quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

A IMPORTÂNCIA DAS MULHERES NA CIÊNCIA E NA TECNOLOGIA

A espanhola Isabel Pascual Ruiz de Alegría se dedica a mostrar que a participação feminina tem sido importante nessas áreas, papel esse que pode crescer se mais mulheres forem incentivadas a dedicarem-se à pesquisa.

Em evento recente, Isabel lembrou algumas figuras femininas muito conhecidas, como a grega Hipácia de Alexandria (360-415), que fez contribuições relevantes nas áreas de filosofia, matemática e astronomia. Sua importância na comunidade em que vivia era tão importante que acabou assassinada em meio a conflitos de ordem política. Historiadores dizem que a data de sua morte marca o fim da Antiguidade Clássica.

Mais recentemente pode-se observar os trabalhos da condessa Ada de Lovelace (1815-1852), que escreveu o primeiro programa a ser processado por uma máquina e a cientista Marie Curie (1867-1934), Prêmio Nobel de Física em 1903 e de Química em 1911.

Mas os trabalhos de muitas outras mulheres não são tão visíveis. É o caso da médica italiana do século XII, Trotula de Salerno, considerada a primeira ginecologista da história por suas ideias revolucionárias na área de ginecologia e obstetrícia, que, além de outros ensinamentos, dizia que os problemas de infertilidade também poderiam vir dos homens e não apenas das mulheres, como se acreditava até então. Seus escritos permaneceram em uso nas melhores universidades europeias até o século XVI.

Algumas inovações mais prosaicas, mas muito importantes na vida diária também foram fruto do trabalho de mulheres: a estadunidense Tabitha Babbitt (1779-1853) inventou a serra circular, e sua compatriota Martha Coston (1826-1904) inventou os sinalizadores pirotécnicos, que salvaram muitas vidas em emergências no mar.

Também devemos o popular jogo Banco Imobiliário a uma mulher, a escritora e empresária americana Elizabeth Magie Phillips (1866-1948), que em 1902 criou The Landlord’s Game, o precursor da versão atual do jogo. O limpador de para-brisas foi inventado pela americana Mary Anderson (EUA), que em 1905 patenteou o dispositivo, criado a partir de uma ideia que teve durante um dia chuvoso, quando viajava de bonde pelas ruas de Nova York.

A secretária americana Bette Nesmith Graham inventou o corretor (conhecido no Brasil como “branquinho” ou “corretivo”), como forma de melhorar a qualidade dos textos que datilografava, deixando de usar a borracha. Sua invenção a levou a criar uma companhia que, em 1979, foi vendida à Gillette por cerca de 170 milhões de dólares em valores atuais.

Outras criações totalmente incorporadas ao dia a dia temos o filtro de café, inventado em 1908 pela alemã Melitta Bentz, e o Kevlar, um material resistente ao calor, cinco vezes mais resistente que o aço e que é usado na fabricação de cintos de segurança, cordas, aeronaves, coletes à prova de bala e em inúmeros outros produtos, inventado pela química americana Stephanie Kwolek e lançado comercialmente em 1971.

Mas nessa época de intenso uso da tecnologia da informação, não se pode deixar de lembrar a atriz e inventora austríaca Hedy Lamarr (1914-2000) que desenvolveu a técnica de salto de frequência, inicialmente destinada a interferir em radares nazistas, mas que foi precursora dos celulares, Wi-Fi, Bluetooth e GPS.

Cabe-nos incentivar as mulheres a se dedicarem à ciência e à tecnologia, bem como lutar contra os preconceitos de que frequentemente são vítimas quando atuam nessas áreas, que alguns ainda julgam ser destinadas exclusivamente aos homens.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

MICROSOFT E GM: PARCERIAS EM CARROS AUTÔNOMOS

Plataforma de Computação em Nuvem da
Microsoft será usada para veículos autônomos da GM; outras montadoras, como a Volkswagen e a Toyota, já usam a Azure.

Veja o texto completo aqui

sábado, 6 de fevereiro de 2021

SATÉLITE AMAZONIA-1 PRESTES A SER LANÇADO


O Amazonia-1, satélite de observação da Terra totalmente construído no Brasil deve ser colocado em órbita em fevereiro - é um passo importante para o país.

Texto completo em https://revistapesquisa.fapesp.br/amazonia-no-espaco/

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

IPANEMA: UM AVIÃO DO QUAL DEVEMOS NOS ORGULHAR

O Ipanema é um avião projetado e produzido no Brasil, sendo utilizado 
principalmente para pulverização de fertilizantes e defensivos agrícolas, atuando também na semeadura, povoação de rios e outras ligadas à atividade agrícola.

A história do Ipanema começa no fim dos anos 1960, quando o Ministério da Agricultura  firmou contrato com a Embraer para fabricação em série   de uma aeronave agrícola, com o objetivo de modernizar o setor ao disponibilizar novas técnicas de produção.

A aeronave surge inicialmente como um projeto do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos e foi testada pela primeira vez na Fazenda Ipanema, no município de Sorocaba em julho de 1970; em  1972 começou a ser produzida comercialmente.

A versão mais atual, o Ipanema 203, é movida a  etanol e é produto de um processo constante de inovação e aperfeiçoamento, buscando atender aos requisitos de alta produtividade e baixo custo operacional. 

Com quase 1.500 unidades entregues, o Ipanema ocupa a liderança do segmento agrícola com 60% de participação no mercado nacional.  No  mês de janeiro foram vendidas oito unidades, o equivalente a um terço do total negociado durante todo o ano de 2020. O bom resultado está sendo impulsionado pelo desempenho favorável do agronegócio brasileiro e as inovações tecnológicas incorporadas na nova versão da aeronave.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

CHIPS ESTÃO EM FALTA

O mundo está prestes a ter que lidar com a falta de mais um produto de primeira necessidade: os chips, que estão no coração de quase todos os equipamentos eletrônicos que utilizamos, desde os supercomputadores e smartphones até alguns brinquedos relativamente simples.

Os setores que mais devem sofrer essa falta são o automobilístico e o de dispositivos eletrônicos, que podem passar a enfrentar atrasos consideráveis no recebimento de chips já nos próximos meses. 

No caso da indústria automobilística, a Ford anunciou a paralisação de uma de suas fábricas nos Estados Unidos, enquanto a General Motors preferiu fazer encomendas que atenderão suas necessidades de chips durante um ano - simplesmente deixou de lado técnicas como just in time.

Diversos fabricantes de chips já estão aumentando preços e atrasando entregas; a curto prazo isso vai impactar diretamente o consumidor final, que além de esperar mais tempo por um determinado produto, terá que pagar mais caro por ele. Isso deve ficar muito visível no mercado de smartphones.

Não há solução rápida para o problema, já que para o aumento da produção são necessários grandes investimentos em equipamentos, que demandam bastante tempo para entrar em operação.

Fabricantes de chips de todo o mundo estão com problemas, tais como a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co., maior fabricante mundial de chips para terceiros, a Nvidia Corp., maior empresa americana da área e a NXP Semiconductors NV, fornecedora holandesa de chips automotivos, industriais e de comunicação.

A principal causa dessa falta de chips é a pandemia, que desorganizou cadeias de suprimentos, diminuiu o ritmo de produção e fez com que mais pessoas comprassem aparelhos eletrônicos para trabalhar de casa, especialmente notebooks e smartphones.

Apenas as vendas mundiais de computadores pessoais cresceram 10,7% no último trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior; durante todo ano, o crescimento foi de 4,8%, o maior em dez anos. Além disso, os conflitos entre o governo americano e empresas chinesas contribuem para agravar a situação.

No momento, os prazos para entrega de chips, que antes da pandemia estavam ao redor de 10 semanas, chegam, dependendo do modelo, a 25 semanas, praticamente meio ano.

Acredita-se que a situação seja normalizada até o final de 2022.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PRECISA SER USADA COM CUIDADO

 

Em dezembro de 2020, a startup sul-coreana Scatter Lab criou um chatbot, uma robô de software chamada Lee Luda, para conversar com pessoas que se sentiam solitárias. Baseada em Inteligência Artificial, Lee logo se mostrou problemática apresentando comportamento homofóbico e discriminatório, além de levantar preocupações sobre privacidade.

A robô foi projetada para representar uma jovem universitária de 20 anos. Por meio da tecnologia de “deep learning”, ela foi treinada com dados coletados do aplicativo Science Love, que é uma espécie de rede social para casais, que permite que os usuários marquem encontros e compartilhem fotos, além de analisar esses relacionamentos. Assim, as respostas de Lee Luda são baseadas no que ela aprendeu com essas informações e históricos de conversas no Science Love. 

Segundo o jornal The Korea Herald, Lee Luda passou a fazer comentários agressivos e ofensivos sobre minorias, conforme denunciaram alguns usuários. Ao falar sobre lésbicas, por exemplo, Luda utilizava o termo “nojentas” e dizia odiar pessoas trans. Em algumas conversas, ela dizia que pessoas com deficiências deveriam se suicidar. 

Diante dessas falhas, a empresa decidiu suspender o serviço, afirmando que os comentários preconceituosos da robô não refletem as ideias da Scatter Lab. Em comunicado, a companhia acrescentou que “Luda ainda está na infância, começou a conversar com as pessoas há pouco tempo e ainda tem muito a aprender”. 

Outro fato preocupante na história é que os usuários afirmaram não ter conhecimento de que seus dados estavam alimentando um robô, o que pode caracterizar uma violação de privacidade. Algumas dessas pessoas afirmaram que pretendem entrar com uma ação contra a empresa pela falta de transparência. 

O incidente faz lembrar um caso parecido que ocorreu com a Microsoft em 2016. Na época, a empresa havia criado uma robô chamada Tay para conversar com as pessoas nas redes sociais. O projeto acabou sendo encerrado após a robô começar a fazer comentários racistas, antissemitas e sexistas. 

Inteligência Artificial já é e certamente será muito mais útil, mas há necessidade de muitos cuidados. Imaginemos se, ao invés de apenas ser grosseira, Lee pudesse disparar uma arma...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

20 ANOS DE WIKIPEDIA

A Wikipédia está completando 20 anos,
disponibilizando    55 milhões de artigos escritos por voluntários em 300 idiomas. É o 13º site mais visitado em todo mundo.

"O único caminho de longo prazo para a paz, prosperidade e liberdade é o conhecimento”, escreveu o fundador da Wikipedia Jimmy Wales, pedindo aos usuários que continuem apoiando o projeto “por um mundo mais atento e educado”.

A enciclopédia  nasceu em 15 de janeiro de 2001 e ainda se baseia no modelo econômico de captação de recursos dos internautas.

Sem publicidade, sem cookies para capturar e revender dados do usuário, vive apenas doações, quase sempre pequenas.

Ao longo dos anos, a Wikipedia defendeu a liberdade na Internet e questões como direitos autorais, vigilância e censura.  

Mas, claro, como todas as plataformas web, não é perfeita e ao longo dos anos surgiram algumas controvérsias, especialmente levantadas por edições de seu conteúdo.

Visando minimizar esses problemas, a Fundação Wikimedia, mantenedora da Wikipedia, está produzindo um novo código de ética que deve entrar em vigor nos próximos meses. 
 
A Wikipedia é uma das melhores coisas que a internet nos trouxe.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

POLÍCIA USA TECNOLOGIA DE RECONHECIMENTO FACIAL PARA IDENTIFICAR INVASORES DO CAPITÓLIO

O aplicativo de reconhecimento facial da Clearview AI tem registrado picos de uso desde a semana passada. Mas não por usuários comuns: a polícia dos Estados Unidos está usando a tecnologia para rastrear apoiadores pró-Trump que invadiram o Capitólio.

De acordo com o New York Times o CEO da Clearview AI, Hoan Ton-That, disse que o aplicativo teve um salto de 26% no volume de pesquisas em 7 de janeiro em comparação com as médias normais dos dias de semana. Cerca de 2.400 agências de polícia em todo o país têm contratos para usar o software de reconhecimento facial da Clearview, e várias dessas agências têm recorrido ao software para ajudar nas investigações. 

Detetives do Departamento de Polícia de Miami estão usando a tecnologia para identificar os manifestantes em imagens e vídeos do ataque, e encaminhar pistas suspeitas para o FBI. 

No início desta semana, o Wall Street Journal informou que um departamento de polícia do Alabama também estava empregando a tecnologia de Clearview para identificar rostos em imagens e enviar possíveis correspondências para investigadores federais.

Mesmo que a tecnologia da Clearview esteja sendo usada para algo útil à sociedade, isso não a torna menos livre de futuras investigações envolvendo privacidade. Outras ferramentas de reconhecimento facial usadas pela polícia dependem de bancos de dados de fotos fornecidas pelo governo – ou seja, imagens de carteira de motorista ou documentos de identificação. 

No entanto, a Clearview disse que seu banco de dados usa cerca de 3 bilhões de imagens descartadas de sites, redes sociais e outros servidores públicos, uma prática que tem sido criticada por ativistas das liberdades civis que argumentam que os dados são coletados sem o consentimento das pessoas que estão sendo fotografadas.

Como resultado, a empresa está atualmente travando batalhas jurídicas em várias frentes. A Clearview suspendeu as operações no Canadá depois que o país abriu uma investigação para saber se a empresa violou as leis locais de proteção de informações pessoais online. O procurador-geral do estado de Vermont abriu um processo contra a empresa, alegando violações de várias leis estaduais. Gigantes da tecnologia, como Twitter e Google, enviaram avisos à Clearview para impedir a startup de extrair dados de suas plataformas.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

XIAOMI COPIA APPLE E VAI VENDER CELULAR SEM CARREGADOR

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

CALIFÓRNIA AUTORIZA USO DE VEÍCULOS AUTÔNOMOS PARA ENTREGAS

A Nuro, startup de entregas com carros autônomos, ganhou a primeira Licença de Uso de Veículos Autônomos da Califórnia. 

A startup já tinha recebido a autorização para testar seus veículos no início de 2020, mas a nova licença permite que a empresa opere comercialmente.

Em seu site, a Nuro se apresenta como especializada em transportar bens em áreas relativamente pequenas, de forma “rápida, segura e barata”, e diz que foi feita para lidar com qualquer tipo de compra — de comida a artigos para limpeza.

As primeiras entregas deverão ser feitas com sua frota de Toyota Prius, mas a empresa também já está trabalhando para colocar nas ruas seus carros elétricos personalizados, batizados de R2.

O anúncio acontece em um contexto no qual a empresa se esforça para se destacar no mercado de veículos autônomos. No mesmo dia em que conseguiu a licença, a Nuro anunciou a compra da Ike, uma startup voltada a caminhões autônomos.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

ROBÔ TORNA COLETA DE AMOSTRAS DE SANGUE MAIS RÁPIDA E EFICAZ

O médico Eduardo Flávio Ribeiro, Coordenador de Hematologia do Centro de Oncologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília publicou no jornal Correio Braziliense o artigo “Robô torna coleta de amostras de sangue mais rápida e eficaz” mostrando como essa máquina, que combina inteligência artificial, ultrassom e imagens infravermelhas, pode acelerar atendimentos médicos.

Fiquei muito feliz em ser citado no artigo como professor do Mackenzie, especialmente por estar em companhia  de personalidades como os professores Josh Leipheimer  e Martin L. Yarmush,  do Departamento de Engenharia Biomédica da Escola de Engenharia da Rutgers University  e Luis C. Lamb, da UFRGS, também Secretario de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado do Rio Grande do Sul.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

GERAÇÃO DE ENERGIA SOLAR E EÓLICA

FALAMOS À RÁDIO NACIONAL DE BRASÍLIA:   o Revista Brasil entrevistou Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências e professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie, sobre a geração de energia solar e eólica no Brasil. 

Segundo ele, o Brasil é privilegiado para produção de energia solar por ser um país tropical e com um litoral muito longo. Nas áreas litorâneas, o vento é muito favorável para a produção de energia eólica. O principal problema para a produção de energia solar para indústrias é a necessidade de grandes áreas para instalação de painéis solares. E como esses têm vida útil limitada, o descarte deve ser feito com cuidado para não agredir o meio ambiente. Para a captação eficiente de energia eólica é necessário instalar hélices de três pás. As torres de energia não podem ser instaladas em lugares residenciais. De acordo com Vivaldo, ainda falta segurança jurídica e valor mais baixo para produzir esses tipos de energia. 

A entrevista está em  http://c.lookcom.com.br/mackenzie/site/m012/noticia.asp?cd_noticia=83025416

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

5G: CHINA PUNE AUSTRÁLIA – O BRASIL PRECISA TOMAR CUIDADO

 

Nestes tempos em que há uma guerra comercial entre a China e os Estados Unidos em disputa pelo mercado da tecnologia 5G, alguns governos têm ameaçado ou tomado medidas contra a China. 

As atitudes desses governos têm sido causadas por interesses de natureza comercial ou ideológicos – esses últimos justificados de forma tosca. Temos dito que, em função de atitudes de nossos governantes, o Brasil pode ser envolvido nessa guerra e acabar derrotado, não importa quem for o vencedor e até mesmo se a guerra terminar em empate. 

A China acaba de mostrar o que pode acontecer a quem toma partido claro nessa briga: estabeleceu um aumento de impostos para importação de vinho australiano. Esse aumento, que varia entre 107% e 212%, é temporário, mas não tem data para terminar. 

A China é o maior importador de vinhos australianos – 37% da produção. As novas tarifas farão com que o preço ao consumidor triplique, o que inviabiliza as vendas, permitindo que vinhos de outras procedências ganhem mercado. 

Medidas similares já haviam sido tomadas para a importação de cevada australiana e agora entraram em vigor novas providências que dificultam a entrada na China de outras commodities australianas: estão retidos nas costas do país cerca de 60 navios que transportam minério, extraído por grandes empresas como BHP, Glencore e Anglo-American. 

Levando-se em conta que apenas o custo diário de um desses navios, quando parado, está ao redor de US$ 22 mil, pode-se começar a avaliar o tamanho dos prejuízos que a China pode causar aos que a desafiarem. 

Esperamos que nosso governo conduza o assunto de forma racional, com extrema cautela, sem fanfarronices, pois é muito perigoso desafiar, ao mesmo tempo, dois de nossos maiores parceiros comerciais e as duas maiores economias do mundo, China e os Estados Unidos, como parece que estamos fazendo agora em função da derrota de Trump. 

(*) Vivaldo J. Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.  


quarta-feira, 11 de novembro de 2020

GOOGLE DEVE SER ALVO DE NOVOS PROCESSOS EM ESTADOS AMERICANOS


TOP 10 EMERGING TECHNOLOGIES OF 2020



A revista Scientific American publicou uma lista daquelas que considera as mais importantes tecnologias emergentes deste ano de 2020. 

A revista diz que se alguns dos muitos milhares de voluntários  necessários para testar vacinas contra o coronavírus pudessem ter sido substituídos por réplicas digitais  - uma das dez principais tecnologias emergentes deste ano - as vacinas poderiam ter sido desenvolvidas ainda mais rapidamente, salvando milhares de vidas. 

Em breve, os testes clínicos virtuais poderão se tornar uma realidade para testar novas vacinas e terapias. 

Outras tecnologias da lista podem reduzir as emissões de gases de efeito estufa, viabilizando aviões elétricos e permitindo que a luz solar impulsione  a produção de produtos químicos. 

Com a computação “espacial”, os mundos digital e físico serão integrados de maneiras que vão além dos feitos da realidade virtual. 

Sensores ultrassensíveis que exploram processos quânticos definirão o cenário para aplicações como scanners cerebrais vestíveis e veículos que podem "ver" o que está se aproximando nas próximas esquinas. 

Essas e outras tecnologias emergentes foram escolhidas por um grupo internacional de especialistas, convocado pela Scientific American e o Fórum Econômico Mundial, que estudou cerca de 75 indicações. 

As tecnologias escolhidas foram as que tem  o potencial de estimular o progresso nas sociedades e economias, superando as formas estabelecidas de fazer as coisas. 

Elas também precisam ser novas, não estando em uso atualmente, e provavelmente terão um grande impacto nos próximos três a cinco anos.

As tecnologias escolhidas são listadas a seguir, com links para acesso a mais detalhes: 

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

IMPRIMINDO CASAS

Uma start-up californiana, a Mighty Buildings está construindo pequenas edificações em quintais de residências da região, a serem usadas como forma de ampliar o espaço disponível para os moradores ou, até mesmo, permitir locações via Airbnb ou similares. 

Essas edificações são chamadas pela empresa Accessory Dwelling Units – ADUs (algo como Unidades Habitacionais Acessórias). Elas têm aproximadamente 35 metros quadrados e seu custo básico está ao redor de 115 mil dólares, podendo aumentar caso o proprietário deseje que a empresa cuide de detalhes como autorizações das prefeituras, ligações de gás, água e eletricidade, ar condicionado e outros. 

A grande novidade está na tecnologia utilizada para a construção: a empresa utiliza uma grande impressora 3D que “imprime” a edificação utilizando um gel aplicado por braços robóticos. Esse gel endurece imediatamente quando exposto à luz. 

A empresa está iniciando suas operações na área de San Francisco e San Diego e espera produzir cem unidades em 2020 e mil em 2021; oferece dez anos de garantia à estrutura. 

A empresa compara seu produto aos kits de madeira que eram vendidos pela Sears, uma grande loja de departamentos que inclusive operou no Brasil e que tinham a mesma finalidade. 

A principal vantagem é o tempo: uma ADU pode ser entregue totalmente pronta em duas semanas, com uma pequena cozinha equipada e máquinas de lavar e secar roupas e louças. As paredes podem receber pregos e parafusos para instalação de estantes, quadros etc. 

Os custos de mão de obra para construção são altos na região, pois há escassez de profissionais; diminuir os problemas logísticos relativos a material de construção também contribuem para tornar as ADUs competitivas. 

Pode ser o início de uma nova era na construção civil - assista a um vídeo trazendo mais informações sobre o assunto.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

A ação contra o Google: uma nova visão na luta antitruste

Segue repercutindo o fato de o Departamento de Justiça e 11 estados americanos terem iniciado uma ação judicial contra o Google, acusando-o de violar a legislação antitruste.

Os autores da ação afirmam que o Google se tornou “a porta de entrada na internet para bilhões de usuários em todo o mundo”, mas que seu sucesso decorre de um comportamento injusto e monopolista.

A ação era esperada, em função das recentes manifestações do governo e de congressistas dos dois grandes partidos americanos, e seu andamento deve sinalizar como a justiça tratará os gigantes da tecnologia nos próximos anos.

Até há algum tempo, os que impetravam ações desse tipo se concentravam em demonstrar danos ao consumidor derivados da elevação de preços, como faziam empresas que monopolizavam o mercado de petróleo, usando sua posição oligopolista para aumentar os preços dos combustíveis. Mas, demonstrar prejuízos ao consumidor em casos em que os serviços são aparentemente gratuitos, como os prestados pelo Google, não é tão simples.

Vem sendo lembrada pelo mercado a ação iniciada pelo governo americano contra a Microsoft em 1998. Na ocasião, a empresa de Bill Gates foi acusada de abusar de sua posição dominante ao comercializar seu sistema operacional (Windows) e seu navegador de internet (Explorer) no mesmo pacote, restringindo a concorrência por parte de outros navegadores. Na ocasião, a empresa visava inibir o uso do navegador Netscape, que apesar de pago, era o preferido pelos usuários.

O Google rebate esse argumento dizendo que vivemos tempos diferentes e que se os usuários desejarem utilizar software de terceiros, é facilmente possível baixá-lo da internet, bem como alterar a configuração de seus dispositivos sem maiores problemas.

O Departamento de Justiça apresenta argumentos diferentes, afirmando que as estratégias técnicas e de marketing do Google fazem que a absoluta maioria dos usuários, de quase qualquer tipo de dispositivo e software, seja encaminhada para os serviços da empresa.

Dentre essas estratégias estão os acordos firmados com fabricantes de celulares que utilizam o sistema operacional da Alphabet, o Android, para que seu mecanismo de busca seja adotado como padrão, bem como acordos semelhantes celebrados com a Apple para instalação de software Google nos iPhones.

A ação mostra como tudo isso pode afetar os consumidores, inclusive aqueles que não gostam dos serviços do Google, ao não permitir que serviços alternativos, como os providos pela DuckDuckGo e pela startup Neeva ganhem audiência que as tornem financeiramente sustentáveis.

A empresa nega veementemente as acusações de práticas monopolistas. Garante que enfrenta forte concorrência no mercado de buscas na Internet e diz que seus serviços ajudam muitas empresas de pequeno porte. De forma cínica, diz também que as pessoas usam o Google porque querem, não porque são forçadas ou porque não conseguem encontrar alternativas.

Mas há um fator maior em jogo: muitas pessoas querem derrubar esse padrão de luta antitruste centrado no consumidor; busca-se uma definição muito mais ampla de dano, protegendo também trabalhadores, empresários, empresas e mercados abertos, permitindo o estabelecimento de uma economia mais justa e manutenção dos ideais democráticos.

É o que todos esperamos, e não é uma utopia, bastando lembrar que já há legislação capaz de evitar abusos e que ela foi usada no passado contra gigantes do petróleo e telecomunicações, fazendo com que, dentre outras, a AT&T, que dominava 94% do mercado americano de telecomunicações e a Standard Oil, que refinava 90% do petróleo nos Estados Unidos, fossem obrigadas a se dividirem em empresas menores, como forma de garantir a concorrência.