quinta-feira, 29 de junho de 2017

KEDS ALL STAR: HÁ 100 ANOS NA MODA, COM MAIS TECNOLOGIA

Os “keds” All Star de cano alto, muito populares entre nossos jovens, passaram a incorporar mais tecnologia.

Esses calçados foram lançados nos Estados Unidos em 1917 pela Converse, empresa que ao quebrar em 2003 foi adquirida pela Nike. A marca dominou o mercado americano até os anos 1970 - ao redor de 1960, cerca de 90% dos jogadores de basquete nos Estados Unidos usavam All Star, que detinha 80% do mercado total. 

Nesse país, o produto é conhecido como “Chuck Taylor”; Taylor (foto ao lado) era um jogador de basquete universitário que foi contratado pela Converse quando o produto foi lançado –  o objetivo era popularizar os keds entre os praticantes do esporte. Como o basquete não era tão profissional, Taylor também vendia os calçados que levavam seu nome, tendo trabalhado para a empresa por muitos anos.

Apesar do sucesso dos keds, muitos reclamavam de suas solas planas, que os tornavam desconfortáveis e geravam dores quando usados por muito tempo.

Recentemente, a empresa alterou o solado do produto, visando aumentar o conforto, embora seu visual continue igual.  O que não ficou igual foi o preço: o modelo original custava cerca de US$ 50 – o novo, chamado Chuck Taylor II, custa ao redor de US$ 110.

domingo, 25 de junho de 2017

PASSAR ROUPAS CANSA, MAS LOGO UM ROBÔ PODERÁ FAZER ISSO PARA VOCÊ

Uma das tarefas domésticas mais detestadas pode estar com os dias contados, graças à robótica:  TEO, um robô humanoide (cujas formas lembram as de uma pessoa) criado em 2012 pela Universidad Carlos III (UC3M), de Madrid, aprendeu a arte de passar  roupas.
Com 1,80 metro de altura e pesando 80 quilos, TEO já havia aprendido a subir escadas, abrir portas e até a dobrar roupas - agora ele pode passa-las, usando ferro e uma tábua parecidos com as que temos em nossas casas.  
O robô é capaz de passar roupas graças a uma câmera embutida em sua cabeça. A câmera cria uma representação em 3D de alta resolução da peça colocada na tábua. Após a visualização completa do vestuário, o robô começa a passar o ferro sobre cada vinco detectado – esse processo é realizado duas vezes. “Devido à grande diversidade de formas de vestuário, texturas, materiais e elementos decorativos, passar é uma tarefa difícil de automatizar”, escrevem os criadores da máquina.
Juan Victores, um dos criadores, disse ao site New Scientist que o robô foi construído para realizar todas as tarefas domésticas no lugar dos seres humanos. Ele espera que, no futuro, TEO aprenda a fazer isso sozinho – assistindo a uma pessoa, por exemplo – sem o conhecimento prévio de uma técnica. “Teremos robôs como o TEO em nossas casas”, disse Victores.
TEO pode até ser o primeiro robô a passar roupas, porém ele não é o pioneiro quando o assunto é a realização de tarefas domésticas. Em 2011, pesquisadores da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, criaram um robô capaz de dobrar toalhas e meias.
Outro exemplo de humanoide doméstico vem do Japão. Chamado de “Laundroid”, ele é capaz de dobrar uma camiseta em cinco minutos, segundo uma reportagem do site Japan Times.
Veja abaixo um vídeo (em inglês) sobre o TEO produzido pela New Scientist.




Agora, enquanto o TEO não chega ao mercado, passe roupas com estilo: use o ferro desenvolvido pela Audi, que está indo além dos carros e está investindo em em um novo nicho de mercado: o de aparelhos de consumo.

Desenvolvido pelo designer Jaehyuk Lim, a Audi acabou de apresentar um ferro de passar roupas que – assim como seus carros – é cheio de estilo e tecnologia. Iluminada com luzes de LED que indicam a temperatura, a peça ainda é um conceito, mas obviamente encanta até mesmo aqueles que têm aversão a passar roupas

terça-feira, 20 de junho de 2017

APPLE - AS ORIGENS DO NOME E DO LOGO

Muito se fala da Apple, de sua história cheia de altos e baixos e da figura mitológica de Steve Jobs, um de seus fundadores. Mas quase nada se fala das origens de seu nome e de seu logo – são estes os temas deste post.

Steve Wozniak, outro dos fundadores da Apple, conta que quando a empresa estava sendo criada ele e Jobs viajavam de carro quando Jobs disse ter um nome para a empresa: Apple Computers. 

Disse também que gostava do som da palavra e que com esse nome a empresa apareceria na lista telefônica antes da Atari, fabricante de videogames e computadores para a qual ambos haviam trabalhado.

Wozniak diz acreditar que Jobs tenha criado o nome lembrando os meados dos anos 70,  quando vivia em uma  comunidade hippie e esporadicamente   ganhava algum dinheiro colhendo maçãs em uma fazenda da Califórnia.   

E o logo? Algumas pessoas dizem que o logo, uma maçã mordida, seria uma  homenagem a Alan Turing, o gênio britânico da computação que teria se suicidado  comendo uma maçã envenenada com cianureto – já contamos essa história em outro post deste blog.  

Isso  não é verdade; Jobs e Wozniak negaram a intenção de homenagear Turing, embora tenham dito que essa teria sido uma boa ideia.

O que parece mais provável, no entanto, é que Jobs acreditava que eles tinham tido uma ideia genial, mais ou menos como a que Newton teve sobre a gravidade (a famosa história da maçã que caiu em sua cabeça…). O que parece confirmar essa versão é que o primeiro logo da Apple   era uma imagem de Newton sentado debaixo da macieira - ele foi desenhado por Jobs e Ronald Wayne.

Além de muito feio, o logo era de difícil reprodução e não tinha nenhuma ligação com tecnologia. Por essa razão, em 1977  Jobs pediu ao designer Rob Janoff que fizesse um novo logo – o produto desse trabalho foi a maçã mordida, em sua versão colorida.    A mordida  significava a tentação do conhecimento (Adão mordeu a maçã dada por Eva) e também uma brincadeira com  as palavras bite (morder, em inglês) e byte, a unidade de armazenamento de dados). E a maçã tinha as cores do arco-iris, remetendo ao movimento hippie também presente nas ilustrações das capas de discos dos Beatles, (cuja gravadora, coincidentemente, chamava-se Apple Records e que acabou processando a Apple Computer por violação de direitos de marca). As cores do arco íris da Apple Computers estavam em ordem diferente das do arco íris da Apple Records.  Wozniak disse também acreditar que  Jobs queria homenagear os Beatles, dos quais era fã. Esse logo durou cerca de 20 anos, até ser trocado pelo atual monocromático, embora pequenas alterações tivessem ocorrido ao longo do tempo.

Mas ainda há outras ligações: um dos primeiros produtos da Apple, um palmtop, um bisavô dos atuais tablets, era chamado  Newton.  E dizem que o primeiro computador com interface gráfica, o MacIntosh, foi batizado assim, pois MacIntosh é o tipo de  maçã que   Jobs colhia – dai veio o nome popularmente utilizado, Mac.


Pode não ser verdade, mas que é uma boa história, é...

sábado, 17 de junho de 2017

NÃO GOSTA DE MATEMÁTICA? IMAGINE COMO ERA DIVIDIR CMXII POR LII



Fibonacci
Há não muito tempo o New York Times publicou um texto de Alan Hirshfield, professor da Universidade de Massachusetts, comentando o livro “The Man of Numbers”, do pesquisador Keith Devlin.
O texto nos faz refletir sobre algumas coisas bastante interessantes, começando por lembrar que se ainda vivêssemos sob o Império Romano, é possível que estivéssemos dizendo que setembro é o mês IX, que a taxa de juros está ao redor de XI% e assim por diante; difícil mesmo seria dizer que o Corinthians ganhou do São Paulo por V a....???  Os romanos não tinham o zero!
O desajeitado sistema romano acabou sendo substituído pelo sistema atual, que foi desenvolvido graças aos esforços de inúmeros matemáticos, especialmente indianos e árabes. Na Europa, essa nova tecnologia foi ignorada até 1202, quando Leonardo Fibonacci, publicou uma livro chamdo “Liber Abbaci”, ou “Livro dos Cálculos”, detalhando o funcionamento do novo sistema.
O Stupor Mundi
E o interessante, é que o livro, de cerca de 600 páginas, não era destinado a acadêmicos, mas sim a negociantes, pois demonstrava como o novo sistema facilitaria os negócios; foi um sucesso instantâneo – imaginem como seria calcular o preço de 298 ovelhas vendidas a 139,50 cada uma usando algarismos romanos...
Escolas de cálculo espalharam-se pela Europa; ao que parece, Maquiavel e Leonardo da Vinci foram alunos delas; inúmeros mercadores alemães foram à Itália para aprender a nova tecnologia - o antigo sistema morreu rapidamente e o uso do novo acelerou consideravelmente o progresso comercial e científico.

E como Fibonacci chegou a esse ponto? Aos 15 anos deixou sua cidade natal, Pisa, na Itália, para acompanhar seu pai, um mercador, numa viagem até o porto argelino de Bugia (hoje Bejaia) e ali conheceu o novo sistema; ficou mais de dez anos no Norte da África estudando com matemáticos árabes, até retornar à Europa e escrever seu livro. Foi recebido com honras pelo imperador Frederico II, um intelectual mas também uma figuraça: fazia-se chamar  Stupor Mundi, a Maravilha do Mundo!


O livro aborda outros temas, mas nosso objetivo hoje é lembrar que algo que nos parece tão natural, demorou milhares de anos para ser desenvolvido e como algo que parece também banal, acabou revolucionando o mundo.





terça-feira, 13 de junho de 2017

GRAHAM BELL - GRAÇAS A ELE VOCÊ TEM CELULAR

Alexander Graham Bell é considerado o inventor do telefone. Na realidade, ele foi um dos muitos estudiosos que desenvolveram o assunto, mas levou uma vantagem sobre os demais: após uma longa luta na justiça, conseguiu patentear a tecnologia. Nascido na Escócia, viveu no Canadá e posteriormente nos Estados Unidos.

Bell buscava desenvolver uma tecnologia que ajudasse os deficientes auditivos (seus pais eram surdos), mas acabou chegando ao telefone. Consta que a primeira chamada telefônica foi feita por Bell de uma sala para outra de seu laboratório, tendo Bell dito ao seu assistente que atendera à ligação: “Mr, Watson, come here”. Isso ocorreu em 10 de março de 1876, ano em que foi feita a foto de Bell à esquerda.

O sucesso foi instatâneo, e o telefone maravilhou multidões que foram à exposição que comemorava o centenário dos Estados Unidos, realizada naquele mesmo ano em Filadélfia – D. Pedro II esteve presente à Exposição e entusiasmou-se pela invenção, tendo sido o primeiro acionista da Bell Telephone System, empresa de telefonia fundada por Bell em 1877. A foto ao lado mostra Bell na inauguração da ligação telefônica Nova Iorque-Chicago, em 1892.

Dois anos depois, aos 32 anos, Bell  pode deixar suas funções executivas na empresa: estava rico e famoso. Passou então a dedicar-se à filantropia e a outras pesquisas, enquanto a Bell e suas subsidiárias continuaram crescendo – um de seus braços mais importantes foram os Bell Labs, laboratórios de pesquisa pelo qual passaram  pesquisadores famosos, inclusive diversos ganhadores do Prêmio Nobel. Sob outros  nomes, especialmente  AT&T, a Bell manteve o monopólio dos serviços de telecomunicações nos Estados Unidos, até que pressões do governo e opinião pública levaram à sua divisão em diversas outras companhias.

Bell é considerado também o inventor do detetor de metais, tendo também trabalhado no aperfeiçoamento de aviões, planadores e barcos.

Curiosamente, Bell nunca teve um telefone em seu escritório particular. Morreu em 1922, aos 75 anos de idade; foi enterrado em um caixão feito pelos seus funcionários; no horário do enterro, todo serviço telefônico nos Estados Unidos e Canadá foi suspenso por um minuto.



sábado, 10 de junho de 2017


Pode parecer estranho, mas o Corinthians acaba de lançar sua operadora de celular

A iniciativa é uma parceria com a Vivo -  o serviço utiliza a infraestrutura da empresa, mas com a marca do time.

Chamada +Smartimão, a operadora vai oferecer um chip na modalidade pré-pago, com pacotes de dados com preços a partir de 99 centavos ao dia a até planos com 5 GB de internet, ao custo de 190,99 reais ao mês.

O lançamento é uma maneira de o clube se aproximar dos torcedores por meio do smartphone. Com esse objetivo, haverá também um aplicativo do Corinthians com conteúdo diário exclusivo. Os compradores também concorrerão a prêmios e parte do valor das recargas será destinado ao clube. 

O aplicativo é chamado +Smartimão. Ele foi desenvolvido pela empresa americana FanHero, que tem brasileiros entre os fundadores e já criou um app para Vasco, bem como para outras personalidades do esporte. É possível também  assinar um serviço com notícias e novidades sobre o Timão.

A +Smartimão permite ligações gratuitas entre seus clientes e os da Vivo, e seu  chip pode ser comprado no site oficial smartimao.com, bem como nas lojas Poderoso Timão e também em pontos de venda no Parque São Jorge, sede do Corinthians.

Vai Timão, a tecnologia ajuda!

quarta-feira, 7 de junho de 2017

NEIL ARMSTRONG: UM HERÓI DO MUNDO



Neil Armstrong foi protagonista daquela que talvez seja, até hoje, a maior aventura tecnológica do homem: a viagem à Lua.


Nascido em 1930, Armstrong foi piloto de caça da marinha dos Estados Unidos, tendo combatido na Guerra da Coréia. Após a guerra,   deixou a Marinha e tornou-se piloto de provas,  testando mais de 900 tipos de aeronaves,   incluindo o X-15 (1962), o primeiro avião a voar na estratosfera e que é mostrado na ilustração abaixo.

Entrou para a NASA em 1962,  indo ao espaço pela primeira vez em 1965, como comandante da missão Gemini VIII, cuja recuperação, após pouso no mar é mostrada na foto ao final deste post - Armstrong voou nessa ocasião com David Scott. 

Entrou para a história   comandando a Apollo 11 e tornando-se   o primeiro homem a pisar na Lua,  em 20 de julho de 1969.  Ao dar o primeiro passo na Lua, disse a frase que se tornou famosa: "Este é um pequeno passo para o homem, mas um salto gigantesco para a humanidade".  A foto ao lado mostra a sombra de Armstrong fotografando o módulo da Apollo que pousou na Lua. 

Além de uma pequena bandeira americana, Armstrong deixou na Lua um pequeno memorial com os nomes e as fotografias de Yuri Gagarin, Vladimir Komarov, Virgil Grisson, Ed White e Roger Chaffee, os astronautas americanos e soviéticos mortos   antes da chegada à Lua. De todos, apenas Gagarin, o primeiro a ir ao espaço, não morreu numa nave espacial, mas sim num acidente de avião, seis anos após seu histórico voo de  abril de 1961.


Além de suas qualidades como piloto, Armstrong teve também uma vida acadêmica plena: estudou engenharia na Universidade de Purdue e foi aceito pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Ao sair da NASA em 1970 tornou-se professor de engenharia aeroespacial na Universidade de Cincinnati, onde permaneceu até 1979.

Rejeitou ofertas milionárias de grandes empresas para trabalhar como relações públicas ou em cargos de diretoria, assim como a oferta de todos os partidos políticos que desejavam tê-lo como candidato a  cargos eletivos.

Manteve um vida discreta e longe dos olhos da opinião pública até sua morte, aos 82 anos, em 25 de agosto de 2012. Dele, Barack Obama disse ser "um dos maiores heróis americanos, não apenas de sua época, mas de todos os tempos".

Consta que ao reembarcar no módulo lunar, para iniciar a volta à Terra, Armstrong teria proferido a frase “Good luck, Mr. Gorsky”, que teria deixado extremamente curiosos os envolvidos com o programa lunar, pois ninguem sabia quem era o tal Mr. Gorsky. Se você também ficou curioso, pesquise na Internet...


segunda-feira, 29 de maio de 2017

UMA NANICA AUDACIOSA: UMA EMPRESA BRASILEIRA ENFRENTOU A APPLE (E PERDEU...)

Em 1984 o governo federal implementou a Política Nacional de Informática, que proibia a importação de   microcomputadores, com o objetivo de incentivar a fabricação nacional; os projetos de fabricação deveriam ser analisados e aprovados pela SEI - Secretaria Especial de Informática, órgão que tinha status de ministério. O resultado foi lamentável: micros passaram a ser montados aqui com componentes contrabandeados, pouquíssimo aconteceu em termos de desenvolvimento tecnológico e de pessoal e as empresas pagavam caro por equipamentos de qualidade duvidosa. Surgiram expressões novas, como "mercado cinza" e  "executivo de fronteira", para designar esse ambiente e os que nele operavam. 

Nesse cenário, a Unitron, uma empresa brasileira tentou uma jogada audaciosa: clonar o Macintosh, à época o mais poderoso micro da Apple e que era chamado Fat Mac. 

O original ou o clone? 

Baseada em engenharia reversa (que poderíamos chamar simplesmente de cópia), a empresa    apresentou à  SEI em 1985 um projeto visando a produzir um clone do Fat Mac, que chamaria de Mac 512. Obteve uma linha de crédito bancária, o apoio de um laboratório governamental (o CTI — Centro de Tecnologia da Informação) e contratou serviços de desenvolvimento de chips no exterior. Nesse mesmo ano, dois protótipos foram exibidos em seu stand na Feira Nacional de Informática. Como o projeto havia começado havia pouquíssimo tempo, suspeita-se que uma das máquinas exibidas ao público (a uma distância segura), e que executava vários programas para o Macintosh, era na verdade um Mac original, e não um clone - eles eram muito parecidos. A outra máquina, desligada e aberta para que suas partes internas pudessem ser vistas, provavelmente era mesmo um protótipo.

Em 1986, na mesma Feira Nacional de Informática, a Unitron exibiu mais  protótipos, e parecia óbvio que havia conseguido reproduzir o Mac. Na época, a Unitron queixava-se de que a SEI estava dificultando a importação dos drives de disquetes de 3" 1/2 e exigia que em vez deles, fossem usados os obsoletos drives de 5" 1/4 fabricados no Brasil. A Unitron recusou-se a acatar a orientação e decidiu ela mesma fabricar os drives, uma verdadeira proeza para uma empresa da periferia paulista com menos de 100 empregados; fica a dúvida: será que fabricou ou acionou "executivos de fronteira"?

Em 1987,  a Unitron já oferecia suas máquinas ao mercado; o preço era 700 OTN, cerca de R$ 45 mil de hoje (era tempo de inflação alta e usavam-se índices para converter diariamente os preços à moeda corrente). Nessa época, a Apple Computer decidiu que a história já havia ido longe demais e resolveu contra-atacar: dois Mac 512 (obtidos não se sabe bem como) foram levados para a sede da empresa, em Cupertino e desmontados para estudo. As semelhanças entre essa máquina e a Fat Mac deu a Apple um forte argumento para fazer com que o governo dos Estados Unidos se posicionasse contra uma empresa "pirata".

Por pressão do governo americano, que ameaçou impor barreiras aos produtos de exportação brasileiros (particularmente suco de laranja e sapatos), em 1988 a SEI indeferiu definitivamente o projeto do Mac, alegando que "a Unitron havia começado a comercialização do produto antes de sua aprovação final". 

A Unitron continuou a lutar apresentando novos projetos e indo à Justiça, mas acabou derrotada; reduziu o quadro de funcionários e passou a se dedicar à fabricação de outros produtos. 

sexta-feira, 26 de maio de 2017

SERÁ QUE JOESLEY ESTÁ FATURANDO MAIS ALGUM?????

O Mercado Livre, site de compras e vendas online, anunciava estar à venda um gravador igual ao que teria sido usado pelo "empresário" Joesley Batista para gravar suas conversas com o ainda presidente Temer.

O aparelho era chamado pelo vendedor “Gravador Pendrive Joesley JBS”; com o preço de R$ 69,90, não está mais disponível para compra, mas o vendedor oferecia um conjunto formado por “um manual de instruções e um pendrive espião”. O anúncio ressaltava que o dispositivo é discreto, moderno e perfeito para gravar “aulas, reuniões, seminários e investigar o que acontece quando você não está por perto”.

Também informava que o aparelho era igual ao que registrou as conversas nada republicanas entre Temer e Joesley, mas que não as trazia: “Pendrive virgem. Não tem a gravação [do presidente]. Somente o modelo é igual".

Pelo menos do ponto de vista desse vendedor, Temer tem razão: os fatos não estão paralisando os negócios...


terça-feira, 23 de maio de 2017

NUM JOGO DE GO, GOOGLE VOLTA A MARCAR PONTOS PARA A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Em 1997, quando o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov foi derrotado pelo computador Deep Blue da IBM, a repercussão foi imensa: dizia-se que em breve o computador superaria o homem em todos os campos.

Felizmente não foi isso que aconteceu, mas agora um novo episódio gera afirmações semelhantes, embora com menos repercussão, por se tratar de um jogo menos conhecido: o computador AlphaGo, do Google,  ganhou a primeira de três partidas de Go, antigo jogo asiático de estratégia, que disputou contra o número um do mundo, o chinês Ke Jie, de 19 anos, que havia se gabado – cedo demais – que poderia vencer uma “máquina sem alma”.  

O AlphaGo, criado pela DeepMind Technologies, filial do Google especializada em inteligência artificial com sede em Londres, causou sensação no ano passado ao vencer em quatro partidas o sul-coreano Lee Se-Dol - foi a primeira vez que um software venceu um grande jogador de Go.

O AlphaGo sem dúvida é um grande passo na área de inteligência artificial. O Go, nascido na China há mais de 2.500 anos é um jogo muito mais complexo que o xadrez; seu   tabuleiro (19 x 19 linhas) permite um número muito grande de jogadas possíveis, envolvendo conceitos estratégicos e exigindo muita intuição e criatividade, na busca do objetivo do jogo, que é basicamente ocupar espaços no tabuleiro. 

Vale registrar que o governo chinês proibiu a transmissão da partida para seu território...



quinta-feira, 18 de maio de 2017

ISSO É QUE É DRONE!!!!!

Com  frequência temos ouvido falar em drones, aviões controlados remotamente que podem ser utilizados para inúmeros fins, desde vigilância contra ataques ao meio ambiente e combate ao crime, como para fins militares – tem sido utilizados intensivamente pelos americanos no Afeganistão.


Quando ouvimos falar deles, quase sempre os associamos a aviões pequenos, como os aeromodelos controlados por rádio; isso quase sempre é verdade.

Mas agora, os americanos se superaram:  estão transformando aviões de caça F-16, que vem sendo utilizados por eles há cerca de 35 anos, em drones – a ideia é que, controlados remotamente, sejam utilizados na instrução de pilotos de caça, quer fazendo o papel de adversários, quer servindo simplesmente como alvos.


Quem deve estar morrendo de inveja são os nossos pilotos da FAB, que com a desativação dos Mirage, terão que se contentar com os F-5, que apesar de modernizados, entraram em operação em 1962 – o último lote deles que chegou à FAB foi comprado de segunda mão da Jordânia...

sábado, 13 de maio de 2017

NOVIDADE: TELHADOS SOLARES EFICIENTES E BONITOS

O sul-africano Elon Musk, aos 11 anos de idade, em 1982, criou um game que vendeu por 500 dólares a uma empresa de seu país. De lá para cá, criou e tem participação em empresas inovadoras como o PayPal, SpaceX, Hyperloop e Tesla Motors, esta voltada a carros elétricos.

Em outubro de 2016, anunciou a criação de um novo telhado solar, diferente dos que existem hoje: em vez de instalar painéis solares convencionais, pretos, sobre os telhados, como se faz habitualmente, ele escondeu as células fotovoltaicas (fabricadas pela Panasonic) debaixo de telhas de vidro translúcido, temperado e texturizado. O visual, que podemos checar nas fotos, é a alegria dos arquitetos: bonito, elegante, discreto. A energia excedente carrega uma grande bateria instalada no interior da casa.

O telhado já está à venda nos Estados Unidos – em outros países, a partir de 2018. Mas há um pequeno problema: o custo é de cerca de US$ 250 por metro quadrado – em uma casa térrea de 150 metros quadrados e telhado com 30 graus de inclinação, o custo do telhado estaria ao redor de US$ 42 mil, fora os impostos.

O assunto vem sendo discutido no Twitter, tendo Musk entrado na discussão (bem humorada), afirmando que o telhado, do ponto de vista econômico,  ainda não é vantajoso na maior parte dos locais, especialmente onde os impostos são elevados.

Talvez por isso Musk decidiu apresentar seu novo telhado solar nos estúdios da Universal, em Hollywood. As casas do set de filmagem, remodeladas pelas novas telhas de vidro, eram de um antigo set de Desperate Housewives. A apresentação já indica que, como os carros da Tesla, o telhado vai ser, a princípio, direcionado à elite americana.

Mas há obstáculos, especialmente no campo financeiro: até recentemente, os negócios de Musk no campo da energia solar estavam concentrados em uma de suas empresas, a SolarCity, que tem dívidas da ordem de US$ 3 bilhões e aguarda aprovação dos acionistas para se fundir com a Tesla. A expectativa é que essa junção impulsione os negócios das empresas.

Vai ser um momento decisivo para o futuro das duas empresas e do próprio Musk. O mercado pode não acreditar nos planos do empresário e derrubar as duas empresas. Mas a aposta atual é que as telhas solares sejam deslumbrantes o suficiente para ofuscar as dúvidas dos investidores.


quarta-feira, 10 de maio de 2017

EMPREENDEDORISMO, TECNOLOGIA E CONTEÚDO

Neste momento em que se fala tanto em empreendedorismo e em que vivemos num ambiente de mudanças tecnológicas constantes, é oportuno lembrar um pioneiro que viveu em tempos semelhantes (embora a palavra empreendedorismo ainda não existisse), aproveitando tecnologia que surgia para construir grandes redes e revolucionando a mídia e a vida cotidiana das pessoas, de forma análoga à que a Internet vem fazendo hoje.
David Sarnoff nasceu na Rússia em 1891, tendo sua família logo imigrado para os Estados Unidos. Órfão de pai começou a trabalhar muito cedo, como jornaleiro, para ajudar a sustentar sua família. Aos 15 anos, comprou um aparelho de telegrafia e aprendeu o código Morse, o que o ajudou a ser contratado como contínuo pela Marconi Wireless Telegraph Co., tendo sido promovido a telegrafista em 1908 – os telegrafistas eram profissionais de elite, mas que foram substituidos pelo avanço tecnológico: equipamentos de rádio em um primeiro momento, telex depois e outras tecnologias praticamente eliminaram sua necessidade.
Como acontece às vezes, Sarnoff estava no local certo e na hora certa:  na noite de 14 de abril de 1912 estava de plantão e recebeu uma mensagem que se tornou famosa: "SS Titanic ran into iceberg, sinking fast" (SS Titanic bateu em iceberg, afundando rápido). Sarnoff permaneceu em seu posto pelas próximas 72 horas, transmitindo para o mundo as mensagens que chegavam dos navios de socorro - dizem que essa história não é verdadeira, que nessa época Sarnoff já tinha funções de chefia na empresa, mas como dizem os italianos, "se non è vero, è ben trovato...".  
As habilidades e a capacidade de empreender de Sarnoff fizeram-no subir rápidamente: em 1915 ele sugeriu à empresa a criação dos antecessores dos atuais aparelhos domésticos de rádio – à época, rádio era assunto principalmente para amadores entusiasmados. Sua idéia foi considerada inviável do ponto de vista comercial – consta que executivos da empresa teriam dito: "a caixa de música sem fio não tem nenhum valor comercial. Quem pagaria para ouvir uma mensagem enviada a ninguém em particular?".
Mas, ele teve outra oportunidade. Em 1919, a General Electric comprou a Marconi e formou a RCA (Radio Corporation of América) e Sarnoff foi à luta: para criar uma massa crítica de ouvintes dispostos a comprar seus rádios, era necessário criar estações comerciais, que veiculassem música, notícias e esporte; em 1921, ele conseguiu transmitir a luta Jack Dempsey versus Georges Carpentier, pelo título mundial de boxe - os rádios da RCA fizeram sucesso: 300.000 pessoas ouviram a transmissão e em três anos  mais de um milhão de aparelhos foram vendidos com o nome comercial de “Radiola”.   Mas era preciso mais: em 1926, já como um dos principais executivos da RCA, formou a NBC (National Broadcasting Co.), uma subsidiaria que criaria um grande número de emissoras, gerando ainda mais compradores para os aparelhos; a NBC foi a primeira rede comercial de rádio.
Outra amostra de sua genialidade: os gramofones estavam sendo substituídos, desde 1906, por equipamentos com alto-falantes internos, fabricados pela Victor Talking Machine Co. e comercializados sob a marca “Victrola”;  Sarnoff promoveu a fusão das empresas (surgia a RCA-Victor) e das tecnologias, juntando o rádio e o toca-discos num só móvel e criando os antepassados dos atuais aparelhos de áudio. Ficou famoso o logo da companhia, mostrando um cachorrinho ouvindo a voz de seu dono em um gramofone - "A Voz do Dono" (His master's voice" tornou-se popular também no Brasil.
O sucesso das medidas de Sarnoff levou os investidores à loucura: as ações de RCA chegaram a valer US$ 573,75 cada, até que em 1929 o “crash” da bolsa de New York levou seu preço a US$ 2,25.
Sarnoff tornou-se presidente da RCA em 1930, incentivando pesquisas acerca de televisão, tecnologia que ele já propusera em 1923. Em 1939, quando da inauguração da Feira Mundial de New York, a abertura do “stand” da RCA foi televisionada – era uma nova era que se iniciava, com Sarnoff dizendo que a tecnologia ali mostrada era provisória, que cores, gravação em vídeo, etc., chegariam em breve. A 2a. Guerra Mundial (da qual Sarnoff participou atuando na área de comunicações, chegando a general do exército americano) só permitiu que começassem a ser vendidos os aparelhos domésticos de TV em 1946; em 1951, a NBC começou a transmitir programas em rede nacional.
Enquanto Sarnoff era extraordinário quanto ao entendimento e aplicação da tecnologia, seu grande rival, William Payle, da CBS (Columbia Broadcasting System) era imbatível no que hoje chamamos “conteúdo”; Sarnoff focava na tecnologia, Pailey na programação – e na medida em que tecnologia se tornava uma “commodity” (algo que se podia obter pagando e não investindo em criação), a maior habilidade da CBS em atrair e reter talentos levou-a à vitória no longo prazo: em 1986, cinco anos após a morte de Sarnoff, a General Electric assumiu o controle do grupo RCA, que àquela altura já havia perdido boa parte de seu brilho. 
Hoje a RCA e a NBC são novamente grandes empresas, mas essa já é outra história; o importante é lembrar que talento e dedicação são fundamentais e que a tecnologia, sozinha, não tem grande utilidade.