segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

AS ESTEIRAS NÃO NASCERAM PARA "FITNESS"

Sir William Cubitt (1785-1861) foi um notável engenheiro inglês: construiu canais, portos, aperfeiçoou os moinhos de vento então existentes e em 1807 inventou as esteiras, hoje tão populares em nossas academias.  

Mas ao inventar as esteiras, não estava pensando em um instrumento voltado ao "fitness", mas sim fazer os prisioneiros ingleses  trabalharem duramente. 

Elas eram chamadas "penal treadmills" ou "penal wheels" e não se pareciam com as esteiras atuais, como  a ilustração abaixo nos mostra:


Os prisioneiros condenados a trabalhos forçados tinham que subir  degraus, fazendo girar todo o conjunto; além disso, algumas, como a da prisão de   Vagrants, em Coldbath Fields,  tinham anteparos, para que os prisioneiros não pudessem comunicar-se com os colegas que estivessem ao seu lado. A ilustração à direita mostra ao alto os presos na "penal wheel" e em primeiro plano outros presos exercitando-se no pátio dessa prisão.

A ideia era castigar os prisioneiros, dando-lhes um trabalho sem sentido, e que os esgotasse fisicamente - isso ajustava-se às crenças vitorianas no sentido de que  crimes deviam ser expiados através de trabalho duro - quase sempre eram jornadas de pelo menos 6 horas ao dia, o que equivalia a subir degraus numa extensão de 3 a 4 mil metros, embora em alguns lugares, como na prisão de  Warwick  fossem exigidas 10 horas, equivalente a uma subida de 5 quilômetros. 

Uma publicação de 1875 disse que essas máquinas foram responsáveis por uma grande melhora na disciplina das prisões - elas seriam "um castigo preventivo".  

Alguns funcionários das prisões tiveram a ideia de conectar as "penal treadmills" a moinhos de milho, de forma a que os esforços dos presos tivesse alguma utilidade; Cubitt desenvolveu um projeto nesse sentido, implantado na prisão de Brixton: 24 prisioneiros trabalhando em silêncio, iam se deslocando da esquerda para a direita, dando a cada um o direito de descansar 12 minutos a cada hora de trabalho.

Era um trabalho extremamente árduo; os prisioneiros queimavam facilmente mais de 2  mil calorias/dia, que a comida da prisão não conseguia repor adequadamente, levando muitos à morte. 

O escritor Oscar Wilde (foto ao lado), foi empregado em uma dessas máquinas na prisão de  Pentonville, por ter sido condenado em 1895 a trabalhos forçados por homossexualidade,  que naquela época era crime; deixou a prisão em 1897 e morreu dois anos depois, aos 46 anos de idade.

Apenas em 1902, as "penal treadmills" deixaram de ser utilizadas na Inglaterra.






quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

FRALDAS INTELIGENTES

A revista IEEE Sensors, publicada pelo Institute of Electrical and Electronics Engineers, uma das maiores e mais importantes organizações profissionais de todo mundo, publicou um trabalho desenvolvido por pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology), esta uma das mais famosas instituições de ensino e pesquisa do mundo, dando conta do desenvolvimento de uma fralda inteligente, que emitirá sinais de alerta quando molhada.

A fralda terá um sensor de umidade, uma etiqueta RFID colocada seu interior. Esse sensor, quando ativado, transmitirá um sinal a um leitor que por sua vez enviará uma mensagem a um celular ou computador, cujo usuário poderá então trocar a fralda.  

O interessante, é que essas etiquetas custariam cerca de dois centavos de dólar, e os sensores, alguns dólares.

A ideia é que não apenas bebês sejam beneficiados pelas fraldas inteligentes, mas também que adultos incapazes sejam usuários, aumentando o conforto e prevenindo problemas de pele, como assaduras, e infecções das vias urinárias. 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

OS DRONES SALVA-VIDAS

Já é comum entre nós o uso de drones para vigilância e filmagens.

Mas novas funções vem sendo atribuídas a  essas aeronaves, como atuação em situações em que o resgate de uma vida é inviável ou muito demorado por meios tradicionais.

Já está disponível um drone  capaz de  lançar boias autoinfláveis que possibilitam o resgate em casos de afogamento. Em 2018 o sistema fez seu primeiro salvamento, em São Paulo, quando um praticante de kite-surf recebeu  uma boia para flutuar até a chegada da equipe de resgate. 

Em um país como o Brasil, com mais de 7 mil quilômetros de costa, a tecnologia tem grande potencial de ajudar equipes de salva-vidas.

Um vídeo simulando um caso como este pode ser visto aqui

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL CHEGA ÀS LIXEIRAS

A empresa canadense Intuitive AI desenvolveu uma Inteligencia Artificial que foi incorporada a lixeiras, de forma a identificar os produtos que vão ser descartados  e avisar às pessoas (em voz alta) se os produtos estão sendo colocados em recipientes errados. 


A inteligência artificial, batizada como Oscar, foi treinada a partir de uma base de dados chamada WasteNet, que tem mais de um milhão de imagens de produtos que as pessoas jogam no lixo.

Oscar usa visão computacional através de câmeras instaladas nas lixeiras, permitindo identificar o que vai ser descartado - as câmeras não são voltadas para o rosto das pessoas, buscando manter a privacidade.

Em meio segundo a imagem do que vai ser descartado é comparado com a base de dados WasteNet e o sistema informa ao usuário em qual dos recipientes da lixeira o produto deve ser descartado; o sistema pode também orientar, através de telas, o usuário a tomar certas providências, como separar tampas de plástico de copos de papel. 

Essas informações também são dadas de forma sonora, e Oscar cumprimenta as pessoas que descartam de forma correta e repreende aos que utilizam o recipiente errado. 

Segundo a Intuitive, a aplicação permite melhorar significativamente o processo de reciclagem e já está sendo utilizada em três cidades do Canadá (Vancouver, Calgary e Toronto) e em São Francisco (USA), instalada em centros comerciais, universidades, aeroportos e em sedes de grandes empresas.

O objetivo principal do sistema é otimizar a coleta de materiais recicláveis, como plastico e papel, exportados principalmente para a China, que proíbe a importação de materiais com um nível de "contaminação" mais elevado.

Aqui, você pode assistir a um vídeo mostrando o sistema em operação.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

5G ESTÁ CHEGANDO (DEVAGAR MAS ESTÁ...)

5G é o nome dado à tecnologia que promete revolucionar o mundo da comunicação móvel. Ela vai suceder a 4G, usada hoje pela maioria dos smartphones, mas também deverá ser utilizada por dispositivos domésticos, computadores e aparelhos presentes em espaços públicos, como semáforos urbanos e carros autônomos.

5G tem uma característica muito importante, além da velocidade de transmissão de dados:  a queda na latência – o tempo entre um dispositivo enviar um pedido à rede de internet e ele ser respondido. É por conta disso que muitos avanços serão viabilizados por essa tecnologia, que já está disponível em países como EUA e Coreia do Sul. 

Aqui no Brasil, a previsão mais otimista dá conta que  5G deve chegar apenas em 2021,  talvez 2022, principalmente em função da demora do governo em leiloar as frequências necessárias à sua operação, mas de qualquer forma, é bom acompanharmos o assunto

O portal do jornal O Estado de S. Paulo publicou recentemente um infográfico muito interessante, que mostra, por exemplo,a diferença de velocidade de download e upload no 5G e no 4G; estima-se que   5G seja capaz de atingir velocidade de download de 10 gigabits por segundo (Gbps) – dez vezes mais do que o máximo possível de ser alcançado por uma rede 4G.


Em termos práticos, isso significa que uma tarefa que demora em torno de 20 segundos no 4G – como baixar uma playlist de uma hora no Spotify – pode levar apenas 2 no 5G:


Com relação à latência, ela pode ser entendida como   o tempo de reação de uma rede – da mesma forma que o cérebro humano reage a algo que vê ou sente.

Na média, a latência de uma rede 4G gira em torno de 50 milissegundos (ms). Já a latência prevista para as redes 5G é de 1 ms. Enquanto isso, o tempo médio de reação do cérebro humano para uma imagem, por exemplo, é de 10 ms:


Graças à sua combinação entre alta velocidade e baixa latência, o 5G vai permitir avanços importantes na tecnologia - o mais evidente deles é o dos carros autônomos, que  já estão sendo testados e tem algum nível de segurança – muitos deles conseguem rodar por quilômetros sem qualquer intervenção humana. Com o 5G, porém, isso pode se tornar ainda mais simples, como se pode ver nas animações abaixo:






Também será possível tornar mais seguras as cirurgias realizadas de forma remota, que já vem sendo feitas, mas o tempo de latência pode fazer com que acidentes aconteçam, de forma que a prática não é muito desenvolvida. Com  5G, isso pode mudar:


Estes são apenas alguns dos exemplos de como 5G afetará o ambiente que nos rodeia; espera-se também que ela beneficie muito a Internet das Coisas como um todo, dando maior suporte à Indústria 4.0, a automação das residências e ao mundo dos games. 

Para 5G necessitaremos trocar nossos celulares e outros aparelhos que acessarão essa rede. Os preços ainda são muito altos, mas espera-se que caiam com a  popularização dessas redes em países desenvolvidos.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

HACKERS PODEM ATACAR PATINETES COMPARTILHADOS

Nos últimos meses, os patinetes elétricos compartilhados vem sendo anunciados como uma das soluções para os problemas de locomoção nas grandes cidades, embora mais recentemente a imprensa tenha noticiado que diversas operadoras desse serviço estejam deixando, não só o Brasil, mas também outros países.

Surge agora mais um problema para essas empresas: um estudo desenvolvido pela Universidade do Texas revela que os usuários dessas máquinas podem ser vítimas de ciberataques.

O estudo, cujos detalhes serão apresentados no evento de segurança aérea e automobilística AutoSec 2020, que acontecerá em New Orleans em março, revela, entre outras coisas, que alguns modelos de patinetes que se conectam com o celular do usuário, podem permitir a hackers que, utilizando técnicas como "eavesdropping",  roubem dados dos condutores ou assumam o controle das máquinas e causem acidentes; durante os estudos, foi possível invadir um patinete Xiaomi M365 e faze-lo frear e acelerar bruscamente. 

Além disso, torna-se possível descobrir o trajeto feito pelo condutor e conhecer seu endereço.

Ciberseguridade deve ser mais uma preocupação dos fabricantes e operadores de patinetes, que em matéria de segurança até agora só precisavam preocupar-se com os usuários, pedestres e vandalismo.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

EMPRESAS DO MAL

O encantamento com o mundo da tecnologia  vem sendo colocado em xeque: uma série de escândalos envolvendo problemas como segurança, proteção de dados pessoais e desinformação tem fomentado investigações e propostas de regras para regular o setor. 
Dado esse cenário, a revista americana Slate fez uma lista das empresas de tecnologia consideradas mais maléficas, que estão causando maiores danos à sociedade – no topo do ranking está a Amazon, seguida de Facebook e Alphabet, a dona do Google. 
Para organizar o ranking, a revista ouviu jornalistas, advogados e especialistas em tecnologia, pedindo-lhes que listassem quais companhias do setor mais os preocupam. 
Na primeira posição do ranking, a Amazon foi apontada como uma empresa que contribuiu para o fim do comércio local e tem gerado problemas nos mercados da música e do jornalismo. Além disso, foi citada a precária condição de trabalho a que são submetidos os trabalhadores dos armazéns da companhia. Especialistas também apontaram para o fato de a empresa não monitorar adequadamente os conteúdos de sua plataforma, permitindo  falsificações que podem apresentar riscos às pessoas. 
O Facebook, que aparece no segundo lugar da lista, é citado como uma empresa que “tem mais poder que qualquer governo”. Além disso, os especialistas criticaram a figura do presidente executivo da companhia, Mark Zuckerberg, dizendo ser perigosa sua sede por faturamento. Fechando o pódio está a Alphabet, dona do Google – a lista da revista menciona principalmente o domínio da empresa na área de anúncios digitais.  
As dez melhores (ou piores) colocadas foram:
1 - Amazon
2 - Facebook
3 - Alphabet (Google)
4 - Palantir Technologies (produz software para big data/analytics)
5 - Uber
6 - Apple
7 - Microsoft
8 - Twitter
9 - ByteDance (empresa chinesa, tem uma plataforma que recomenda conteúdo e é dona do TikTok)
10 - Exxon Mobil (petroleira)
Talvez valha a pena tomarmos mais cuidado com essas organizações...

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

O MÉTODO PILATES

Grandes guerras costumam gerar tecnologias,   produtos e serviços  que são posteriormente incorporados à vida diária. 

Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), não foi diferente: em função dela surgiu o pilates,  um método de exercícios físicos utilizado para diversos fins, como ganho de equilíbrio, melhora da flexibilidade, reabilitação e outros.

Joseph Hubertus Pilates (1883-1967), era um cidadão alemão, artista de circo e boxeador que vivia na Grã-Bretanha. Quando a guerra começou, como de praxe, ele e outros cidadãos de países inimigos foram colocados em campos de internamento - aqui no Brasil, tivemos campos como estes na 2ª Guerra Mundial, que receberam principalmente cidadãos alemães e japoneses. 

No campo, situado na ilha de Man, Pilates continuou a desenvolver algo em que já vinha trabalhando: um conjunto de exercícios baseados principalmente  em ioga, musculação, medicina oriental e artes marciais - ele tinha como objetivo fortalecer-se, manter-se em forma e ter uma vida saudável; fora uma criança raquítica, sofrera de asma e febre reumática. 

Depois da guerra, Pilates mudou-se para Nova Iorque, onde abriu uma academia e viu seu método crescer muito a partir dos anos 1940, sendo hoje extremamente popular em todo o mundo.

Pilates morreu por ter aspirado muita fumaça em um incêndio que atingiu seu estúdio; pelas fotos abaixo, que mostram-no aos 57 e 82 anos, pode-se perceber que seu método funciona:






quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

APPLE ESTARIA TRABALHANDO COM TECNOLOGIA DE SATÉLITES

Segundo uma reportagem da Bloomberg, a Apple  contratou engenheiros aeroespaciais para trabalhar em um projeto secreto com designers de satélites e antenas. O objetivo do projeto seria desenvolver comunicação direta via satélite entre os dispositivos da empresa, o que eliminaria a necessidade de uma operadora de telefonia entre os usuários de dispositivos Apple.  
O projeto parece estar em estágio inicial, e ainda não é possível saber se a Apple desenvolverá hardware de satélite - a empresa pode estar projetando apenas equipamentos de telecomunicação orbital. A tecnologia poderia ser usada para transmitir dados diretamente para dispositivos da marca, além de oferecer melhores dados de geolocalização.   
A Apple teria contratado os veteranos da indústria aeroespacial, Michael Trela e John Fenwick, ex-funcionários da Skybox Imaging, que chegaram a liderar projetos do tipo no Google. Além deles, diversos outros executivos e especialistas já teriam sido contratados. 
Com o interesse da empresa, o setor de satélites vê interesse renovado de gigantes tecnológicas - depois do trabalho realizado pelo Google, Amazon e SpaceX também estão trabalhando em projetos de satélite visando as telecomunicações.

domingo, 22 de dezembro de 2019

INTENSIFICAM-SE AS PESQUISAS DE BATERIAS SEM COBALTO



Nestes tempos em que aumenta o número de veículos elétricos e em que se diz que no ano de 2020 existirão 20 bilhões de dispositivos conectados à Internet, fica claro que baterias eficientes leves e baratas tornam-se cada vez mais importantes.

Para atender a essa necessidade, as pesquisas nessa área seguem crescendo: a IBM anunciou recentemente   que criou uma nova tecnologia para baterias que utiliza materiais extraídos da água do mar e não requer cobalto - é um esforço para encontrar alternativas ao uso do cobalto, mineral raro e caro, encontrado principalmente na República Democrática do Congo. 

Neste projeto,  IBM trabalhou em parceria com a unidade de pesquisa da Mercedes-Benz, com a fornecedora de eletrólitos de baterias Central Glass e com a fabricante de baterias Sidus -  a ideia é que em cerca de um ano, a IBM tenha   o primeiro protótipo da bateria em funcionamento. A IBM afirmou que sua tecnologia deve ter desempenho superior às baterias de íon de lítio em custo, tempo de carregamento e eficiência energética.

Recententemente, Apple, Microsoft, Google, Tesla e Dell foram acusados de envolvimento com  trabalho infantil em minas de cobalto do Congo. 




segunda-feira, 25 de novembro de 2019

PRONTAS AS ROUPAS PARA OS TURISTAS ESPACIAIS

Nos últimos tempos a imprensa tem falado muito sobre a ida de turistas ao espaço - diversas empresas estão trabalhando no assunto, uma delas a Virgin Galactic, do inglês Richard Branson, que aparece no centro da foto ao lado.

O trabalho da Virgin segue em várias frentes, a principal delas a nave que conduzirá os turistas, além do veículo que lançará este último.

Algumas coisas, menos críticas, também estão sendo desenvolvidas, dentre elas o traje a ser  utilizado pelos viajantes, que foi recentemente apresentado.

Trata-se do  UA VG Spacesuit, criado pela Under Armour, famoso fabricante de roupas esportivas.  O traje é totalmente diferente daquele que é tradicionalmente utilizado pelos astronautas;  é fabricado com um material que se adapta à forma exata do corpo dos viajantes (certamente os gordinhos e gordinhas não gostarão muito da ideia, mas... é o que temos!).

Graças aos materiais inovadores, a roupa adapta-se às condições de temperatura e umidade, dando conforto aos usuários, que experimentarão diferentes condições de clima durante a viagem.

Também os sapatos são inovadores, adaptando-se exatamente à forma dos pés e dispondo de um sistema sofisticado de amortecimento, dando conforto aos usuários inclusive nos momentos de gravidade zero. 

Gostou da ideia? As viagens devem começar em 2020, e os preços estão em US$ 250 mil; não se sabe se os trajes estão incluídos no preço...


sexta-feira, 22 de novembro de 2019

UMA DAS MAIORES FÁBRICAS DE COMPUTADORES DO MUNDO NÃO É ROBOTIZADA


A maior fábrica de computadores (servidores, desktops e notebooks) de toda a América situa-se em Monterey, no México. Em realidade, não é propriamente uma fábrica, mas sim uma montadora pertencente à Lenovo, que em meados desse ano detinha cerca de 24% do mercado de PCs, praticamente empatada com a HP, com cerca de 23%. 

Juntamente com a de Pequim, é a maior fábrica da Lenovo; começou a operar em 2009 e sua produção abastece todo o continente americano, exceto o Brasil, em que há outra fábrica. 

Tem 1.500 empregados e em 2020 pretende chegar a 3.000 e fabricar até sete milhões de máquinas - para esse ano, a ideia é fabricar cerca de 2 milhões, com a produção de todas as fábricas da Lenovo chegando a 53 milhões de máquinas. 

Montando hoje 300 computadores por hora, é surpreendente descobrir que quase todo trabalho é manual, em linhas de produção, conceito criado por Henry Ford há mais de 100 anos - e sem robôs! Cerca de 55% dos montadores são mulheres - a empresa acredita que elas são mais eficientes que homens nessa tarefa.

O trabalho manual justifica-se, segundo os executivos da empresa, porque a diversidade de modelos e configurações torna a robotização muito cara. A montagem começa com um gabinete vazio no qual vão sendo instalados os componentes (placa mãe, processador, memória etc.) e termina com a embalagem em caixas, nas quais são colocados manuais e outros acessórios. 

Concluída a montagem de um lote, alguns exemplares são aleatoriamente escolhidos para testes - havendo qualquer problema, todas as máquinas do lote são revisadas.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

e-PALETTE ESTARÁ EM TÓQUIO 2020





Uma das visões do transporte urbano do futuro estará operando nas Olimpíadas e Paralimpíadas de Toquio, que acontecerão em 2020.


Trata-se do e-Palette, um veículo elétrico autônomo, que operará dentro da Vila Olímpica, transportando atletas e outros participantes dos eventos - a máquina foi lançada em 2018, mas agora ganha uma versão customizada para os eventos de 2020. 

Projetado pela Toyota, dispõe de sensores de última geração, algoritmos Machine Learning, 5G; seu sistema de direção automático deteta em tempo real obstáculos em um campo de 360º

Em função das características do local onde operará, sua velocidade máxima será 20 km/h. 

Foi projetado levando buscando dar também a máxima comodidade aos seus usuários: tem portas grandes, rampas elétricas e assentos adaptáveis. 


Apesar de terem sido exaustivamente testados, "just in case", os e-Palette terão um operador a bordo, pronto a assumir o comando se necessário.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

TYPEWISE: UMA REVOLUÇÃO NOS TECLADOS?

 Nos últimos anos, com a chegada dos smartphones, praticamente deixaram de existir os teclados físicos, graças às telas sensíveis ao toque que  permitiram o uso de teclados virtuais - segundo um recente estudo conduzido por entidades como a Universidade de Cambridge, um usuário médio  pode escrever com um smartphone à mesma velocidade com que se escreve em um teclado convencional de computador.

Acontece que, quando escrevemos usando um smartphone, usualmente cometemos mais erros do que quando escrevemos com um teclado de computador, em função do menor tamanho das teclas virtuais.

Esse problema poderá ser minorado com a chegada do  Typewise, um aplicativo que  gera um teclado virtual com teclas hexagonais.  Seus criadores asseguram que 97% das palavras digitadas não conterão erros, ao contrário das 73% digitadas com os teclados virtuais agora em uso, e isso se deve ao tamanho das teclas Typewise, que são cerca de 70%  maiores que as convencionais.

Como o espaço da tela é limitado, para digitar-se maiúsculas ou acentos no Typewise são necessárias algumas manobras adicionais, como tocar uma vogal de forma prolongada ou deslizar alguma tecla. 

O novo teclado ainda está em fase de teste beta, mas já pode ser baixado através das lojas de aplicativos; seus criadores dizem que em apenas 15 minutos podemos ficar totalmente familiarizados com ele. 

O estudo descobriu que quem digita com os dois polegares é mais rápido do que aqueles que usam apenas um dedo; para que não nos entusiasmemos muito, o estudo apontou também que jovens até 19 anos podem digitar bem mais rapidamente que os mais velhos...

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

iFOOD VAI USAR ROBÔS PARA ENTREGAS

O aplicativo de entrega de comida iFood, uma empresa brasileira, trabalha para incluir robôs na etapa inicial ou final do processo de delivery.

Os robôs estão sendo desenvolvidos pela empresa paulista Synkar e devem ficar prontos em janeiro, quando se iniciam os testes.

A operação comercial está prevista para iniciar-se no segundo semestre de 2020, e dependerá de parcerias com shoppings centers e da regulamentação sobre os veículos automatizados nesses locais.

O robô será um complemento do modal de entrega, e, a princípio, funcionará apenas em ambientes controlados, como shoppings ou condomínios.

A ideia da empresa é usar o robô, que será uma máquina com rodas e um compartimento para o pedido, para buscar a comida na praça de alimentação e levar até o local em que se encontra o consumidor, diminuindo o tempo de entrega.

Os shoppings precisarão ter centrais dedicadas ao iFood; os primeiros shoppings a terem o serviço serão o D.Pedro, em Campinas, e o Leblon, no Rio de Janeiro - a ideia é começar lentamente de forma a que o serviço possa ir sendo aperfeiçoado para ganhar maior escala. O iFood entrega mais de 20 milhões pedidos de comida por mês no Brasil.

Serviço similar já existe em alguns lugares, como no campus da Stanford University; lá, a startup Kiwi Campus conseguiu reduzir os custos de entrega que variavam entre 8 e 15 dólares para cerca de US$ 3,80, sendo a meta chegar a um dólar e em alguns casos, nem cobrar. Seus robôs custarão cerca de mil dólares.  

É mais uma ameaça aos trabalhadores pouco qualificados.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

O BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO ESTÁ DIMINUINDO

Segundo a NASA e a NOAA, agência governamental norte-americana que monitora as condições dos oceanos e da atmosfera, o buraco na camada de ozônio sobre a Antártica foi neste ano o menor já registrado desde 1982.

O ozônio é uma molécula composta por três átomos de oxigênio (O3). A cerca de 40 km de altura estas moléculas formam uma camada  que envolve nosso planeta e nos protege da radiação ultravioleta do sol, que em excesso pode causar queimaduras, câncer de pele ou catarata.

O buraco se forma sobre a Antártica  entre os meses de setembro e o início de dezembro, e desaparece quase que completamente durante o inverno. 

É causado pela interação da luz solar e ar
mais quente da atmosfera com partículas de CFCs (Clorofluorcarbonos), gases que eram largamente usados na produção de aerosóis e sistemas de refrigeração, inclusive geladeiras domésticas. Embora sua produção e uso tenha sido banida por um acordo internacional, o Protocolo de Montreal, em 1989, ainda há produção e comercialização clandestina dos mesmos.

Além disso, estes gases permanecem muito tempo na atmosfera, o que  explica o fato de continuar interagindo  com a camada de ozônio - acredita-se que apenas em 2075 o nível de ozônio voltará ao nível de 1982.

Neste ano o tamanho máximo do buraco foi de 16,4 milhões de quilômetros quadrados, enquanto o tamanho médio tem sido 20,7 milhões de quilômetros. É o menor buraco desde que o fenômeno foi descoberto, em 1982. 

Isso não significa que a camada de ozônio esteja se recuperando rapidamente: segundo a NASA e a NOAA, o motivo da diminuição foram padrões climáticos anormais na estratosfera neste ano, que levaram a temperaturas mais altas que o normal.

Estes padrões são incomuns, mas não inéditos: condições similares ocorreram em 1988 e 2002. Os cientistas não sabem pelo que são causadas, mas até o momento não há uma relação direta entre elas e as mudanças climáticas que ocorrem em nosso planeta.

Em 2009, a NASA conduziu uma simulação para estudar como a camada de ozônio estaria atualmente caso o Protocolo de Montreal não tivesse acontecido. A simulação mostrou que, nesse caso, em 2015 a Terra já não teria quase nenhuma camada de ozônio, e ficar exposto ao sol por apenas 10 minutos seria suficiente para causar "queimaduras notáveis".

É mais um exemplo que mostra como a luta continua pela melhoria das condições ambientais vale a pena e é obrigação de todos. 

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

AGRALE MARRUÁ: O VEÍCULO FORA DE ESTRADA PADRÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO

Na primeira década deste século, o Exército Brasileiro (EB)  decidiu adotar o Agrale Marruá como seu veículo leve fora de estrada padrão.

Desde 2006, o EB recebeu mais de quatro mil desses veículos, em diversas versões: jipe, picape, veículo de reconhecimento, ambulância do EB e viatura de Comando e Controle.  

A história do Marruá começou quando um grupo de ex-funcionários da antiga Engesa fundou a Columbus Internacional no início da década de 1990 e, tendo como base  o antigo veículo fora de estrada da EE-4/EE-12 da Engesa, propôs uma nova viatura. 

A Agrale, empresa nacional com longo histórico na produção de tratores,  adquiriu os direitos do projeto e deu o nome “Marruá” ao veículo. A palavra Marruá é usada no Pantanal para designar um  touro que se desgarra do rebanho, fugindo para as matas e se tornando selvagem.

Dentre as diversas versões do Marruá adquiridas pelo EB esta  a AM11, desenvolvida sobre chassi estendido e capaz de receber um reparo para metralhadora calibre 7,62 mm. Esta versão recebeu a nomenclatura militar “Viatura Tática Leve de Reconhecimento” (VTL Rec) e é, na  atualidade, o principal veículo leve empregado pelo EB nos seus Pelotões de Cavalaria Mecanizada. A imagem ao lado mostra  a versão padrão do Marruá   e a versão  com o chassi estendido. 

Neste momento o EB está pretendendo incorporar um novo tipo de viatura que vem sendo chamado LMV (Light Multirole Vehicle) e que tem uma diferença importante em relação aos Agrale: a blindagem, que protegerá seus ocupantes de fogo proveniente de armas leves, minas e outros dispositivos explosivos improvisados, incorporando lições aprendidas durante os recentes conflitos ocorridos no Afeganistão e em outros países da região. Esse veículo possivelmente será fabricado pela IVECO (Fiat).

O Marruá foi utilizado de forma intensiva pelas forças brasileiras que operaram no Haiti, e é utilizado por forças armadas de outros países, entre os quais Argentina, Equador, Paraguai e Namíbia.  Há também versões para uso civil.