sábado, 28 de março de 2015

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: UM PERIGO PARA O MUNDO?

Assim como a energia atômica, outra tecnologia começa a aparecer como um sério risco para a humanidade: a inteligência artificial.
O mais recente figurão dessa área que afirma pensar assim
Steve Wozniak
é Steve Wozniak, cofundador da Apple e um dos responsáveis pela revolução do computador pessoal.
Wozniak, que anteriormente negava essa possibilidade, diz ter mudado de ideia sobre os riscos do desenvolvimento de máquinas “superinteligentes”, tendo dito recentemente ao jornal Australian Financial Review: "Como pessoas incluindo [o físico] Stephen Hawking e [o cofundador da Tesla Motors] Elon Musk previram, eu concordo que o futuro é assustador ".
A grande preocupação desse grupo de futuristas, que inclui ainda Bill Gates e um crescente número de acadêmicos, é que estejamos nos aproximando de um nível de crescimento da capacidade das máquinas que as permita fugirem de nosso controle.
Também faz parte desse grupo o  professor Stuart Armstrong, da Universidade de Oxford, autor do livro "Smarter Than Us", em que apresenta um cenário mostrando como a inteligência artificial (IA) pode sair de nosso controle e provocar danos irreversíveis à Terra e à sociedade. 
Armstrong é um dos autores do estudo "12 Riscos que Ameaçam a Civilização Humana", do grupo sueco Global Challenges Foundation, que calculou em até 10% as chances de, se o cenário se concretizar, o impacto sobre a sociedade ser irreversível. A probabilidade é maior do que as calculadas para mudança climatica (0,01%), e guerra nuclear (0,005%).
A IA e um risco "único" porque quando um computador domina uma atividade, nenhum ser humano consegue faze-la melhor, em função de suas capacidades em termos de armazenamento de dados  concentração, paciência, velocidade de processamento e memória, todas muito superiores às nossas.
A combinação dessas características com “habilidades” econômicas ou sociais permitiria à IA controlar o mundo; um computador com habilidades sociais, por exemplo, poderia processar milhares de discursos políticos, estatísticas e referencias culturais rapidamente, escolhendo qual o argumento mais convincente para fazer um eleitor votar em um candidato ou defender certa bandeira politica – consta que na campanha para reeleição de Barack Obama alguma coisa desse tipo, muito rudimentar ainda, já foi usada.
Raciocínio semelhante vale para o mercado financeiro: um sistema poderia cruzar informações sobre indicadores econômicos, decisões politicas e balanços de empresas de modo mais rápido e mais preciso, esmagando concorrentes, por exemplo – note-se que software com algumas dessas características já opera no mercado de ações.
Os defensores dessas tecnologias rebatem dizendo que esses problemas podem ser evitados por meio de uma “programação ética”, que fizesse a maquina sempre optar pela "escolha moral" - como salvar uma vida em vez de um carro, por exemplo.
Diversos especialistas acham também que tudo isso está mais próximo de ficção científica, afirmando que computadores sempre podem ser desligados, e que jogar xadrez, uma das habilidades mais avançadas da IA atualmente, nem se compara à capacidade de calculo e ao volume e diversidade de informações necessárias para analisar o mercado financeiro deforma mais ampla.
Só resta à sociedade permanecer vigilante e esperar que esses especialistas que não acreditam nas previsões catastróficas estejam certos...