A revista Wired publicou (http://www.wired.com/autopia/2010/05/15-agonizing-automotive-atrocities/all/)
uma lista dos piores carros de todos os tempos, o que nos dá uma ideia de alguns desastres
tecnológicos na área.
Como pior de todos é citado o Yugo. Oficialmente chamado Zastava Koral,
era uma versão do Fiat 127 fabricada na antiga Iugoslávia entre 1980 e 88. Houve
uma tentativa de vende-lo nos Estados Unidos, seu preço era atraente, US$ 3.990. Sua
carreira chegou ao fim naquele país quando, testado pela influente revista “Consumer
Reports” , esta recomendou aos seus leitores que optassem por um carro
usado. Além disso, é interessaste pensar
como, naqueles tempos de Guerra Fria, um carro fabricado em um país comunista
poderia fazer sucesso na terra do arqui-inimigo e pátria da indústria
automobilística moderna.
Outra das “bombas” era um velho
conhecido nosso, o Renault Dauphine (1956-1967). Wired diz (e todos
sabemos), que o carro tinha um motor pouco potente e tendia a enferrujar.
Segundo a revista, poderia chegar a 70 milhas por hora (cerca de 110 kmh.), mas
não era recomendável fazê-lo passar de 35 mph. em locais onde houvesse vento ou
curvas... Apesar disso, a revista reconhece que nenhum carro vendeu um milhão
de unidades na Europa tão rápido quanto o Dauphine, onde era anunciado como um carro do futuro...
Outra coisa terrível foi o Trabant, fabricado na Alemanha Oriental entre 1957 e 1991. Consumia pouco, mas tinha um motor altamente poluente. O Trabant (companheiro de viagem em alemão) ou Trabi, como era carinhosamente chamado pelos alemães, tinha uma carroceria de plástico reforçado com fibras de madeira e restos de tecido e algodão,que era similar à fibra de vidro, mas de fabricação mais barata. Seu processo de reciclagem gerava fumaça altamente tóxica, o que acabou exigindo o desenvolvimento de um fungo específico para essa função. Um detalhe importante era que não se deveria forçar sua carroceria, pois caso nela se colocasse carga além de sua capacidade, o carro literalmente partia-se em dois, revelando sua péssima qualidade; quando da reunificação da Alemanha, milhares de Trabis foram simplesmente abandonados por seu proprietários. O anúncio que ilustra este post diz algo como "Trabant, o carro pequeno com grande futuro"...
Wired apenas menciona aquele que talvez tenha sido o maior fracasso
da indústria automobilística americana, não tanto pela falta de qualidade, mas
por não ter atendido às expectativas: o Ford Edsel (1958-1960). Edsel era um
filho do fundador da Ford, Henry Ford, falecido prematuramente; os executivos
da empresa queriam homenagea-lo (ou agradar a seu pai, que foi contra a ideia),
e diziam que o Edsel seria um carro inteiramente novo, o mais avançado de seu
tempo e que certamente faria um grande sucesso. Uma enorme campanha publicitária
foi feita para seu lançamento, mas o carro, se não era tão ruim, não tinha nada
de espetacular; ficou em linha cerca de 3 anos, trazendo à Ford um prejuízo de
cerca de US$ 3 bilhões em dinheiro de hoje, o que certamente contribuiu para os
tempos difíceis que a empresa viveu nos anos 1960.