segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

EM TECNOLOGIA, NEM SEMPRE MAIS NOVO É SINÔNIMO DE MELHOR

Há alguns anos presenteei minha filha com um relógio de pulso – ela estava se graduando na universidade. Após alguns dias ela me disse que o relógio estava parando; levei-o ao vendedor e depois de alguns dias, este me disse que o relógio não tinha qualquer problema.

Minha filha voltou a usa-lo e o problema continuou – depois de um minuto de conversa, descobri o problema: ela não usava o relógio constantemente, e como este era automático, parava com frequência. Até ai, tudo bem, mas na rápida conversa, descobri que minha filha  não sabia que existiam relógios automáticos!  Falei com meus outros filhos, e surpreso, descobri que eles também não sabiam – faziam parte da geração que cresceu usando relógios movidos a bateria. 
Os relógios movidos a bateria, porém mecânicos, foram lançados no início de 1957 – há exatos 60 anos. O primeiro deles foi o Hamilton Electric 500, produzido pela americana  Hamilton Watch Company, que começara suas pesquisas na área em 1946.  
A linha 500 foi um sucesso instantâneo; além da novidade em termos tecnológicos, os relógios eram apresentados em diversos modelos, alguns de desenho futurístico, remetendo às novidades da época, como o primeiro satélite artificial, o Sputnik; pulseiras com design avançado também estavam disponíveis. Elvis Presley era fã dessa linha, usando frequentemente um modelo "Ventura", que é mostrado claramente no filme "Blue Hawaii".
Mas o lançamento havia sido antecipado como forma de tentar superar as dificuldades que a Hamilton vinha enfrentando, e a qualidade dos relógios não era boa; esse fato e o surgimento dos relógios a quartzo, com a parte mecânica muito mais simples que a dos primeiros elétricos, decretou o fim da linha 500 em 1969.  Hoje os 500 são disputados pelos que curtem antiguidades.

Trata-se de um caso clássico de que mais mais moderno não é sinônimo de melhor...