo falar em game over; Yamauchi disse certa vez que “a guerra dos games nunca vai terminar. Ninguém sabe o que surgirá amanhã”.



sexta-feira, 31 de maio de 2019

HACKERS AUMENTAM O NÚMERO DE ATAQUES DDOS

Há um tipo de ataque a servidores de redes de computadores chamado DDoS (Distributed Denial of Service). Nessa modalidade, um hacker (attacker na figura ao lado), aciona um computador (controller) que vai instalar software em inúmeros (às vezes até milhares) de computadores chamados zumbis (zombies), quase sempre sem que seus usuários percebam. 
Esses zumbis, por sua vez, são comandados a acessar um determinado servidor (ou servidores) de uma grande organização ao mesmo tempo - por exemplo tentando consultar um site hospedado no servidor. Como esses servidores não conseguem atender a esses acessos simultaneamente, acabam tendo sua performance muito degradada, às vezes parando completamente. 
Além dos hackers de praxe, certamente governos estão se preparando para realizar ataques desse tipo contra possíveis inimigos, numa situação de guerra - há registros da ocorrência de fatos dessa espécie. Imaginemos os resultados de ataques desse tipo a redes de distribuição de energia elétrica ou de telecomunicações...
Segundo estudos da Kaspersky Lab, empresa que produz softwares de segurança, antivírus e outros, o número desses ataques  aumentou 84% durante o primeiro trimestre deste ano em comparação com o anterior - é  uma reversão da tendência de diminuição desse tipo de ataque que fora notada em 2018. 
A Kaspersky recomenda que as organizações deem mais atenção à segurança, de forma a que possam evitar esses ataques. Essa atenção à segurança deve também ser dada por todos os usuários de computadores pessoais.   

Recentemente publicamos artigo que trata deste tema: 


domingo, 26 de maio de 2019

ARQUIMEDES: A MODERNA TECNOLOGIA DEVE MUITO A ELE


Os romanos pretendiam conquistar cidade de Siracusa, situada na costa leste da Sicília, de forma a que pudessem ter o domínio completo daquela ilha.
Em 214 a. C. cercaram a cidade, cuja defesa era comandada por Arquimedes, inventor, matemático, filósofo – um polímata, enfim (polímata, que em grego significa "aquele que aprendeu muito" - é uma pessoa cujo conhecimento não está restrito a uma única área).
Os romanos eram muito superiores em recursos, mas Arquimedes desenvolveu tecnologia que permitiu à resistência prolongar-se até 212 a.C.  Dentre outras coisas, Arquimedes criou um guindaste  que era usado para erguer os navios inimigos e solta-los, ficando os mesmos destruídos na queda.    
Diz-se que ele criou também um sistema de espelhos, que funcionava como mostra o esquema ao lado, usado para concentrar os raios solares sobre os navios romanos, incendiando-os, embora não haja prova de que tal arma tenha existido.
Mas a superioridade em material e homens dos romanos, que eram comandados pelo general Marco Cláudio Marcelo, prevaleceu: Siracusa caiu. O general havia ordenado que a vida de Arquimedes, que tinha 78 anos (uma idade avançadíssima para a época) fosse poupada. O sábio, que continuou seus estudos em casa após a invasão da cidade, certo dia ao ser interpelado  por um soldado romano, protestou contra a interrupção de seu trabalho e grosseiramente mandou o soldado retirar-se; este,  sem saber de quem se tratava, matou-o. Um quadro pintado em 1815 por Thomas Degeorge mostra esse fato.
A história conta também que Arquimedes descobriu que o volume de qualquer corpo pode ser calculado medindo o volume de água movida quando o corpo é submergido na água – isso é conhecido como o Princípio de Arquimedes. Ele chegou a essa conclusão quando encontrava em uma banheira, tendo saído nu para as ruas de Siracusa gritando Eureka, que em grego  significa descobri.
Para encerrar uma curiosidade: na versão italiana dos quadrinhos de Disney, o Prof. Pardal é conhecido como Archimede Pitagorico, o que pode ser encarado como uma homenagem a dois sábios, Arquimedes e Pítagoras, também filósofo e matemático

sexta-feira, 17 de maio de 2019

JAPÃO ESTÁ TESTANDO NOVA GERAÇÃO DE TRENS BALA

O Shinkansen, o primeiro  trem bala, entrou em serviço em 1964, a tempo de ser utilizado para transportar o público que foi às Olimpíadas de Tóquio - sua velocidade máxima era 210 km/h (55 anos depois não temos nada parecido por aqui...). A foto ao lado mostra o então imperador Hiroito na inauguração do serviço.

Agora, os japoneses estão testando mais uma geração dessa tecnologia: o Alfa-X, que deverá percorrer os 1.150 quilômetros que separam  Tóquio de Sapporo em quatro horas e meia. 

O Alfa-X, que pode ser visto neste vídeo e cuja foto está no final deste post, chama atenção por ter um “nariz” bastante alongado, uma das características aerodinâmicas que ajudará a levar sua velocidade máxima a 400 km/k, embora a velocidade durante as viagens regulares deva ficar em torno de 360 km/h; será composto por dez carros.

Mas o Alfa-X não é o trem mais rápido do mundo: quem detêm esse título hoje é o maglev de Shangai, que pode chegar a 431 km/h e cuja foto está ao lado. Os japoneses pretendem lançar em 2027 uma linha maglev entre Tóquio e Nagoia, cujo trem poderá bater 505 km/h.

Maglev é uma tecnologia que permite que o trem não tenha contato com a linha, "levitando" sobre ela quando em alta velocidade,com a utilização de forças magnéticas. 



 

terça-feira, 14 de maio de 2019

MAIS TECNOLOGIA NO CONTROLE DO TRÁFEGO AÉREO

A NATS (National Air Traffic Services, https://www.nats.aero) é uma empresa privada britânica, da qual o governo detêm
uma pequena participação acionária (4%), alem de uma "golden share" - autoridade para vetar decisões que forem contra os interesses do país. 

A NATS é responsável pelo controle do tráfego aéreo e serviços correlatos naquele país e em outros; no ano de 2018, atendeu, apenas no Reino Unido, 2,52 milhões de voos, com mais de 250 milhões de passageiros. 

Na atualidade vem adotando ferramentas de tecnologia da informação que permitam tornar o tráfego aéreo mais fluido, permitindo que os aviões regulem sua velocidade quando ainda muito longe dos aeroportos, evitando "congestionamentos" em que os aviões ficam circulando sobre o aeroporto esperando sua vez de pousar, o que  gera gastos inúteis de combustível e aumento da poluição.

Essas ferramentas permitem também otimizar a altitude a que os aviões voam, aproveitando as correntes aéreas com os mesmos objetivos - economia de combustível e redução da poluição. Também tornam possível que aviões voem mais perto uns dos outros e utilizem rotas mais diretas, sem perda da segurança e com os ganhos acima mencionados. 

Tudo isso permitiu que nos últimos anos, no espaço aéreo do Reino Unido, fossem geradas economias da ordem de US$ 175 milhões, apenas em combustível; também deixaram de ser geradas cerca de 228 mil toneladas de CO2. 

A NATS conta com mais de 4 mil funcionários, dos quais 1,7 mil controladores de voo. Uma interessante animação dá uma visão geral dos serviços que a empresa presta.   

sexta-feira, 10 de maio de 2019

ESTARIAM AS MULHERES VOLTANDO A LIDERAR A ÁREA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO?

Na atualidade, ao pensarmos nos grandes nomes da área de TI, nos vem à mente nomes como  Mark Zuckerberg (Facebook), Tim Cook (Apple), Jeff Bezos (Amazon) e outros, todos homens - os mais próximos à área podem se lembrar de Marissa Mayer, que dirigiu o Yahoo durante alguns anos.
Mas essa realidade pode mudar em breve, já que um exame oficial feito em 2018 pelo governo dos Estados Unidos com cerca de 15 mil alunos de 600 escolas públicas e particulares de ensino fundamental indicou, mais uma vez, que as meninas estão à frente dos meninos em temas ligados aos universos da tecnologia e da engenharia.
Os resultados do levantamento indicaram que elas são mais aptas a resolver equações e coisas do tipo com maior facilidade do que eles, apesar de se interessarem menos por ciências exatas – 61% dos meninos que participaram do exame intitulado “Technology and Engineering Literacy Assessment” (“Avaliação de Alfabetização em Tecnologia e Engenharia”) frequentam aulas (não obrigatórias) dessas matérias, ao passo que entre as meninas o índice é de 53%.
De forma similar, os estudantes de ambos os sexos  melhoraram suas notas pela primeira vez desde 2014, e quase a metade deles (46%) obteve índices satisfatórios. O teste oficial é aplicado anualmente nos Estados Unidos, e pelo menos desde 2016 as notas femininas são melhores do que as masculinas. 
Vale lembrar que esses jovens ainda deverão cursar o “High School” – o equivalente ao nosso Ensino Médio – e geralmente é nessa fase da vida escolar que eles decidem qual carreira pretendem seguir.  
Pode ser que voltemos aos tempos da Irmã Mary Kenneth Keller, a primeira doutora em Ciência da Computação, de Kay McNulty, Betty Jennings, Betty Snyder, Marlyn Wescoff, Fran Bilas e Ruth Lichterman, que lideraram a produção do software para o ENIAC (Electronic Numerical Integrator And Computer - o primeiro computador de uso geral), da almirante Grace Hopper, que entre outras coisas, esteve envolvida na criação do FORTRAN e do COBOL; foi tão importante nessa área que, a Marinha dos Estados Unidos , da qual era oficial, deu seu nome a um navio. 
E se desejássemos voltar ainda mais no tempo, seria fundamental lembrar a Condessa Ada Lovelaceuma matemática e escritora inglesa que é reconhecida principalmente por ter escrito, nos anos 1840, o primeiro algoritmo a ser processado por uma máquina, a máquina analítica de Charles Babbage.

Os machistas que se cuidem...