sábado, 17 de junho de 2017

NÃO GOSTA DE MATEMÁTICA? IMAGINE COMO ERA DIVIDIR CMXII POR LII



Fibonacci
Há não muito tempo o New York Times publicou um texto de Alan Hirshfield, professor da Universidade de Massachusetts, comentando o livro “The Man of Numbers”, do pesquisador Keith Devlin.
O texto nos faz refletir sobre algumas coisas bastante interessantes, começando por lembrar que se ainda vivêssemos sob o Império Romano, é possível que estivéssemos dizendo que setembro é o mês IX, que a taxa de juros está ao redor de XI% e assim por diante; difícil mesmo seria dizer que o Corinthians ganhou do São Paulo por V a....???  Os romanos não tinham o zero!
O desajeitado sistema romano acabou sendo substituído pelo sistema atual, que foi desenvolvido graças aos esforços de inúmeros matemáticos, especialmente indianos e árabes. Na Europa, essa nova tecnologia foi ignorada até 1202, quando Leonardo Fibonacci, publicou uma livro chamdo “Liber Abbaci”, ou “Livro dos Cálculos”, detalhando o funcionamento do novo sistema.
O Stupor Mundi
E o interessante, é que o livro, de cerca de 600 páginas, não era destinado a acadêmicos, mas sim a negociantes, pois demonstrava como o novo sistema facilitaria os negócios; foi um sucesso instantâneo – imaginem como seria calcular o preço de 298 ovelhas vendidas a 139,50 cada uma usando algarismos romanos...
Escolas de cálculo espalharam-se pela Europa; ao que parece, Maquiavel e Leonardo da Vinci foram alunos delas; inúmeros mercadores alemães foram à Itália para aprender a nova tecnologia - o antigo sistema morreu rapidamente e o uso do novo acelerou consideravelmente o progresso comercial e científico.

E como Fibonacci chegou a esse ponto? Aos 15 anos deixou sua cidade natal, Pisa, na Itália, para acompanhar seu pai, um mercador, numa viagem até o porto argelino de Bugia (hoje Bejaia) e ali conheceu o novo sistema; ficou mais de dez anos no Norte da África estudando com matemáticos árabes, até retornar à Europa e escrever seu livro. Foi recebido com honras pelo imperador Frederico II, um intelectual mas também uma figuraça: fazia-se chamar  Stupor Mundi, a Maravilha do Mundo!


O livro aborda outros temas, mas nosso objetivo hoje é lembrar que algo que nos parece tão natural, demorou milhares de anos para ser desenvolvido e como algo que parece também banal, acabou revolucionando o mundo.