terça-feira, 20 de março de 2018

PESQUISADORES DO MIT CRIAM ESTRUTURA QUE SIMULA ÓRGÃOS DO CORPO HUMANO PARA MELHORAR TESTES DE MEDICAMENTOS

Em post recente falamos acerca da criação de cobaias virtuais para testes de medicamentos. A aplicação de ferramentas como essa na farmácia e na medicina parece que vem crescendo rapidamente, felizmente.

Agora, anuncia-se que uma equipe de cientistas do MIT criou um dispositivo que é capaz de replicar o funcionamento de até dez órgãos do corpo humano ao mesmo tempo. O aparelho, que é composto por tecidos ligados por uma plataforma de microfluidos, pode ajudar pesquisadores a testar remédios com mais precisão antes de que eles sejam lançados. 

Segundo o MIT, é a primeira vez que uma plataforma desse tipo se mostra capaz de conectar os diferentes tecidos, criados para replicar os órgãos do corpo humano. Ela é composta por partículas desses tecidos, conectados pelos microfluidos, e por pequenas "bombas" que fazem com que esses microfluidos se movam pelos tecidos, imitando o fluxo de sangue em um corpo humano. 

Cada um dessas partículas dos tecidos é composta por de um a dois milhões de células dos órgãos que eles buscam imitar. Eles ainda não são capazes de substituir um órgão, mas conseguem realizar a maioria de suas funções. Os dispositivos podem ser criados para reproduzir o funcionamento e interação de até dez tecidos humanos: fígado, pulmão, intestino, endométrio, cérebro, coração, pâncreas, rim, pele e músculos ligados ao esqueleto.
De acordo com uma das autoras do estudoLinda Griffith, as melhores aplicações para a invenção são quando ela é usada para simular dois a quatro órgãos. Isso permite que se busque por interações e problemas específicos que drogas experimentais podem causar ao corpo humano. 
Por exemplo: é possível criar um chip ideal para testar remédios voltados para retardar o desenvolvimento da Síndrome de Parkinson. Um chip desses usaria tecidos do cérebro, intestino e fígado, e permitiria estudar se as bactérias que moram no intestino das pessoas têm alguma relação com o desenvolvimento da doença. 
E como o sistema é aberto, os pesquisadores conseguem monitorar com precisão o caminho que a droga faz pelo organismo, desde sua ingestão, passando pelo efeito que ela tem sobre diversos órgãos diferentes, até seu processamento pelo organismo. Isso deve permitir que remédios sejam desenvolvidos de maneira mais rápida, e que seus possíveis efeitos colaterais possam ser melhor conhecidos e controlados.