terça-feira, 22 de agosto de 2017

Cisco: tudo começou com um caso de amor

Se você não é um profissional de Tecnologia da Informação, provavelmente nunca ouviu falar da Cisco. Mas é ela uma   das principais responsáveis por permitir que pessoas comuns e organizações comuniquem-se eficientemente,   mudando a maneira como as pessoas trabalham, vivem, divertem-se e aprendem – ao ler este blog, há quase 100% de certeza que você está utilizando um produto Cisco.
A empresa, hoje uma das maiores do mundo na área tecnológica, teve origem em um caso de amor:   Leonard Bosak e Sandra Lerner, funcionários da área de computação da Universidade de Stanford, trabalhavam em departamentos diferentes. Para ficar  em contato com ela, Bosak teve a   ideia de criar um aparelho -  que chamou de “Router” (roteador)  - que permitia mandar emails de um computador para outro ligado a uma rede diferente, facilitando  a comunicação com a namorada.
A evolução do logotipo
Baseado nessa  inovação o casal viria a criar em 1984, na cidade de Menlo Park, a  Cisco Systems,  cujo nome tem origem nas letras finais da cidade californiana de San Francisco. Diz a lenda que o casal chegou ao nome e ao logotipo inicial  da empresa ao ver a ponte Golden Gate, principal símbolo da cidade de San Francisco, emoldurada pela luz do sol. Por isso o logotipo original era uma representação da famosa ponte.
No início, a Cisco fabricava apenas roteadores de grande porte para empresas, mas gradualmente diversificou o seu negócio passando a atender também ao consumidor final com tecnologias como  VoIP e fornecendo tecnologias para roteamento e comutação avançada,   redes óticas, wireless, redes de armazenamento, segurança, banda larga etc., chegando, em 2000, em pleno pico do boom das empresas ponto-com, a tornar-se a empresa mais valorizada do mundo, com valor  de mercado de mais de US$ 500 bilhões e a ser considerada   pela revista Forbes como a empresa de alta tecnologia mais dinâmica dos Estados Unidos.
Na atualidade, a Cisco parece estar focando suas ações no segmento de arquitetura das redes para a transformação dos negócios, apostando no que vem sendo chamado “Internet das Coisas” (Internet of Things). Seus equipamentos controlam cerca de 85% do tráfego da Internet e seu lucro em 2016 foi de  US$ 10,7 bilhões.
No Brasil, a Cisco esteve em 2007 no centro de um grande escândalo: foi acusada de envolvimento com fraudes em importações, ocultação de patrimônio, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, sonegação fiscal e evasão de divisas, trazendo grandes prejuízos ao país. A direção geral da empresa alegou ignorância nesses fatos, responsabilizando seu presidente no Brasil,   Carlos Carnevalli pelos fatos criminosos, que teriam dado um prejuízo de cerca de R$ 2 bilhões aos cofres do governo.
Uma de suas iniciativas mais interessantes é o Programa Cisco Networking Academy, criado em 1997, que proporciona a estudantes a capacitação e recursos   para desenvolver, construir e administrar redes de TI.
Do ponto de vista afetivo, a história não terminou bem: o casal saiu da empresa vendendo suas ações por US$ 170 milhões, mas se divorciou pouco depois...