quinta-feira, 23 de agosto de 2012

SWIFT, ARMOUR, FORD, O CONSUMO DE CARNE E AS LINHAS DE DESMONTAGEM E MONTAGEM

Swift
Armour
As linhas de montagem foram uma ideia de Henry Ford. Elas permitiram a produção em massa de automóveis a baixo custo e logo foram copiadas para outras indústrias, tanto de bens como de serviços. A difusão do conceito de linha de montagem moldou a sociedade atual em termos, principalmente, de produção e consumo. Mas, o que o consumo da carne tem a ver com as linhas de montagem de produção em massa? Diz-se que Ford teve o insight que o levou a criar a linha de montagem ao  visitar uma espécie de linha de "desmontagem":   segundo consta em sua autobiografia "My Life and Work" (1922),  Ford teve essa ideia ao visitar um matadouro em Chicago. 

De   acordo com o livro "Work and Community in the Jungle: Chicago's Packinghouse Workers 1894-1922" Gustavus Swift e Philip Armour criaram um sistema de abate e “desmontagem” de bovinos que permitia que isso fosse feito em escala industrial.    Nos   frigoríficos da época, os animais eram suspensos de cabeça para baixo por uma corrente que corria presa a uma calha, passando de um funcionário para o outro. Cada funcionário executava uma tarefa específica no desmembramento da carcaça (atordoamento, corte da cabeça, sangramento, escaldamento, retirada do couro, corte dos membros, remoção das vísceras, lavagem  etc.). Swift e Armour tornaram-se grandes empresários do setor de carnes. 

Ford
Ford percebeu a eficiência deste procedimento e inverteu o processo de desmontagem (fragmentação de um animal), criando a linha de produção móvel. Nela, uma carcaça de automóvel passaria de funcionário a funcionário, sendo uma ou mais peças integradas em cada etapa, até se obter o produto final - os veículos eram montados em esteiras rolantes, que se movimentavam enquanto o operário ficava praticamente parado. Buscava-se assim a eliminação do movimento inútil: o objeto de trabalho era entregue ao operário, em vez de ele ir buscá-lo. Cada operário realizava apenas uma operação simples ou uma pequena etapa da produção. Desta forma não era necessária quase nenhuma qualificação dos trabalhadores.

O método de produção fordista exigia vultosos investimentos em máquinas e instalações, mas permitiu que a Ford produzisse mais de 2 milhões de carros por ano, durante a década de 1920, 90 anos depois, em 2016, o Brasil produziu 2,2 milhões de veículos. O veículo pioneiro produzido segundo o sistema fordista foi o  Ford Modelo T, mais conhecido no qui como "Ford Bigode".

Como dissemos, essa tecnologia moldou a indústria e a sociedade atuais.