sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

O PATO DONALD FOI À GUERRA

Nestes tempos de atentados, guerras, manifestações, etc., somos submetidos pela mídia a um verdadeiro bombardeio, ficando muito difícil distinguir o que é informação, contra-informação ou simplesmente propaganda.  Alguém disse que em situações como essas, a primeira vítima é a verdade...

Há algum tempo revi com grande prazer uma peça de propaganda produzida para o cinema – uma aplicação pioneira da tecnologia à propaganda em tempos de guerra. Propaganda assumida, mas de grande qualidade; não é porque se trata de propaganda que deve automaticamente ser qualificada como lixo, ainda mais quando se trata de propaganda de uma causa com a qual nos identificamos: a guerra às ditaduras, e no caso, à ditadura nazi-fascista.

Trata-se de um desenho animado produzido pelos estúdios Disney e lançado em 1943, ano em que ganhou o Oscar na sua categoria.   Originalmente chamado "Donald Duck in Nutziland" (um trocadilho intraduzível, fazendo menção à loucura nazista), foi rebatizado "Der Fuehrer's Face" ou “A cara do Fuehrer”, título da música tema.  

Donald foi o personagem de outros desenhos animados de propaganda durante a 2a. Guerra Mundial, mas este é meu predileto: tem cenas geniais, como as que mostram as dificuldades da vida diária na Alemanha em guerra, com Donald tentando fazer café amarrando um grão do produto num barbante e mergulhando-o em água quente, tentando comer um pão extremamente duro e borrifando aroma de bacon e ovos na garganta. Outras cenas mostram o clima de irrealidade e de loucura do nazismo, com tudo (árvores, casas, nuvens, etc) tomando a forma de suásticas.
  
Porém, a seqüência mais interessante é a que mostra o dia de trabalho do pato numa fábrica de munições: Donald tem que montar as bombas que passam numa esteira rolante, ao mesmo tempo em que ergue o braço numa saudação nazista dirigida à figura de Hitler pintada em cada uma delas, chegando a um ponto em que não consegue mais coordenar seus movimentos ou sequer parar de se mexer, numa feliz alusão ao processo de robotização a que eram submetidos os que trabalhavam para os nazistas.


Vinicius de Morais, que durante muito tempo foi crítico de cinema, escreveu um artigo elogiando o desenho, publicado no jornal carioca “A Manhã” de 5 de maio de 1943. Curiosamente, os estúdios Disney atualmente evitam mencionar ou de alguma forma exibir essa produção, talvez tentando ser “politicamente corretos”.

Finalmente, tudo termina bem: Donald estava tendo um pesadelo, e quando acorda está coberto pela sombra da Estátua da Liberdade...  Liberdade que esperamos prevaleça para todos nós.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

ESFEROGRÁFICAS: MUITA TECNOLOGIA NA VIDA DIÁRIA

BIC: talvez as mais populares
As esferográficas são consideradas algo absolutamente banal em nossa vida cotidiana: sua onipresença e preços baixíssimos fazem com que não associemos a elas nenhuma tecnologia mais sofisticada. Sua história, no entanto,  é muito interessante; podemos conhecer um puco mais dela aqui.

Mas há uma parte das canetas que é extremamente sofisticada em termos tecnológicos: sua ponta, cuja fabricação requer conhecimentos que até o momento só eram detidos por potências industriais como Alemanha e Japão, uma limitação que a China conseguiu agora  superar após anos de pesquisa.

Uma fabricante do país e uma das maiores siderúrgicas do mundo, a Taiyuan Iron & Steel (Tisco), anunciou que, após cinco anos de trabalho, tinha conseguido desenvolver uma bolinha (ball), o dispositivo que aplica a tinta no papel quando a pessoa escreve, de tão boa qualidade como as importadas, o que foi comemorado no país como se fosse um avanço na tecnologia espacial.

Dentre as mais sofisticadas
Não é para menos. A China é a maior fabricante de canetas do mundo, com três mil empresas dedicadas à atividade, e que, durante anos, teve que importar as pontas, que são patenteadas e, por isso, as companhias chinesas tinham que desembolsar  bilhões de dólares para importá-las, o que contribuía para reduzir a margem de lucro dos empresários.

A China produz 38 bilhões de esferográficas por ano, mas as empresas lucravam apenas 10 centavos de iuan por cada uma delas, cerca de 5 centavos de real; no varejo,  as canetas mais simples são vendidas por um preço 20 vezes maior.  

Li Keqiang
As dificuldades da China de produzir uma caneta 100% nacional foram por anos motivos de inconformidade e até de vergonha para os líderes do país. Há cerca de um ano, o primeiro-ministro Li Keqiang se queixou publicamente do fato: “as (canetas) fabricadas aqui escrevem de forma mais áspera”, reclamou Li em um seminário econômico em Pequim, o que reflete a obsessão do governo por um assunto aparentemente banal.

Em 2011, foi lançado um programa nacional de investimento em pesquisa que envolveu a Tisco e outras companhias. O governo fez um aporte de US$ 8,6 bilhões em quatro anos para desenvolver a tecnologia.

Fabricar uma ponta de caneta perfeita, destacava nesta semana a agência de notícias chinesa “Xinhua”, requer aço de uma qualidade especial que deve ser submetido a mais de 20 processos para ficar pronto.

Nesses processos são acrescentados “microelementos especiais”, destacou a “Xinhua”, sem dar mais detalhes de um segredo quase tão guardado como o da receita da Coca-Cola, e que a Tisco demorou muito tempo para dominar.  

Agora, a empresa, ao lado da fabricante Beifa, descobriu como obter o efeito tão desejado: “as pontas são à prova de desgastes, com excelente escrita e podem substituir completamente as importadas”, garantiu o diretor do laboratório de testes daa Beifa, Hu Shengyang.

A China, que até agora dependia principalmente da importação do produto do Japão, deve substituir as compras pela produção nacional.

O país fixou oficialmente a meta de ser um “líder nacional em inovação” antes de 2030, e isso passa por todos os tipos de produtos - novidades podem chegar a qualquer momento.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

VOCÊ USA UMA DESSAS SENHAS? CUIDADO!

O Portal Supertinteressante publicou matéria de Giselle Hirata, tratando de segurança em relação às senhas que utilizamos em nossos dispositivos eletrônicos.

A matéria dá conta que em 2016 as senhas mais comuns eram as que se seguem, e que podem ser MUITO facilmente hackeadas, com as consequências de praxe:
  • 123456
  • 123456789
  • qwerty
  • 12345678
  • 111111
  • 1234567890
  • 1234567
  • password
  • 123123
  • 987654321
  • qwertyuiop
  • mynoob
  • 123321
  • 666666
  • 18atcskd2w
  • 7777777
  • 1q2w3e4r
  • 654321
  • 555555
  • 3rjs1la7qe
  • google
  • 1q2w3e4r5t
  • 123qwe
  • zxcvbnm
  • 1q2w3e
Uma pesquisa, realizada  por uma empresa de segurança digital, analisando mais de 10 milhões de senhas descobriu serem essas as mais comuns, e consequentemente as mais vulneráveis.

Para se proteger, ao criar senhas, recomenda-se:

NÃO USAR: 

  • senhas baseadas em sequências;
  • datas especiais, número da placa do carro, nomes e afins;
  • senhas relacionadas aos seus gostos, trabalho ou hobbies;
  • palavras que estão ao seu redor;
  • senhas parecidas com as anteriores; e


USAR: 

  • misturas de letras, símbolos especiais e algarismos;
  • letras maiúsculas e minúsculas
  • uma quantidade de caracteres superior ao recomendado
  • regras para criar suas senhas e não esquecê-las
  • sentenças que podem virar siglas. Ex.: “Paguei 20 reais no CD do Bon Jovi”, que se transforma em “P20R$nCDdBJ”


PARA PROTEGER SUAS SENHAS

  • não as anote
  • não use a opção de "lembrar senha" em computadores públicos
  • em computadores públicos ou do escritório, não utilize a opção de "inserir senhas automaticamente", "lembrar senha" ou equivalente que muitos sites e navegadores oferecerem.  
  • sempre clique em Sair, Logoff ou equivalente
  • se possível, não utilize suas senhas mais importantes em computadores públicos ou redes desconhecidas
  • sempre que possível, evite acessar serviços muito importantes para você em computadores públicos . Ao digitar a senha, verifique se você o faz no campo correto
  • mude sua senha periodicamente
  • não use a mesma senha para vários serviços
  • para cada serviço que você usa, utilize uma senha diferente
  • jamais compartilhe as suas senhas, mesmo com gente íntima
  • cuidado com e-mails ou sites falsos que pedem a sua senha.
No mais,  


sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Invenção de R$ 0,70 pode mudar medicina em países pobres

O Portal Wired (https://www.wired.com/2017/01/paperfuge-20-cent-device-transform-health-care/) relata que uma invenção que custa cerca de R$ 0,70 pode mudar a medicina e salvar vidas em países pobres e locais sem infraestrutura. A criação foi batizada de "Paperfuge", uma junção de paper (papel) e centrifuge (centrífuga).


Ele foi desenhado por pesquisadores da Stanford University. Um deles, Manu Prakash, um professor assistente de bioengenharia , tem como linha de pesquisa a criação de soluções baratas com foco no cuidado da saúde em países pobres.

O Paperfuge se encaixa bem nesse trabalho: seus materiais saem por cerca de 20 centavos de dólares (perto dos 60 centavos brasileiros) e pode ter grande impacto no mundo.

As centrífugas são equipamentos cruciais para a detecção de portadores do vírus HIV, confirmação de casos de malária, entre outros procedimentos médicos.

Para funcionar, as centrífugas precisam de espaço (são geralmente grandes), eletricidade e dinheiro. “Um bilhão de pessoas em nosso planeta vivem sem eletricidade, infraestrutura, estradas e qualquer tipo de assistência média”, diz Prakash em um vídeo produzido por Stanford.

Inspirado em um antigo brinquedo, o novo apetrecho substitui as centrífugas no trabalho de separar o plasma do sangue. Ao colocar um fino tubo de vidro preenchido com sangue e  acionar o Paperfuge, o conteúdo gira a uma grande velocidade.

Alguns testes mostraram que a amostra de sangue pode girar a até 125.000 rpm (rotações por minuto). Para comparação, uma centrífuga profissional fira a 15.800 rpm.

Veja abaixo um vídeo (em inglês) em que o Prof. Manu Prakash fala sobre o Paperfuge:


quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

HONDA CRIA MOTO QUE PARA EM PÉ E ANDA SÓZINHA

Honda lançou na CES 2017, a maior feira de eletrônicos de consumo que aconteceu em Las Vegas de 5 a 8 de janeiro deste ano, uma moto  que para em pé e anda sozinha; a máquina (ainda um conceito), ganhou vários prêmios  na feira.

A tecnologia que da essas características à moto, é chamda Honda Riding Assist e é  uma versão   do sistema de equilíbrio do Asimo, o robô humanoide da Honda. Ela aumenta a segurança na hora de estacionar a moto ou manobrá-la entre os carros em baixa velocidade. Quando o Riding Assist (que ainda não tem previsão de lançamento comercial) está ativado, o veículo também é capaz de andar, lentamente, sozinho. É o primeiro passo para o desenvolvimento de motos autônomas, capazes de rodar sozinhas pelas ruas.

O sistema é ativado automaticamente quando a moto está em baixa velocidade, abaixo de 5 km/h. Primeiro, a suspensão frontal se desloca alguns centímetros para a frente, reduzindo o centro de gravidade do veículo e aumentando sua estabilidade. Em seguida, o sistema monitora a inclinação da moto – e mexe a roda da frente milhares de vezes por segundo para contrabalançar as inclinações e fazer com que o veículo pare em pé sozinho. 

O vídeo abaixo, mostra a tecnologia em operação:


 

domingo, 8 de janeiro de 2017

JAMES BOND NO BRASIL?

Não se trata exatamente de tecnologia, mas a históra é boa: no início dos anos 40, a guerra se espalhava pelo mundo. O Brasil, sob a ditadura Vargas, adotava uma posição dúbia: ora parecia apoiar os alemães e italianos, ora os ingleses, ora dava sinais de que permaneceria neutro.

O SM.82
Enquanto o Brasil não decidia a quem apoiar, empresas ligadas aos países em guerra operavam no país. Uma dessas era a LATI (Linee Aeree Transcontinentali Italiane), companhia aérea italiana que ligava Roma a Buenos Aires, com oito escalas, duas delas no Brasil: Rio de Janeiro e Recife ou Natal; os aviões utilizados eram os Savoia Marchetti, sendo que o último modelo utilizado, o SM.82 tinha capacidade para 12 passageiros, carga útil de 775 kg. e autonomia de 4.800 km a 4.000 metros de altura, com uma velocidade de cruzeiro de 250 km/h.

As atividades da LATI preocupavam o serviço secreto inglês: ela transportava agentes, produtos de uso militar, material de propaganda, etc. Os pilotos italianos também  informavam  os submarinos alemães e italianos acerca da posição de navios ingleses.

Apesar das pressões inglesas no sentido de que o governo brasileiro proibisse as operações da LATI, nada era feito nesse sentido. Além da posição dúbia de Vargas,  o fato de um de seus genros ser diretor da LATI no Brasil talvez possa explicar essa inércia. Era digno de nota o fato de ser a americana Standard Oil quem fornecia  combustível aos aviões italianos – os americanos, apesar de ainda fora da guerra, eram francamente pró-Inglaterra, mas afinal, negócios são negócios...

Percebendo que as pressões não surtiriam  efeito, os ingleses conceberam um plano: lançar Vargas contra a LATI. O plano foi executado por agentes ingleses e canadenses, com a ajuda involuntária de americanos e poderia perfeitamente servir como enredo para um filme de aventura – afinal, Ian Fleming, o criador de James Bond, trabalhava para o serviço secreto de Sua Majestade, em contato com os canadenses.

A ideia era forjar uma carta do presidente da LATI, Aurelio Liotta, dirigida ao diretor geral da empresa no Rio, o comandante Vincenzo Coppola. A carta deveria conter termos ofensivos a Vargas e aos brasileiros, de forma a tornar insustentável a posição da empresa no Brasil. Mas para que não surtisse efeito contrário ao desejado, deveria parecer autêntica.

O plano começou a ser executado com o roubo dos arquivos da LATI de uma carta assinada pelo presidente da companhia, que foi levada para o Canadá, onde se produziu um papel timbrado idêntico ao utilizado pela empresa. 

A carta original fora escrita em uma máquina Olivetti; uma máquina dessa marca teve seus tipos ajustados para produzir escrita idêntica à original. Ela mencionava um (falso) golpe contra Vargas que estaria sendo preparado pelos integralistas com o apoio dos alemães, chamava o ditador de "grassoccio" (gorducho) e os brasileiros em geral de "scimmie" (macacos).


O próximo passo  foi  fazer a carta chegar a Vargas. Os agentes ingleses no Rio contrataram um ladrão para que  furtasse alguns objetos da casa de Coppola; o comandante deu parte à polícia e o assunto foi aos jornais, que era exatamente o que os ingleses queriam.

Um brasileiro que trabalhava para os ingleses, simulando ser o ladrão, procurou um jornalista americano, propondo-lhe vender a carta, que teria “encontrado” na casa. O jornalista  aceitou e repassou-a ao embaixador americano,  que a levou pessoalmente a Vargas; este não teve alternativa: o último voo da LATI ocorreu em 19/12/41 – foram 211 viagens.


Os bens da empresa foram confiscados e seus empregados italianos internados, menos um: o comandante Coppola, que na véspera do fechamento da empresa, sacou todo o dinheiro da companhia de um banco do Rio (cerca de um milhão de dólares, hoje cerca de dezessete milhões) e desapareceu. Mais tarde, foi preso tentando cruzar a fronteira argentina, tendo sido condenado a sete anos de prisão (que não se sabe se foram cumpridos) e  multado em 85 mil dólares por infração das leis brasileiras, multa que não se sabe se foi paga. Parece que o crime compensou!

sábado, 7 de janeiro de 2017

WATSON: SOFTWARE SUBSTITUINDO PESSOAS

O Watson,  produto da IBM que a empresa define como uma plataforma de computação cognitiva, substituirá 34 funcionários de um escritório de seguros no Japão, de acordo com o jornal The Mainichi.
Essa plataforma é um software de análise de dados com inteligência artificial, que ajuda gestores a tomarem decisões, entre outras centenas de funções - neste blog já apresentamos o Watson atuando na cozinha. Essencialmente, ele “pensa” como um ser humano e consegue interpretar textos, áudios, imagens e vídeos.
O Watson vai começar a atuar neste mês na Fukoku Mutual Life Insurance Company lendo documentos médicos e determinando pagamentos com base em informações sobre acidentes, ferimentos, históricos e procedimentos médicos.
O investimento inicial do projeto é de 1,7 milhão de dólares, com custo de manutenção anual de 128 mil dólares. A empresa espera poupar 1,1 milhão de dólares por ano com o uso do IBM Watson. 
Um exemplo do uso do Watson no Brasil é no  Bradesco. O Watson aprendeu o nosso idioma e a companhia ensinou o sistema a responder mais de 50 mil perguntas dos funcionários sobre suas rotinas de trabalho - é possível acreditar que em breve passe a substituir funcionários de call center.
O Fórum Econômico Mundial prevê que a inteligência artificial pode eliminar mais de 7 milhões de empregos nas 15 maiores economias nos próximos anos. Enquanto essas plataformas realizam trabalhos repetitivos, humanos podem ter mais tempo livre para executar tarefas que exigem mais “humanidade” - tomara que seja verdade...

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

UM MEGA (OU SERÁ TERA?) PEN DRIVE


No Consumer Electronics Show que está sendo realizado em Las Vegas, a Kingston anunciou o lançamento do pen drive com a maior capacidade do mundo. 

Chamado de DataTraveler Ultimate GT, o dispositivo tem duas opções de capacidade de armazenamento: 1 ou 2 TB (terabytes) - ou seja, ele oferece mais espaço do que muitos notebooks que estáo no mercado mercado. Vale lembrar que um terabyte equivale a 1000000000000 de bytes (1.012bytes), ou 1.000 gigabytes e que são comuns pen drives de 16 gigabytes.

O dispositivo tem um revestimento de zinco, que promete maior durabilidade e começará a ser vendido em fevereiro deste ano; a Kingston ainda não informou o preço do pen drive e em quais países ele será vendido.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

SUSTENTABILIDADE: INDÚSTRIA 4.0 IMPULSIONA A RECICLAGEM DO AÇO

O portal Exame.com publicou matéria dando conta de que cerca de 30% de todo o aço produzido no Brasil é feito a partir de sucata - no mundo, mais da metade da produção deve sair da sucata até 2050.

Já consolidado no Brasil, o processo de reciclagem do aço ganhou um impulso extra com o inovador conceito de indústria 4.0, que permite às empresas desenvolver técnicas modernas de reaproveitamento, gerando benefícios econômicos e sociais.

O conceito de indústria 4.0 nasceu na Alemanha, em 2011, e marca o início da quarta revolução industrial. A união do conceito de Internet das Coisas com a digitalização industrial traz inteligência à manufatura e abre um universo de possibilidades para diferentes tipos de indústrias. Máquinas interconectadas trocam comandos entre si, armazenam dados na nuvem, identificam defeitos e fazem correções praticamente sem precisar de intervenção humana.

Os processos de reciclagem começam a se beneficiar com o uso de tecnologias móveis e de inteligência artificial, que devem revolucionar o processo de reciclagem ao redor do mundo. 

Já sistemas de monitoramento e diagnóstico online ajudam a antecipar falhas nos equipamentos, o que aumenta a produtividade e reduz os custos do processo de produção do aço. “Os sistemas inteligentes devem ser usados em massa nas indústrias em até dez anos”, afirma Rodolpho Simas, gerente de sustentabilidade da área de assessoria de riscos da consultoria Deloitte.

Sistemas inteligentes podem impulsionar a reciclagem do aço e inserir essa indústria na chamada economia circular. A ideia é seguir o processo cíclico da natureza, em que restos de frutas consumidas por animais, por exemplo, se decompõem e viram adubo para as plantas. Para a sociedade, é importante que os impactos causados pelo ser humano ao meio ambiente sejam minimizados. Isso pode ser feito com a circulação mantida por mais tempo dos recursos extraídos da natureza.

Segundo Fernando Pessanha, diretor de matérias-primas da Gerdau, produtos que usam aço, como geladeiras e automóveis, são desmontados e regenerados, no lugar de serem simplesmente descartados. “Isso é possível porque o aço é infinitamente reciclável. Assim, qualquer que seja o formato final do produto de aço, a sua sucata pode ser transformada inúmeras vezes em um novo aço, sem perder a qualidade. 

Mais qualidade de vida

Não são apenas as empresas que lucram com processos produtivos inteligentes. O planeta também agradece. A indústria 4.0 contribui para diminuir a extração de
materiais não renováveis, como a bauxita, fundamental para a produção de alumínio. “De todos os sistemas de reciclagem, o que está com mais força econômica é o do metal, devido à dificuldade de obter o produto na
natureza”, afirma Rosani Novaes, professora do curso de engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie de Campinas.

A reciclagem também reduz o volume de lixo depositado em locais inapropriados e minimiza a emissão de gases formadores do efeito estufa, como o gás carbônico (CO2). “A indústria brasileira do aço já dispõe de painéis que monitoram os níveis de emissões de combustíveis fósseis”, diz Simas, da Deloitte. Assim, se um equipamento poluir acima do limite permitido, ele é automaticamente bloqueado, até que seja feita uma manutenção.

A melhoria nos processos de reciclagem traz ainda benefícios para a população, ao ampliar a demanda por coleta seletiva nas cidades. Com o surgimento de novas iniciativas que educam sobre a separação adequada do lixo e a estimulam, aumenta o número de cidadãos que são conscientizados e convidados a mudar de hábitos. “O processo de coleta feito hoje é praticamente artesanal”, afirma a professora Rosani. “Cada morador consciente faz a separação do lixo. E mesmo que a coleta seja municipal, não acontece em todos os bairros.” O indivíduo é o protagonista o tempo todo nesse processo, pois é com ele que a reciclagem se inicia. 

Raul Prado (à esquerda), recebendo seu prêmio
Alias, o Mackenzie tem tradição em preocupações com sustentabilidade: o aluno Raul Prado, da Faculdade de Computação e Informática foi recentemente um dos vencedores do Hackathon Mais de Sustentabilidade, desenvolvendo um aplicativo de apoio à coleta seletiva.

Iniciativas que unem a sustentabilidade ao ritmo tecnológico do mundo moderno devem crescer nos próximos anos, dando um novo recomeço aos resíduos que antes acabavam no lixo. A economia lucra com o fim do desperdício, e o meio ambiente também.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

AVIAÇÃO: UM REDUTO DE MALUCOS?

A aviação sempre foi um reduto de malucos apaixonados pela tecnologia e pela aventura. Essa é uma verdade, assim como é verdade que sem esses malucos, ainda estaríamos presos à Terra.

O americano Clyde Pangborn era um desses malucos: servira como instrutor de voo na 1ª Guerra Mundial e acabou criando uma pequena fábrica de aviões que quebrou quando a crise de 1929 levou  a economia dos Estados Unidos à Grande Depressão.

O também americano Hugh Herndon Jr. era um playboy amigo de Pangborn e sob o comando deste, resolveu participar da tentativa de quebrar o record de velocidade na volta ao mundo, que pertencia ao dirigivel alemão Graf Zeppelin – em função de atrasos, decidiram abandonar a tentativa quando se aproximavam do Japão, pilotando um avião Bellanca Skyrocket, batizado “Miss Veedol”. Por terem feito nesse vôo filmes e fotografias  que mostravam instalações militares japonesas, foram detidos naquele país; depois de interrogados, foram libertados e informados de que deveriam deixar o Japão e não retornar; se decolassem e voltassem seriam condenados.

Nesse momento, resolveram unir o útil ao agradável: tentariam ganhar o prêmio de US$ 25 mil (hoje cerca de US$ 360 mil) que um jornal japonês prometera a quem fizesse o primeiro voo sem escalas daquele país aos Estados Unidos.

Em 4 de outubro de 1931, o Miss Veedol decolou de Misawa, cidade ao norte de Tóquio, rumo a Seattle, situada a 5.500 milhas de distância – seria um vôo 2 mil milhas mais longo que o de Charles Lindbergh, que fora o primeiro a cruzar o Atlântico voando dos Estados Unidos à França em 1927.

O pequeno avião, com apenas um motor fora modificado para carregar 930 galões de combustível. Mas havia um pequeno problema: se os ventos fossem adversos ou houvesse qualquer contratempo, o combustível não seria suficiente, e pousar no mar naquela época era morte certa. Os pilotos  fizeram cálculos e concluíram que se o avião não tivesse trem de aterrissagem, a melhor aerodinâmica lhes daria uma velocidade adicional de 15 milhas por hora e mais 600 milhas de autonomia – em 1931 não existiam trens de aterrisagem retráteis.

Foi mais ou menos isto que Pangborn fêz

Mas isso não era problema para Pangborn e Hemdon: desenvolveram uma gambiarra que permitiria que, logo depois da decolagem, o trem de aterrisagem fosse ejetado – ao chegarem aos Estados Unidos, pensariam em como levar o Bellanca para o solo.

Decolaram e acionaram a gambiarra, que funcionou pela metade: as rodas caíram, mas a estrutura do trem não, o que tornava a aterrisagem uma tragédia certa. Mas isso era um problema simples para Pangborn: voando a 14 mil pés sobre o mar,  tirou os sapatos, apanhou algumas ferramentas, saiu do avião e, trabalhando em cima dos suportes de cada asa, soltou a estrutura, que caiu ao mar.
O voo ocorreu sem novidades, e depois de 40 horas o Miss Veedol passou a sobrevoar o território americano. Pangborn (na foto, de chapéu, com Herndon à sua direita) resolveu mudar o destino: ao invés de ir a Seattle, voou mais uma hora e foi a Wenatchee, no estado de Washington, onde passara a infância e onde ainda vivia sua mãe. Ali, pousou de barriga, tendo o avião sofrido apenas pequenos danos.

Voos sem escala entre o Japão e os Estados Unidos voltaram a acontecer apenas depois da 2ª Guerra Mundial. Pangborn morreu em 1958, após ter voado mais de 24 mil horas como piloto do correio aereo, da RAF durante a 2º Guerra e de testes.    

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

ESPELHO, ESPELHO MEU - EXISTE ALGUÉM MAIS BONITA DO QUE EU??????

Além de produtos como cremes e shampoos, chega ao uso doméstico uma nova tecnologia voltada à beleza, o Hi-Mirror, o primeiro espelho inteligente.
O Hi-Mirror é um dispositivo formado por uma tela de LCD e uma câmera, posicionados no centro de um espelho convencional. Ele tira fotos diárias da usuária, analisando problemas de pele como rugas, manchas, olheiras e poros. O objetivo é perceber as mudanças na pele, para que a usuária tome as providências que julgar necessárias.
Caso algum problema de pele seja detetado, a pessoa só precisa se conectar ao espelho, por meio da tela LCD, para obter dicas dadas   pelo próprio sistema do espelho, que ainda fornece a previsão do tempo e integração com o Spotify – para colocar músicas enquanto se toma banho...
O aparelho custa US$ 189, diretamente no site do fabricante.  A empresa fabrica outros equipamentos, como uma balança inteligente, por exemplo. 
O vídeo abaixo, traz mais informações sobre esses produtos:

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

GOOGLE AJUDA A PRESERVAÇÃO DE FOTOS IMPRESSAS

O Google lançou no último dia 16 um aplicativo que ajuda as pessoas a salvar as suas fotos antigas impressas.
Chamado de PhotoScan, o novo serviço   permite que o usuário escaneie suas fotos impressas com um smartphone e então as salve na sua biblioteca do Google Photos.
Para usar o PhotoScan, basta apontar a câmera do celular para uma foto, posicionando-a dentro da moldura. Em seguida, é só pressionar o botão principal para começar a digitalização e esperar o aplicativo fazer todo o trabalho.
De acordo com o Google, o app consegue até mesmo detectar as bordas da foto, endireitar a imagem, eliminar brilho e recortar a foto da maneira correta com o uso de inteligência artificial.
Após o processo ser finalizado, é possível acessar e editar as imagens diretamente pelo app do Google Photos, que já está disponível para Android e iOS.
O vídeo abaixo fala da nova ferramenta, mostrando como ela substitui os scanners convencionais:


domingo, 20 de novembro de 2016

IMAGINACTIVE, PENSANDO O FUTURO: A MOTO SEM PILOTO

Charles Bombardier é um engenheiro, membro da família que dirige a Bombardier, empresa que produz aviões e trens, entre outros produtos - é um grande concorrente da Embraer.

Desde 2013 Bombardier mantém a Imaginactive, uma ONG que pretende divulgar conceitos acerca de novos meios de transporte - o objetivo é, sem se preocupar com aspectos industriais e de custos, lançar ideias que possam, em suas palavras, "inspirar as novas gerações a sonhar, acreditar e construir os veículos do futuro". 


Recentemente, a Imaginactive divulgou o conceito da Brigade, uma motocicleta sem piloto que pode ser usada para fiscalização do trânsito, liberando policiais e outros responsáveis por esse trabalho para outras funções. 


A máquina carregaria câmeras, sensores, geradores de som e outros gadgets, e não “cairia” por dispor de um giroscópio. Patrulharia as ruas buscando coisas como veículos com licenciamento vencido e estacionamento em lugares proibidos; poderia produzir notificações de multa com imagem do veículo, encaminhando essas notificações por email ou outros meios.


Os motoristas de veículos trafegando em velocidade excessiva seriam alertados por sinais luminosos e sons emitidos  pela Brigade – se o motorista não reduzir a velocidade a polícia seria alertada para entrar em ação.
A imagem que ilustra este post foi produzida pelo desenhista industrial Ernesto Arndt, de Montreal.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

POR QUE VIAGENS DE AVIÃO DEMORAM MAIS HOJE DO QUE HÁ 50 ANOS?


O senso comum nos leva a crer que com o aumento da velocidade dos aviões, as viagens aéreas vão se tornando mais rápidas. 

Isso tem alguma lógica - no final dos anos 1930, ao lançar a linha São Paulo-Rio, a VASP informava que a viagem demoraria 90 minutos - hoje, esse tempo é bem menor (ao menos o tempo de voo...). 

O site  DepartedFlights mostra que isso, quase sempre, não se traduz em viagens mais rápida para todos. Mostra como em 1970, um voo de Nova York a Houston costumava levar aproximadamente 2 horas e 37 minutos. Hoje, leva 3 horas e 50 minutos, 1 hora e 13 minutos a mais.

Segundo vídeo publicado pelo Business Insider, o principal fator que torna os voos de hoje  mais lentos do que os de décadas atrás é a economia das companhias aéreas com combustível. 

O gasto de energia dos aviões cresce de forma exponencial à medida que sua velocidade aumenta linearmente; assim, a redução do tempo nas alturas com uma viagem mais rápida não é o suficiente para compensar o maior consumo de combustível.

Em 2008, uma reportagem da Associated Press revelou que a companhia aérea JetBlue economizou 13,6 milhões de dólares apenas aumentando em dois minutos o tempo médio de seus voos.

“Companhias aéreas podem poupar milhões por ano voando mais devagar”, afirma o vídeo. Ainda por conta do alto custo com combustível, as empresas têm tentado tornar os voos cada vez mais leves, motivo pelo qual cobram taxas pelo excesso de bagagem dos viajantes.

Outra razão que contribui para que os voos pareçam mais longos é uma tática usada pelas companhias aéreas: para evitar que os voos atrasem, as empresas acrescentam alguns minutos na previsão de chegada - assim, quando chegamos mais cedo que o planejado, não é porque o voo está adiantado, mas sim, porque ele não atrasou.



terça-feira, 1 de novembro de 2016

ACESSO À INTERNET A PARTIR DE SMARTPHONES E TABLETS SUPERA O ACESSO VIA COMPUTADORES

Pela primeira vez, em outubro de 2016, o acesso à internet a partir de smartphones e tablets excedeu o uso por meio de computadores, informou nesta terça-feira, 1º, a companha de análise independente StatCounter.

Dominada por PCs, o uso de internet vem de caindo desde 2009, mas ainda se mantinha à frente. Foi só apenas no mês passado que o jogo virou. Celulares e tablets passaram a responder por 51,3% do consumo de conteúdos conectados.

Apesar disso, os computadores ainda tem um grande papel a cumprir na área, conforme vídeo abaixo: