terça-feira, 9 de julho de 2019

40 ANOS DE WALKMAN


Em julho de 1979 chegou ao mercado um dispositivo que revolucionou a forma de ouvir música: o Walkman, um tocador portátil de fitas cassete, com fones de ouvido. Em 30 anos, até ser substituído pelos dispositivos MP3 e smartphones, a Sony vendeu 385 milhões de unidades em diversas versões; cópias foram produzidas por outros fabricantes, havendo alguns que acreditam terem sido produzidos cerca de um bilhão desses aparelhos. 

O Walkman começou a ser projetado um ano antes, por determinação de Masaru Ibuka, um executivo da Sony, que deu aos seus engenheiros uma orientação muito precisa: queria um equipamento pequeno e de uso pessoal - ele pretendia algo com que pudesse ouvir música clássica durante suas viagens de avião. A empresa começou a desenvolver o produto a partir do Pressman, um gravador portátil que desenvolvera especialmente para uso de jornalistas. 


Akio Morita, então CEO da Sony comprou a ideia e estabeleceu requisitos adicionais para o aparelho, no sentido de que o aparelho pudesse satisfazer o gosto do público jovem, que certamente gostaria de poder ouvir música a qualquer momento, em qualquer lugar. Na foto ao lado, aparecem Morita (à esquerda) e Ibuka, trabalhando juntos.

Pouco antes do lançamento a Sony começou a discutir o nome a ser dado ao produto, que internamente era conhecido como TPS-L2. A filial americana da Sony sugeriu Sony Disco Jogger, mas Morita rejeitou a ideia, dizendo que a palavra Disco, poderia afastar usuários adultos. No lançamento, optou-se por Walkman, embora o aparelho fosse conhecido, no início, como Soundabout nos Estados Unidos, Stowaway no Reino Unido e Freestyle na Austrália. No final, o nome Walkman se consolidou, a ponto de ter sido incluído no dicionário Oxford em 1986. 

Pouco antes do lançamento, a Sony já tinha prontas 30 mil unidades, um número enorme para a época; para divulgar o produto, a empresa contratou jovens para caminhar por um bairro descolado de Tóquio,  Ginza, usando o aparelho e abordando transeuntes para que este pudessem conhece-lo; ao lado, um dos primeiros anúncios do Walkman. 

O dispositivo teve um antecessor: Andreas Pavel, um alemão que vivia no Brasil criou um aparelho similar, chamado Stereobelt e em 1972 apresentou-o às empresas Grundig, Philips, Yamaha e outras, que não se interessaram pela ideia. Pavel patenteou o Stereobelt em 1977, um ano antes que a Sony patenteasse o Walkman, o que gerou uma briga na justiça só encerrada em 2003, quando as partes chegaram a um acordo.