quinta-feira, 2 de março de 2017

LP: QUASE SETENTÃO, MAS VIVÍSSIMO

Em junho de 1948, a Columbia, uma das mais importantes gravadoras da época, lançou em evento realizado no Hotel Waldorf Astoria de NY, o primeiro LP de vinil a ser comercializado com êxito.

Substituindo os antigos discos de 78 RPM, fabricados em material muito frágil e que só continham uma faixa de cada lado, a nova tecnologia foi desenvolvida por uma equipe da Colúmbia chefiada por Peter Carl Goldmark; essa equipe teve o sucesso que muitas outras não conseguiram, dentre elas equipes da própria Colúmbia e de outras gravadoras como a RCA Victor.

Além da tecnologia do disco propriamente dito, o pessoal da Columbia teve que se preocupar com os tocadores e agulhas então disponíveis - um dos problemas é que as agulhas então existentes eram tão pesadas que simplesmente cortavam os discos de vinil.

O desenvolvimento do pacote tecnológico vinha ocorrendo desde os anos 1920, mas a Grande Depressão e depois a II Guerra Mundial acabaram adiando o lançamento comercial do LP.

O primeiro disco de vinil a ser lançado trazia a Philharmonic Symphony Orchestra de NY tocando Concerto para Violino em Mi Menor, de Mendelssohn; nessa mídia foram gravados inumeráveis outros LP, inclusive aquele que a revista Rolling Stone considerou em 2003 o melhor álbum de todos os tempos, o Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, gravado pelos Beatles em 1967.

Nos anos 60 começaram a se popularizar as fitas cassete, que pela sua portabilidade passaram a ameaçar os LP; mais tarde, os CD, outras mídias magnéticas e serviços de música via internet pareciam ter conseguido eliminar o velho disco de vinil, porém o que se observa é um crescimento de suas vendas, puxado não apenas pelos tradicionalistas, mas principalmente por DJs e outros aficionados pela música, que afirmam terem os LPs melhor qualidade de som.

Voltando ao Sgt. Pepper’s, vale lembrar que o álbum não só se destacou por sua música, mas também  pela capa feita a partir de uma foto de Michael Cooper trazendo os quatro Beatles vestidos como sargentos diante de uma colagem mostrando  rostos de pessoas célebres, entre os quais Marilyn Monroe, Marlon Brando, Bob Dylan, Cassius Clay, e outros.

Também apareceriam Karl Marx, Gandhi, Hitler e Jesus Cristo, mas estes foram deixados de fora. Jesus Cristo não foi incluído por causa da declaração feita um ano antes por John Lennon dizendo que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo; Gandhi foi retirado por receio da gravadora em ofender o mercado indiano. Para evitar processos a gravadora pediu autorização às personalidades retratadas. 

Em 2007, o jornal   The Independent On Sunday afirmou que Hitler estaria escondido na capa, aparecendo em parte entre o baterista Ringo Starr e o atleta e ator Johnny Weissmuller. Muitos acreditam que a capa contém uma mensagem oculta sobre a suposta morte de Paul McCartney, já que na parte inferior deles parece haver uma tumba adornada com flores e um contrabaixo (também feito de flores) e com três cordas apenas, o que significaría que faltava um Beatle.

Foi o primeiro álbum que trouxe impressas as letras das canções.