sexta-feira, 5 de outubro de 2018

UMA CAIXA PARA LEVAR DADOS À NUVEM

Costumamos dizer que em Tecnologia da Informação, há "ondas", que vão e voltam - ao menos em sentido figurado. 

Agora parece estar "rolando" uma dessas ondas:  no passado as empresas perfuravam seus dados em cartões que eram levados em caixas aos birôs de serviço, para processamento; agora, seus dados são levados em caixas para serem transportados à nuvem. 

Trata-se de uma nova solução da  Microsoft  para quem não quer consumir muita banda da empresa na hora de subir arquivos para a  nuvem: uma caixa. Anunciada durante o
Ignite, evento da companhia para seus clientes corporativos, a Azure Data Box faz as vezes de um "pen-drive" gigante,  mais seguro e confiável, com direito a criptografia dos dados - ela substitui as caixas em que eram transportados os cartões perfurados.... O dispositivo foi criado apenas para transferir arquivos de um computador para um servidor Azure, mas sem precisar de internet para isso.
Azure Data Box foi revelada no ano passado, mas até agora estava em fase de testes. Ela pesa pouco mais de 20 quilos e armazena até 100 TB. A ideia é que o aparelho cheio de dados seja levado por algum serviço de entregas até a Microsoft e ela mesma faça o upload dos arquivos para um servidor do Azure. São cobrados a locação das caixas e depois, claro, o armazenamento. 

Há uma versão maior da caixa, a Azure Data Box Heavy  com capacidade de um  petabyte, que também foi anunciada durante o evento, mas que ainda está em fase de testes.
Os equipamentos  têm uma página dedicada a eles em português, mas o serviço está, por ora, disponível apenas nos EUA e na Europa. E por mais que tudo isso seja novidade, já há concorrência por lá: a Amazon oferece as Snowballs e até um caminhão, o Snowmobile para levar dados a servidores do AWS e o Google tem os Transfers Appliances.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

5G ENTRA NO AR EM 2019. NO BRASIL, SÓ DEUS SABE...

Estados Unidos, Coreia do Sul, China e outros países correm para ser pioneiros no lançamento da tecnologia 5G em 2019. A tecnologia deve trazer avanços, como a possibilidade de médicos fazerem cirurgias à distância, por meio de robôs conectados à internet. Outra inovação será a popularização da  Internet das Coisas, que permitirá que eletrodomésticos “aprendam” as preferências de seus usuários com o uso de inteligência artificial. 
Na América Latina, porém, o 5G só deve chegar em 2020 e não deve se massificar até 2025, prevê a GSMA, associação global de operadoras móveis. Ainda não se sabe qual será o primeiro país da América Latina a usar o 5G, no  caso do 3G, o primeiro experimento se deu no Chile, e o 4G começou no Uruguai.
O Brasil possui hoje 218 milhões de conexões móveis ativas, sendo 79% em smartphones. Pouco mais da metade (55%) já usa o 4G. Apesar de serem os maiores números da América Latina, segundo a GSMA, os dados refletem o atraso da região. No México, sede da Claro, são 109 milhões de conexões móveis ativas, 63% por smartphones e 24% com 4G.
O avanço em direção ao 5G será lento. Para 2025, a associação prevê que apenas 8% das conexões móveis da América Latina se darão pelo 5G e, inicialmente, em negócios entre empresas e nas conexões máquina a máquina.
Como quase sempre, seguimos na vanguarda do atraso...

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

HP LANÇA IMPRESSORA 3D PARA QUE PRODUZ PEÇAS METÁLICAS

A  HP anunciou sua  linha de impressoras 3D que produz peças metálicas  - é uma tecnologia que começa a amadurecer e tem potencial para revolucionar o ambiente industrial.  
Essas máquinas serão muito caras e devem demorar cerca de dois anos para começarem a ser vendidas; a HP está aceitando reservas ao preço de US$ 400 mil, para entrega em 2020.  As HP Metal Jet 3D não são as primeiras a produzir objetos de metal a partir dum arquivo digital, porém são mais rápidas e  baratas que as da concorrência, o que começa a torná-las interessantes para a indústria, substituindo a técnica de injetar metal líquido em moldes, utilizada hoje. Neste vídeo, Stephen Nigro, executivo da HP, fala sobre o tema. 
Mas essas máquinas permitem personalização do objeto a ser construído, sem os custos e tempos envolvidos na criação de moldes quando essa personalização é necessária; basta alterar o programa que controla a impressora e produzir a nova peça. 
A Volkswagen alemã já tem alguma destas máquinas em teste; por enquanto, produzem peças simples, como o nome do modelo do veículo para ser afixado na parte traseira do mesmo e chaves personalizadas com as iniciais do dono. Por enquanto, são estudos para definir como estas máquinas podem se adequar às linhas de montagem. Os próximos passos são claros:  inicialmente imprimir peças de maior porte, e no futuro,  o carro todo, imprimindo não apenas metais mas diferentes materiais.
Isso deve revolucionar toda a cadeia produtiva e de logística: fábricas, transportadoras, armazéns, lojas,  todos devem ser afetados. O colunista Pedro Doria, do Estadão, da um exemplo mencionando um calçado:  o cliente escolhe um modelo de sapato, um scanner 3D examina seus pés, e ele recebe o sapato no tamanho perfeito e já com palmilha milimetricamente adequada. Para isso, basta ir ao birô de impressão da esquina que "imprimirá" o sapato. A marca venderá não a peça, mas a licença para  a impressão do arquivo digital. Como ficarão todos aqueles que produzem  sapatos e os fazem chegar até a loja? 
Quem constrói pode escolher  no catálogo da fabricante as torneiras que deseja, o vaso sanitário, as luminárias. E as imprime. Serão possíveis texturas, recortes, padrões e cores que a tecnologia atual de injeção em moldes simplesmente não permite produzir a custos aceitáveis. Já há experiências com a compra do projeto da casa inteira. As peças são impressas para serem montadas como um Lego.
Tudo isso deve acontecer em alguns anos, não daqui a décadas. E, como quase sempre acontece, o Brasil não está formando a mão de obra para esta indústria e nem pensando em seu impacto.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

O FUTURO DO TRABALHO


Participamos do programa Clipping Eletrônico, falando sobre o futuro do trabalho, especialmente em função das alterações que estão sendo trazidas pela tecnologia da informação. 

O programa pode ser visto neste link.

sábado, 8 de setembro de 2018

PRESTE ATENÇÃO NAS TECLAS "F" E "J" DE SEU TECLADO

Se você prestar atenção nas teclas "F" e "J" de seu teclado, provavelmente vai  notar nelas duas pequenas saliências, como mostrado na figura ao lado. 

Essas saliências servem para que possamos digitar mais rapidamente e com menos erros - os teclados mais comuns são do chamado padrão QWERTY, em função dos primeiros caracteres que estão em sua linha mais alta de teclas alfabéticas.

Esse teclado foi inventado  por Chiristopher Sholes, que colocou na primeira fila do teclado todas as letras necessárias a se escrever a palavra "typewriter" (máquina de escrever), de forma a que durante demonstrações de sua máquina de escrever, esta pudesse dar a impressão de a datilografia ser ainda mais rápida e sem erros.  

A máquina inventada por Sholes (foto ao lado) teve sua patente vendida à Remington, fabricante de armas que procurava novos mercados e que mais tarde entrou também no ramo de computadores. As máquinas de escrever conquistaram o mercado no final do século XIX, e o teclado de Sholes transformou-se num padrão, que foi aperfeiçoado com a criação das pequenas saliências, quando se buscava datilografar mais rapidamente e com poucos erros - lembremo-nos que  apagar algo datilografado sem deixar marcas era praticamente impossível, diferentemente do que ocorre com os editores de texto de nossos computadores. 

Observem que, se colocarmos nossos dedos indicadores sobre o "F" e o "J", os demais dedos se apoiam sobre as teclas da direita e da esquerda, podendo os polegares acionarem a barra de espaço sendo o "G" e o "H"  facilmente alcançados pelos indicadores. O "F" e o "J" podem ser localizados sem que se olhe para o teclado; em alguns teclados essas saliências são substituídas por pontos.

Muitos teclados já estão saindo de fábrica sem essas saliências, pois na atualidade a datilografia é mais instintiva, mas no passado  elas foram muito úteis, quando escrever à máquina rapidamente e sem erros era muito importante.





segunda-feira, 3 de setembro de 2018

PARECE FOLCLORE MAS NÃO É: PAPEL ALUMÍNIO NOS ROTEADORES

Pode parecer folclore, mas pesquisadores do Dartmouth College, tradicional instituição norte-americana, concluíram que o uso de papel alumínio ao redor de roteadores pode melhorar o sinal wi-fi em ambientes domésticos ou em pequenos escritórios.

A ideia é cercar o roteador com papel alumínio, e deixar uma “abertura” na direção em que se deseja ter o sinal mais forte. Os roteadores domésticos normalmente são omnidirecionais, ou seja, seu sinal é enviado para todos os lados; ao encontrar a barreira de alumínio, o sinal volta e se concentra na direção da abertura. Essas barreiras também podem ser construídas a partir de latas de bebidas.

Os pesquisadores apresentaram uma solução um pouco mais sofisticada: um aplicativo que calcula um formato ótimo para a barreira em função do layout do ambiente onde ela será instalada. A seguir, esta é produzida por uma impressora 3D e recoberta com alumínio, inclusive melhorando a aparência do produto final. 

Há ainda uma vantagem adicional: a barreira pode impedir a propagação do sinal para direções não desejadas, aumentando a segurança da instalação.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

MAIS ROBÔS PODEM SER NECESSÁRIOS




ROBÔS E TROLLS RUSSOS SEMEIAM MENTIRAS SOBRE VACINAS NO TWITTER

A análise de 1,8 milhão de tweets publicados entre julho de 2014 e setembro de 2017 revelou que robôs e perfis falsos baseados em território russo usam o Twitter para diminuir a confiança da população em campanhas de imunização em massa, especialmente difundindo inverdades.

Nos Estados Unidos, principal alvo das notícias falsas, 93% do conteúdo disponível sobre o assunto na rede social contém afirmações hostis à vacinação ou links perigosos – tudo produzido sob medida para combater as campanhas de imunização, que são essenciais para a saúde pública.

São produzidos posts que associam a vacinação a questões polêmicas, como preconceito de classe (a elite recebe vacinas mais puras que as pessoas comuns), sociedades secretas (não tome vacinas, os Illuminati estão por trás delas) e religião (eu não acredito em vacinas, eu acredito na vontade de Deus). 

Os tweets não necessariamente se opõem à prática: alguns zombam dos conspiradores, sempre de maneira ofensiva (não dá para consertar estupidez, deixe que eles morram de sarampo. Eu apoio a vacinação!) - a ideia parece ser dar a entender que há debate acerca do assunto.

Pais desinformados geralmente recorrem à internet para sanar dúvidas sobre a vacinação de seus filhos – e acabam sendo expostos a tantas mentiras que podem acabar pensando que não há consenso cientifico sobre a prática. 

Aqui mesmo no Brasil, a fraca adesão a campanhas de vacinação contra a pólio e o sarampo, por exemplo, já está ajudando a volta do sarampo ao nosso país, doença que era dada como erradicada por aqui. Pela primeira vez em 16 anos, todas as vacinas indicadas a menores de um ano no Brasil  ficaram abaixo da meta do Ministério da Saúde, que prevê imunização de 95% deste público. A maioria tem agora índices entre 70,7% e 83,9% —a exceção é a BCG, ofertada nas maternidades, com 91,4%. Os dados são do PNI (Programa Nacional de Imunizações).  

Temos que tomar muito cuidado com tudo isso e buscar esclarecer aqueles que nos cercam a respeito da importância da vacinação. A infectologista Letícia Lastória, da UNESP- Botucatu falou sobre o assunto à Rádio 9 de Julho - vale a pena ouvir. 

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

ESPECIALISTA FALA DE CIBERSEGURANÇA, RANSOMWARE E CIBERTERRORISMO

Segurança cibernética deve ser uma preocupação de todos, como relata Luiz Milagres, executivo dessa área na empresa de consultoria Ernst & Young (E & Y) em entrevista dada à TV Mackenzie. 

De acordo com relatos históricos, os gregos implementaram uma estratégia única para dominar a cidade de Troia, com a qual estavam em guerra. Após cercar a cidade por uma década, visando resgatar Helena (esposa do Rei de Esparta Menelau, sequestrada por Paris de Troia), os gregos construíam um cavalo de madeira gigante, e esconderam uma tropa de elite no seu interior. O restante do exército retirou-se por mar, levando os troianos a acreditarem que a guerra estava ganha e a trazer para o interior da cidade murada o imenso troféu. Durante a noite, o exército grego navegou de volta, enquanto os soldados escondidos no interior do cavalo abriram as portas da cidade, que foi destruída.
De acordo com o Relatório Global de Risco de 2018 (Global Risks Report 2018) publicado pelo Fórum Econômico Mundial, ataques cibernéticos contra negócios praticamente dobraram nos últimos cinco anos, com significativo impacto financeiro. Uma das modalidades mais utilizadas de ataques é o ransomware (“ransom”, em inglês, significa “resgate”) - e os ransomwares utilizam, em geral, uma técnica de invasão chamada “Cavalo de Troia”. O usuário recebe um e-mail, clica em um link falso e seus dados ficam indisponíveis. A liberação destes dados está condicionada ao pagamento de determinada quantia para o invasor, usualmente em criptomoedas para dificultar o rastreamento. Apenas em 2016, ainda segundo o Fórum Econômico Mundial, mais de 350 milhões novos de tipos de malwares (programas com objetivos nocivos aos usuários) foram detectados, e - pior ainda - qualquer um poderia comprar um “cavalo de Troia” por cerca de quinhentos dólares.
Mas a ameaça é ainda mais séria. Em maio de 2017 o mundo conheceu o ransomware “WannaCry” (traduzindo, “quer chorar”), que se propagou velozmente explorando uma vulnerabilidade do sistema Microsoft Windows que havia sido detectada e publicada alguns meses antes por outro grupo de hackers. A Microsoft disponibilizou as correções necessárias antes do surgimento do WannaCry, mas diversas empresas que não estavam com as atualizações em dia ou que estavam utilizando versões do sistema operacional que não estavam mais sendo suportadas foram infectadas. Poucos dias depois, a solução definitiva para o ataque (que foi originado na Coréia do Norte) foi disponibilizada - mas não antes de mais de duzentos mil computadores em cerca de 150 países serem infectados. Os setores impactados incluíram ministérios, rodovias, bancos, provedores de serviços de telecomunicações, de energia, fabricantes de carro e hospitais.
Isso significa que a própria infraestrutura das cidades - água, luz, esgoto, gás, ferrovias, aeroportos, rodovias, ruas - torna-se perigosamente vulnerável a ataques em uma sociedade conectada e supervisionada por sistemas artificiais. Tais ataques podem ter motivações políticas ou simplesmente pessoais, como no episódio protagonizado por Vitek Boden. Insatisfeito por não ter sido contratado pela companhia de esgotos de uma das regiões do estado de Queensland, na Austrália, Vitek invadiu o sistema da empresa no ano 2000 e fez com que oitocentos mil litros de esgoto fossem jogados em parques e rios do condado de Maroochy, a cerca de cem quilômetros de Brisbane.
O ciberterrorismo já é considerado uma ameaça real por governos ao redor do mundo, e muitos acreditam que as guerras do futuro serão travadas nesta arena. Com bilhões de pessoas e objetos conectados através da Internet das Coisas, torna-se imperativo que governos, empresas e indivíduos estejam cientes destas ameaças e capacitados a obter a proteção necessária.  

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

A ROBÓTICA AJUDANDO AS CRIANÇAS COM AUTISMO

O autismo,  a Síndrome de Asperger e alguns outros distúrbios similares são agora chamados em conjunto de  Transtornos do Espectro Autista – TEA.

Os portadores de TEA   se caracterizam pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos, embora com intensidades diferentes.  O TEA pode ser associado com deficiência intelectual, dificuldades de coordenação motora e de atenção e, na adolescência, seus portadores podem desenvolver ansiedade e depressão.

Algumas pessoas com TEA podem ter dificuldades de aprendizagem em diversos estágios da vida, quer no ambiente escolar quer em atividades  da vida diária, como, por exemplo, tomar banho ou preparar a própria refeição. Algumas poderão levar uma vida relativamente “normal”, enquanto outras poderão precisar de apoio especializado ao longo de toda a vida.

A tecnologia traz agora uma ferramenta que pode auxiliar no tratamento de crianças com TEA: trata-se de um robô desenvolvido por cientistas ligados  à Universidade de Luxemburgo, o QTrobot, que promete se conectar com as crianças por meio de expressões faciais (seu “rosto” é uma tela de LCD), movimentos corporais e conversas, gerando uma    interação envolvendo a criança e os profissionais que a atendem (médicos, psicólogos, pedagogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos etc.), tornando o tratamento mais eficaz , aliviando a ansiedade e reduzindo comportamentos típicos de autistas, como bater palmas com frequência. O robozinho vem com diversos programas educativos que incluem jogos, histórias, coreografias e até atividades esportivas; um vídeo sobre ele pode ser visto aqui. 

Em termos tecnológicos, os fabricantes garantem que ele pode ser facilmente programado e que funciona por horas seguidas. Por enquanto, a novidade só está disponível para profissionais das áreas de  saúde e  educação, mas os pesquisadores estão trabalhando em uma versão que possa ser usada em casa por mães e pais. Para mais informações, é preciso se cadastrar no no site da LuxAi.   

   

terça-feira, 14 de agosto de 2018

O ROBÔ QUE PREPARA 12O PIZZAS POR HORA

A robótica é cada vez mais usada no dia a dia das pessoas. Tanto que ela chegou à produção de alimentos. Um dos exemplos mais interessantes é o da empresa francesa Ekim, que apresentou uma máquina que pretende substituir os pizzaiolos de carne e osso.


A máquina é um robô de três braços que é capaz de preparar 120 pizzas por hora. Dessa forma, ele é três vezes mais rápido que um pizzaiolo humano.

Com investimentos da ordem de 2,2 milhões de euros, a máquina que recebe pedidos via internet. Depois, prepara a pizza, deixando-a pronta para entrega ou retirada pelo cliente, devidamente colocada na embalagem e cortada.

Há um cardápio pré-definido, mas os clientes podem pedir alterações na pizza, desde que sejam utilizados os ingredientes disponíveis. A massa é elaborada manualmente, da forma convencional.

A empresa francesa também está criando uma marca, a Pazzi (loucos, em italiano). Por meio de um sistema de franquia, ela pretende desenvolver uma rede de pizzarias robotizadas, que iniciará suas atividades no final deste ano, na França.

A ideia é vender pizzas com preços entre sete e catorze euros, dependendo dos ingredientes, e funcionar 24 horas por dia. O plano ainda é que sejam pizzarias pequenas, instaladas em lugares com grande fluxo de pessoas, como shopping centers e estações rodoferroviárias.

Aqui, você pode assistir a um vídeo (em francês) do robô pizzaiolo em pleno funcionamento.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Andrew Kay, um pioneiro da informática e o Kaypro II

Andrew Kay
Após formar-se em engenharia pelo MIT, Andrew Kay foi trabalhar no grupo Bendix e logo depois no Jet Propulsion Laboratory, da NASA, onde participou do projeto do Redstone, o primeiro grande míssil balístico americano.
Mais tarde, fundou sua própria empresa, a Non-Linear Systems, uma fabricante de instrumentos digitais famosos por sua robustez e por essa razão utilizados em aplicações de missão crítica, como naves espaciais e submarinos – ali, inventou o primeiro voltímetro digital, um grande avanço tecnológico para a época.

Em 1981, participando da West Coast Computer Faire,  conheceu o primeiro computador “portátil”, criado por Adam Osborne (veja o post “O primeiro computador portátil está fazendo 30 anos”); Kay apaixonou-se pelos portáteis.

Na feira do ano seguinte, Kay apresentou na feira sua própria máquina, o Kaypro II (o “II” para aproveitar o sucesso do Apple II). A máquina era vendida por US$ 1.795, valor hoje em torno de US$ 4.500, pesava cerca de 12 quilos e era chamado por muitos “luggable” (algo como “bagajavel”, equivalente a uma mala) ao invés de portátil; como mostra o anúncio abaixo, dizia-se que o software era gratuito - era uma estratégia de comercialização muito comum na época. 


Na medida em que a empresa de Osborne naufragava, o Kaypro tornou-se  o computador portátil mais vendido no mundo; em 1983, vendia 10.000 máquinas por mês - era a 5ª maior fabricante de computadores do mundo. Tinha usuários ilustres, como  Arthur C. Clarke que usando um deles escreveu “2001 – uma odisseia no espaço”. O empreendedor Stephen Case ligou-o a um modem, dando inicio aos trabalhos que levaram à criação da AOL — America Online, uma das maiores companhias de Internet de todo o mundo.

Mas como acontece com frequência no mundo da tecnologia, Kay cometeu um erro estratégico fatal: demorou a perceber que o MS-DOS tornara-se um padrão, o que acabou levando sua empresa à falência em 1990.

Kay, no entanto, continuou apaixonado por computadores – até os 90 anos continuou produzindo máquinas de forma artesanal, vendendo-as em uma pequena loja no sul da Califórnia.

Morreu em 28 de agosto de 2014, aos 95 anos.  

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

A ADOÇÃO DE UM MODELO ÚNICO DE CARREGADOR DE CELULAR

A União Européia vem estudando medidas para tornar obrigatória a utilização de um modelo único de carregador de celular, após observar a falta de progresso dos fabricantes de celulares em relação a esse objetivo - 14 empresas, incluindo Apple, Samsung, Huawei e Nokia haviam se comprometido a adotar o carregador universal a partir de 2011, o que não aconteceu.
Além das queixas dos usuários acerca do uso de diferentes carregadores para seus telefones, a UE lembra que são geradas mais de  51 mil toneladas de lixo eletrônico ao ano, apenas pelo descarte de carregadores. 

terça-feira, 7 de agosto de 2018

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL MAL USADA PODE GERAR PROBLEMAS

O portal Superinteressante publicou matéria dando conta que no final de 2016, a Amazon lançou o Rekognition, um serviço online que usa inteligência artificial para analisar e classificar imagens. 

No ano seguinte, a empresa começou a oferecê-lo para a polícia: várias cidades dos EUA, como Orlando e Washington County (Oregon), se tornaram usuárias do sistema, que consulta bancos de dados com dezenas de milhões de fotos e consegue reconhecer até 100 pessoas numa só imagem.

Isso despertou o receio de que o Rekognition possa ser usado para monitorar a população e gerou polêmica nos Estados Unidos, onde 70 ONGs assinaram uma carta pedindo à Amazon que pare de fornecer essa tecnologia para uso policial

Mas ele tem uma característica que pode ser ainda pior: é impreciso. Uma experiência feita pela American Civil Liberties Union, uma entidade de defesa dos direitos civis, comparou fotos de todos os congressistas (deputados federais) dos EUA com uma base de dados com 25 mil imagens de pessoas que haviam sido presas. O teste custou apenas US$ 12 (pagos à Amazon pelo uso do serviço).

O robô comparou todos os rostos, e afirmou que 28 dos 425 deputados eram criminosos. O engano significa que, na prática, o Rekognition pode levar a polícia a prender as pessoas erradas. Em alguns grupos, como o de deputados afrodescendentes, a margem de erro foi ainda maior – 40% dos parlamentares injustamente acusados eram negros.

A Amazon se defendeu afirmando que a ACLU usou o software de forma errada, e que a polícia não confia cegamente nele (toda identificação feita pelo sistema tem de ser revisada por um humano).

Com tudo que temos visto sobre políticos, será que o software estava mesmo errado?????

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Serviços online de aluguel de imóveis são pressionados

O New York City Council (NYCC), uma espécie de Câmara Municipal daquela cidade, aprovou, unanimemente, proposta de lei que restringe as atividades do Airbnb e de outros serviços online de aluguel de imóveis.

A ideia é dificultar o aluguel de apartamentos a turistas que visitam New York; segundo o NYCC, esse tipo de aluguel agrava a crise habitacional na cidade, pois os proprietários de imóveis podem ganhar mais alugando-os por curtos períodos do que a pessoas que iriam efetivamente morar neles. Segundo um estudo, esses proprietários ganharam em 2016 um adicional de US$ 616 milhões alugando via serviços online.

Se transformada em lei, a proposta colocaria a cidade em pé de igualdade com lugares como San Francisco, New Orleans, Barcelona e Vancouver, que já têm regras similares às que estão sendo propostas: basicamente, um apartamento apenas poderá ser alugado por períodos inferiores a 30 dias se o proprietário residir no local.

New York é o maior mercado para o Airbnb: cerca de 50.000 apartamentos são regularmente alugados por esse meio – em San Francisco, quando a lei entrou em vigor, os aluguéis feitos com auxílio desse serviço caíram pela metade.

O Airbnb reagiu à proposta afirmando que se trata de medida fomentada pelos hotéis, que estão vendo sua taxa de ocupação cair; a empresa inclusive publicou uma lista de doações eleitorais feitas pelos hotéis aos membros do NYCC.

É mais uma briga resultante do crescimento do uso das modernas tecnologias que, para o bem e para o mal, estão se consolidando.

domingo, 29 de julho de 2018

NOVOS USOS PARA AS CÂMERAS DOS SMARTPHONES

Houve um tempo em que ao lançar um novo modelo de smartphone os fabricantes procuravam superar os concorrentes na resolução das câmeras, que é medida em quantidade de megapixels. Chegou-se ao ponto de haver um aparelho da linha Nokia Lumia com câmera de 41 MP, lançado em 2013.

O frenesi em torno disso ficou para trás depois que o consumidor aprendeu que quantidade de megapixels não é suficiente para garantir boas fotos, e que uma resolução muito alta pode até atrapalhar, gerando arquivos enormes que tomam toda a memória do aparelho. Agora, os smartphones top de linha estacionaram em resoluções que variam de 16 MP a 21 MP e a busca dos fabricantes pela diferenciação entra em uma nova fase: a adoção de inteligência artificial.


Isso acontece porque a câmera deixou de servir  apenas para tirar fotos, mas tornou-se uma ferramenta inteligente com várias funcionalidades. Nessa nova fase, a inteligência artificial está sendo aplicada às câmeras com dois objetivos básicos, melhorar as próprias fotos e transformar a câmera em uma espécie de visor inteligente para a realidade ao redor do usuário, a partir de mecanismos de reconhecimento de imagem e realidade aumentada.

Para o primeiro objetivo, um bom exemplo é o recém-lançado G7 ThinQ, da LG, cujo chipset Snapdragon 845, da Qualcomm, foi treinado com redes neurais para identificar 19 tipos de objetos em cena e, assim, configurar automaticamente os ajustes da câmera para melhorar as fotografias. Paisagens, bebês e comidas são alguns dos tipos identificados. O reconhecimento de imagem é feito offline, ou seja, não precisa de conexão à Internet.

Na Sony, merecem destaque as funcionalidades de auto-foco preditivo e de auto-foco híbrido, presentes nos novos modelos da série Xperia. O auto-foco preditivo consiste na câmera perceber um objeto em movimento e tirar fotos antes mesmo de o usuário apertar o botão. O smartphone analisa e apresenta as melhores fotos para o usuário escolher quais quer salvar. O auto-foco híbrido, por sua vez, rastreia automaticamente o objeto que está sendo fotografado quando ele se move, garantindo que fotos de crianças ou animais sejam tiradas com nitidez.

As maiores inovações, contudo, aparecem na combinação da câmera com o conceito de realidade aumentada. No S9, top de linha da Samsung, a câmera traz uma série de recursos desse tipo. Um deles é um tradutor automático, que converte textos em cena para a língua do usuário em tempo real. Outra funcionalidade é a exibição de pontos de interesse sobre a imagem captada, também em tempo real. Se o usuário apontar a câmera para o céu, ela informa a previsão do tempo; se apontar para o chão, mostra o mapa do local. Há ainda um botão para reconhecimento de imagens, que informa o que a câmera está vendo e oferece links relacionados. Se for um produto à venda na Amazon, permite ir direto para a página de compra. A tecnologia de reconhecimento de imagens do S9 é fornecida pelo Pinterest. O tradutor, os mapas e os pontos de interesse são fruto de uma parceria com o Google.

Motorola, LG e Sony também têm parcerias com o Google, mas para a integração da câmera com o seu recurso de reconhecimento de imagens, o Google Lens.

Para o futuro, é esperado que as câmeras fiquem ainda mais inteligentes e ofereçam uma série de novos recursos, como por exemplo fazendo com que as câmeras sirvam como manuais de instrução. Ao apontar para um produto, este seria reconhecido e instruções de como manuseá-lo ou consertá-lo apareceriam na tela. 

A Sony fala sobre uma pesquisa realizada pela empresa que indica que os consumidores gostariam que a câmera fosse capaz de medir seu corpo para avaliar o tamanho ideal de uma roupa. Uma extensão desse uso seria poder provar virtualmente um vestido, aplicando-o virtualmente sobre a imagem do seu corpo na câmera.

Nessa área, parece que realmente o céu e o limite, e como dizemos, se há 20 anos tivéssemos dito a um fabricante de câmeras que seu produto seria substituído por um telefone, seríamos considerados loucos...

segunda-feira, 23 de julho de 2018

TREM MOVIDO A HIDROGÊNIO ESTREIA NA ALEMANHA

Um trem de passageiros movido a hidrogênio, fabricado pela Alstom, deve começar a rodar em breve na Alemanha, dando sequência aos esforços para eliminar gradualmente o uso do diesel.
O estado alemão da Baixa Saxônia encomendou 14 modelos Coradia iLint da Alstom, segundo o website da empresa, que tem sede em Saint-Ouen, na França. Os trens podem transportar 300 passageiros, chegam a 140 quilômetros por hora e tem autonomia de cerca de 800 quilômetros.
A Alstom tem encomendas, ainda provisórias,  para mais 39 trens, vindas de  de outros três estados alemães, e do Reino Unido, Dinamarca e Holanda. A Alemanha está comprando as unidades para substituir o diesel nos serviços regionais, segmento em que a eletrificação é cara demais ou impraticável, informou o governo nesta semana.
Os trens são mais caros de comprar do que os modelos a diesel, mas são competitivos em termos de custos quando se leva em conta seu ciclo de vida como um todo.  O Coradia iLint utiliza células de combustível que combinam hidrogênio e oxigênio para produzir eletricidade, que é armazenada em baterias de íons de lítio no chassi do trem. Os trens emitem água e vapor como produtos da exaustão; aqui, pode-se ver um vídeo mostrando testes dos trens na fábrica da Alston.
Cerca de 60% do sistema ferroviário nacional da Alemanha é eletrificado, segundo a empresa pública nacional de transporte ferroviário Deutsche Bahn, havendo planos para aumentar essa fatia para 70% até 2025.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

 

CURTISS COMMANDO C-46: MAIS DE 70 ANOS E AINDA TRABALHANDO



Vivemos em uma época em que a tecnologia se renova constantemente. Às vezes, porém, nos surpreendemos com algumas máquinas ainda ativas e operantes, apesar da idade. 

Esse é o caso do avião cargueiro Curtiss Commando C-46 que no início deste mês fez um pouso forçado no aeroporto de Manley Hot Springs, no Alasca. O fato ocorreu em função da parada de um dos dois motores.

O C-46, batizado "Salmon Ella", pertence a uma empresa chamada  Everts Air Fuel in Fairbanks,  sediada em Fairbanks, também no Alasca.

Projetado para uso militar, muito resistente, foi utilizado intensivamente em diversos conflitos; deixaram de ser usados pela USAF em 1968; foi utilizado principalmente para transporte e para lançamento de paraquedistas, tendo sido operado também pela FAB. Foram construídos 3.181 exemplares, entre 1940 e 1945 - ou seja, o Salmon Ella tem ao menos 73 anos de idade, e continua voando no Ártico, como se pode ver neste vídeo

É um belo exemplo de preservação de investimento, sem concessão a modismos.