sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PRECISA SER USADA COM CUIDADO

 

Em dezembro de 2020, a startup sul-coreana Scatter Lab criou um chatbot, uma robô de software chamada Lee Luda, para conversar com pessoas que se sentiam solitárias. Baseada em Inteligência Artificial, Lee logo se mostrou problemática apresentando comportamento homofóbico e discriminatório, além de levantar preocupações sobre privacidade.

A robô foi projetada para representar uma jovem universitária de 20 anos. Por meio da tecnologia de “deep learning”, ela foi treinada com dados coletados do aplicativo Science Love, que é uma espécie de rede social para casais, que permite que os usuários marquem encontros e compartilhem fotos, além de analisar esses relacionamentos. Assim, as respostas de Lee Luda são baseadas no que ela aprendeu com essas informações e históricos de conversas no Science Love. 

Segundo o jornal The Korea Herald, Lee Luda passou a fazer comentários agressivos e ofensivos sobre minorias, conforme denunciaram alguns usuários. Ao falar sobre lésbicas, por exemplo, Luda utilizava o termo “nojentas” e dizia odiar pessoas trans. Em algumas conversas, ela dizia que pessoas com deficiências deveriam se suicidar. 

Diante dessas falhas, a empresa decidiu suspender o serviço, afirmando que os comentários preconceituosos da robô não refletem as ideias da Scatter Lab. Em comunicado, a companhia acrescentou que “Luda ainda está na infância, começou a conversar com as pessoas há pouco tempo e ainda tem muito a aprender”. 

Outro fato preocupante na história é que os usuários afirmaram não ter conhecimento de que seus dados estavam alimentando um robô, o que pode caracterizar uma violação de privacidade. Algumas dessas pessoas afirmaram que pretendem entrar com uma ação contra a empresa pela falta de transparência. 

O incidente faz lembrar um caso parecido que ocorreu com a Microsoft em 2016. Na época, a empresa havia criado uma robô chamada Tay para conversar com as pessoas nas redes sociais. O projeto acabou sendo encerrado após a robô começar a fazer comentários racistas, antissemitas e sexistas. 

Inteligência Artificial já é e certamente será muito mais útil, mas há necessidade de muitos cuidados. Imaginemos se, ao invés de apenas ser grosseira, Lee pudesse disparar uma arma...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

20 ANOS DE WIKIPEDIA

A Wikipédia está completando 20 anos,
disponibilizando    55 milhões de artigos escritos por voluntários em 300 idiomas. É o 13º site mais visitado em todo mundo.

"O único caminho de longo prazo para a paz, prosperidade e liberdade é o conhecimento”, escreveu o fundador da Wikipedia Jimmy Wales, pedindo aos usuários que continuem apoiando o projeto “por um mundo mais atento e educado”.

A enciclopédia  nasceu em 15 de janeiro de 2001 e ainda se baseia no modelo econômico de captação de recursos dos internautas.

Sem publicidade, sem cookies para capturar e revender dados do usuário, vive apenas doações, quase sempre pequenas.

Ao longo dos anos, a Wikipedia defendeu a liberdade na Internet e questões como direitos autorais, vigilância e censura.  

Mas, claro, como todas as plataformas web, não é perfeita e ao longo dos anos surgiram algumas controvérsias, especialmente levantadas por edições de seu conteúdo.

Visando minimizar esses problemas, a Fundação Wikimedia, mantenedora da Wikipedia, está produzindo um novo código de ética que deve entrar em vigor nos próximos meses. 
 
A Wikipedia é uma das melhores coisas que a internet nos trouxe.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

POLÍCIA USA TECNOLOGIA DE RECONHECIMENTO FACIAL PARA IDENTIFICAR INVASORES DO CAPITÓLIO

O aplicativo de reconhecimento facial da Clearview AI tem registrado picos de uso desde a semana passada. Mas não por usuários comuns: a polícia dos Estados Unidos está usando a tecnologia para rastrear apoiadores pró-Trump que invadiram o Capitólio.

De acordo com o New York Times o CEO da Clearview AI, Hoan Ton-That, disse que o aplicativo teve um salto de 26% no volume de pesquisas em 7 de janeiro em comparação com as médias normais dos dias de semana. Cerca de 2.400 agências de polícia em todo o país têm contratos para usar o software de reconhecimento facial da Clearview, e várias dessas agências têm recorrido ao software para ajudar nas investigações. 

Detetives do Departamento de Polícia de Miami estão usando a tecnologia para identificar os manifestantes em imagens e vídeos do ataque, e encaminhar pistas suspeitas para o FBI. 

No início desta semana, o Wall Street Journal informou que um departamento de polícia do Alabama também estava empregando a tecnologia de Clearview para identificar rostos em imagens e enviar possíveis correspondências para investigadores federais.

Mesmo que a tecnologia da Clearview esteja sendo usada para algo útil à sociedade, isso não a torna menos livre de futuras investigações envolvendo privacidade. Outras ferramentas de reconhecimento facial usadas pela polícia dependem de bancos de dados de fotos fornecidas pelo governo – ou seja, imagens de carteira de motorista ou documentos de identificação. 

No entanto, a Clearview disse que seu banco de dados usa cerca de 3 bilhões de imagens descartadas de sites, redes sociais e outros servidores públicos, uma prática que tem sido criticada por ativistas das liberdades civis que argumentam que os dados são coletados sem o consentimento das pessoas que estão sendo fotografadas.

Como resultado, a empresa está atualmente travando batalhas jurídicas em várias frentes. A Clearview suspendeu as operações no Canadá depois que o país abriu uma investigação para saber se a empresa violou as leis locais de proteção de informações pessoais online. O procurador-geral do estado de Vermont abriu um processo contra a empresa, alegando violações de várias leis estaduais. Gigantes da tecnologia, como Twitter e Google, enviaram avisos à Clearview para impedir a startup de extrair dados de suas plataformas.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

XIAOMI COPIA APPLE E VAI VENDER CELULAR SEM CARREGADOR

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

CALIFÓRNIA AUTORIZA USO DE VEÍCULOS AUTÔNOMOS PARA ENTREGAS

A Nuro, startup de entregas com carros autônomos, ganhou a primeira Licença de Uso de Veículos Autônomos da Califórnia. 

A startup já tinha recebido a autorização para testar seus veículos no início de 2020, mas a nova licença permite que a empresa opere comercialmente.

Em seu site, a Nuro se apresenta como especializada em transportar bens em áreas relativamente pequenas, de forma “rápida, segura e barata”, e diz que foi feita para lidar com qualquer tipo de compra — de comida a artigos para limpeza.

As primeiras entregas deverão ser feitas com sua frota de Toyota Prius, mas a empresa também já está trabalhando para colocar nas ruas seus carros elétricos personalizados, batizados de R2.

O anúncio acontece em um contexto no qual a empresa se esforça para se destacar no mercado de veículos autônomos. No mesmo dia em que conseguiu a licença, a Nuro anunciou a compra da Ike, uma startup voltada a caminhões autônomos.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

ROBÔ TORNA COLETA DE AMOSTRAS DE SANGUE MAIS RÁPIDA E EFICAZ

O médico Eduardo Flávio Ribeiro, Coordenador de Hematologia do Centro de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília publicou no jornal Correio Braziliense o artigo “Robô torna coleta de amostras de sangue mais rápida e eficaz” mostrando como essa máquina, que combina inteligência artificial, ultrassom e imagens infravermelhas, pode acelerar atendimentos médicos.

Fiquei muito feliz em ser citado no artigo como professor do Mackenzie, especialmente por estar em companhia  de personalidades como os professores Josh Leipheimer  e Martin L. Yarmush,  do Departamento de Engenharia Biomédica da Escola de Engenharia da Rutgers University  e Luis C. Lamb, da UFRGS, também Secretario de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado do Rio Grande do Sul.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

GERAÇÃO DE ENERGIA SOLAR E EÓLICA

FALAMOS À RÁDIO NACIONAL DE BRASÍLIA:   o Revista Brasil entrevistou Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências e professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie, sobre a geração de energia solar e eólica no Brasil. 

Segundo ele, o Brasil é privilegiado para produção de energia solar por ser um país tropical e com um litoral muito longo. Nas áreas litorâneas, o vento é muito favorável para a produção de energia eólica. O principal problema para a produção de energia solar para indústrias é a necessidade de grandes áreas para instalação de painéis solares. E como esses têm vida útil limitada, o descarte deve ser feito com cuidado para não agredir o meio ambiente. Para a captação eficiente de energia eólica é necessário instalar hélices de três pás. As torres de energia não podem ser instaladas em lugares residenciais. De acordo com Vivaldo, ainda falta segurança jurídica e valor mais baixo para produzir esses tipos de energia. 

A entrevista está em  http://c.lookcom.com.br/mackenzie/site/m012/noticia.asp?cd_noticia=83025416

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

5G: CHINA PUNE AUSTRÁLIA – O BRASIL PRECISA TOMAR CUIDADO

 

Nestes tempos em que há uma guerra comercial entre a China e os Estados Unidos em disputa pelo mercado da tecnologia 5G, alguns governos têm ameaçado ou tomado medidas contra a China. 

As atitudes desses governos têm sido causadas por interesses de natureza comercial ou ideológicos – esses últimos justificados de forma tosca. Temos dito que, em função de atitudes de nossos governantes, o Brasil pode ser envolvido nessa guerra e acabar derrotado, não importa quem for o vencedor e até mesmo se a guerra terminar em empate. 

A China acaba de mostrar o que pode acontecer a quem toma partido claro nessa briga: estabeleceu um aumento de impostos para importação de vinho australiano. Esse aumento, que varia entre 107% e 212%, é temporário, mas não tem data para terminar. 

A China é o maior importador de vinhos australianos – 37% da produção. As novas tarifas farão com que o preço ao consumidor triplique, o que inviabiliza as vendas, permitindo que vinhos de outras procedências ganhem mercado. 

Medidas similares já haviam sido tomadas para a importação de cevada australiana e agora entraram em vigor novas providências que dificultam a entrada na China de outras commodities australianas: estão retidos nas costas do país cerca de 60 navios que transportam minério, extraído por grandes empresas como BHP, Glencore e Anglo-American. 

Levando-se em conta que apenas o custo diário de um desses navios, quando parado, está ao redor de US$ 22 mil, pode-se começar a avaliar o tamanho dos prejuízos que a China pode causar aos que a desafiarem. 

Esperamos que nosso governo conduza o assunto de forma racional, com extrema cautela, sem fanfarronices, pois é muito perigoso desafiar, ao mesmo tempo, dois de nossos maiores parceiros comerciais e as duas maiores economias do mundo, China e os Estados Unidos, como parece que estamos fazendo agora em função da derrota de Trump. 

(*) Vivaldo J. Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.  


quarta-feira, 11 de novembro de 2020

GOOGLE DEVE SER ALVO DE NOVOS PROCESSOS EM ESTADOS AMERICANOS


TOP 10 EMERGING TECHNOLOGIES OF 2020



A revista Scientific American publicou uma lista daquelas que considera as mais importantes tecnologias emergentes deste ano de 2020. 

A revista diz que se alguns dos muitos milhares de voluntários  necessários para testar vacinas contra o coronavírus pudessem ter sido substituídos por réplicas digitais  - uma das dez principais tecnologias emergentes deste ano - as vacinas poderiam ter sido desenvolvidas ainda mais rapidamente, salvando milhares de vidas. 

Em breve, os testes clínicos virtuais poderão se tornar uma realidade para testar novas vacinas e terapias. 

Outras tecnologias da lista podem reduzir as emissões de gases de efeito estufa, viabilizando aviões elétricos e permitindo que a luz solar impulsione  a produção de produtos químicos. 

Com a computação “espacial”, os mundos digital e físico serão integrados de maneiras que vão além dos feitos da realidade virtual. 

Sensores ultrassensíveis que exploram processos quânticos definirão o cenário para aplicações como scanners cerebrais vestíveis e veículos que podem "ver" o que está se aproximando nas próximas esquinas. 

Essas e outras tecnologias emergentes foram escolhidas por um grupo internacional de especialistas, convocado pela Scientific American e o Fórum Econômico Mundial, que estudou cerca de 75 indicações. 

As tecnologias escolhidas foram as que tem  o potencial de estimular o progresso nas sociedades e economias, superando as formas estabelecidas de fazer as coisas. 

Elas também precisam ser novas, não estando em uso atualmente, e provavelmente terão um grande impacto nos próximos três a cinco anos.

As tecnologias escolhidas são listadas a seguir, com links para acesso a mais detalhes: 

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

IMPRIMINDO CASAS

Uma start-up californiana, a Mighty Buildings está construindo pequenas edificações em quintais de residências da região, a serem usadas como forma de ampliar o espaço disponível para os moradores ou, até mesmo, permitir locações via Airbnb ou similares. 

Essas edificações são chamadas pela empresa Accessory Dwelling Units – ADUs (algo como Unidades Habitacionais Acessórias). Elas têm aproximadamente 35 metros quadrados e seu custo básico está ao redor de 115 mil dólares, podendo aumentar caso o proprietário deseje que a empresa cuide de detalhes como autorizações das prefeituras, ligações de gás, água e eletricidade, ar condicionado e outros. 

A grande novidade está na tecnologia utilizada para a construção: a empresa utiliza uma grande impressora 3D que “imprime” a edificação utilizando um gel aplicado por braços robóticos. Esse gel endurece imediatamente quando exposto à luz. 

A empresa está iniciando suas operações na área de San Francisco e San Diego e espera produzir cem unidades em 2020 e mil em 2021; oferece dez anos de garantia à estrutura. 

A empresa compara seu produto aos kits de madeira que eram vendidos pela Sears, uma grande loja de departamentos que inclusive operou no Brasil e que tinham a mesma finalidade. 

A principal vantagem é o tempo: uma ADU pode ser entregue totalmente pronta em duas semanas, com uma pequena cozinha equipada e máquinas de lavar e secar roupas e louças. As paredes podem receber pregos e parafusos para instalação de estantes, quadros etc. 

Os custos de mão de obra para construção são altos na região, pois há escassez de profissionais; diminuir os problemas logísticos relativos a material de construção também contribuem para tornar as ADUs competitivas. 

Pode ser o início de uma nova era na construção civil - assista a um vídeo trazendo mais informações sobre o assunto.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

A ação contra o Google: uma nova visão na luta antitruste

Segue repercutindo o fato de o Departamento de Justiça e 11 estados americanos terem iniciado uma ação judicial contra o Google, acusando-o de violar a legislação antitruste.

Os autores da ação afirmam que o Google se tornou “a porta de entrada na internet para bilhões de usuários em todo o mundo”, mas que seu sucesso decorre de um comportamento injusto e monopolista.

A ação era esperada, em função das recentes manifestações do governo e de congressistas dos dois grandes partidos americanos, e seu andamento deve sinalizar como a justiça tratará os gigantes da tecnologia nos próximos anos.

Até há algum tempo, os que impetravam ações desse tipo se concentravam em demonstrar danos ao consumidor derivados da elevação de preços, como faziam empresas que monopolizavam o mercado de petróleo, usando sua posição oligopolista para aumentar os preços dos combustíveis. Mas, demonstrar prejuízos ao consumidor em casos em que os serviços são aparentemente gratuitos, como os prestados pelo Google, não é tão simples.

Vem sendo lembrada pelo mercado a ação iniciada pelo governo americano contra a Microsoft em 1998. Na ocasião, a empresa de Bill Gates foi acusada de abusar de sua posição dominante ao comercializar seu sistema operacional (Windows) e seu navegador de internet (Explorer) no mesmo pacote, restringindo a concorrência por parte de outros navegadores. Na ocasião, a empresa visava inibir o uso do navegador Netscape, que apesar de pago, era o preferido pelos usuários.

O Google rebate esse argumento dizendo que vivemos tempos diferentes e que se os usuários desejarem utilizar software de terceiros, é facilmente possível baixá-lo da internet, bem como alterar a configuração de seus dispositivos sem maiores problemas.

O Departamento de Justiça apresenta argumentos diferentes, afirmando que as estratégias técnicas e de marketing do Google fazem que a absoluta maioria dos usuários, de quase qualquer tipo de dispositivo e software, seja encaminhada para os serviços da empresa.

Dentre essas estratégias estão os acordos firmados com fabricantes de celulares que utilizam o sistema operacional da Alphabet, o Android, para que seu mecanismo de busca seja adotado como padrão, bem como acordos semelhantes celebrados com a Apple para instalação de software Google nos iPhones.

A ação mostra como tudo isso pode afetar os consumidores, inclusive aqueles que não gostam dos serviços do Google, ao não permitir que serviços alternativos, como os providos pela DuckDuckGo e pela startup Neeva ganhem audiência que as tornem financeiramente sustentáveis.

A empresa nega veementemente as acusações de práticas monopolistas. Garante que enfrenta forte concorrência no mercado de buscas na Internet e diz que seus serviços ajudam muitas empresas de pequeno porte. De forma cínica, diz também que as pessoas usam o Google porque querem, não porque são forçadas ou porque não conseguem encontrar alternativas.

Mas há um fator maior em jogo: muitas pessoas querem derrubar esse padrão de luta antitruste centrado no consumidor; busca-se uma definição muito mais ampla de dano, protegendo também trabalhadores, empresários, empresas e mercados abertos, permitindo o estabelecimento de uma economia mais justa e manutenção dos ideais democráticos.

É o que todos esperamos, e não é uma utopia, bastando lembrar que já há legislação capaz de evitar abusos e que ela foi usada no passado contra gigantes do petróleo e telecomunicações, fazendo com que, dentre outras, a AT&T, que dominava 94% do mercado americano de telecomunicações e a Standard Oil, que refinava 90% do petróleo nos Estados Unidos, fossem obrigadas a se dividirem em empresas menores, como forma de garantir a concorrência.

sábado, 31 de outubro de 2020

5G cresce na Europa ocidental, já no Brasil…

China e Estados Unidos são os países onde
foram vendidos mais smartphones 5G. Mas em termos de taxa de adoção, ou seja, a proporção dos dispositivos 5G em relação ao número total de telefones vendidos, a liderança é da Europa ocidental.

Isso foi revelado por pesquisa desenvolvida pela Strategy Analytics, que concluiu que a maior taxa de adesão da região é a da Suíça, onde três em cada cinco smartphones a serem vendidos em 2020 serão 5G.

Em seguida, estão a Alemanha e Reino Unido com 32%; fechando o grupo, a França, com 4%. Segundo analistas, a situação mudará em 2021, quando Alemanha e Reino Unido ficarão em primeiro lugar; mais de três em cada quatro smartphones vendidos serão 5G.

Isso pode ser explicado pela velocidade com que a implantação da tecnologia vem ocorrendo nesses países.

Quanto aos fornecedores de aparelhos, Samsung e Apple estão levando a parte do leão, mas a competição agressiva da Vivo, Oppo, Xiaomi e outros fornecedores chineses deve alterar o mercado em 2021. 

É oportuno lembrar que a grande imprensa americana recomenda aos consumidores daquele país que não se apressem em adquirir telefones 5G, pois a efetiva implantação da tecnologia nos Estados Unidos não deve ocorrer tão cedo e o uso desses telefones agora não traz vantagens aos usuários.

Como os 5G são mais caros, a imprensa tem
sistematicamente dito algo como “comprar 5G agora é jogar dinheiro fora”. Aqui no Brasil isso é mais verdadeiro. 

A efetiva entrada em operação da tecnologia em nosso país deve demorar bastante, e um 5G comprado agora, além de não trazer qualquer vantagem ao usuário, provavelmente estará obsoleto quando a tecnologia se firmar entre nós

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

GOVERNO AMERICANO PROCESSA O GOOGLE

O Departamento de Justiça dos Estados
Unidos entrou na terça feira (20) com uma ação contra a Alphabet Inc, empresa controladora do Google, a quem acusa de prejudicar seus concorrentes de forma ilegal.

Esta é a maior ofensiva legal contra um gigante da tecnologia em duas décadas e é o resultado de uma investigação que durou um ano e concluiu que a empresa usou sua posição dominante nos mercados de buscas na internet e de publicidade, prejudicando não apenas seus concorrentes, mas também os consumidores. 

A ação, que inicia um processo que pode se arrastar por anos, é um marco na luta que Washington vem travando contra o Vale do Silício. No centro do debate está o poder crescente dos gigantes da tecnologia, que têm sido investigados nos últimos anos.

Outras investigações estão em andamento, no próprio Departamento de Justiça e na Federal Trade Commission, desta vez contra Apple, Amazon e Facebook. Mais de 40 estados e administrações locais também investigam abusos do Google. 

A preocupação com a concentração de poder, dinheiro e dados nas mãos de poucas empresas é algo comum a políticos de todas as correntes – há apenas duas semanas, congressistas democratas, adversários do governo Trump, divulgaram um relatório acusando Google, Apple, Amazon e Facebook de abusarem de suas posições dominantes no mercado para suprimir a concorrência e aumentar seus lucros. 

Na ação, o Departamento de Justiça argumenta que, ao firmar acordos com fabricantes de celulares que utilizam o sistema operacional da Alphabet, o Android, para que seu mecanismo de busca seja adotado como padrão, o Google fortalece seu monopólio e prejudica a concorrência e a inovação. Acordos semelhantes foram fechados com a Apple, para instalação do buscador nos iPhones. 

O Departamento de Justiça não pede expressamente a divisão da empresa, como alguns legisladores vêm exigindo. Em vez disso, pede providências para atenuar o poder da empresa, e que podem consistir na venda de parte de seus negócios e o abandono de algumas das práticas denunciadas. 

A empresa nega sistematicamente as acusações de práticas monopolistas. Garante que enfrenta forte concorrência no mercado de buscas na Internet e diz que seus serviços ajudam muitas empresas de pequeno porte. De forma cínica, diz que as pessoas usam o Google porque querem, não porque são forçadas ou porque não conseguem encontrar alternativas.

Esta é a maior ação antitruste iniciada pelo governo americano desde o conjunto de ações judiciais movidas contra a Microsoft em 1998. Na ocasião, a empresa de Bill Gates foi acusada de abusar de sua posição dominante ao comercializar seu sistema operacional (Windows) e seu navegador de Internet (Explorer) no mesmo pacote, restringindo a concorrência por parte de outros navegadores.  

A base legal para o processo é uma legislação baixada em 1890, o Sherman Act, que foi usada no passado contra gigantes do tabaco, petróleo e telecomunicações. Dentre outras, a AT&T, que dominava 94% do mercado americano de telecomunicações e a Standard Oil, que refinava 90% do petróleo nos Estados Unidos, foram obrigadas a dividirem-se em empresas menores, como forma de garantir a concorrência. 

Não é impossível que isso venha a acontecer novamente, o que seria bom para a democracia e para o ambiente de negócios.

domingo, 25 de outubro de 2020

SERÁ QUE VAMOS NOS AFOGAR EM DADOS?

É público e notório que a humanidade vem gerando cada vez mais dados - nos últimos anos produzimos mais dados do que ao longo de toda a nossa história - 
 e que esses dados estão sendo cada vez mais utilizados, para o bem e para o mal.

Há alguns anos, talvez uma década, falava-se em "datawarehouses", armazéns de dados, estruturas em computador onde as organizações armazenariam seus dados. 

O volume de dados aumentou, e começou-se a falar em "data lakes", lagos de dados; é possível que logo apareçam outras expressões, como "data oceans" ou qualquer coisa similar. 

Para termos uma ideia melhor acerca desses volumes, em 2011 o volume de dados armazenados pela humanidade era de 1,8 zetabytes. Hoje são mais 40 zetabytes.

Um zetabyte  corresponde a 1.180.591.620.717.411.303.424 (270) bytes - de forma muito simplificada, um byte, em sistemas convencionais,  armazena um dígito ou dois algarismos.

Esse volume de dados corresponde a 57 vezes a quantidade de todos os grãos de areia de todas as praias da Terra. 

Dito de outra forma, se esse volume de dados fosse salvo em discos blu-ray, o peso desses discos seria de mais de 40 milhões de toneladas.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

COVID-19 ACELERA O PROCESSO DE ROBOTIZAÇÃO DAS EMPRESAS

Os robôs destruirão 85 milhões de empregos
em empresas de médio e grande porte nos próximos cinco anos, à medida que a pandemia de COVID-19 acelera mudanças no ambiente empresarial, conforme concluiu pesquisa conduzida pelo Fórum Econômico Mundial (WEF).

Foram estudadas cerca de 300 empresas de todo o mundo; 80% delas afirmaram estar planejando digitalizar suas operações e implantar novas tecnologias, o que levará a que sejam perdidos os empregos ganhos a partir do final da crise financeira de 2007-8.

De modo geral, a criação de empregos está diminuindo e a destruição de empregos está aumentando, à medida que empresas em todo o mundo trocam pessoas por tecnologia em seus escritórios e fábricas. 

Contrariando essa tendência há uma boa notícia: talvez sejam criados cerca de 97 milhões de empregos, especialmente nas áreas de serviços pessoais, tecnologia da informação, desenvolvimento de produtos e criação de conteúdo, disse o WEF.

A notícia é boa, mas provavelmente poucos dos 85 milhões de desempregados conseguirão alguns desses 97 milhões de novos empregos, que exigirão conhecimentos e habilidades mais sofisticados do que os possuídos pelos que serão substituídos pelos robôs. 

As tarefas em que os humanos deverão predominar são as de caráter verdadeiramente intelectual, como gestão, assessoria e comunicação, a despeito do avanço de tecnologias como inteligência artificial. 

Quanto aos trabalhadores que provavelmente permanecerão em seus empregos nos próximos cinco anos, quase metade precisará aprender novas habilidades.

De forma global, 43% das empresas pesquisadas acreditam que poderão diminuir o número de trabalhadores, contra 34% que dizem que irão aumentar esse número. Já 41% pretendem aumentar o uso de terceirizados. 

Tudo isso tende a aumentar as desigualdades, gerando problemas que a sociedade como um todo deve se preparar para enfrentar em breve.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

HOME OFFICE E INOVAÇÃO: UM CASAMENTO DIFÍCIL

 

GASTOS MUNDIAIS COM TI CAIRÃO 5,4% EM 2020

Em 2020, os gastos mundiais  TI  cairão 5,4% chegando a  3,6  trilhões de dólares, disse o Gartner. 

Espera-se, porém,   uma recuperação em 2021, com um aumento de 4%. 

A contração neste ano afetará todos os segmentos de mercado e será mais acentuada na área de hardware, com uma queda de  -13,4% indo a 616 bilhões de dólares. 

Os demais segmentos também cairão: serviços (992 bilhões, -4,6%), aplicativos  (459 bilhões, -3,6%),  processamento (208 bilhões, -3,1%) e  telecom (1,3  trilhões, -2,9%). 

Segundo a empresa, nos 25 anos em que esses números são acompanhados,  nunca houve uma queda tão grande.

O Gartner disse também que as    empresas que já eram mais digitais  estão se saindo melhor e continuarão a prosperar em 2021.

domingo, 18 de outubro de 2020

YOUTUBE PROÍBE CONTEÚDOS RELACIONADOS A TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

O YouTube  anunciou na quinta-feira (15) uma mudança em suas políticas de moderação passando a proibir conteúdos relacionados a teorias da conspiração que "justifiquem violência no mundo real". Para exemplificar as novas regras, a plataforma citou o grupo americano QAnon.

"A partir de hoje estamos expandindo nossas políticas sobre ódio e assédio para proibir conteúdos que são direcionados para um indivíduo ou grupo com teorias conspiratórias que foram utilizadas para justificar violência no mundo real", afirmou a empresa em um comunicado.

O YouTube revelou que antes mesmo das novas regras tinha eliminado dezenas de milhares de conteúdos e centenas de canais relacionados com o QAnon, "particularmente aqueles que ameaçam explicitamente a violência ou negam a existência de grandes eventos violentos".

Outras plataformas como o Facebook e o Twitter  já haviam tomado providências semelhantes recentemente.

As medidas tomadas pelo Facebook   foram mais duras, com a remoção de todos os perfis ligados ao movimento, mesmo que não possuam conteúdos violentos. 

Já o Twitter deixou de recomendar qualquert conteúdo ligado ao QAnon,   bloqueando links associados a esse movimento.

QAnon é um movimento conspiracionista norte-americano de extrema direita que apoia sem restrições o presidente Donald Trump, candidato à reeleição e que, segundo o movimento, é herói de uma batalha contra grupos satânicos. O grupo, no entanto, é considerado pelo FBI como uma ameaça terrorista em potencial.

Por trás dessa teoria da conspiração, esconde-se um   anônimo. Seu pseudônimo é a "Q", e  desde outubro de 2017,  publica nas redes mensagens  que revelariam informações confidenciais sobre a guerra secreta liderada por Donald Trump.

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

CYBERSTALKING: UM CRIME CADA VEZ MAIS COMUM

O termo cyberstalking vem do inglês stalk, que significa “perseguir, caçar”, e consiste no uso de ferramentas tecnológicas para ameaçar alguém. 

É a versão virtual do stalking, comportamento que envolve perseguição ou ameaças contra uma pessoa, de modo repetitivo, seguindo a vítima em seus trajetos, aparecendo repentinamente em seu local de trabalho ou em sua casa, efetuando ligações telefônicas inconvenientes, deixando mensagens ou objetos pelos locais onde a vítima circula etc.

O cyberstalking, que vem se tornando cada vez mais comum, já preocupava o governo americano no final da década de 1990, época em que as redes sociais se popularizaram e passaram a ser utilizadas para essas práticas, que é considerada crime tanto naquele país como no Brasil, onde sua prática usualmente é enquadrada como crime de ameaça.

Agora, um caso desses, envolvendo uma grande empresa, chega à imprensa: quatro executivos do eBay, estão sendo processados por ameaças a um casal de blogueiros, que havia publicado uma nota acerca do alto salário de um deles. Podem ser condenados a até 5 anos de prisão e multados em até 250 mil dólares.

Além de telefonemas e mensagens ameaçadoras, públicas e privadas, os acusadores enviaram ao casal caixas com baratas e aranhas vivas e uma máscara representando uma cabeça de porco sangrenta, feita para o Halloween; tudo isso foi feito de forma anônima. Também enviaram material pornográfico a vizinhos do casal, simulando ter sido encomendado pelos blogueiros.

Além disso, estiveram nas proximidades da residência do casal, pretendendo instalar um rastreador GPS em seu carro; nessa ocasião, as vítimas acionaram a polícia, que identificou os cyberstalkers e os levou à justiça.

Quanto ao eBay, disse à imprensa que tão logo foi informado sobre o caso, iniciou suas próprias investigações e demitiu todos os envolvidos. Na justiça, os acusados devem admitir sua culpa, como forma de diminuir suas penas.

É importante a denúncia, apuração e punição desses crimes, pelos males que causam às suas vítimas.