segunda-feira, 1 de maio de 2017

VIDEODISCO: UM GRANDE FRACASSO

Na área de tecnologia é frequente que produtos em que os fabricantes depositavam muitas esperanças fracassem espetacularmente. 

Um desses fracassos foi o do videodisco SelectaVision, da RCA. Ansiosamente aguardado pelo mercado, foi lançado em 1.981 pela RCA, que gastou 15 anos e US$ 200 milhões (hoje cerca de US$ 600 milhões) em seu desenvolvimento.  

O videodisco, que pode ser definido como um disco de vinil de 12 polegadas que armazenava vídeos (filmes e shows, principalmente), chegou a cinco mil lojas espalhadas pelos Estados Unidos em março daquele ano, embalado por uma campanha publicitária batizada “National Demonstration Week” e que custou US$ 20 milhões, hoje cerca de US$ 60 milhões.

O videodisco tinha uma vantagem sobre os videoteipes da época: qualidade de imagem e som muito melhor e um serviço diferenciado: se a loja não tivesse em estoque o disco desejado pelo cliente, a RCA o enviava rapidamente pelo correio – era um ponto favorável às lojas: não era necessário manter um grande estoque de discos.


Mas havia problemas: o aparelho custava cerca de US$ 500 (hoje cerca de US$ 1.500) e os discos variavam entre 15 e 30 dólares, muito dinheiro para a época - hoje os preços seriam entre 45 e 90 dólares, aproximadamente.

A RCA esperava vender 200 mil desses aparelhos em 1981 e acreditava que o equipamento poderia em dez anos estar em 50% das residências americanas, gerando negócios da ordem de US$ 7,5 bilhões ao ano - US$ 22 bilhões hoje. Isso não aconteceu – o preço era alto e uma nova tecnologia despontava no horizonte, muito mais barata e ainda melhor em qualidade: o CD. Além disso, os videoteipes, principalmente por permitirem pirataria, não saíram do gosto do consumidor.

Em três anos a RCA conseguiu vender cerca de 550 mil aparelhos – em 1984, retirou o produto de linha, tendo perdido US$ 1,5 bilhão no projeto, o que ajudou a empresa a quebrar e ser adquirida mais tarde pela General Electric.